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 Eusine Chronicles - Dimentios

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arrout
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQui 23 Jul 2015 - 16:36

A sua representação do Eddy ficou ótima f2
Realmente ele era bem fracassado quando começou, quando ele treina com os espartanos ele fica fortinho, mas só depois de passar um tempo treinando com o Taurim que ele fica realmente forte, quase me deu vontade de voltar a escrever dimentiofics denovo! f2
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Mr.Galleom
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySex 24 Jul 2015 - 12:58

Eu já posso ver os cartazes dos cinemas. "O Ladrão de Mangas, estrelando Eduard Arroutson"

Acho um pouco estranho um ladrão "aleatório" ter uma espada. Espadas são coisas de gente rica, sem contar que são pesadas e devem atrapalhar fugas. Ele deve ter roubado de alguém.

Scandia é um país inteiro de espartanos? Ah. Estranho ver o Ed tão longe de casa.

Also, nossa, tão jovem e já pensando em vingança.

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MensagemAssunto: Capítulo 13 - Três conta Um. De novo.   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyTer 25 Ago 2015 - 18:25

Olá! Desculpem pela demora, em parte foi por preguiça, tamanho do capítulo e começo das aulas/trabalho. Para compensar, esse capítulo ficou relativamente grande, passando a média, já que normalmente os caps costumam ter por volta 2000 palavras. Sem falar que esse aqui é maior do que os dois últimos capítulos juntos! Isso tudo porque tirei parte do final. Mas sobre isso eu falo outro dia...

Antes de começar, respondendo comentários!

arrout escreveu:
Realmente ele era bem fracassado quando começou, quando ele treina com os espartanos ele fica fortinho, mas só depois de passar um tempo treinando com o Taurim que ele fica realmente forte, quase me deu vontade de voltar a escrever dimentiofics denovo! f2

Bom, pra começo de conversa é Scandia, e não Esparta! Eu quero mudar essas coisas que remetem ao nosso mundo ou a qualquer outro, afinal isso aqui não é mais uma fan fic, tecnicamente. theNewF6 (No fim, Scandia vai ser a mesma coisa que Esparta... Vou até colocar algumas referências aos espartanos)

E não sei por que você não volta a escrever, afinal.

Mr.Galleom escreveu:
Eu já posso ver os cartazes dos cinemas. "O Ladrão de Mangas, estrelando Eduard Arroutson"

Isso fica bem legal para um spin-off!

Mr.Galleom escreveu:
Acho um pouco estranho um ladrão "aleatório" ter uma espada. Espadas são coisas de gente rica, sem contar que são pesadas e devem atrapalhar fugas. Ele deve ter roubado de alguém.

Você não viu que era de madeira? Não é nada demais...

Madeira1 escreveu:
A espada, agora no chão, era na verdade totalmente feita de madeira, e era bem...

Madeira2 escreveu:
... estes que logo focaram seus olhares no garoto que retornava sem nada além de sua espada de madeira.

Mr.Galleom escreveu:
Estranho ver o Ed tão longe de casa.

Bom, ele está no país vizinho. E levou 3 ou quatro meses para chegar tão longe.

Enfim, começar!

Capítulo 13 - Três conta Um. De novo.

O garoto acordou desorientado e sentindo dores em várias partes do corpo. Ele estava com o rosto virado para o chão, e do nariz para baixo sua face estava repleta de algo grudento. Com esforço, ele erguei o corpo e conseguiu se sentar. Com a ponta dos dedos ele tocou no que quer que fosse que estava grudando em seu rosto. Foi lentamente percebendo que era seu próprio sangue, que escorria do nariz. tocou também o nariz, e sentiu uma dor ardente que não havia experimentado antes. Estaria quebrado?

- Já estava ficando preocupado. Você desmaia frequentemente?

Eduard ergueu o rosto. Eusine estava de pé na clareira com ele, terminando de amarrar duas cordas paralelas de vinha em uma árvore ao redor da clareira. Olhando mais atentamente, Eduard viu que as cordas estavam presas de tal forma em quatro árvores que ele e Eusine estavam no centro de um quadrado, como se fosse um ringue natural de boxe. O céu sem nuvens e repleto de estrelas iluminava tudo na clareira.

- Eusine... O que está fazendo?

- Eu vi sua luta contra os colegas. - respondeu. - Quase que te ajudo, mas-

- Essa batalha é minha! - Eduard deu um soco no chão.

- ... mas eu pensei que você fosse dizer algo assim. Bom, não te ajudei naquela hora, mas nada me impede de te ajudar agora.

- Do que vai adiantar? eles foram embora, e eu não sei para onde. - dizendo isso, ele abaixou a cabeça. Na pequena conversa que haviam tido, Eusine havia ganho uma ideia de como Eduard pensava e como era aquele país de guerreiros que é pátria natal daquele garoto.Mas, naquele momento, não viu em sua frente o garoto que falava sobre honra e vingança. Via apenas uma criança que parecia estar prestes a chorar.

- Ah, eles deixaram rastros no caminho. - Eduard ergueu a cabeça com essa declaração - E eu sou muito bom de rastrear animais na floresta.

Eduard piscou, o que foi um pouco incômodo para ele. A pele debaixo do seu olho esquerdo estava inchada.

- Vamos, se levante! - disse Eusine, animadamente. Lenta e dolorosamente, Eduard obedeceu.

- O motivo pelo qual você não conseguiu me acertar - começou Eusine, sem nem esperar que o garoto se levantasse por completo - e nem conseguiu derrotar os seus... amigos? Companheiros? Colegas?

- Miseráveis.

- Colegas. O motivo pelo qual você não conseguiu me acertar nem conseguiu derrotar os seus colegas é o mesmo. Sabe o que é? É que você já chega atacando.

- E isso é ruim?

- Bom... sim e não. Olha, quando você foi me atacando hoje mais cedo - Eusine olhou para o céu. Já estava bem tarde, e já deveria ser madrugada do outro dia. Mas resolveu ignorar esse fato. - eu logo percebi qual movimento você faria. Ai fui me esquivando até você abrir uma boa brecha e eu poder atacar. Entende?

- Então... Eu devo lutar como você?

- Não necessariamente. Estou dizendo pra você usar a cabeça, e não ficar apenas atacando. Uma boa esquiva seria boa também.

- Nas lutas geralmente eu fico com tanta raiva que nem penso. Principalmente contra aqueles três.

- Bom, isso tá te atrapalhando.

- ... certo. Acho que faz sentido.

- Você veio de um país guerreiro. Lá não te ensinaram a lutar nada?

- Ei! Está dizendo que eu não sei lutar?

- Foi mal! Só perguntando.

- Sei. Bem, eles só começam a nos treinar se aguentarmos ao ano sobrevivendo sozinhos. Só querem treinar os melhores.

- Cruel.

- É o jeito como as coisas funcionam lá. - Eduard sacudiu os ombros, conformado. - Mas então, você acha que "usando a cabeça" consigo derrotá-los?

- Talvez. O que você sabe sobre eles? Como eles agem em geral?

- Bom... Nenhum de nós tem treinamento. Oliver e Wallace nem sequer são tão fortes assim. Philip é mais forte que ambos, mas isso não significa tanto assim. Sei que se fosse em uma luta um contra um ele não teria chance contra mim. O problema é que eles sempre atacam juntos.

- Então está dizendo que se lutasse com eles separadamente você ganharia?

- Com certeza.

- Então por quê não os fez se dividirem?

Eduard ficou sem resposta por um instante. Então, se deu um tapinha na própria testa.

- Como não pensei nisso antes? - Eduard parou novamente para pensar. - Ah, e Oliver tem uma espada de madeira. Vai ser um problema derrotar ele. Não sei como faria isso.

- Eu sei como! É algo que aprendi com os animais na floresta, mas também vale para as pessoas. Se alguém tem uma arma, essa arma vai ser usada.

- Se alguém tem uma arma, essa arma vai ser usada. - repetiu Eduard, aguardando a continuação. - E isso me ajuda?

- É claro que ajuda! Assim como sabemos que um lobo ataca com suas unhas e dentes, sabemos que o garoto que tem a espada vai atacar com ela. Então você não precisa se preocupar (muito) em receber socos e chutes dele. Já sabe de que tipo de golpe terá que se defender e desviar.

- Entendi! Vai realmente ser útil. Mas onde você aprendeu isso? Na floresta?

- Falei que depois conto minha história! Agora vamos aproveitar que estamos em um ringue e vamos treinar!

Eusine começou a pular para os lados. Eduard riu.

- Agora? Em plena noite? - perguntou Eduard.

- Pensei que você quisesse resolver essa vingança o mais rápido possível.

- Você tem a alma de um scandiano! Quando conversamos na frente da fogueira não pensei que você fosse do tipo que aprovasse a vingança.

- Na verdade não tenho nem opinião sobre isso. Não sei o que eu faria se estivesse em seu lugar. Mas essa é a forma como você quer resolver as coisas, então quis ajudar.

- Mas por que você se esforça tanto em me ajudar, afinal?

Eusine parou de pular.

- É que... - Eusine parou por alguns segundos antes de finalmente decidir o que falar. - Eu tinha nove anos quando sai de casa. Estava sozinho e sem saber o que fazer para sobreviver. Assim como você. Quando vi que o ladrão de mangas era alguém com a mesma idade que eu tinha, quis saber o motivo de você estar fazendo aquilo... Talvez porque podia muito bem ser eu no seu lugar.

- Mas isso não explica porque você me ajuda.

- Ah, porque eu quero ajudar os outros. E você é uma boa pessoa.

Eduard não teve resposta para isso.

- E então... treinar? - disse Eusine, voltando a pular. - Vamos, Eduard!

- Me chame de Eddy. - falou o scandiano, sorrindo e se pondo em posição de combate.

- Vamos, Eddy! Eu ataco e você tenta se esquivar e defender!

- Ok!

----------------------------------------

Várias hora depois, trazendo consigo ferimentos, olheiras embaixo dos olhos e a confiança de que estava mais forte, Eduard Arroutson chegou ao acampamento dos três scandianos. eles tinham montado o novo acampamento bem perto do anterior e Eusine os havia rastreado facilmente (como disse que faria), mas Eddy havia treinado por tantas horas que havia dado tempo para ex-colegas dormirem a noite inteira, comerem a primeira refeição do dia e começado a se preparar para partir.

- Eu não acredito - disse Philip, o líder do pequeno grupo. Ele estava ponto sua mochila nas costas, mas ao ver Eddy a mochila foi largada ao chão enquanto seu dono dava uma breve gargalhada. - Você não se cansa de apanhar?

Eddy não disse nada. E nem precisava, todos ali já sabiam o que estava para acontecer. Todos conheciam Eddy o bastante para saber que ele não estava nem ai para conversar.

Nenhum deles, individualmente, era tão forte quanto aquele garoto moreno e magrelo que estava ali parado com cara de mau tentando demonstrar que seus ferimentos da noite anterior não doíam mais. Eddy era o único ali que treinava todo dia. Era ele que, quando o grupo teve de lutar contra monstros, bandidos, religiosos e fazendeiros, nunca havia desistido. Ainda que as vezes suas ações tenham sido nada mais que estúpidas, Eddy era o único ali que sempre buscava progredir. ficar mais forte e melhorar o seu jeito de ser em sua própria maneira. Seu espírito elevado era a única vantagem que tinha contra o grupo mais numeroso há sua frente. E era a única vantagem que precisava.

Bom, é claro que ele não podia esquecer das dicas de Eusine. Ele deveria usar mais a cabeça e tentar se esquivar.

Os três se separaram e cercaram Eduard. Philip ficou em frente a Eddy, Oliver à esquerda e Wallace à direita. Eddy sorriu, já que aquilo era exatamente o que ele queria.

Ele pulou para a direita, para cima de Wallace, que, pego de surpresa, não conseguiu se defender do punho direito de Eddy. Aproveitando a chance que tinha, Eddy atingiu o adversário novamente no rosto, dessa vez com a mão esquerda. Finalizou com um soco no estômago de Wallace, que o fez cair de joelhos no chão.

Com um grito de fúria, Oliver correu para Eddy, já com a espada erguida e pronta para atacar. O garoto ainda pensou por um breve momento que "Eusine tinha razão, ele realmente atacou com a espada" antes de se abaixar e dar uma rasteira no scandiano ruivo.

Oliver caiu no chão e o impacto do golpe o fez largar a espada. Enquanto a arma de madeira ainda estava no ar, Eddy a segurou e golpeou seu oponente com força no rosto. Oliver agora parecia estar desmaiado.

Ainda sem dizer nada, Eddy largou a espada de madeira de Oliver e andou com sua raiva silenciosa até Philip, que logo tentou cumprimentar seu ex-colega com um soco na cara. Antes que Eddy fosse atingido, este defendeu-se do golpe com um chute bem dado.

- Até que você está lutando bem. - disse Philip, fingindo ignorar a dor na mão. - Para o filho de alguém que nunca passou de um soldado raso.

Eddy começou a ficar visivelmente com raiva, mas dessa vez resolveu voltar a se controlar. Talvez aquela fosse sua última chance de lutar contra eles, afinal.

- E você luta bem para alguém que se molha cada vez que sonha com a Minhoca do Deserto.

Agora Philip que estava irritado.

- Isso não acontece faz três dias!

Ele saltou em Eddy ao mesmo tempo que desferia um soco com a mão direita. Eddy bloqueou e logo em seguida atingiu o oponente no rosto. Philip cambaleou para trás, firmou os pés e voltou a atacar. Eddy apenas repetiu seu último movimento, de defender do golpe do adversário e depois atacar.

Ele se sentia agora como era lutar contra si mesmo. Os ataques do oponente eram estupidamente fáceis de se prever, repetiam um padrão simples e eram sempre os mesmos. Era quase patético.

Depois de um tempo, Philip parou de resistir aos golpes. Um chute recebido não o fez simplesmente cambalear, o jogou ao chão. Eddy olhou ao redor. Oliver continuava desacordado e Wallace estava afastado, encolhido e assustado.

- E ai, mijão?*

Philip tentou se levantar, mas Wallace foi até ele e segurou seu braço.

- Deixa ele, cara. ele é doido.

Philip ainda usou seu melhor olhar de raiva contra Eddy enquanto pensava no que iria fazer. O apelo de Wallace acompanhado de seu aperto no braço - que só aumentava - por fim fizeram Philip decidir recuar. Com um sonoro estalo de língua, se levantou e correu para erguer o atordoado Oliver em seus ombros. Wallace, por sua vez, correu para juntar suas coisas.

- Nada disso! - brandiu Eddy. - Essas coisas não roubadas, não são suas. Deixe elas ai.

Philip não podia estar mais furioso. Mas, sem outra escolha, correu para longe, carregando Oliver e sendo seguido por Wallace.

Eddy esperou que os três estivessem longe e caiu no chão. Estava extremamente cansado pelo treino noturno e, com um largo sorriso no rosto, adormeceu logo em seguida.

----------------------------------------

Por algum tempo o arqueiro ficou atento, esperando que os scandianos derrotados voltassem e tentasse algum tipo de ataque surpresa. Ninguém voltou, por isso Eusine resolveu dormir também. Afina, também havia passado a noite acordado ajudando no treino de Eddy. Confiava que, com os reflexos adquiridos pelos anos vivendo na floresta, acordaria se alguém se aproximasse.

Eusine acordou de tarde, mas Eddy só foi abrir seus olhos de noite. Ele devorou os restos de um animal que Eusine havia caçado para jantar sem ao menos ver o que estava comendo e voltou a dormir. Ninguém podia culpá-lo por estar tão esgotado, as batalhas seguidas nos últimos dois dias haviam exigido muito do jovem Eddy. Eusine praticamente não saiu de perto do garoto, e quando o fez foi para ir atrás de comida ou fazer suas necessidades.

Apenas no manhã do outro dia que Eddy se sentia bem o bastante para andar. Os dois, logicamente, decidiram que iriam levar todas as coisas roubadas de volta para a vila. A maioria dos cidadãos acreditou na história de Eddy, já que os seus inúmeros ferimentos atestavam a história de que colegas abusivos o haviam forçado a roubar. Piedosa, uma mulher até mesmo ajudou a tratar dos ferimentos de Eddy e lhe entregou um prato de comida, que ele aceitou com um sorriso.

Eddy não sabia para onde ir e resolveu simplesmente que iria seguir viagem com Eusine. Eusine, por sua vez, disse que nem sabia para onde estava indo. O scandiano não se importou. Assim, Eusine escolheu novamente uma estrada sem saber para onde iria. Mas, dessa vez, ele estava acompanhado.
--------------------
*Para os que podem ter se incomodado, lembrem-se de que Eddy é o tipo de pessoa que pode falar essas coisas vez ou outra. É o personagem.
Bom, essa história acaba aqui e logo seguiremos para outra! Espero que tenham gostado. Eu pessoalmente gostei de como o capítulo flui. Mas me fez ver que os capítulos estão normais demais. Preciso colocar mais algumas aleatoriedades. Acho que alguns momentos até agora podem ficar chatos para certas pessoas.

Acho que a próxima história vai ser mais interessante e engraçada. Nos meus planos eu pensei em dar apenas um capítulo para essa história, mas agora que estou chegando perto de realmente escrever vejo que vai demorar uns dois ou três para terminar... Bah, eu volto a falar disso quando chegar a hora.

Aqui os Scandianos (para relembrar). Na ordem: Philip, Wallace e Oliver: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 Philip%20Wallace%20e%20Oliver_zpsgju0yzni

PS: Considerando o Eddy desse capítulo e do capítulo passado, o que estão achando dele? f6
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyDom 30 Ago 2015 - 23:06

Bem... Não consigo dizer nada, eu gostei bastante da sua história. Só não tenho muita vontade de ler tanta frase como antes. Mas eu só tenho uma pergunta: este é o mesmo Eddy de Legend of Eddy?

Falando em Legend of Eddy...

Ranshi escreveu:



Aham! Não ligue muito para a Ranshi. Ela é mesmo impaciente, então peço desculpas pelo incomodo, Eusine.

Leve o tempo que quiser se isso significar dar uma história de uma ótima qualidade.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyTer 15 Set 2015 - 22:15

Hm, certo, tenho impressão que já li isso antes, mas estou postando só agora.

É interessante caracterização/backstory pro Eddy, especialmente da forma que foi feita, bem fluido, sim.

Mas de qualquer forma, acho sim que as coisas estão acontecendo um pouquinho devagar? Acho que mais momentos como o caso com a Minhoca do Deserto seria sim legal, mas não acho que é aquilo que deve ser feito para deixar o capítulo menos "normal". (Não que eu saiba o que é necessário)

De qualquer forma é bom eles terem derrotado as criaturas de Scania, e é interessante que Eddy vai acompanhar Eusine.

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MensagemAssunto: Capítulo 14 – O Investigador Sobrenatural   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySex 22 Abr 2016 - 11:38

Olá, pessoal! Sim, eu não desisti dessa história! Desculpe por postar com tão pouca frequência. Eusine Chronicles já completou 3 anos e ainda estamos na primeira saga, no capítulo 14... Ai ai. Alguém ainda lembra da época do The Legend of Eddy, quando eu postava toda semana?

Não tenho bem uma desculpa para não ter postado nos últimos meses, e se tivesse seria a mesma coisa que vocês estão já acostumados a ler aqui: ocupado com coisas da faculdade, outros assuntos, outras histórias, etc.

De qualquer forma, tentei refinar ainda mais a escrita, como sempre, e espero que, apesar de grande, o capítulo seja agradável de ler.

Ah! Vocês deixaram algumas coisas respondíveis!

Firealex escreveu:
Mas eu só tenho uma pergunta: este é o mesmo Eddy de Legend of Eddy?

Acho que o certo é dizer que esse vai ser o Eddy de The Legend of Eddy. Aqui ele ainda é apenas uma criança de 9 anos, TLoE acontece apenas daqui a alguns anos.

Firealex escreveu:
Aham! Não ligue muito para a Ranshi. Ela é mesmo impaciente, então peço desculpas pelo incomodo, Eusine.

Tudo bem, todos estamos ansiosos para a aparição de Ranshi na história! (Só aviso que vai demorar algumas sagas)

Mr.Galleom escreveu:
Mas de qualquer forma, acho sim que as coisas estão acontecendo um pouquinho devagar? Acho que mais momentos como o caso com a Minhoca do Deserto seria sim legal, mas não acho que é aquilo que deve ser feito para deixar o capítulo menos "normal". (Não que eu saiba o que é necessário)

Bem, esse arco que irá se iniciar vai ser levemente mais interessante e fora do padrão que os outros. Pelo menos eu acho. Espero mesmo que fique legal...

Enfim, que comece o capítulo!

Capítulo 14 – O Investigador Sobrenatural

Por alguns dias, Eusine e Eddy não fizeram muita coisa além de caminhar por aquela estrada de terra que, apesar de não ter aparentemente nada de especial, trazia para os dois grandes expectativas. Eddy acabou adquirindo a vontade que Eusine tinha de conhecer novos lugares, novas pessoas e novas situações. Assim sendo, os dois passavam boa parte do tempo discutindo hipóteses sobre o que eles iriam encontrar no fim do caminho.

As teorias eram muitas, desde que estavam seguindo em direção à um oceano de leite ou até mesmo que encontrariam um reino em que princesas derrotavam príncipes para resgatar dragões. Por mais que os dois garotos soubessem que a realidade provavelmente estaria bem distante daquelas ideias malucas, elas tornavam a jornada bem mais engraçada para ambos.

Enquanto faziam piadas, ambos tentavam, ao mesmo tempo, realmente buscar alguma pista sobre o destino desconhecido. Eddy insistia em afirmar que sabia se localizar observando as estrelas, e achava que podiam estar voltando para Scandia, seu país natal, ainda que por uma estrada diferente da que ele havia usado para vir de lá. Essa informação não era muito precisa, porém, já que Eddy podia mudar de ideia várias vezes por dia com relação a qual direção estavam seguindo.

Eusine continuava subindo periodicamente em cima de árvores altas tentando enxergar algo diferente de floresta e montanhas. Se havia alguma cidade adiante, dizia ele, ou ainda estava distante demais para que ele pudesse avistá-la ou era uma sociedade secreta cujas casas estavam escondidas entre as árvores. Secretamente, Eusine levava à sério essa segunda hipótese.

Mas eles não falaram apenas do futuro de suas aventuras, o passado também foi um tópico mais do que presente na conversa dos dois. Como prometido, Eusine contou para seu novo amigo sobre como tinha sido sua fuga de casa, como havia feito para sobreviver à um ambiente hostil por três anos, como havia conhecido Alex e Daniel e como a pequena aventura com eles o haviam inspirado à conhecer coisas novas. Por fim, contou também da batalha ao lado dos mercenários e como ela havia amadurecido mais ainda os pensamentos sobre aventuras.

Eddy também compartilhou sua história. Contou que seu pai era um soldado do exército de Scandia e que ele havia ensinado ao filho sobre a forte tradição militar do país e o orgulho que era se tornar cada vez mais forte servindo a nação.

Eddy disse também como foi o dia em que ele e todos os garotos (e garotas voluntárias) que faziam nove anos neste ano foram levados para um enorme coliseu na capital da cidade para receber ordens. Falou que parou naquele trio por puro azar, já que os grupos eram decididos por sorteio. Por meio das conversas com Eddy, Eusine ficou sabendo pouco a pouco sobre o Scandia e as jornadas daquele garoto moreno até o momento. Os últimos meses não haviam sido fáceis para ele.

Voltando ao presente, três dias inteiros se seguiram sem que nada acontecesse. Os garotos caminharam por horas, parando para descansar, comer, fazer necessidades e dormir. No raiar do terceiro dia, Eddy percebeu que a culpa de estarem indo tão devagar era dele, já que seus ferimentos o impediam de andar mais rápido. Então, irritado consigo mesmo, ele se pôs em disparada e acabou caindo de cara no chão, garantindo-lhe mais alguns arranhões. Foi o bastante para que ele desistisse de forçar seu corpo para além do seu limite.

Na tarde do terceiro dia, os dois companheiros perceberam um pequeno caminho de pedras saindo do meio da estrada em que estavam seguindo. Curiosos, decidiram ver o que teria naquele novo caminho e logo se puseram a caminhar por ele à passos largos.

Esta nova estrava seguia mais a fundo na floresta, e logo a grande quantidade de cobertura vegetal se ocupou de barrar os raios de Sol que chegavam até eles, antecipando a chegada da noite. Quando o breu completo os atingiu e eles não sabiam mais para onde iam, duas grandes esferas de luz se acenderam no horizonte. Sem pensar, Eusine apenas disse:

- Quem chegar primeiro ganha! – e saiu correndo.

Eddy aceitou o desafio e tentou correr, mas caiu de cara no chão, furioso.

- Maldito! Sabe que eu to machucado!

Assim, quando Eddy finalmente alcançou Eusine, este já estava parado entre as fontes de luz, que nada mais eram que dois postes em frente à grandes portões de ferro. Neste local havia poucas árvores e o céu havia se tornado novamente visível. Os garotos não se lembravam de ter passado tanto tempo naquela estrada, mas a lua já se encontrava estranhamente alta no meio do céu estrelado.

- Você sabe que eu não to conseguindo correr! – disse Eddy, pulando nas costas de Eusine e tentando derrubá-lo – Trapaceiro!

- Eu só tava te provocando. – respondeu Eusine, sorrindo. Eddy saiu de suas costas.

- Sei. Mas então, o que é esse lugar?

Eusine olhou para o portão de dois metros e meio de altura. O portão, acompanhado de igualmente altos muros de pedra, impedia que se pudesse ver o que havia do outro lado.

- Parece ser uma casa bem grande. – respondeu Eusine – Consegue pular o muro, pra gente descobrir?

- Eu não faria isso se fosse você. – disse uma voz vinda de cima. Eusine e Eddy deram um salto para trás ao ouvir a inesperada voz e se surpreenderam ainda mais ao ver uma figura saltar do muro e pousar em frente aos dois.

Eusine imediatamente sacou seu arco e preparou uma flecha, de forma que, quando a figura misteriosa pousou à sua frente, ele já estava preparado para disparar. Eddy não teve a mesma agilidade ao sacar sua espada, mas, mesmo que tivesse, não mudaria muita coisa. O ser que havia pulado do muro não fez mais nenhum movimento após tocar o chão.

- Meu nome é Denas. – disse ele – Não vou causar mal à vocês, apenas vim dar um aviso.

Os garotos não responderam Denas de imediato, pois ficaram por alguns momentos apenas fitando aquela pessoa. Denas era, na verdade, um garoto que parecia ter a idade de Eddy. As semelhanças físicas pareciam acabar ai, visto que Denas possuía a pele pálida, cabelos lisos e praticamente nada de musculatura bem desenvolvida, três características que contradiziam completamente as de Eddy.

A pele extremamente pálida de Denas o davam um ar de frágil, e os traços de seu rosto eram leves e bem desenhados, contribuindo ainda mais para esta aparência. Seu cabelo preto e liso espalhado em todas as direções quase que cobria as orelhas do garoto, mas não impedia que Eusine e Eddy percebessem o quanto as orelhas eram pontudas.

Apesar destes aspectos, o que mais impressionava na aparência de Denas eram seus olhos com um tom claro de vermelho. Essa era a única característica do físico do garoto que não contribuía para a pessoa fraca que ele parecia ser. Seus olhos, além de possuírem aquela cor inusitada, brilhavam com vivacidade e inteligência, além de estarem atentos para as armas dos dois garotos à sua frente.

Subitamente, um pensamento veio à mente de Eusine. Essa pele pálida, pupilas vermelhas, orelhas pontudas, o fato de ele ter se escondido tão bem nas sombras que Eusine não o havia sentido...

Ele olhou para Eddy e logo seus olhos assustados se encontraram com os olhos igualmente amedrontados dele, provando que ambos haviam chegado à mesma conclusão ao mesmo tempo.

- Um Vampiro!! – eles berraram em uníssimo e saltaram para trás com horror. Em um instante, a expressão de Denas foi de neutra para assustada.

- Para trás! Eu tenho uma flecha de madeira! – gritou Eusine – Deve servir tão bem quanto uma estaca de madeira!

- Mas, Eusine, - disse Eddy – a ponta da flecha é de ferro!

- Wah! Eu tinha esquecido!

- ... – Denas encarava os dois garotos como se ambos fossem loucos. E talvez fossem mesmo.

- Mas a minha espada é de madeira! Talvez sirva!

- Ah é! Bem pensado! Acho que agora temos uma chance!

Denas apenas os encarava.

- Er... – disse ele, tentando elaborar uma frase. Os garotos em sua frente não lhe deram oportunidade de falar, obviamente.

- Será que a família dele está por perto? – pergunta Eusine.

- O que quer dizer?

- Que outros vampiros podem estar por ai. – com essa declaração, Eddy arregalou os olhos e deu dois passos para trás.

- O que acha que devemos fazer? – Ele não havia parado de observar o suposto vampiro, então não havia nem reparado na hesitação do amigo ao lado.

- Ficar e lutar, é claro! – falou Eddy, que apesar de tremer de medo ainda conseguiu manter a voz firme. Ser um bravo guerreiro de Scandia parecia falar mais alto que o fato deles serem apenas crianças que iriam lutar contra uma potencial família vampírica.

- Certo. – Eusine engoliu em seco – Quando eu disser três.

- Vocês estão discutindo isso em voz alta. – disse Denas, calmamente. Os garotos nem prestaram atenção.

- Um.

Denas fechou os olhos...

-Dois.

... e respirou fundo.

- Três!

- Eu não sou um vampiro!! – gritou

A cena ficou congelada no tempo. Eusine com a flecha quase sendo disparada, Eddy se preparando para dar um salto e Denas parado ainda no mesmo lugar, com as mãos fechadas com força ao lado do corpo por conta da raiva de ter sido ignorado tão descaradamente.

Eusine foi o primeiro a reagir.

- Então... o que você é?

- Você é pálido, tem orelhas pontudas e olhos cor de sangue! – disse Eddy, tomando coragem de falar o que também passava pela mente de seu amigo Eusine.

- É o que acontece quando se tem sangue élfico. E meus olhos não são vermelho sangue. – falou Denas, dirigindo essa última frase para o Scandiano.

Eusine abaixou o arco e afrouxou o aperto na flecha.

- Sangue élfico?

- Sim. Eu sou metade elfo...

- E metade vampirou! – gritou Eddy, apontando a espada para Denas.

- ... e metade humano.

- Ah. – Eddy abaixou a espada, meio sem jeito.

- Eu não sabia que elfos existiam. – disse Eusine, surpreso.

- Existem. – respondeu Denas – Pelo que eu sei eles são poucos e bem escondidos ao redor do mundo.

Eusine não sabia como reagir a essa informação. Apesar de já ter visto coisas difíceis de acreditar, como magia e monstros, sempre havia pensado que elfos não passavam de contos de fadas. Quase boquiaberto, passou alguns instantes observando alguém que possuía metade do sangue de um ser quase mitológico. Ao perceber que estava encarando, Eusine balançou a cabeça para os lados com força. Decidiu guardar o arco e flecha.

- Então eu peço desculpas, er, seu meio-elfo.

- Denas. Meu nome é Denas, eu já lhe disse.

- Disse? Ah, foi mal, eu tava distraído pensando que você fosse um vampiro.

- E quem falou que não é? – Eddy se manifestou, ainda chacoalhando a espada. – Quem garante que ele tá falando a verdade, Eusine?

- Eu não sei, ele disse que é. E por enquanto não nos fez nada, acho que devíamos confiar.

- Obrigado. – disse Denas – Eusine, não é?

- Sim, Eusine. E esse aqui é o Eddy. – falou apontando para seu amigo, que ainda estava desconfiado. Eusine, então, inclinou a cabeça como quem percebe algo. – Ah, você disse que tinha um aviso pra dar, né?

- Tenho. E felizmente para vocês, é importante o bastante para não me fazer ir embora depois de ter sido tirado do sério desse jeito. – Denas estreitou os olhos ao falar está última frase, mas logo desfez o olhar hostil e suspirou como se dissesse “Bom, que seja.” – É melhor que vocês não entrem nessa casa. É perigoso.

- Por quê? – perguntou Eusine.

- Vampiros? – perguntou Eddy.

Rápido como um raio, Denas saltou atingiu o rosto de Eddy com um chute, jogando o garoto scandiano ao chão.

- Por que fez isso?! – falou Eddy, furioso enquanto se levantava apoiado na espada.

- Me deu vontade.

Eddy levantou a espada e começou a andar em direção a Denas, mas teve seus braços segurados por trás por Eusine.

- Er, por que perigoso? – disse Eusine, mantando a calma.

- Ele me chutou!

- Você provocou!

- Tem algo misterioso nessa mansão e nos arredores que ninguém da cidade próxima consegue explicar. – começou Denas, contando a história como se Eddy nunca estivesse estado ali – Todos os moradores da mansão morreram de uma doença desconhecida e desde então coisas estranhas aparecem nos arredores após certo horário. Aparentemente as pessoas mortas pela doença não conseguiram descansar em paz e agora assombram o lugar onde morreram... Pelo menos é o que o povo da região acredita.

Eddy saiu do aperto de Eusine, que ainda o segurava para que não atacasse Denas. Mas dessa vez o garoto não teve nenhum impulso violento.

- Uma cidade próxima? Eusine, finalmente estamos chegando onde queríamos! – disse ele, que não parecia ter dado atenção a toda a fala do meio-elfo.

Com um leve sorriso para o jovem de Scandia, Eusine voltou seus olhos para Denas.

- Mas então, se esse lugar é perigoso, o que você faz aqui?

- Sou um investigador sobrenatural. Eu busco resolver essas situações misteriosas que possivelmente envolvem espíritos.

- Eu não sei nada sobre espíritos... mas deve ser perigoso.

- Pode-se dizer que é sim. Mas alguém tem de fazê-lo. Esse alguém sou eu, e já o faço à três anos.

Por alguns segundos nada foi dito, Eusine e Eddy apenas tentaram absorver a informação.

- Só por curiosidade, quantos anos você têm? – perguntou Eddy, enfim.

- Treze.

Eusine inclina sua cabeça levemente para o lado, surpreso.

- Treze? Você parece ter a idade de Eddy ou menos, e ele tem nove.

- É culpa do meu sangue de elfo. – respondeu – O meu corpo envelhece de forma mais lenta, se eu fosse completamente elfo pareceria ainda mais jovem.

- Entendi... eu acho. Mas então, por que você faz esse negócio de investigação sobrenatural?

- Se eu responder essas perguntas vocês se afastam desse local perigoso?

- Talvez.

Denas olhou demoradamente no olhos de Eusine como que tentando prever como ele reagiria. Por fim, sem chegar a nenhuma conclusão, suspirou e puxou um pequeno livro preto de um bolso interno de seu robe.

- Fui criado pelo meu avô, um homem que explorou o mundo em busca dos mais diversos tesouros da humanidade, se tornando, assim, um milionário graças aos seus inúmeros achados durante a vida. Este livro – Denas dá um tapinha na capa de couro do livro preto – é uma das coisas mais interessantes que ele encontrou. Foi feito pelo shamam de uma tribo indígena e explica sobre vários espíritos e mostra as maneiras de lidar com cada um. Como meu sangue élfico me permite ver espíritos e eu tenho conhecimento sobre eles, me sinto na obrigação de ajudar essas almas atormentadas. É isso.

Os dois garotos apenas ficaram calados. Denas esperou alguns segundos antes de voltar a falar.

- Eu sei que pode ser difícil de acreditar, mas só lhes disse a verdade. Agora, por favor, vocês podem se ir?

Eusine e Eddy se entreolharam por um breve instante e depois voltaram novamente seus rostos para Denas.

- Acho que não. – disse Eddy.

- Na verdade agora deu vontade é de ajudar. – completou Eusine.

O jovem de cabelo preto guardou o livro de seu avô no bolso com um gesto irritado e quando voltou a falar seu tom de voz estava ligeiramente alterado.

- Vocês não fazem ideia do que vão encontrar pela frente. É perigoso, eu já disse.

Eddy deu um passo à frente e orgulhosamente estufou o peito.

- O perigo não me assusta! Você está falando com um bravo soldado de Scandia!

- Quase. – disse Eusine.

- Cala a boca.

- Bom, eu não sou soldado mas sou acostumado a enfrentar os perigos da vida. Nós dois sabemos lutar, podemos te ajudar lá. Quer dizer, se é perigoso sempre é bom ter alguma ajuda!

Denas encarou, incrédulo, os dois sorridentes à sua frente. Ele abriu a boca para falar mais alguma coisa mas aparentemente não conseguiu pensar em nada adequado, pois logo a fechou. Por fim, estalou a língua irritado e desviou o olhar.

- Façam como quiserem! Mas só entraremos na mansão à meia noite, que é o horário de maior atividade paranormal. Por motivo de segurança, lá dentro vocês vão ficar por perto de mim mas, até lá, me deixem em paz.

Dito isso, Denas se vira de costas e, num salto extremamente atlético, parou no topo do muro da mansão. Sem olhar para baixo, foi andando em uma linha reta pelo muro e logo desapareceu nas sombras da noite.

- Será que ele volta? – perguntou Eddy.

- Acho que sim. – respondeu Eusine, com um sorriso no rosto.

----------------------------------------

       Horas depois, quando a lua já estava alta no céu, Denas se aproximou (ainda andando por cima do muro) da entrada da mansão tão sorrateiramente quanto havia saído mais cedo.

Eusine saiu de seu pequeno abrigo embaixo de uma árvore próxima ao portão de entrada e saltou para o topo do muro.

- Seu amigo “soldado” não vem? – perguntou  Denas.

- Ele tá dormindo. Por mais que ele queira ajudar, ele teve vários ferimentos recentes e tá pior do que demonstra.

- Certo. Denas pareceu levemente aliviado aos olhos de Eusine. – Está pronto?

O arqueiro deu sua primeira olhada no terreno da mansão e... Não viu muita coisa. Tudo estava coberto de uma névoa de tonalidade lilás, e basicamente só o que podia ser visto eram os contornos de algumas árvores e do casarão que estava além do que parecia ser um grande quintal. O chão estava ali embaixo em algum lugar, escondido naquele ambiente de pouca visibilidade.

- Estou pronto. – disse Eusine, por fim.

Denas e Eusine pularam simultaneamente, e tudo mudou quando ambos tocaram o chão.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySex 22 Abr 2016 - 12:56

Milagre, só demorou 9 meses!

Er, episódio interessante, especialmente com a aparição de Denas.

Foi hilário eles confundirem ele com um vampiro, ainda que tivesse sol.

Só acho que algumas partes poderiam ser melhor escritas, demorei um pouco pra notar algumas coisas. 

Eusine48 escreveu:
- Eu não sei, ele disse que é.
Acho que ele quis dizer "ele disse que não é."

Eusine48 escreveu:
Denas encarou, incrédulo, os dois sorridentes à sua frente.
Não tinha sabia antes dessa frase que os dois estavam sorrindo. Saber disso até mudaria o tom de Ed quando ele fala "Cala a boca.", ao invés de irritado, pareceria brincadeira/ironia amigável.

Eusine48 escreveu:
- Er, por que perigoso? – disse Eusine, mantando a calma.
Isso me confundiu bastante, tive de ler e reler bastante.

Acho que seria melhor se ele falasse 'Er, por que "perigoso"?', pra dar entonação em "perigoso".

No geral, foi um episódio interessante, setando uma história de mansão asssombrada; estou apostando em Eddy entrar na mansão sozinho pra estragar as coisas causar caos por aí.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySex 22 Abr 2016 - 15:40

Oi, Denas! Achei que tinha morrido! E você agora é o meio-elfo de novo! (Pensando bem, esse aí pode ser o OUTRO Denas, o Einheijar é completamente diferente dele...)

Parece que vão começar a história da história sobrenatural, certo? Então, boa sorte para todos vocês! Que bom ver você de volta, Eusine!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQua 9 Ago 2017 - 21:02

Olá, pessoal! Só avisando com antecedência que este post é apenas para dar um aviso e para responder comentários. Nada de capítulo novo hoje.

Já pedi desculpa umas três ou quatro vezes por não manter a constância aqui. O último capítulo saiu 6 meses atrás e o anterior outros 9 meses antes. Isso é uma falha muito grande para quem planejava postar um por dia. theNewF6

Eu deveria ter mais comprometimento, ainda que os dias sejam mais corridos e mais cheios de coisa do que na época da escola. E planejo ter isso agora! Principalmente por três motivos:

1 - Pela satisfação pessoal. Realmente gosto das histórias e personagens que faço e quero compartilhar eles com vocês. Tem muita coisa ainda que falta ser feita e que estou louco para ver como vai ficar.

2 - Não gosto de deixar as coisas inacabadas. Atualmente tenho aqui Eusine Chronicles, Doença de LOL. Fora o Dimentional Adventures, o crossover que todo o forum participa e eu quero continuar a escrever.

Sim, Mr.Galleom e FireAlex, estou falando com vocês. Vamos continuar o Dimentional Adventures?

3 - Quero escrever coisas novas! Apesar de não escrever tanto, minha mente sempre foi bem criativa e estou cheio de ideias para novas histórias que queria aplicar. Mas para isso eu preciso acabar as antigas (veja motivo 2).

Além disso, quero começar a postar uma fan fic que estive escrevendo secretamente. Acho que vocês vão gostar.

O total de histórias é 4, e como eu planejo postar semanalmente acho que estarei me alternando entre elas, o que torna o capítulo de cada uma algo mensal. Acho que dou conta, já que Doença de LOL e a fan fic terão capítulos menores.

Espero que vocês ainda tenham saco para me acompanhar. Se possivel, me cobrem se eu deixar mais semana sem postar nada, ok? Algumas semanas são mais atarefadas que outras, mas tentarei não atrasar.

Ah! E aproveitar para responder comentários!

Basicamente as sugestões do Mr.Galleom melhoram bastante o entendimento dos respectivos trechos e estão sento acatadas. Thanks.

FireAlex escreveu:
Oi, Denas! Achei que tinha morrido! E você agora é o meio-elfo de novo! (Pensando bem, esse aí pode ser o OUTRO Denas, o Einheijar é completamente diferente dele...)

Einheijar é uma história beeem diferente e que foi descontinuada pelo nosso amigo Forasteiro Solitário. O meu Denas nunca deixou de ser um meio-elfo e nunca foi um Einheijar, ok? ;D

Nos vemos semana que vem com capítulo novo de Eusine Chronicles! Até lá!

(Provavelmente quarta-feira)
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQui 10 Ago 2017 - 20:38

Bem, que nostalgia... A gente divertia bastante escrevendo nas nossas histórias...

Mas agora, poderíamos continuar... Exceto que ninguém está mais interessado de escrever fics e continuar lendo, todos nos temos outras coisas para fazer nas nossas vidas.

Eu realmente desejaria escrever o Hey, Alex de novo, mas o meu novo estilo de vida e o trabalho estão no meu caminho. (Escrever no celular é mais difícil e chance alta de ser roubado que os computadores.)

Mas eu posso voltar a escrever, junto com vocês, só preciso de muita inspiração de novo.

Aprendi uma lição na internet de hoje em dia: Nem todas as idéias novas significam idéias boas, não exagere na coisa épica, senão muita gente enjoa.

Exemplos?

* Pagar mais de 8000 Dólares, Reais, Yens só para criar um jogo mediocre/funcional como o "grande futuro". (Mighty no.9)

* E basear um jogo de MUITAS escolhas entre a guerra de duas famílias, com um protagonista complexo demais para ser um avatar, e muitas escolhas sobre escolhas para continuar no jogo. (Fire emblem Fates).
Nota: No caso do Fates, a versão japonesa até tem "If" como o subtitulo que apropriadamente, significa escolha.

Enfim, tentar criar um projeto super complexo não é nada saudável, gasta bastante a vida, vai tentar aumentar a expectativa enorme para os fãs e nunca vai conseguir agradar todo mundo.

Obrigado pela mensagem e posso tentar voltar a escrever e fazer os nossos projetos, mais cedo ou mais tarde (mas espero que que seja cedo.)
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MensagemAssunto: Capítulo 15 - Fantasmas e Colecionadores   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySex 18 Ago 2017 - 12:59

Capítulo novo! Falei que ia conseguir postar essa semana. f2

Semana que vem devo postar o capítulo novo de Doença de LOL, aguardem. E não estranhem se demorar uma semana e meia.

Como faz tempo que não teve update, aqui uma recapitulação:
Estamos acompanhando (principalmente) as aventuras de Eusine, um garoto que fugiu de casa e passou anos vivendo na floresta.
Por enquanto ele encontrou Alex e Daniel Kirbo, Eduard Arroutson e Denas Forever.
No capítulo anterior, Eusine e Eddy encontraram uma estrada antiga que os levou para uma mansão abandonada. Lá encontraram Denas, um meio-elfo que buscava investigar a tal mansão. Eles resolvem ajudar, mas Eddy acaba dormindo e deixando Eusine e Denas entrarem sozinhos.

Bom, agora vamos ao capítulo 15!

Capítulo 15 - Fantasmas e Colecionadores

Após passarem pela névoa lilás, o mundo ao redor mostrou-se tão diferente do que ambos os garotos esperavam que mais pareceu que eles estavam em um sonho compartilhado.

A grama era bonita e bem cuidada, as árvores grandes e formosas, pássaros piavam, cachorros latiam em algum lugar ali perto e pessoas faziam uma festa poucos metros à frente deles. Além disso, por algum motivo, era dia dentro do terreno da mansão. Pela posição do Sol, parecia ser próximo ao meio dia.

- Mas... o que aconteceu? - Eusine, sem entender o que acontecia, olhava boquiaberto para todos os lados. Foi puxado por Denas, que se escondia agachado atrás de arbustos ornamentais. - Ei!

- Shh! - Fez Denas, com o dedo indicador em frente aos lábios. - Não queremos que aquelas pessoas nos vejam. Podem ser hostis.

O garoto meio-elfo fez então sinal para que Eusine se abaixasse e este o fez de imediato. Juntos, passaram a observar a cena que se desenvolvia alguns metros a frente.

Tudo indicava que se tratava de uma festa de criança. As pessoas usavam chapéu de cone com desenhos infantis, balões coloridos estavam pendurados nas árvores próximas decorando tudo, e havia um grande bolo e uma pilha de presentes enorme do lado na mesa do bolo. Porém, quase não haviam crianças ali. Quase todos eram adultos, e a maioria, tanto homens quanto mulheres, usavam um mesmo uniforme de camisa e calça compridas pretas e com detalhes em dourado. Provavelmente são funcionários, pensou Denas.

Duas pessoas bem vestidas se destoavam das uniformizadas. Sentados em cadeiras de plástico sob a sombra de uma enorme mangueira repleta de frutas, havia um casal por volta de seus quarenta anos de idade. A mulher era bonita e possuía ondulosos cabelos castanhos. Usava um vestido vermelho leve e saboreava lentamente um sanduiche enquanto falava algo com o homem ao seu lado. O homem vestia uma camisa social branca, tinha cabelo e bigode pretos, curtos e bem penteados. Parecia um sério homem de negócios, o que tornava meio deslocado o fato de estar usando um chapéu de festa com as cores do arco-íris. Ele escutava a mulher enquanto focava seu olhar nas únicas duas crianças da festa.

Duas garotas corriam pelo quintal. Elas deviam ter por volta dos 5 anos de idade, sendo uma delas ligeiramente mais velha que a outra. Ambas possuíam traços semelhantes no rosto, cabelos igualmente castanhos e usavam roupas de altíssima qualidade. Aparentavam ser irmãs.

A mais velha corria na frente enquanto segurava um leãozinho de pelúcia com uma mão e se virava periodicamente para incentivar a mais nova a correr mais rápido atrás dela. A mais nova, por sua vez, corria com os braços esticados para frente, tentando alcançar o leãozinho que a outra menina levava. Porém, a mais nova parecia esgotada e a cada passo dado sua respiração ficava mais e mais ofegante até que, por fim, ela tropeçou e caiu.

Algumas das pessoas uniformizadas logo se mobilizaram com a queda da garotinha e foram socorrê-la. A sua irmã parou de correr e se virou esperando que a menina levantasse e as duas pudessem voltar a correr. O homem de camisa social via a cena sem se preocupar, afinal é normal crianças caírem as vezes.

Mas algo estava estranho. Não havia sido apenas uma queda normal. A funcionária que primeiro chegou à garota ficou de joelhos e, após examinar a criança, olhou assustada na direção do homem bigodudo. Ele levantou imediatamente da cadeira, deixando a mulher de vermelho sem terminar a história que contava.

Latidos foram proferidos próximo à Eusine e Denas e eles mal tiveram tempo de se virar e ver dois cachorros (um bulldog e um doberman) correndo na direção deles. Com as bocas abertas, eles saltaram nos garotos. Eusine arregalou os olhos ao ver o dobberman que pulava nele se transformar em uma fração de segundos.

O que em um primeiro instante era um doberman de pelo preto bem cuidado e agilidade atlética, em pleno ar se transformou em um ser de carne apodrecida e ossos. Mesmo com o susto, Eusine ainda teve o reflexo de brandir seu arco e acertar o rosto dos restos do cão, que se desmanchou e não voltou a se levantar.

Denas não tinha tido tanta agilidade e o bulldog conseguiu saltar sobre ele, o pressionando no chão. O máximo que conseguira ter como reação havia sido puxar sua espada, que brandia quase que desesperadamente contra o cachorro-cadáver sentado em seu peito tentando morde-lo. O mais rápido que pôde, Eusine se levantou e chutou o bulldog para longe.

O garoto ofereceu a mão para Denas, que agradecidamente aceitou. De pé e em posição de batalha, ambos buscaram com o olhos os dois cachorros que os atacaram, mas estes estavam no chão como se já estivessem ali, apodrecendo, a bom tempo.

Os cães não foram as únicas coisas que mudaram ali no jardim da mansão. O lugar agora estava vazio de vida. Não só não havia sinal das pessoas que alguns minutos atrás estavam ali, como as árvores e a grama haviam morrido completamente, deixando para trás galhos apontando em todas as direções um solo seco e infértil. A névoa lilás que ambos garotos haviam visto de cima do muro estava novamente presente, porém não era densa a ponto de atrapalhar a visão.

Ambos ainda estavam respirando pesado por causa do susto, mas Eusine em especial olhava para os lados tentando entender onde aquelas pessoas estavam. Denas foi o primeiro a falar alguma coisa.

- Parece que acabamos de testemunhar algum tipo de ilusão. - Eusine virou o rosto para ele, prestando atenção. - Pode ser que tenha um mago poderoso ai dentro. Ou talvez alguma criatura.

- Talvez tenha sido a névoa.

- É. Mas nesse caso alguma coisa criou a névoa. - Denas ficou calado por um breve instante. - Se for culpa da névoa, estamos correndo risco só de estar respirando. Vá embora, eu prossigo sozinho.

- Mas ai você vai ficar sem ajuda, e eu falei que ia te ajudar.

- Olha... - Ele colocou a mão na testa. Odiava ter que explicar coisas. - Desde que comecei a estudar magia de alma e seres espirituais, me propus a investigar lugares assim para meu próprio aprimoramento. Você realmente não precisa me ajudar, eu faria de qualquer forma.

- Magia de alma?

- Esquece. - e se virou para a porta da mansão.

- Bom, minha meta é explorar vários locais, conhecer pessoas novas e ajudar no que eu puder. Então eu preciso estar aqui com você sim. Eu faria de qualquer forma. - Eusine sorriu sem que Denas pudesse ver. O meio-elfo suspirou e começou a andar.

- Então vamos logo. Não esqueça do perigo que já podemos estar passando.

- Verdade! - Eusine deu um salto no mesmo lugar e saiu correndo para a porta, colidindo com o braço de Denas.

- E-ei! Idiota! - E começou a correr também. - Que tal ter um pouco de cuidado! Ei!

Eusine chegou em poucos instantes e ficou parado em frente à porta, esperando o companheiro, que chegou alguns segundos depois, levemente cansado. Parecia querer dar um chute no arqueiro.

- Eu digo pra ter cuidado e você corre assim que nem um maluco?

- E também disse pra nos apressarmos.

- ... E eu sou mais maluco ainda por querer te seguir.

Eusine abriu a porta.

- S-seu...!

Denas saltou para o lado puxando Eusine e ambos ficaram encostados na parede do lado de fora da mansão. O coração de Denas batia rápido e ele tinha no olhar um misto de raiva e apreensão. Odiava quando as coisas não saiam do jeito que ele queria.

Eusine apenas mantinha um olhar de dúvida.

- Pode ter alguém ai dentro! - gritou Denas, o mais baixo que pôde.

- Claro, essa é a casa de alguém, ué.

- Não queremos ser encontrados, Eusine.

- Isso é tipo uma missão secreta?

- ... é.

- Ah! Era só ter falado antes...

Ambos ficaram quietos, atentos a qualquer som vindo de dentro, mas o interior da mansão parecia tão sem vida quanto seu exterior. Denas saiu de sua posição e lentamente caminhou para a porta aberta. O que viu foi apenas um grande salão, vazio exceto por pilastras de mármore que sustentavam o segundo andar. Haviam algumas portas no salão e, diretamente à frente, uma escada levava aos aposentos de cima.

- Parece seguro. Venha.

Lentamente e olhando para os lados, os garotos foram avançando pelo hall. A única iluminação existente vinha da luz do luar (que passava pela janela) após ser refratada pela névoa. Isso até as luzes se ligarem do nada. Algo está errado - pensou Denas.

Passos ecoaram do andar de cima e, imediatamente, Eusine e Denas correram para os lados e se esconderam atrás de pilastras. Os passos aumentaram gradativamente até que dois pares de pés (com seus respectivos corpos) surgiram no topo da escada e desceram para o hall central.

Após descerem as escadas, ambos pararam. Os garotos invasores, em suas respectivas pilastras, se moveram para ver quem eram as pessoas. Uma delas era conhecida: o homem de bigode e camisa social, que agora parecia bem mais cansado. Estava com os cabelos e camisa bagunçados e andava descalço, mas o bigode continuava impecável. O outro homem era destacadamente baixo, consideravelmente gordo e parcialmente careca. Usava um jaleco branco apertado e óculos que pareciam menores do que deveriam ser. Apresentava estar tranquilo.

- E então, doutor? - disse o homem de bigode - Qual a situação da minha filha?

- Infelizmente, não muito boa. Ela tem uma doença que não reconheci e aparenta estar piorando.

Eusine se perguntou como aquele médico conseguira dar aquela notícia de maneira tão calma.

- Bem, você é pago para saber essas coisas.

- Sim, eu sou. - disse o doutor, dando um sorriso - Irei ligar para todos os meus contatos, creio que ela ficará bem num piscar de olhos. Hoje ela já apresentou uma boa melhora.

O senhor de bigode suspirou aliviado.

- Só tem uma coisa que me preocupa. Os funcionários se apresentam bastante cansados e alguns tiveram febre, indicando que possa ser contagioso. Como ainda não sei qual é a doença, eu sugiro deixar a mansão de quarentena.

- Certo.

E então os dois desapareceram.

- ... Senhor bigode? O senhor ainda está por ai?

- É só uma ilusão, Eusine. Quem nem a última.

- Eu só estranhei que ninguém morto me atacou. E que as luzes ainda estejam acesas.

Denas olhou ao redor. Era verdade, agora o hall inteiro continuava iluminado, com a principal fonte de energia vindo de um grande candelabro no centro do teto. Olhou também para o segundo andar, e pôde perceber que as luzes de lá ainda estavam apagadas.

- Eles vieram de cima, imagino se quem está criando essas ilusões está nos esperando no segundo andar. - disse Denas - Acho que a pessoa quer que a gente suba, e sabe que nós sabemos disso.

- Então a gente fica aqui em baixo só pra contrariar ou vai pra cima mostrar que a gente nem liga?

- Vamos para cima porque lá está nosso objetivo.

- Tem certeza que não é pra mostrar que a gente nem liga?

Denas não respondeu.

--------------------

- Droga! Porcaria! « chocolate »! - gritava Eddy, enquanto chutava os portões da mansão.

Havia levantado mais do que irritado ao abrir os olhos e perceber que seus dois companheiros o haviam deixado dormindo. E ainda o cobriram! Isso com certeza tinha sido coisa do Eusine. Podia estar ainda ferido e mio abaixo do peso, mas se havia algo que Eduard Arroutson detestava era ser deixado de lado.

Graças ao enorme barulho que estava fazendo ao bater no portão (e que estava sendo completamente ineficaz em abrí-lo) o garoto nem se quer notou a aproximação de uma pessoa até que ela resolveu falar.

- Eu acho que existem

Com um grito de susto, Eduard pulou, girou e empunhou sua espada, tudo de uma vez só.

- Quem é você?! - disse com a voz mais imponente que conseguiu. O resultado não foi dos melhores, já que seu coração estava acelerado e a respiração bem rápida.

- ... eu acho que existem maneiras melhores de se abrir uma fechadura, como eu ia dizendo. Eu sou Audo, aliás. Sou um colecionador.

Em frente ao scandiano estava um homem por volta de seus 40 anos, os cabelos já acinzentados pelo tempo. Seu sobretudo aberto chamava atenção logo de cara, pois era cheio de bolsos em cada canto possível. Um dia ele havia sido vermelho, mas estava bem desbotado com o tempo. Fora isso suas roupas eram bem normais: camiseta branca por baixo do sobretudo, calças folgadas fechadas por um cordão de lã, óculos escuros e chinelos de dedo. Eddy logo lembrou de pijamas ao ver essas peças de roupa. Seu cabelo era curto e bagunçado, e a barriga proeminente para frente.

- Coleciona o quê? - disse Eddy, ainda com a espada empunhada. Olhava desconfiado para os muitos bolsos do tal colecionador. Em resposta, ele botou a mão num dos bolsos e tirou uma espécie de capsula branca semitransparente um pouco maior que a palma de sua mão.

- Por que você quer entrar na mansão? - desse o homem, girando a capsula em sua mão e olhando de cima a baixo o enorme portão em frente aos dois. Eddy fez uma careta.

- Meu amigo e um meio-elfo aleatório entraram ai pra investigar não sei o quê. Parece que ai dentro é meio mal assombrado. - o garoto tremeu um pouco ao dizer essas palavras e pensar no assunto.

- Assim espero. - ainda olhando para o portão, desta vez com olhar fixo na fechadura, abriu um sorriso.

De repente o homem parou de girar a capsula. Abriu-a com as duas mãos e a encostou na porta de ferro. Poucos instantes depois, uma aranha de pernas finas saiu de dentro da capsula e foi subindo a porta. Ao chegar na fechadura, a aranha se espremeu para dentro e não pôde mais ser vista.

- Então... você coleciona insetos? - disse Eddy, para quebrar o silêncio estranho que havia surgido. - Por que deixou sua coleção ir embora?

- Ela só foi fazer uma tarefa.

Com um estalo, o portão se abriu. A aranha andou até Audo e subiu no seu corpo, parando em sua mão e entrando novamente na capsula.

- Cara, que legal.

- Eu vou entrar. - disse enquanto andava para dentro do terreno da mansão sem ligar para a névoa lilás que estava por todos os lados - E aranhas não são insetos.

Eddy se apressou para acompanhar os passos do homem enquanto tentava não pensar naquela névoa bizarra e no ambiente completamente morto. Isso era bem difícil, considerando o quanto cada árvore seca parecia querer agarrá-los com os galhos sem folhas, que as coisas pareciam mudar de lugar e o modo como a mansão projetava uma larga sombra para cima de ambos. Sua respiração estava rápida e andava mais perto de Audo do que se orgulhava.

Latidos foram desferidos a frente deles, o que foi a distração perfeita para Eddy mostrar para si mesmo que não estava assustado. Pulou para frente e, bem na hora que dois cachorros iriam saltar neles, brandiu sua espada e os derrubou ao chão, em pedaços.

- Há! Viu só?! Um golpe!

Audo parecia mais impressionado com os cachorros do que com o golpe de Eduard. Ele lentamente se dirigiu para o bulldog em pedaços no chão, se ajoelhou, puxou uma capsula do bolso, girou duas vezes e a encostou no crânio do cão. Com um breve brilho branco, ele desapareceu.

- Bem que eu precisava de mais um cachorro zumbi.

Eddy observava a cena, atônito e incomodado de seu golpe não ter sido notado.

- O que é esse negócio, afinal?

- Apenas uma mistura de tecnologia, magia, saliva e sorte.

- Ah, claro.

Audo deu um pequeno sorriso, se levantou e foi andando para a mansão. Eddy resolveu continuar o seguindo.

--------------------

O andar de cima, mesmo que levemente iluminado, não dava nenhuma confiança aos garotos. O ar era pesado e cada passo parecia levá-los ao mesmo lugar. Os quadros na parede não eram nada reconfortantes: o soldado de armadura parecia segui-los com o olhar ameaçador, o barco afundando parecia real e desesperador, a torre solitária era triste e desolada. As portas continham histórias demais para serem abertas.

Os dois pararam simultaneamente. Denas pôs a mão na espada na cintura e manteve o olhar focado em um ponto a frente de ambos, enquanto Eusine parou como reação a um estranho calafrio que percorreu o corpo inteiro.

- Um fantasma. - disse Eusine.

- Consegue ver?

- Acho que sentir é a palavra certa. E agora?

- Está se movendo. - respondeu Denas, também se pondo em movimento. Eusine o seguiu, levando alguns instantes para perceber que Denas via algo que ele não conseguia. Eles pararam na primeira porta à direita.

- Está aqui dentro. - disse Denas, mas não era necessário. O calafrio em Eusine só tinha aumentado. Até que a porta se abriu e o calafrio passou.

A porta foi aberta e os garotos se depararam novamente com o homem de bigode. Seus pelos faciais não estavam mais tão formosos, até porque o dono deles não parecia em condições de cuidá-los. O local era uma pequena enfermaria, iluminada por uma fraca luz amarela. No centro dela estava uma cama, com o homem de bigode dormindo, coberto dos pés à cabeça. Ao seu lado a esposa se mantinha em pé com um sorriso fraco apesar de cansada e sem energias. No canto da enfermaria, Eusine notou o médico sentado em uma poltrona. Não parecia estar respirando.

O homem abriu os olhos lentamente e, após alguns segundos, também abriu a boca. Sua voz saiu baixa, mas ecoando pela enfermaria silenciosa.

- Onde está o médico?

- Morto, querido. - A esposa mantinha o sorriso fraco no rosto.

- Que nem todos os outros. - disse, com uma breve risada seca. A mulher também riu. - É uma pena.

- Se é uma pena, por que estamos rindo?

- Porque vamos nos reencontrar com nossas filhas.

E então todos sumiram.

- Que triste. - disse Eusine. Os garotos nem haviam tentado se esconder dessa vez.

O calafrio voltou em Eusine, com força total. Subitamente, ele puxou Denas para baixo bem antes de um vento frio passar por cima deles.

- Como- - Denas tentou falar, mas logo foi interrompido.

- Ta indo pro andar de baixo! O que a gente faz?

- Vamos atrás.

Ambos se levantaram e saíram correndo de volta.

--------------------

Após entrar na mansão, Audo deu alguns passos dentro do hall e parou, sem olhar para algum lugar em especial, pensando silenciosamente no próximo passo. Eddy andava para todos os lados observando tudo como se estivesse em alguma excursão escolar.

-Pra que lado vamos?

Ao invés de responder, Audo clicou em um botão na lateral dos óculos escuros e sorriu.

- Justo quem eu estava esperando.

Com um movimento rápido, puxou duas capsulas de dentro do sobretudo. Uma delas ele apertou, girou e atirou para frente. Dela saiu um monstro grotesco.

A princípio seu corpo parecia com o de um cavalo, com a mesma altura, as mesmas quatro pernas, os meus cascos. Ele tinha, porém, uma forte coloração verde escura e um torso extremamente grande para os lados e para cima, com um formato que seria esférico se não fosse achatado por cima. A boca era enorme e sem lábios, deixando a mostra enormes dentes brancos.

Audo apontou para o topo da escadaria, o monstro abriu a boca gigantesca e com uma força absurda começou a sugar tudo a sua frente.


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Espero que tenham gostado! Comentem se possível, quero ler as opiniões de vocês.

Pra fins de curiosidade, até a parte que os garotos são atacados pelos cachorros eu já tinha escrito faz tempo. Acho que ficou descritivo demais, da até pra notar a diferença entre o resto do texto. Falando nisso, desculpa pelo capítulo grande.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQui 24 Ago 2017 - 20:55

Primeiro de tudo, milagre ver isso sendo escrito de novo!

De qualquer forma, este é um capítulo interessante. A primeira visão da mansão assombrada foi interessante, não esperava uma festa como a primeira coisa a se ver. Uma pena que eram só ilusões, mas acho que era de se esperar. Uma coisa estranha é que não entendi direito qual a condição de ativação das ilusões? E como aparentemente só cachorros fantasmas veem os humanos.

Also esse Audo(se pronuncia Aúdo ou Aldo?) é bem suspeito, ignorando perguntas do Eddy e falando de cuspe...

Falando no Eddy, é engraçado ver ele com medo de fantasmas e querendo ser notado. Estranho como ele não teve medo do cachorro fantasma?

Enfim, bom capítulo, vamos ver quando o próximo sai.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQui 24 Ago 2017 - 22:41

Agora que o próximo Dimentiano/Pathiano/Wayfarer/Sei-lá-o-que-é-desta-vez será o (In)famoso Galleom! Como será que vai ser o Galleom? Espero que ele seja com melhores termos com o Eusine!

A mansão... ele parece meio macabro mesmo. Com uma festa? Depois uma drama envolvendo filhos doentes e doutores estranhos? Não importa, pois isso foi só uma ilusão, certo?

E que bela sorte, um monstro, logo antes de acabar o capítulo, tenho certeza que Eusine, Denas, Eddy e Audo iriam serem comidos logo no próximo capítulo, se não agirem logo! Vamos torcer que o monstro seja uma outra ilusão, certo? ;D

Desculpa a falta de comentários até agora, falta de imaginação e não sei o que comentar até ler de novo!
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MensagemAssunto: Capítulo 16 - Confrontos e Comilanças   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQua 27 Dez 2017 - 23:09

Olá! Desculpem o atraso que eu sei que vocês já esperavam, foi culpa de fatores pessoais e faculdade, como sempre.

Mr.Galleom escreveu:
De qualquer forma, este é um capítulo interessante. A primeira visão da mansão assombrada foi interessante, não esperava uma festa como a primeira coisa a se ver. Uma pena que eram só ilusões, mas acho que era de se esperar. Uma coisa estranha é que não entendi direito qual a condição de ativação das ilusões? E como aparentemente só cachorros fantasmas veem os humanos.

Aparentemente as ilusões são ativadas quando chegam no local. A questão dos cachorros é que eles não eram ilusões também. Só a aparência normal é que era.

Mr.Galleom escreveu:
Also esse Audo(se pronuncia Aúdo ou Aldo?) é bem suspeito, ignorando perguntas do Eddy e falando de cuspe...

Ele é estranho, não? O nome se pronuncia Aúdo. E isso não é porque eu confundi a escrita de Aldo.

FireAlex escreveu:
Agora que o próximo Dimentiano/Pathiano/Wayfarer/Sei-lá-o-que-é-desta-vez será o (In)famoso Galleom! Como será que vai ser o Galleom? Espero que ele seja com melhores termos com o Eusine!

Vamos usar o termo Dimentiano mesmo. Será que o próximo será o Galleom? Não tem outro que você está esquecendo? The Evil Smile

FireAlex escreveu:
A mansão... ele parece meio macabro mesmo. Com uma festa? Depois uma drama envolvendo filhos doentes e doutores estranhos? Não importa, pois isso foi só uma ilusão, certo?

É um drama estranho? Não sei se combinou afinal...

Ah, há uma coisa que queria comentar antes de começar o capítulo. Existem dois tipos de seres que vivem nesse mundo e que podem causar certa confusão quanto à sua denominação. São esses: criaturas e monstros. Já expliquei isso em algum lugar (provavelmente em outro tópico), mas como faz tempo vou explicar de novo:

Criaturas são seres mágicos que habitam esse mundo e podem ou não serem hostis. Um exemplo que estará presente na história atual é a “criatura-nuvem”, que só faz flutuar por aí soprando ou sugando vento.

Monstros são seres das trevas, que surgem quando o caos, vindo de uma dimensão paralela sombria, se liga à primeira coisa que encontra e forma seres bizarros e distorcidos cuja única função é destruir. Um exemplo desses surgiu bem no final do capítulo anterior:

No último capítulo:
Após entrar na mansão, Audo deu alguns passos dentro do hall e parou, sem olhar para algum lugar em especial, pensando silenciosamente no próximo passo. Eddy andava para todos os lados observando tudo como se estivesse em alguma excursão escolar.

- Pra que lado vamos?

Ao invés de responder, Audo clicou em um botão na lateral dos óculos escuros e sorriu.

- Justo quem eu estava esperando.

Com um movimento rápido, puxou duas capsulas de dentro do sobretudo. Uma delas ele apertou, girou e atirou para frente. Dela saiu um monstro grotesco.

A princípio seu corpo parecia com o de um cavalo, com a mesma altura, as mesmas quatro pernas, os meus cascos. Ele tinha, porém, uma forte coloração verde escura e um torso extremamente grande para os lados e para cima, com um formato que seria esférico se não fosse achatado por cima. A boca era enorme e sem lábios, deixando a mostra enormes dentes brancos.

Audo apontou para o topo da escadaria, o monstro abriu a boca gigantesca e com uma força absurda começou a sugar tudo a sua frente.

Agora, finalmente, vamos ao capítulo 16!

Capítulo 16 - Confrontos e Comilanças

Eusine e Denas foram surpreendidos quando seus pés subitamente foram erguidos do chão e seus corpos sugados para o andar abaixo. Girando no ar, Eusine viu uma figura assustadora com uma enorme boca aberta os esperando. Após um pouco de foco e mais dois giros no ar, Eusine atirou uma flecha. Não estava com vontade alguma de ter um encontro com o sistema digestivo da criatura.

Como planejado, a flecha atingiu os parafusos que prendiam o enorme candelabro do teto, soltando-o e fazendo com que este despencasse. Com um estrondo, o candelabro atingiu o monstro, que cessou sua sucção ao ser completamente esmagado contra o chão. Suavemente (nem tanto) os garotos pousaram no topo do candelabro e em frente à Eddy e Audo.

- Eusine! E o cara meio-vampiro!

- Eu não vou me dar ao trabalho de responder dessa vez.

- Eddy! - disse Eusine, com as mãos na cintura e um leve tom de repreensão na voz. - Quem mandou deixar essa coisa entrar dentro de casa?

- Mas não fui eu, foi o Audo! - disse enquanto apontava para o homem de sobretudo desbotado.

Audo, por sua vez, nem prestava atenção aos garotos. Como uma criança que ganha um novo brinquedo, girava uma capsula em suas mãos enquanto sorria para ela de maneira quase que doentia.

- Ei! Audo! - chamou Eddy, com toda a autoridade que seus 9 anos garantiam. Com o sorriso levemente desfeito, decidiu olhar para os jovens que se encontravam ali.

- O que foi?

- Por que criou um monstro pra comer meus amigos?

- Esse não é o termo certo. O correto é...

- Eu to pouco me lixando.

- ... invocar. Eu não criei ele, apenas o capturei e agora o liberei.

- Você não respondeu a pergunta. - disse Denas, dando um passo a frente. Estava irritado por ter sido atacado e considerava o homem como uma clara ameaça.

- Eu não fazia ideia de que vocês estavam lá encima. Mirei apenas nesse ouro aqui. - disse enquanto estendia a capsula em sua mão. Os meninos olharam sem entender, o que fez Audo suspirar decepcionado. - Eu acabei de capturar um espírito.

Dessa vez ele obteve o efeito desejado. Os garotos se sobressaltaram e olharam assustados para a capsula. Denas lentamente olhava para baixo, para o monstro que agora estava soterrado pelo candelabro, percebendo que quando aquele estranho disseram que o havia capturado estava se referindo a prendê-lo em uma capsula também.

- Você consegue por o que quiser nessas capsulas? - perguntou Denas. Audo assentiu com a cabeça. Lentamente, o meio-elfo começou a se irritar. - Você percebe que acaba de prender a alma de um ser humano aí dentro?

- Você percebe o quanto é difícil capturar espíritos? Eu estou a anos tentando.

O monstro se sacudiu embaixo do candelabro, e Eusine e Denas pularam para o chão, ficando ao lado de Eddy. A coisa, porém, continuou presa e logo parou de se movimentar. Com as atenções voltadas para Audo, os três apontaram suas espadas e arco para ele.

- É melhor você soltá-lo. - disse Denas, sério.

- Eu não sabia que você era do mal. - disse Eddy, desnorteado.

- Qual é a graça de prender coisas ai dentro? - disse Eusine, curioso.

Audo suspirou e deu um passo para trás.

- Vocês não ouviram o que acabei de dizer? - Guardou a capsula em um dos bolsos do sobretudo -  É muito difícil capturar espíritos. - e em troca pegou outras duas. - Não estou disposto a me desfazer deste aqui.

Dizendo isso, apertou e girou uma de suas capsulas. De dentro saiu uma criatura amarela em formato de nuvem, porém com olhos grandes que piscavam que parecia caracterizá-la como um ser vivo. Estava com sono e insatisfeita por ter sido solta justo na hora do cochilo. Não era muito alta, mas possuía largura equivalente a dois Audos. Sua forma exata ficava mudando a cada segundo.

O colecionador saltou nas costas da criatura nuvem, que, com os olhos arregalados, fez surgir uma boca abaixo dos olhos e começou a soprar ar com uma força absurda que arremessou os garotos em direção à parede.

Denas colidiu de costas com a parede, onde deslizou até ficar sentado no chão, com a cabeça baixa. De alguma forma continuava segurando a espada. Eusine, por sua vez, havia conseguido se agarrar a uma pilastra e resistia contra o vento que ininterruptamente continuava a sopra-lo para trás. Seu chapéu e arco voaram, caindo, respectivamente, na cabeça e no colo de Denas.

O único que havia resistido era Eddy, que, apesar de ter sido arrastado vários metros para trás, continuava de pé. Seus braços formavam um X na frente de seu corpo. Aos poucos, começou a avançar contra a criatura nuvem e o homem de casaco desbotado.

- Você é o mais persistente, quem diria. - disse Audo, sem parecer verdadeiramente surpreso. Pressionou a outra capsula que estava em sua mão e a arremessou no ar. Antes que esta pudesse tocar no chão, uma centopeia em chamas se libertou e começou a voar em direção ao scandiano.

Eddy se assustou com a visão da criatura incandescente vindo em sua direção, mas manteve sua postura firme e golpeou a centopeia na cabeça com sua espada de madeira. O garoto sorriu enquanto a criatura se contorcia por conta do golpe recebido, mas o sorriso durou apenas até a parte traseira da centopeia atingir o seu rosto.

- Argh! - grunhiu ele, antes de brandir a espada de madeira novamente e atingir, de cima a baixo, o centro da centopeia. Em resposta, esta girou no ar e acertou, com a cabeça, o peito de Eddy, que cambaleou para trás e quase se deixou ser jogado contra a parede por conta do vento. A centopeia recuou, girando no ar em padrões estranhos. O vento não parecia influenciar ela pela forma como naturalmente ia facilmente para frente ou para trás. Eddy, por sua vez, sentira o impacto do golpe. Por ter sido à curta distância, o calor das chamas havia deixado o seu rosto e peito bem doloridos. Sem falar de sua espada, que por conta dos dois golpes estava com a madeira quase completamente preta. Não ia resistir por muito tempo.

Eusine, vendo o quanto estava ruim para Eddy, sabia que teria de fazer alguma coisa. Largou a pilastra, se deixando levar pelo vento, e foi deslizando no chão até chegar em Denas, que se mantinha sentado contra a parede.

- Denas, você ta bem?

Ele levou um tempo para olhar para cima e responder. Sua cabeça sangrava.

- Estou, só preciso de mais um minuto...

- Talvez Eddy não tenha mais um minuto. – falou enquanto olhava para o scandiano, que estava prestes a receber um ataque direto. A centopeia se jogou contra o peito do garoto, que só teve tempo de cruzar a espada na frente. Já danificada, a espada de madeira quebrou com o impacto e deixou o seu espadachim livre para receber diretamente o golpe peito. Enquanto isso, Eusine pegava o seu arco do colo de Denas e a espada que estava com ele e combinava as duas. Mirando o arco em um ângulo de 45° na direção de Audo e a criatura-nuvem, ele disparou a espada.

Por alguns segundos pareceu que a lâmina iria atingir o homem encima da nuvem, mas, quando estava próxima de atingir Audo, foi pega pela corrente de ar e voou rumo a Eddy e a centopeia-voadora-flamejante.

- A sua mira é bem ruim. – disse o homem, sorrindo ao ver a espada voando para longe dele.

- Eu não mirei em você.

A centopeia, mesmo estando de costas, fez um giro em espiral no ar e permitiu que a espada passasse pelo círculo criado pelo corpo dela. Assim, a espada voou livre em direção ao pescoço de Eddy. O sorriso de Audo aumentou novamente. Parecia estar se divertindo muito mais do que o esperado.

Eddy pegou a espada pelo cabo e, dessa vez, foi ele quem sorriu.

- Heh, obrigado por isso.

A centopeia novamente impulsionou se corpo em um ataque direto. Com três movimentos rápidos do garoto, a criatura caiu no chão em pedaços, derrotada para sempre. Eddy caiu de joelhos, ainda com a espada em mãos, esgotado e ferido.

O sorriso de Audo desapareceu, sendo logo substituído por uma expressão de susto por conta de um súbito movimento ao seu lado. O ser deformado tentava se erguer e tirar o candelabro de cima de si. Curiosa e também assustada com o barulho ao seu lado, a criatura nuvem, que ainda estava embaixo de Audo, se virou para olhar. O vento soprado por ela ergueu os restos do candelabro, o que ajudou o monstro verde a se livrar dos destroços.

Arqueando o corpo para trás após se levantar, o monstro soltou um rugido terrível com sua boca apontando para o teto. Em um movimento bruto e súbito, abriu sua enorme mandíbula em direção à Audo e avançou. A criatura nuvem se sobressaltou com medo, derrubando Audo para trás, no chão. Ela foi devorada em uma única mordida, enquanto seu dono se manteve a salvo sentado no piso de mármore da mansão.

O monstro comilão não pareceu reagir muito bem ao que tinha acabado de comer. Audo se arrastou para longe enquanto o monstro se contorcia em dor e parecia prestes a vomitar. Isso não aconteceu, mas, gradativamente enquanto se contorcia, a cor daquele estranho ser começou a mudar de verde para amarelo. Seu corpo passou a levitar e a parte traseira mudou de forma, ficando bem similar ao da nuvem oscilante e variável.

- Ele absorveu e assimilou... – disse Audo, ainda no chão. Ele, assim como os garotos que observavam a cena, estava bastante surpreso.

Sem muitas cerimônias, o monstro recém evoluído voou em direção a Eddy, com sua enorme boca escancarada e seus dentes irregulares à mostra. Correndo com todas as forças, Eusine alcançou Eddy e jogou seu corpo por cima do dele, fazendo com que ambos rolassem no chão para longe do ataque do monstro. Se esforçando ao máximo, ajudou o scandiano a ficar de pé e começou a arrastá-lo em direção a escada que leva ao segundo andar. Olhou para trás e viu Denas forçando a se levantar para fugir do ataque do monstro comilão, que o havia notado após perder seu alvo anterior.

Após chegar na escadaria, Eusine soltou Eddy, que, sem apoio, caiu sentado no chão ao lado dos degraus mais baixos.

- Fique aqui, deixa tudo comigo e com o Denas agora.

- Daqui a pouco eu melhoro e vou ajudar vocês.

- Mas não vai mesmo. – respondeu, pegando de volta a espada de Denas.

Eusine se levantou e viu Denas fugindo pelo hall principal com o monstro amarelo em seu encalço. Se afastando de Eddy, o garoto colocou 3 flechas no arco e as atirou simultaneamente. Todas atingiram seu alvo, fazendo com que o monstro soltasse um rugido de dor e voltasse suas atenções para quem o havia atacado. Antes de atacar, porém, ele se dirigiu para uma pilastra próxima e a mordeu lateralmente, arrancando um enorme pedaço. Mastigando, virou o seu corpo para Eusine.

- Oh-oh.

O monstro abriu sua boca e pedaços de concreto da pilastra voaram para o arqueiro, que fugiu correndo e pulando lateralmente. Os projeteis se fincavam na parede, quebravam janelas e chegaram até a derrubar uma outra pilastra. Eusine continuou a desviar saltando até parar coincidentemente ao lado de Denas bem no momento que o ataque cessava.

- Toma, pega. – disse Eusine, entregando de volta a espada.

- Obrigado. O que faremos para derrota-lo? – respondeu e perguntou o meio-elfo, que observava o monstro flutuar em direção ao candelabro jogado ao chão e começar a comê-lo. – O ataque logo irá recomeçar.

- Não sei. Ele se machuca com as flechadas, mas não parece mais fraco por isso.

- Talvez meu golpe ajude, então.

Dizendo isso, Denas estendeu a espada. Após alguns segundos, ela começou a soltar um forte brilho esbranquiçado.

- Eita! O que é isso?

- Minha energia vital. Quando minha espada está assim, ela é capaz de ferir a própria essência de um ser.

- ... Não sei como isso funciona, mas parece forte.

O monstro terminava sua refeição e novamente virava seu corpo para os garotos. Avançou, cuspindo metal e vidro nos garotos, que pularam para lados diferentes e começaram a correr para frente. A parede atrás deles rachou com o impacto dos projéteis.

Confuso com relação a quem iria atacar agora, o monstro balançou sua cabeça para esquerda e para a direita, fitando ambos por um tempo. Por fim, preferiu focar no que mais o havia ferido e concentrou seus disparos em Eusine.

- Heh, esse foi um erro. – disse Denas, que se aproximava do monstro. Pulou, concentrando ainda mais a energia em sua espada. – Corte de Alma!

O ataque atingiu em cheio o monstro, que passou a urrar e se contorcer violentamente. Parecia que o golpe havia sido bem eficaz. Aproveitando, Eusine atirou, consecutivamente, duas flechas no corpo amarelo do ser destorcido. Com o olhar cheio de raiva e dor, ele flutuou para Eusine, com a boca preparada para abocanhá-lo.

- Mais uma vez, Denas!

Obedecendo o chamado, o meio-elfo golpeou mais uma vez o monstro, dessa vez em sua parte traseira. Ele rugiu para cima, cuspindo pedaços de candelabro, que choveram em todo o hall principal. As pernas de Denas tremiam, e ele precisou se apoiar em sua espada.

- Acho que não consigo mais usar o golpe.

- Não tem problema, acabei de ter uma ideia. – disse Eusine, correndo com um sorriso no rosto. Saltou nas costas do monstro, preparou uma flecha e atirou. Rugindo furioso, o monstro arqueou o corpo tentando morder o garoto loiro em suas costas. Com mais raiva ainda por não conseguir atingir, girava e tentava morder novamente. Seu corpo cada vez flutuava para cima, conforme ele desesperadamente tentava abocanhar Eusine. Nem ao notou quando o garoto largou suas costas e voltou para o chão.

O monstro atingiu o teto com uma mordida, fazendo com que enormes pedaços do teto se soltassem e viessem abaixo junto com ele, que gritava em desespero. Eusine e Denas correram e foram lançados para longe com o impacto do enorme peso atingindo o centro do hall.

--------------------

Cobertos de poeira, os dois se ergueram lentamente do chão. A luz da lua entrava pelo buraco no teto, exatamente no centro do hall principal, e iluminava uma pirâmide de destroços que cobria um monstro terrível.

- Parece que conseguimos. – disse Denas, se aproximando dos destroços. Parecia orgulhoso e cansado ao mesmo tempo.

Eusine concordou com a cabeça, sorrindo para Denas. Apesar de ter recebido alguns ferimentos, era o que menos havia se cansado dos três. Olhou para os lados e ficou feliz em ver Eddy dormindo na escada, sem nenhum ferimento novo no corpo. Sabia que o garoto era forte e iria ficar bem. Por outro lado, não viu a outra pessoa que esperava encontrar por ali.

- Onde está Audo?

--------------------
Obrigado pra você que leu até o fim! O próximo capítulo e conclusão desse arco vai sair semana que vem. Provavelmente...
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyTer 23 Jan 2018 - 8:43

Neste episódio em Eusine Chronicles: Pocket Spirits Edition...

Er, eu demorei consideravelmente mais do que esperava pra responder esse negócio, mas enfim... eu achava Audo suspeito, mas não pensava que iria trair/atacar Eusine e os outros tão cedo, lol.

Acho que poderia trabalhar um pouco mais nas descrições dos espíritos, essa do cavalo ficou estranha. (Não especificou que se a cabeça era de cavalo ou não? E não muita coisa indicou poderes de sucção.)

Durante a luta contra a centopeia, quando a espada ficou preta também demorou um pouco pra mim notar que era por causa do fogo, ter mais foco narrativo no fogo da centopeia teria sido bom.

Uh, estranho que o cavalo verde tenha ficado tanto tempo sem fazer nada, pensava até que Audo tinha feito o troço voltar.

A luta em geral apresentou bem os pontos fortes dos 3, com Eusine sendo esperto generalista, Eddy como tanque e Denas como espadachim mágico, então acho que foi uma boa luta.

Imagino onde está Audo e o que vai acontecer depois...

... O nome do Audo foi baseado no do Waldo?
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyTer 23 Jan 2018 - 21:41

Ai, Ai, como eu detesto que o meu trabalho comesse o meu tempo livre... Mas pelo menos, estou vivo ainda!

Audo! Você é um traidor malvado! Pelo menos a justiça foi feita por ter detonado o seu espirito, mas do jeito que você fez, não acho que você vai fugir tão fácil assim!

Então o capitulo final involverá a luta entre o trio contra ele? Vai ser interessante.

Shinpi: Bem, se o assunto for o Daniel e essa tal de Ranshi, não se preocupe pois eu já finalmente acalmei eles, Ufa, como eles eram irritantes, eles não se quietam tão fácil.

Mas eu sou muito mais paciente que eles, então se for me colocar na sua historia, pode fazer a vontade, mas tenha certeza que eu seja muito boa, tudo bem? ;D


Obrigado, Shinpi, mas duvido que ele esteja referindo de você ou eles, mas quem sabe um dia?
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MensagemAssunto: Capítulo 17 – Resolução à Luz do Luar   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyDom 28 Jan 2018 - 12:57

Yeah! Obrigado pelos comentários, vou respondê-los antes de tudo.

Mr.Galleom escreveu:
Er, eu demorei consideravelmente mais do que esperava pra responder esse negócio, mas enfim... eu achava Audo suspeito, mas não pensava que iria trair/atacar Eusine e os outros tão cedo, lol.

Acho que poderia trabalhar um pouco mais nas descrições dos espíritos, essa do cavalo ficou estranha. (Não especificou que se a cabeça era de cavalo ou não? E não muita coisa indicou poderes de sucção.)

Durante a luta contra a centopeia, quando a espada ficou preta também demorou um pouco pra mim notar que era por causa do fogo, ter mais foco narrativo no fogo da centopeia teria sido bom.

Certo, então basicamente faltou certa descrição em alguns trechos. Críticas anotadas.

Mr.Galleom escreveu:
Uh, estranho que o cavalo verde tenha ficado tanto tempo sem fazer nada, pensava até que Audo tinha feito o troço voltar.

Bom, ele tinha sido esmagado por um candelabro no começo, isso foi citado.

Mr.Galleom escreveu:
... O nome do Audo foi baseado no do Waldo?

O quê? Não. theNewF6

Firealex escreveu:
Shinpi: Bem, se o assunto for o Daniel e essa tal de Ranshi, não se preocupe pois eu já finalmente acalmei eles, Ufa, como eles eram irritantes, eles não se quietam tão fácil.

Mas eu sou muito mais paciente que eles, então se for me colocar na sua historia, pode fazer a vontade, mas tenha certeza que eu seja muito boa, tudo bem? ;D

Shinpi impaciente! Deveria treinar um pouco a paciência, faria bem.

Enfim, vamos ao capítulo 17! Terminando esse pequeno arco da história da mansão. Olhando para trás eu vejo que pedi uma boa chance de colocar umas ideias loucas/aleatórias em prática uns dois ou três capítulos atrás, e por conta disso tudo ficou meio "sem sal". Fora que a história em geral ta meio parada. No momento quero terminar a primeira saga com todo mundo se conhecendo e caracterizando os Dimentios para então me concentrar na próxima saga ou próxima história. Mas ainda teremos uns 7 capítulos por aqui.

Enfim, aqui vai o capítulo! Espero que gostem, tentei deixar a escrita mais interessante em geral e não me estender muito, ao mesmo usando o final para fazer meio que uma transição para o próximo arco.

Capítulo 17 – Resolução à Luz do Luar

Audo aos poucos se aproximava dos portões da mansão, mancando em meio a névoa púrpura que voltara a cobrir o jardim de árvores mortas. Em algum momento da estranha batalha entre aqueles três garotos e um de seus monstros mais poderosos ele acabara sendo atingido na perna direita por destroços de uma pilastra recém-mastigada enquanto tentava fugir do local de combate.

Carregando sua mais nova e premiada captura em mãos, o colecionador ansiava por atravessar os portões de ferro e liberar sua montaria de uma das capsulas. Em poucos minutos estaria longe e seguro o bastante para que pudesse tratar seu ferimento. No momento sua maior preocupação era escapar do alcance do próprio monstro enquanto este estivesse fora de controle. Eventualmente voltaria ao local, pois estava mais do que interessado em recapturar o monstro agora que havia evoluído.

Ao ouvir um grande barulho de explosão e se virar para testemunhar parte do teto da mansão afundar e atingir o chão com forte impacto, teve certeza de ter feito uma boa escolha. Parecia que o monstro não ia parar enquanto não destruísse tudo ao redor.

Faltando apenas cerca de três metros para alcançar os portões, uma voz soou diretamente atrás de Audo:

- Hey!

Ele reagiu tarde demais e, antes que pudesse se virar com alguma capsula útil em mãos, já havia sido jogado de bruços no chão e tinha um garoto loiro sentado em suas costas. A capsula em mãos saiu rolando.

- Peguei ele! E agora? – disse Eusine, o garoto loiro em questão.

Eusine olhou para trás, vendo seus amigos se aproximarem correndo sem muita energia. Eddy estava fraco fisicamente, enquanto Denas se encontrava fraco espiritualmente. O primeiro chegou dando um chute no estômago de Audo e o segundo foi direto para a capsula que continha o espírito.

- Ai!

- Você não precisava ter feito isso. – repreendeu Eusine.

- E ele não precisava ter causado essas queimaduras. – respondeu Eddy, apontando para o próprio peito. Tinha uma grande queimadura de primeiro grau e sua camisa estava tão queimada que o garoto preferira rasga-la por completo e andar apenas de bermuda.
Audo estava em choque. A destruição que ele havia visto antes havia sido causada pelo monstro ou por aqueles garotos? Qualquer que fosse a resposta, aquelas três crianças estavam ali em pé enquanto o adversário delas havia ficado para trás. Eram mais fortes que ele havia previsto. Ainda com Eusine em suas costas, esticou lentamente um braço para alcançar um bolso interno do sobretudo quando foi parado por Denas, que alongou os dois braços do colecionador para trás.

- Algemas!

Luz brilhou nas mãos de Denas e consumiu o pulso de Audo. Após um flash, um par de algemas brancas surgiu onde antes havia luz. Com outro flash, uma chave apareceu nas mãos de Denas e ele trancou as algemas.

- Pode sair de cima dele, agora não vai poder fazer muita coisa.

- Como você fez isso? Com a alma também? – perguntou Eusine, se levantando.

- Exato. Da para fazer muita coisa com energia, inclusive materiais sólidos. Mas ainda tenho muito o que aprender e muito o que treinar... – Denas bocejou, parecendo subitamente cansado e com sono. – Bom, vamos soltar essa pobre alma.

Denas girou a capsula e ela se abriu, liberando o espírito. Eusine teve um calafrio e sentiu, apesar de não ter visto nada, aquele ser flutuando ao redor deles e depois se dirigindo para outro local do jardim.

- É impressão minha ou foi para a mangueira? – disse Eusine, apontando para uma grande árvore morta onde antes, à sua sombra, eles haviam visto um aniversário infantil.

- Você consegue ver, Eusine? – perguntou Denas, ligeiramente surpreso.

- Não, eu só senti.

- Ah, certo. Bom, ela está nos esperando. Deve querer mostrar algo.

- Vocês tão ficando malucos. – disse Eddy, olhando para os dois e tentando esconder o medo em sua voz. Cada vez gostava menos daqueles papos sobre espíritos.

Os três deixaram Audo no chão, com as mãos algemadas e a perna direita quebrada e foram em direção da mangueira.

Quando faltavam apenas poucos passos, Denas fez sinal que parassem.

- Ela entrou em casa. – disse, apontando para uma janela suja e quebrada em frente da mangueira. Parecia dar em um quarto.

- A gente vai ter que entrar e ir atrás? – disse Eddy, que parecia completamente sem vontade de realizar aquela tarefa.

- Ela está parada esperando. O que ela quer mostrar deve estar perto.

- Hum. – Eddy olhava seriamente em direção do quarto e para a janela que teria de pular para voltar para o interior da mansão. – Acho que vou ficar aqui fora. Vigiando a mangueira, sabe?

Surpreendentemente, Denas não conseguiu conter o risco e começou a rir.

- Cala a boca! Desde quando você ri? Sorte que eu estou cansado, se não eu te quebrava na « dança »...

Ignorando um emburrado Eddy, que ficou de braços cruzados com as costas apoiadas na mangueira, Eusine e Denas pularam a janela e adentraram num quarto de criança.

Assim como o resto da mansão, o quarto parecia já ter sido muito bonito em seus tempos de glória. No momento, porém, os móveis requintados abandonados para juntar poeira e ser destruídos por cupins e traças traziam apenas a sensação de abandono, de assuntos inacabados e de tristeza.

Após os dois passarem em fila pela janela, Eusine sentiu um calafrio enquanto olhava ao seu redor examinando o quarto.

- Acho que ela passou dentro de mim. – disse ele, sem saber bem o que isso poderia significar.

- Não se preocupe, ela apenas passou por cima da sua cabeça. – fez uma pausa, olhando ao redor - Agora, começou a girar pelo teto do quarto. Não parece hostil, apenas confusa.

- Bom, acho que ela quer que a gente gire também pra não se sentir sozinha. Ou quer que a gente procure ao redor.

- Concordo.

- Ótimo. Sentido horário ou anti-horário?

- ...

Ignorando a resposta, o meio-elfo se virou de costas e caminhou em direção da porta de um dos armários do quarto. A porta era também um espelho, que de tão sujo tornava difícil visualizar até mesmo um reflexo distorcido. Dentro, não encontrou nada além de roupas em farrapos, que não eram muito significativas para o momento.

Eusine também começou a vasculhar as coisas do quarto, após perceber que girar não daria muito certo. Primeiro tentou ver embaixo das camas, onde encontrou latas de feijão vazias, brinquedos abandonados e quebrados e o lar de alguns ratos anormalmente grandes. Certamente uma descoberta mais significativa que a de Denas, mas ainda assim igualmente irrelevante.

Após isso, resolveu abrir as gavetas de uma cômoda localizada entre as camas, onde encontrou pedras pequenas e coloridas, vários desenhos em folhas de papel avulsas (que estavam em pedaços) e um diário.

- Você encontrou. – disse Denas. Eusine se virou, com o diário em mãos. – Ela parou de se mexer e está olhando para você.

O meio-elfo deu dois passos e puxou o caderno das mãos de Eusine. Começou a folhear as páginas temendo que elas se rasgassem em suas mãos. Evidentemente o diário pertencia a uma criança, pois logo no começo era escrito que o diário era um exercício de escrita e criatividade. Era repleto de desenhos e de textos simples e diretos, com caligrafia desajeitada.

- “Querido diário, hoje eu fui fazer compras com a mamãe...”, “... descobri uma passagem secreta no sótão...”, “Minha irmã é uma chata...”. Não parece ter nada fora do comum. É a vida de uma garotinha que não está mais entre nós.

O silêncio reinou no quarto por alguns segundos. Era triste de se imaginar que uma criança havia escrito aquele diário e depois seria acometida por qualquer que seja a doença que afetou os moradores da mansão. Eddy observava aquilo bocejando e imaginando o que estava acontecendo, mas sem a mínima vontade de chegar perto para saber.

Após estes instantes, Eusine se aproximou e pegou de volta o diário. Revirou ele em suas mãos e folheou um pouco.

- Olha só, o nome da garota é Amélia Cecília e tem 6 anos.

- Hum...

- “Minha irmã é uma chata e não quer mais brincar comigo, por isso escondi o urso dela embaixo da árvore grande.” e “Acho que também estou ficando doente.”. É o que tem nas últimas duas páginas. Será que tem uma mensagem secreta em algum lugar aqui?

- Olha, eu aprecio pela sua ajuda aqui, mas eu realmente não imagino como isso pode se aplicar aqui. Não parece ser nada de anormal.

- É... talvez não pareça.

Dizendo isso, Eusine se virou e rapidamente pulou pela janela do quarto. Andou apressado em direção da mangueira, onde Eddy cochilava ainda em pé. Eusine gritou:

- Cuidado com os centauros zumbis!

- O QUE? ONDE?

Eddy pulou para trás da árvore enquanto Eusine se abaixava e começava a cavar o solo onde o scandiano antes estava em pé. Momentos depois, Denas e Eddy estavam ao seu lado, olhando para baixo curiosos.

- Olha só o que eu achei!

Triunfante, Eusine ergueu um urso de pelúcia rasgado e cheio de terra. Antes que qualquer um deles pudesse dizer qualquer coisa, um vento frio passou por eles e lentamente o urso se soltou das mãos do arqueiro e começou a flutuar. Uma figura pequena e feminina começou a aparecer em frente a eles, usando um vestido florido e segurando o urso pela mão. Sumiu rapidamente, após sorrir para Eusine.

O urso de pelúcia caiu no chão novamente.

- ... o que aconteceu aqui? – perguntou Eddy, com os olhos bem abertos.

- Ela só queria saber onde estava o ursinho. – respondeu Denas, revelando uma coisa natural.

- Ah. É só isso? Eu pensei que ia ser mais assustador.

- Ou que tivesse uma outra luta. – respondeu Eusine.

- Ou um final mais dramático. –completou Denas.

Todos concordaram que alguma coisa faltou nessa história, talvez várias.

----------------------------------------

Ao voltarem para perto do portão, tiveram uma desagradável surpresa ao encontrarem as algemas no chão, os portões de ferro escancarados e Audo em lugar nenhum.

- Mas o quê? Como? – falou Denas, indo até as algemas e tentando entender como haviam sido abertas sem permissão.

Eddy coçou a cabeça.

- Acabei de lembrar de uma coisa. Ele tinha uma aranha que abria fechaduras.

Com um facepalm, Denas disse:

- E por que você não avisou antes?

- Nem me lembrei disso.

- Seu... que seja. É bom sairmos daqui logo. Não gosto dessa névoa roxa.

- Por quê? – perguntou Eusine. – Fora ela ser meio bizarra e ter cheiro de ovo.

- É justamente por ela ser meio bizarra, Eusine. Talvez esteja relacionada com a doença que matou aquelas pessoas.

- Ah.

Os três saíram do jardim e trancaram o portão, dando uma última olhada para a entrada desabada da mansão de dois andares.


----------------------------------------

Do lado de fora, as coisas dos garotos estavam como antes, agrupadas próximas ao portão e embaixo das folhas de algumas árvores. A única coisa de anormal era um pombo deixando uma carta com o bico no topo da mochila de Denas.

- Pru! Pru! – fez o pombo, ao abrir o bico e olhar para os três jovens que se aproximavam.

- Por que esse pombo tá falando “pru”? – perguntou Eusine, olhando com curiosidade para o pombo.

- É o que pombos fazem. – disse Eddy, bocejando logo depois. Denas ia em direção a ele para pegar a carta em sua mochila.

- Não! Eu entendo o que os animais dizem, e ele não tá falando nada.

Denas pegou a carta e começou a abrir. Eusine pulou no pombo, mas ele abriu as asas e voou para uma árvore próxima deixando o arqueiro cair de bruços no chão. Depois ele se levantou e foi escalar a árvore onde o pombo havia pousado.

- Ele é um robô!

Denas não ligava muito.


Caro Denas,

Como vai? Faz um tempo que não nos falamos, não é mesmo? Desculpe demorar tantos anos para entrar em contato, mas estive envolvido com tantos projetos que o aprimoramento do pombo-bot acabou sendo atrasada um pouco.

Eu preciso de ajuda em um projeto. No meu projeto mais importante na verdade. Você ainda tem aquela espada? Espero que tenha, e que esteja bem afiada. Estou te esperando na fábrica supostamente abandonada na cidade Feirod, que não é muito longe da sua localização atual. É só seguir o pombo-bot.

De seu amigo,

Galleom

- Como seu amigo sabe sua “localização atual”? – perguntou Eusine. Denas nem havia notado que o garoto tinha saltado da árvore e agora lia a carta por cima do ombro dele. Estava cansado e por isso nem se incomodou.

- Boa pergunta. Fazem alguns anos que não falo com ele. Me pergunto o que ele precisa.

- Eu também estou curioso. Vamos com você!

- ... vocês vão?

Denas olhou ao redor, percebendo que Eddy dormia no chão e já começava a roncar. Queria estar fazendo o mesmo.

- Meu objetivo no momento é encontrar pessoas que precisem de ajuda e conhecer lugares novos. Parece que achei as duas coisas.

O sono deixava o garoto sem a mínima paciência de pensar em uma boa resposta e de convencer Eusine do contrário.

- Certo. Partiremos após um sono breve.

O grupo passou o resto da madrugada e a manhã descansando, saindo após o almoço.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySeg 5 Fev 2018 - 23:17

Nice, Galleom pombalino!

Esse ritmo de 1 troço por mês não parece nada mal. Continue assim?

Quanto ao texto em si, achei o título bem bonitinho e meio q poético(?), mas a única menção à noite ou à lua é no título, então ficou um pouco estranho pra mim. (acho que mais menções ao luar no próprio texto seria bom?)

Hm, bom foreshadowing com a aranha e as algemas, mas as algemas conseguem impedir as pessoas de correrem? (Sem bem que ele estava com a perna quebrada... O que quer dizer que ele também fugiu de perna quebrada, mas enfim)

A caracterização do Eddy é divertida, com ele com medo de fantasmas. "Cuidado com os centauros zumbis", lol

Diferente do Denas, achei o final até que bem dramático/emocionante/bonitinho, também foi bonitinho que eles meio que capotaram de sono depois do negócio todo...

Enfim. Galleom Hype!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyTer 6 Fev 2018 - 23:04

Esse capítulo até que está legal, mas a garotinha só quer um urso de pelúcia? Concordo, esperava mais luta, ou alguma coisa climática, não foi um final bem legal, mas pelo menos, todos viveram... Espera, onde está o Audo? Ele sumiu como os outros? Temos muitas perguntas mal respondidas...

"Glup!" Galleom!? Fantasma  Oh, oh! Não tenho uma boa impressão com ele! Só posso torcer que ele não maltrate o grupo de Eusine, Denas e Eddy!

Shinpi: Bem, não tenho problemas de me ignorar também, pois nós não nos conhecemos muito bem,
eu prefiro aparecer bem mais tarde na estória pois tem uma boa chance de ser bem polida, que aparecer SUPER cedo mas dar uma má primeira impressão. O que acha?

Ei Alex, Eu duvido que ele seja o Galleom maligno, por causa da infama dele, os outros vão enfraquecer ele ou deixar ele mais razoável, então não se preocupe... Eu espero. ;D


Ugh, Eu também espero, pois nenhum de nós gostamos muito do Galleom da minha aventura, só podemos rezar pelo time Eusine para vencer o dia.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQua 14 Mar 2018 - 23:18

Então... Desculpe ao dar o double post, mas eu gostaria de te dar uns parabéns pelo seu aniversário!

A minha qualidade não é tão boa quanto o do Mr. Galleom, mas eu diverti desenhando e fazendo por você, Eusine!

Então, feliz aniversário! f2

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MensagemAssunto: Capítulo 18 – Na Cratera Selvagem   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyTer 17 Set 2019 - 20:46

Ohohoho, eu falei que ia voltar aqui! Pelo jeito eu só faço updates anuais agora, não é mesmo? Dessa vez não prometo nada, mas espero conseguir fechar essa saga pelo menos. Quer dizer, nem falta muito...

Obrigado pelos comentários! Como sempre, vou responde-los antes de tudo:

Mr.Galleom escreveu:
Quanto ao texto em si, achei o título bem bonitinho e meio q poético(?), mas a única menção à noite ou à lua é no título, então ficou um pouco estranho pra mim. (acho que mais menções ao luar no próprio texto seria bom?)

Meio que esse era o objetivo. maple awesome face~

Acho que com a demora pra escrever eu acabei esquecendo essa ideia.

Mr.Galleom escreveu:
Hm, bom foreshadowing com a aranha e as algemas, mas as algemas conseguem impedir as pessoas de correrem? (Sem bem que ele estava com a perna quebrada... O que quer dizer que ele também fugiu de perna quebrada, mas enfim)

Bem, o problema era ele conseguir se levantar e fugir com a perna quebrada, mas no final ele ainda conseguiu acessar a aranha que destrava fechaduras... E como ele tem capsulas repletas de seres misteriosos, não é difícil imaginar que ele possui várias montarias para escapar rápido dos lugares.

Firealex escreveu:
Esse capítulo até que está legal, mas a garotinha só quer um urso de pelúcia? Concordo, esperava mais luta, ou alguma coisa climática, não foi um final bem legal, mas pelo menos, todos viveram... Espera, onde está o Audo? Ele sumiu como os outros? Temos muitas perguntas mal respondidas...

É... foi o que eu disse quando mencionei que poderia ter sido mais climático. Mas também não quer dizer que toda luta precise parecer a batalha final, certo? As perguntas sobre o Audo ficam um mistério de propósito mesmo, mas ele ainda vai aparecer algum dia.

Ah, e obrigado pelo desenho! Foi uma das melhores coisas que já ganhei, ficou mesmo loucamente incrível e com gosto de limão.

Mr.Galleom escreveu:
Enfim. Galleom Hype!

Firealex escreveu:
"Glup!" Galleom!? Fantasma  Oh, oh! Não tenho uma boa impressão com ele! Só posso torcer que ele não maltrate o grupo de Eusine, Denas e Eddy!

Contagem Regressiva para Mechanical Gah-Topia: 3

Capítulo 18 – Na Cratera Selvagem

      Com uma estranha carta em mãos, o grupo seguiu viagem no dia seguinte, após descansar e se alimentar. A surpresa foi grande quando perceberam que a estrada que haviam utilizado para chegar na mansão não existia mais, simplesmente desaparecera da noite para o dia. Não que o pombo-bot queria seguir alguma estrada, de qualquer forma. Quando decidiram começar a caminhar ele alçou voo e logo se meteu entre as árvores e ficou fora de vista. O otimismo de Eusine, porém, contornou facilmente a situação. Escalando uma árvore e conversando com os pássaros que passavam voando ele logo descobriu a direção para a qual teriam que seguir. Por fora o pombo-bot podia até parecer um pássaro normal, mas qualquer animal logo notava a estranheza naquele ser de metal. Cortando plantas altas e arbustos, o grupo não hesitou muito em seguir pela floresta e de tempos em tempos o pássaro de metal voada um pouco mais para longe enquanto aguardava ser alcançado pelas crianças.

Apesar de poder dizer que seus novos companheiros eram bem úteis, Denas não tinha muita certeza se gostava de estar acompanhado. O silêncio da qual ele tanto gostava era quebrado a cada momento e ele mal conseguia focar seus pensamentos. Após duas horas de caminhada já estava com dor de cabeça e planejando andar separado de Eusine e Eduard por pelo menos algumas dezenas de metros. Quando estava prestes a pôr esse plano em prática, os garotos ficaram quietos. Eusine farejava o ar, sentindo um odor inesperado.

- Estranho... parece o cheiro de um jacaré gigante. Ou melhor, de um monte de jacarés gigantes.

- Jacarés têm cheiro? – perguntou Eddy.

- Quase tudo tem cheiro.

- Você tem certeza? Jacarés gigantes em uma floresta fechada? – perguntou Denas, sem saber se acreditava ou não naquilo.

- Sim. Sabe, são... jacarés. Só que gigantes.

- Sei. – sem sentir firmeza, agora Denas definitivamente não acreditava.

- É bom a gente não ir pelo território deles. Melhor contornar.

- Há! Está com medo de lagartos crescidos?

- Mas você não tá entendendo, eles são muito grandes!

- Você esquece que eu sou o scandiano que derrotou sozinho uma Minhoca do Deserto! Ela era gigante também, e aposto que maior que esses jacarés.

- Ei, você me contou que estava em grupo! E que todos fugiram!

- E-eu contei? Maldita tendência a contar a verdade...

Eddy correu a frente do grupo, parou dois metros à frente e girou o seu corpo, apontando o indicador para Eusine e Denas.

- Pois então vou escrever minha história agora. Alegrem-se, pois vão testemunhar o grande Eduard Arroutson derrotar um jacaré gigante! – Ele, então, se virou novamente e voltou a correr.

- Eu disse que são vários!

Denas suspirou.

- E o pior de tudo é que ele ainda está machucado. Melhor irmos atrás dele antes que se machuque ainda mais.

- Se preparem para enfrentar a fúria de scandiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa-

Ao passar por duas samambaias, Eddy saiu do campo de visão de seus colegas, caindo e gritando. Os outros dois correram e notaram que Eddy havia se precipitado demais e não havia visto a íngreme descida que estava aguardando por ele. Quando Eusine e Denas chegaram nas samambaias e olharam para baixo, Eddy já havia terminado de rolar ladeira abaixo e se esforçava para levantar.

- Urgh... Eu tô bem! – ele tropeçava enquanto tentava se colocar de pé. Assim que conseguiu, se pôs a andar pelas árvores e logo desapareceu do alcance de visão dos companheiros, restando somente a sua voz que gritada audivelmente – Jacarés, aqui vou eu!

Denas estalou a língua.

- Vamos atrás desse idiota. Ele vai acabar se perdendo ou se machucando de novo.

- Ou pior: encontrando os jacarés!

- ...

Os dois desceram escorregando pela ladeira, até atingirem o ponto onde Eddy havia aterrissado. Olhando ao redor, eles buscavam sinais de para onde o scandiano havia seguido. Denas tinha os olhos estreitos enquanto buscava com certo cinismo os seus arredores, até que disse:

- Onde estão os tais jacarés gigantes, Eusine?

Em resposta, o garoto farejou o ar. Após alguns instantes, virou o rosto e gritou:

- Esquerda!

Denas olhou a tempo de ver um enorme rosto cheio de escamas vermelhas aparecer entre as árvores e olhar maliciosamente para sua próxima refeição.

- Um alossauro?! – gritou Denas, surpreso. Em resposta, o alossauro rugiu ferozmente, fazendo as árvores ao redor tremerem e os dois garotos serem empurrados para trás pela força do vento. Eles sacaram espada e arco, sem saber se podiam contra uma criatura daquele tamanho. O dinossauro começou a avançar lentamente contra eles.

- Como você sabe o nome dele?

- Eu sei um pouco sobre dinossauros, isso é mesmo importante?

- Que legal. Sabe, eu sempre achei eles tão legais, adoraria ter um de estimação.

- Você não pode estar falando sério. – disse Denas, recuando um pouco. Ele suava frio enquanto o alossauro continuava a avançar enquanto abria lentamente sua boca repleta de enormes dentes afiados. Enormes gotas de saliva saiam de sua boca e pingavam na grama abaixo.

Um poderoso som de trovão soou no ar próximo a eles, seguido de uma explosão na face esquerda do Alossauro, forte o bastante para fazer com que o ser majestoso se encolhesse de dor. Com um grunhido e som de choro, ele recuou e bateu em retirada imediatamente.

Os garotos olharam para a direção do estrondo, ainda em estado de alerta, prontos para lutar contra o que quer que fosse. Ou ao menos era o que pensavam, pois o que viram tirou completamente a guarda de ambos.

O som explosivo havia sido efetuado por nada menos do que uma escopeta, sendo esta manuseada por um dinossauro que atingia no máximo a altura do joelho de Eusine. Suas escamas eram um tom opaco de laranja, seus braços eram pequenos e suas mãozinhas mal conseguiam segurar a arma de fogo. Suas pernas eram curtas e grossas, possuía uma cauda longa com uma cicatriz na ponta, uma cabeça semelhante a um jacaré com olhar cansado. No topo de sua cabeça, um chapéu de explorador.

-Garotos, vocês estão em um lugar muito perigoso. Sugiro que voltem por onde vieram.

Denas e Eusine se entreolharam. Enquanto Eusine sorria e parecia se divertir com aquela aparição, Denas estava completamente chocado.

- Que dinossauro é esse?

- E eu que sei?!

- Você disse que conhecia dinossauros!

- Só alguns, é meu primo que gostava deles quando era criança.

- Ah.

- Não é muito educado ignorar um dinossauro armado. – disse o pequeno escamoso, com clara impaciência em sua voz áspera.

Eles olharam novamente para o pequeno dinossauro. Eusine começou a falar:

- Então, é que não dá pra voltar agora. Nosso amigo sumiu aqui embaixo e temos que encontrar ele.

- Hum... Um amigo, é? – ele olhou lentamente cada um dos dois, como alguém que não sabe se deve ou não comprar um produto caro. Por fim, guardou a escopeta nas costas - Tudo bem, vocês têm cheiro de gente honesta. Venham por aqui.

Ligeiramente desconfiados, a dupla começou a seguir o dinossauro pela floresta densa. Alguns rostos curiosos (e outros famintos) apareciam vez ou outra para observar aqueles que passavam, mas uma encarada furiosa ou um rosnado do pequeno dinossauro era o bastante para que qualquer um que chegasse perto imediatamente se afastasse.

- Então... dinossauros existem. – falou Eusine, com um tom de pergunta.

- Nesse lugar, sim.

- E o que é esse lugar? – se manifestou Denas.

- Costumava ser um local de experimentos. Os humanos construíram um laboratório e clonaram vários dinossauros a partir de vários fósseis contendo informações genéticas e algumas experimentações com DNA. Inclusive eu. Parece que queriam transforma isso aqui em uma atração turística ou algo do tipo. Claro que deu errado, todos escapamos e os carnívoros comeram os humanos.

- Você está brincando, não é? – Denas estava incrédulo.

- Claro que estou, isso foi só um filme que eu vi uma vez.

Eusine tentou segurar o riso, mas quando o dinossauro começou a gargalhar ele não conseguiu mais aguentar. Logo, os dois riam de Denas, que, com a melhor cara sem sentimentos, fingia ignorar a piada. Por bem ou por mal, serviu perfeitamente para deixá-los menos tensos naquela floresta de dinossauros.

O grupo chegou em um lago de água escura, que o dinossauro parou e disse se tratar de um lugar perigoso. Com nada mais do que um “Sigam-me!”, começou a saltar agilmente em rochas e troncos que haviam no lago, sendo seguido pelos outros dois. Ao pular em um dos troncos, Eusine quase se desequilibrou e caiu, pois a madeira havia começado a tremer. Agilmente, conseguiu saltar antes que um dinossauro gordo, parecido com um hipopótamo, abrisse a boca abaixo de si e abocanhasse o tronco e o garoto com uma única mordida. Denas evitou esta parte do lago, e eles cruzaram o restante da água sem mais problemas.

- Para onde está nos levando, afinal? – perguntara Denas, sem gostar do rumo que as coisas tomavam naquela cratera selvagem.

- Atrás de seu amigo, oras. Eu estou seguindo o faro dele desde que encontrei vocês. Um pequeno humano filhote, sujo e cheio de sangue não é muito comum de se ver por aqui.

- Se você farejou isso tão rápido, os outros dinossauros também devem ter feito! – notou Eusine, pulando no galho de uma árvore logo à frente do grupo.

- As feridas dele devem ter se aberto com a queda na colina. – percebeu Denas. Aquilo aumentava ainda mais a gravidade da situação. – Precisamos tirá-lo daqui rápido!

----------------------------------------

Após a queda, Eddy havia corrido pela mata sem prestar muita atenção para onde estava indo. Atravessando arbustos, pulando grandes raízes e desviando de pequenos animais que ele nem parava para olhar, rapidamente avançava pelo local desconhecido. Primeiro bradando em plenos pulmões sobre exterminar todos os jacarés e depois resmungando sobre amigos que não confiam nos amigos.

Logo a caminhada diminuiu de velocidade quando ele descobriu seus ferimentos com uma dor no peito. Sua pele estava sensível graças as queimaduras sofridas na noite do dia anterior e a queda havia rasgado a pele fazendo a camisa se encher de sangue. Eddy ignorava a dor e diria para qualquer um que aquilo não era nada, mas sua visão começava a ficar turva e seus passos cada vez mais errantes.

Após alguns minutos ele encontrou o que queria: um grande jacaré de olhos fechados descansando nas margens de um rio de águas escuras. Com um sorriso no rosto e lembrando de uma antiga história de seu pai, Eddy sorrateiramente pula no jacaré e o agarra pelo pescoço, o apertando com todas as forças enquanto o animal se desesperava e se rendia perante toda a sua força e dava seus últimos suspiros de vida enquanto pedia por misericórdia.

Ou pelo menos era isso que ele gostaria de acreditar que acontecia. Como se não pesasse nada o dinossauro simplesmente jogou o guerreiro para trás e se ergueu, com quatro patas maiores do que qualquer jacaré jamais teria. Ele lentamente se virou, encarando Eddy com olhos furiosos.

- Então... Se renda perante minha fúria, por favor.

Em resposta, ele avançou tão rapidamente que quase deixou Eddy sem reação. Com toda a energia que ainda restava ao garoto, ele correu pela mata até avistar uma grande clareira na floresta. Com sua vida dependendo dessa corrida, ele notou estar indo em direção de um grande dinossauro com costa alta cheia de espinhos, que comia lentamente a grama alta que ali crescia. Chegando perto dele, Eddy gritou:

- Ei, vegano! Olha pra cá!

Surpreso, ele virou completamente o corpo para ver quem havia gritado com ele, balançando ameaçadoramente sua cauda cheia de espinhos. Eddy se jogou para o chão, desviando, e a cauda golpeou o perseguidor do garoto, que voou vários metros para trás antes de cair no chão, ferido. Ele se levantou e rapidamente bateu em retirada.

- É isso ai! Valeu, grandão! E você não vai tentar me comer, não é? Tenho carne demais para você.

Para infelicidade de Eddy, o dinossauro bufava e olhava furioso para o humano. Um dente daquele jacaré gigante havia ficado preso em seu rabo e parecia causar um desconforto tremendo. O scandiano se levantou e lentamente começou a se afastar do perigo. Como um touro escamoso, o dinossauro arranhava o chão com uma das patas dianteiras, prestes a avançar em um ataque.

- Droga, parece que vou ter que lutar para sair dessa. Não tenho outra escolha. – Ele coloca a mão na cintura, só para se lembrar que a espada havia sido quebrada no dia anterior. Eddy começa a suar frio - ... mas eu nunca quis tanto ter forças para correr em toda minha vida.

Com passos desajeitados e pesados, o dinossauro começou a cobrir a pequena distância entre ele e o guerreiro que o encarava.

- Certo, é só fazer que nem o Eusine me mostrou... que nem quando eu derrotei aqueles três otários...

Ele esperou até que o dinossauro estivesse a um passo de atingi-lo com sua cabeça cheia de espinhos para então agir. Com um salto lateral desviou do ataque, e com um movimento preciso que concentrava toda a força do corpo no punho direito, Eddy atinge a barriga da criatura.

O efeito do soco foi mais em Eddy do que no dinossauro. Sua mão doía como se tivesse socado uma parede maciça e aparentemente nenhum dano foi causado ao seu oponente. Eddy engolia a seco enquanto o dinossauro virava seu corpo para lhe dar uma cabeçada, quando uma explosão atingiu a face esquerda do bicho. O garoto aproveitou a situação e saltou para trás, sendo surpreendido por Eusine e Denas, que chegavam ao seu lado.

- Você já deve ter percebido, mas os jacarés gigantes que eu senti o cheiro eram dinossauros! – exclamou Eusine – Legal, né?

- Bom trabalho usando o estegossauro para atingir o deinosuchus. – disse Denas, com espada em mãos.

- É bom ver vocês! Eu não entendi nada desses nomes esquisitos e quem foi que explodiu a cabeça do bicho?

- Por que vocês gostam de conversar coisas inúteis nos momentos mais estranhos? – disse o pequeno dinossauro laranja, que se aproximava pelo lado de Eusine enquanto recarregava sua arma.

- E-ele fala! Pera aí, todos eles falam?

- Mais inutilidade.

- Eusine, vamos executar o plano ou não? – disse Denas, impaciente.

- Claro! Ei Eddy, tenta acompanhar a gente.

- Mas você nem respondeu a pergunta! Ah, deixa pra lá.

O estegossauro se recuperou do ataque e novamente avançava em fúria, mirando o scandiano ferido e ignorando completamente seus aliados. Eusine saltou para a lateral esquerda e atirou três flechas consecutivas, duas se quebraram e uma ficou presa entre escamas.

- Droga, menos 3 flechas.

Distraído, o dinossauro começou a se virar para a esquerda quando foi atingido no outro flanco pela espada brilhante com o Corte de Alma de Denas. Confuso e sentindo dor, ele parou seu movimento e grunhiu quando um tiro de escopeta atingiu suas costas entre os espinhos maiores. Aproveitando a chance, Eddy correu e deu dois socos embaixo do queixo do dinossauro, onde parecia ser menos resistente.

Rugindo de medo e olhando assustado para os garotos que o atacavam, o estegossauro desatou a correr para a floresta, onde nunca mais ousou atacar qualquer humano que ali aparecesse.

- E não é que deu certo? Vocês são bem sincronizados. – disse o dinossauro falante, sorrindo genuinamente surpreso.

Eddy também sorriu e olhou para seus punhos marcados. Afinal, poderia sim contar como havia derrotado um jacaré gigante assim que voltasse para casa. Ele virou para falar com seus amigos, mas sentiu uma forte tontura e caiu no chão, desmaiado.

----------------------------------------

       Sentindo algo gelatinoso sendo pressionado contra seu peito, Eduard abria os olhos, piscando com força contra a lâmpada de led ligada no teto acima de si. Ele tentou se mexer e levantar, mas mãos firmes e ásperas o empurravam de volta para onde estava deitado.

- Ei, o que é isso? Me solta!

- Cale a boca, garoto, ou mordo sua cara e te dou uma cicatriz nova!

Ele parou de se mexer e finalmente conseguiu focar seus olhos em quem passava aquele material nas suas queimaduras. O susto quase o fez jogar tudo para os ares, mas a vontade de não ganhar uma cicatriz foi mais forte. Tinha um pressentimento de que aquela ameaça tinha sido bastante verdadeira.

- É o-o dinossauro!

- Algum problema, parceiro?

- Não, é que... você é a última coisa que eu imaginaria que estaria em cima de mim. E não sei se estou gostando disso.

- Cala essa boca, eu só estou passando um musgo com propriedades curativas em você. Não queriam ver você morrer, até parece que eu gosto disso.

- Não queriam? Pera aí, onde eles estão?

- Não saímos daqui, seu moleque barulhento. – disse Denas, aparecendo no campo de visão de Eddy – apenas estávamos cochilando. Afinal, estávamos andando a horas e parecia que você ia demorar muito para acordar. Doce ilusão...

- Você se forçou demais, tava mais machucado do que nunca. – falava Eusine, também se aproximando do amigo – Se o Senhor Dinossauro aqui não tivesse esse musgo, eu nem saberia o que fazer.

- Ah... nesse caso obrigado.

O dinossauro laranja apenas grunhiu em resposta. Eddy olhou para os lados e percebeu estar na sala de uma casa de madeira com estantes de livros, sofás e até uma televisão. Estava em cima de uma mesa que aparentemente havia sido arrastada da cozinha até ali.

- De quem é essa casa? – perguntou ele.

- Minha. – respondeu o dinossauro.

- Mas... ela é tão humana... Tão normal.

- É. Algum problema com isso?

- Não, não, não. – estava nervoso com a situação de estar vulnerável aos cuidados de alguém que nem era humano - Qual o seu nome mesmo?

- Não importa. Senhor Dinossauro serve. Pronto, pode se levantar. Devagar!

Obediente, o garoto se sentou. Olhou para o seu corpo e o viu repleto de novas ataduras, sentindo aquele mesmo material gelatinoso por baixo delas. Não tinha mais dor, mas ainda estava cansado. Se pôs de pé com as pernas trêmulas, flexionou os braços algumas vezes e vestiu a camisa.

- Me sinto bem melhor, valeu mesmo.

- Você está proibido de fazer movimentos bruscos e de lutar durante uma semana.

- O quê?! Mas-

- Uma semana! E eu guardei bastante musgo na sua mochila, para ferimentos futuros.

- Eu não vou conseguir passar tanto tempo parado!

- Ei Eddy, ordens médicas! – se intrometeu Eusine.

- Sinceramente, melhor parado do que se matar por aí. – finalizou Denas.

- Urgh...  – Eddy rugia, mas sabia que os amigos tinham razão. Não falou mais a respeito deste assunto.

- Agora tratem de ir embora da minha casa. Daqui a pouco anoitece e tem certos seres que vocês não vão querer encontrar a essa hora da noite. Acreditem em mim.

- Foi muito legal descobrir esse lugar e conhecer dinossauros! Uma pena que perdemos o pombo-bot. Ele deve estar nos procurando ou então virou comida de dino... – falou Eusine, com leve pesar na voz – Ei, o Senhor sabe como chegar na cidade de Feirod?

- Vou mostrar para vocês o caminho. Depois de sair da cratera são duas horas de caminhada para noroeste e vocês ainda chegam a tempo de pegar uma pousada aberta.

- Apesar dos perigos, foi realmente bem educativo conhecer esse lugar. –falava Denas, com um pequeno sorriso de canto de rosto - Vou registrar esse lugar como “A Cratera Selvagem”. E eu realmente gostaria de saber por que dinossauros existem aqui.

- Hehe. – riu o Senhor Dinossauro – Eu só fiz piada com você antes porque eu também não sei. Eu nasci aqui e fui levado bem jovem por um explorador humano. Existem alguns locais como esse ao redor do mundo, tão misteriosos quanto este local que estamos agora. Cheguei a visitar alguns. Só voltei aqui após meu companheiro de longa data morrer tentando alcançar um tesouro lendário e me surpreendi por esse lugar continuar o mesmo de antes.

- Será que meu avô conheceu algum desses lugares? – pensou Denas em voz alta.

- Então o Senhor viveu uma vida de aventuras? – disse Eusine, se sobressaltando e afastando Denas para o lado – Deve ter vivido muitas experiências incríveis ao redor do mundo.

- E eu vivi! Sinto falta dessa vida, mas não seria a mesma coisa sair por ai sem meu companheiro humano.

- E por que não? Você poderia vir com a gente e ter novas aventuras!

Senhor Dinossauro olhou para Eusine com um misto de emoções diferentes. Por um momento considerou a proposta, mas terminou dando uma sonora gargalhada.

- Você é legal garoto! Gosto do seu brilho no olhar, mas infelizmente já estou velho demais para isso. – seu sorriso desapareceu por completo e ele deu um grande suspiro, bufando pelas enormes narinas – Eu devo ser o dinossauro mais triste do mundo. Primeiro meu melhor amigo morre, depois a minha fêmea.

Eusine não sabia como responder. O Senhor Dinossauro olhou novamente para o garoto e depois virou de costas, desaparecendo em um dos cômodos da casa. Os garotos se entreolharam, sem saber se deveriam segui-lo ou não, até que ele aparece carregando um grande ovo branco com manchas laranjas.

- Meu filhote está prestes a nascer. Nós, os miniaturossauros, não precisamos que uma fêmea choque os ovos. Minha fêmea iria querer criar ele aqui, mas ela morreu de infecção no outono passado e... nunca me vi criando ele sozinho, mesmo. Quero que leve com você.

- Espera. – disse Denas, incrédulo – Você está doando seu filho que ainda nem nasceu?

- Que loucura é essa, cara? – disse Eddy, igualmente perplexo.

- Isso não é responsabilidade demais? – falou Eusine, sorrindo sem jeito enquanto o dinossauro lhe estendia o grande ovo. – Fora que eu nem sei cuidar de filhotes.

- Ele não vai dar trabalho, nós nos desenvolvemos rápido. Só precisa dar água e carne para ele comer e não vai demorar muito para se tornar maduro e se virar. E eu sei que é estranho eu querer dar ele para vocês, acreditem quando digo que vai contra os meus instintos, mas quando eu lembro da vida incrível que eu levei e de todas as jornadas que fiz e lugares que conheci eu... daria tudo para viver tudo novamente. Isso que estou fazendo é o que gostaria que todos os pais de miniaturossauros fizessem.

Ele novamente estende o ovo para Eusine, que dessa vez aceita e o segura no colo com os dois braços embaixo dele. Eddy e Denas olhavam com estranheza, mas depois da fala do dinossauro não sabiam como responder. Sem falar que, no fim, a escolha era somente de Eusine.

- Eu aceito, tenho certeza de que ele será um grande companheiro de aventuras. – respondeu o arqueiro, sorrindo.

- Obrigado. Agora venham, vou mostrar o caminho!

----------------------------------------

      O grupo de três garotos e um ovo saiu daquela cratera alguns minutos depois, sendo guiados pelo pequeno e experiente dinossauro com o qual fizeram amizade. Ele os guiou para uma sólida parede de rocha onde degraus haviam sido postos e era fácil de sair. Enquanto subiam, Eusine foi o único que olhou para trás. O Senhor Dinossauro não estava mais ali embaixo os vendo partir, mas o arqueiro jurou ter visto as escamas laranjas em algum lugar no meio da mata alta.

O Sol começava a se pôr naquele horário, mas, ao invés de montar acampamento, guiados pelo conselho do dinossauro, seguiram para noroeste com a esperança de chegar à Feirod antes que estivesse escuro demais. Conforme as árvores foram ficando mais espaçadas, a montanha que eles haviam visto ao longe ia ficando cada vez maior e luzes ao longe indicavam a presença de civilização, eles sabiam que chegariam logo. Ansiosos, aceleravam o passo da caminhada e ansiavam por um jantar e um quarto confortável.

Quando estavam chegando, o ovo nas mãos de Eusine começou a rachar.


Última edição por Eusine48 em Qua 23 Out 2019 - 10:46, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQua 18 Set 2019 - 20:25

Ai, ai, Eddy, quando vai aprender a controlar o seu impulso? As vezes, isso pode causar problemas enormes...

Quando eu vejo os dinossauros e jacarés juntos, percebi mesmo que eles tem um tipo de família bem parecidos... Uma outra parte interessante é que como os dinossauros estão aqui até agora e vivos ao mesmo tempo.

E parece que vai nascer o Dino, que virará o animal de estimação do Eusine! Será mesmo?

Já sei como vai ser o Mechanical Gah-Topia em resumo: SuperAlex??? ZIN! Ghost... GAH! F5
(Espero que não!)
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptySeg 23 Set 2019 - 9:46

Yay, update anual desse troço!

Gwah, e com a história de origem do Dino, isso eu não esperava. Ele também chocou até que bem rápido! Parece que ele estava só esperando ele ser doado pra chocar, lol.

Até que gostei da backstory do Dino Pai, reflete o futuro relacionamento do Eusine com o Dino e diz uma provável causa de morte pra ele! Ah espera aí...

Er, gostei também de como Denas é secretamente fã de dinos, mas esconde isso (ou pelo menos acho que é esse o caso?). Dino Pai também foi bem engraçado com as falas dele. Enfim, boa caracterização em geral.

Pena que não recebemos uma backstory apropriada pra esse lugar... Pelo menos temos um nome, A Cratera Selvagem até que combina. (apesar de que assim o título estaria errado?

Enfim, esse foi um capítulo divertido.
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MensagemAssunto: Capítulo 19 – A Cidade dos Grãos (Parte 1)   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQui 17 Out 2019 - 21:35

Olá, pessoas! Obrigado pelos comentários e por acompanharem essa história desde... 2014?! O tempo voa quando você não está escrevendo, não é mesmo? E vocês perceberam que levei exatamente 1 mês desde o último capítulo? Parece que não sou tão ruim assim cumprindo metas e isso nem foi sem querer ou coisa do tipo, do que você está falando?  *-*

Estamos em contagem regressiva para o final dessa saga, com apenas 5 capítulos (estimado) faltando. Quem acertar quantos anos eu levo para escrever tudo isso vai ganhar biscoitos feitos em casa! (mas vão estar queimados em baixo! Ebaa! EVILtheREVENGE )

Firealex escreveu:
Ai, ai, Eddy, quando vai aprender a controlar o seu impulso? As vezes, isso pode causar problemas enormes...

Eu diria que nunca! f2

Firealex escreveu:
Uma outra parte interessante é que como os dinossauros estão aqui até agora e vivos ao mesmo tempo.

Esse é um dos mistérios do mundo que eu provavelmente nunca irei responder... mas quem sabe?

Firealex escreveu:
Já sei como vai ser o Mechanical Gah-Topia em resumo: SuperAlex??? ZIN! Ghost... GAH! F5
(Espero que não!)

Como que você acertou que o Alex estaria envolvido?! ui

Como ninguém aqui tem memória de elefante, vamos relembrar os arcos que a história teve até agora para ficar tudo bem fresco na memória ;D

Recapitulação:

Esse capítulo é bem calmo, e como estaria muito grande resolvi partir em 2.

Contagem Regressiva para Mechanical Gah-Topia: 2

Capítulo 19 – A Cidade dos Grãos (Parte 1)

      Com um filhote de dinossauro recém-nascido escalando as roupas de Eusine, o grupo passou por um arco de madeira com os dizeres “Bem-Vindos à Feirod!” enquanto chamavam certa atenção dos moradores da cidade. As residências eram rústicas e na avenida principal, constituída de uma estrada larga de seixos, passaram for diversas fazendas e plantações de grãos. Eddy olhava para os lados enquanto encarava qualquer aldeão curioso que olhasse com estranheza para eles. Eusine não conseguia reparar no que acontecia ao redor quando tinha seu rosto arranhado por um réptil pré-histórico que queria estar no topo da sua cabeça e Denas andava bem atrás do grupo, com as mãos no bolso e o capuz por cima da cabeça para tentar não chamar mais atenção (mas fazendo exatamente isso no processo).

A estrada eventualmente levou para uma praça central onde pessoas conversavam sentadas em bancos de madeira, crianças brincavam até dar a hora de dormir e as luzes dos lampiões reluziam na água repleta de moedas no chafariz da praça. O dinossauro olhava maravilhado para as luzes, e na mesma hora pulou de onde estava e Eusine se jogou para pegar ele antes que se ferisse no chão.

- Ufa! Você não deveria fazer isso, quase bateu de cara no chão! – falou Eusine, que acabou de bater a cara no chão.

Temendo olhares, Denas se aproximou novamente dos dois companheiros, agarrou a camisa de Eusine e o levantou rapidamente, apontando para uma casa larga, de dois andares, com as luzes acesas e que possuía uma grande indicação de que era uma pousada.

O átrio da pousada era uma taverna local, onde vários homens bebiam no balcão ao lado da porta, conversando tão alto que abafavam a música que saia de um velho rádio no canto da sala. Metade das mesas estavam ocupadas e a maioria das pessoas comiam e bebiam sem fazer tanto barulho quanto os bêbados da entrada, que compensavam por uma sala lotada. As paredes eram decoradas de maneira aparentemente bagunçada por uma mistura de fotos antigas e novas da cidade tirada pelos donos do estabelecimento, garrafas de bebidas alcoólicas e até por cabeças empanadas de animais, que deixaram Eusine e seu novo dinossauro bem desconfortáveis. Uma lareira crepitava em chamas na parede oposta ao balcão de bebidas. O grupo de crianças andou pelas mesas em pleno barulho e não chamou muita atenção, mas rapidamente foi atendido por uma jovem garçonete.

- Olá, sejam bem-vindos à Taverna da Castanha Queimada! Em que posso ajudá-los?

- Boa noite, a placa na entrada indicava que esse lugar era uma pousada. – disse Denas, claramente não satisfeito com o ambiente em que se encontrava.

- Ah, e é uma pousada! A melhor e única pousada da cidade, é que o bar chama muito mais atenção e requer certo... cuidado. – ela deu um sorriso de canto - Todos os quartos estão livres no andar de cima e (acredite se quiser) mal dá para ouvir a barulheira aqui de baixo!

- Vocês só servem castanha queimada por aqui? - Perguntou Eusine, decepcionado com o nome do local e aparentemente sem ouvir nada depois disso.

- A cozinha do bar é amaldiçoada e qualquer um que tente, sempre vai queimar as castanhas... – respondeu a garçonete, com um tom sinistro na voz – Mas isso não quer dizer que tenhamos apenas castanhas queimadas! – sua voz voltou à animação de antes – Que bichinho de pelúcia lindo você tem!

Todos olharam para o topo da cabeça de Eusine: o dinossauro agora estava imóvel em meio aos cabelos loiros de seu dono e com o chapéu (muito maior que ele) torto em cima de sua cabeça.

- Ah, esse é Dino, o dinossauro, e ele-

Denas pigarreou.

- Queremos três quartos, por favor.

Eusine e Eddy se entreolharam.

- Eu não tenho dinheiro. – falou Eddy.

- E eu não tenho quase nada. – continuou Eusine.

- É, eu já esperava... Não se preocupem, é por minha conta. – disse Denas, puxando uma sacola de moedas de dentro de seu robe. Parecia estar pesada.

- Wow. Eu deveria ter assaltado você quando eu precisava de comida. – Eddy se surpreendeu, olhando para a sacola com os olhos brilhantes.

- Você não acha que dividir um quarto sairia mais barato? Assim até sobraria mais dinheiro. – perguntou Eusine.

- Hum... bem pensado. Um quarto para eles e outro para mim, por favor.

- Sem problemas! Vai custar apenas 25 dinheiros, mas a janta de hoje e o café da manhã fica por conta da casa!

- Um ótimo preço. – disse Denas, contando as moedas douradas na sacola – Vamos querer a janta agora, por favor. Estamos com fome e cansados da viagem.

- Tudo bem, volto já já! – a garçonete disse animadoramente, sorrindo e se virando para voltar para a cozinha.

- Não esqueça de trazer a janta do Dino também! Ele gosta de carne! – lembrou Eusine, antes que ela estivesse longe demais. Como resposta, ela se virou e piscou antes de entrar na cozinha.
Não demorou muito para saborosas sopas de carne chegarem. O grupo se sentou em um canto afastado, onde ninguém pareceu ligar para o dinossauro em miniatura que devorava toda a carne e depois dormia na mesa. Após a refeição, o grupo foi logo deitar.

----------------------------------------

Eddy foi o primeiro a dormir e o primeiro a acordar. Durante a madrugada ele abriu os olhos, completamente desperto. Tinha uma sensação esquisita no fundo de sua cabeça que quase parecia querer que ele pulasse do segundo andar e fosse para um certo lugar... no fim preferiu ignorar, concluindo que era apenas uma imaginação perversa. Mesmo assim, olhou pela janela procurando algo fora do comum, sem encontrar qualquer coisa de estranho na cidade adormecida. Imaginação ou não, aquilo o manteve acordado e fez com que ele se levantasse assim que os primeiros raios de sol atravessavam a janela.

O café já estava pronto e após se empanturrar de pão, ovo frito e queijo, saiu para caminhar na vila. Logo descobriu que os fazendeiros costumam acordar cedo, e por vários quilômetros tudo o que viu foram pessoas arando o terreno, consertando a grade de madeira e tirando leite de seus bovinos. Na primeira hora já estava entediado e querendo voltar para a taverna e implorar os amigos para ir embora, quando escutou som de aço contra aço. Sentido o chamado da batalha, se apressou em direção do barulho.

O scandiano seguiu por uma estrada que levava para cima na montanha, até chegar em uma velha casa de pedra quase nos limites da cidade, ao lado de uma única e enorme árvore. Algum dia a árvore deveria ter sido bonita, dado uma sombra generosa para que morasse naquele lar e fornecido bons frutos, mas no momento tudo que restava eram galhos retorcidos e curvados. Não que Eddy se importasse com o atual estado da árvore, o garoto apenas foi direto para os fundos da casa, onde vinha o som (agora alto) de aço.

Eddy deixou escapar um gemido de frustração ao perceber que estivera errado: o som era nada mais do que um velho ferreiro trabalhando em sua casa. Imediatamente deu meia volta para ir embora, enquanto o ancião martelava aço incandescente sem olhar para o seu visitante inesperado. Mesmo assim, disse sem desviar de seu trabalho:

- Não dou nada de graça, scandiano. – disse o ferreiro, que foi mais do que o bastante para fazer o garoto retornar.

- Como você sabe que eu-

- Um menino da sua idade, com marcas de batalha e cheio de bandagens aparecendo aqui essa época do ano? Isso não é tão incomum aqui, estamos pertos da fronteira de Scandia afinal. – Eddy estava perplexo, mas antes que pudesse pensar no que responder, o seu interlocutor voltou a falar – Não, não sou nenhum bruxo, apenas vi você por aquele espelho do outro lado.

Aquilo ajudou a quebrar um pouco do choque de Eddy.

- Espera, o que quis dizer com “essa época do ano”?

- Heh, faz quase um ano que você saiu nesse treinamento, garoto. Está quase na hora de voltar para casa e mostrar que sobreviveu sozinho para aquele exército de loucos.

- Como você sabe de tudo isso? E os scandianos não são loucos!

Ele finalmente decidiu abaixar seus instrumentos e virar o rosto para Eddy. Suas feições eram duras, seu nariz torto provavelmente havia sido quebrado mais de uma vez, os ralos pelos faciais e topo da cabeça eram brancos e pontudos. Apesar da idade, tinha o corpo rígido e musculoso devido o esforço braçal do trabalho.

- Eu também nasci em Scandia e passei pelo mesmo “treinamento” que você. E se você tivesse dois neurônios perceberia que um país que só se preocupa com a guerra é um país de loucos.

- Espera, você não tem orgulho de ser treinado pela nação dos maiores guerreiros do mundo? – seu choque por essa revelação ainda era maior do que ter sido ofendido.

- Qual a parte da loucura você não entendeu? Do que adianta termos grandes guerreiros se o povo passa fome e as criaturas do deserto se proliferam cada vez mais nas ruínas das nossas cidades abandonadas?

- Quando acontecem guerras, independentemente de onde sejam, nossos soldados são sempre chamados, pois são os mais experientes e os mais bem pagos de todos.

- E quando foi a última vez que uma grande guerra aconteceu? – cuspiu o velho homem, que aumentara o volume e rispidez na voz. Seus olhos ardiam mais que o aço com o qual trabalhava – Abra os olhos e pare de repetir o que aprendeu na escola, garoto! Venha, dê uma olhada em volta.

O ferreiro se levantou, atirou o aço quente em um balde de água e arrastou o garoto pelo braço até a saída da ferraria. Em pé tinha quase três vezes o tamanho de Eddy.

- Scandia fica a poucos quilômetros naquela direção. – disse o velho, apontando para o caminho oposto ao qual Eddy tinha vindo para a cidade no dia anterior – Essa cidade é fértil, cheia de plantações e cuidada por famílias felizes que nunca viram a guerra e que não possuem a mínima vontade de enfrentar uma. Já o nosso país é infértil, destruído pelas próprias batalhas que ele mesmo comprou. O povo morre nas ruas enquanto o imperador continua as tradições obsoletas sem enxergar que o mundo está em paz a muito tempo.

Eddy olhava para baixo, onde um grupo de crianças brincava na base daquela colina. Não sabia o que responder, todas aquelas afirmações eram verdadeiras e ele sabia disso. Seus anos na escola e toda a vivência que tinha com os guerreiros mais velhos queriam que ele respondesse uma coisa, porém nada parecia uma boa resposta. Realmente, todas aquelas experiências que passou em Scandia eram completamente diferentes das quais aquelas crianças que brincavam no vilarejo teriam em sua vida inteira.

- Nesse país as crianças não são obrigadas a engolir propaganda a favor da guerra e nem a passar um ano abandonadas com a desculpa de que estão treinando por conta própria. – o ferreiro olhou para baixo e suspirou. Tinha pena do garoto, pois um dia havia sido exatamente como ele. Seu coração estava quase amolecendo e prestes a proferir palavras de consolação quando Eddy levantou seu rosto com seu olhar desafiador.

- Então você simplesmente desistiu?

- Como é que é?

- Pelo visto eu posso ter sofrido uma lavagem cerebral ou algo do tipo e nunca fui alguém que pensa sobre esses assuntos, mas e daí? Reclamar e fugir pra cá te ajudou em quê?

- Ora seu pequeno miserável, e você esperava que eu fosse até o palácio enfrentar o imperador por um acaso? Dizer todas essas coisas e esperar que tudo mude radicalmente?

- É melhor do que ficar parado! Pegue suas armas e vê se para de reclamar!

Os dois se encararam com tanta energia que faíscas poderia sair de seus olhos a qualquer momento. Até que, por fim, o velho cedeu.

- Hah! Eu tinha esquecido da energia da juventude! Por mais que a sugestão seja tentadora, eu não tenho mais idade para isso. Só seria massacrado e chamado de louco.

- Ora, então eu faço isso!

- Você não tem chance nenhuma.

- Pelo menos estou fazendo algo! Vou voltar para Scandia, e se o que você diz for verdade, o imperador vai se ver comigo.

O velho ferreiro tentou manter a seriedade, mas dessa vez não conseguiu. Com a mão dando tapas na barriga, soltou uma sonora, longa e seca gargalhada, que parecia não sair de seus pulmões havia vários anos. As crianças ali perto saíram correndo, com medo de serem atacadas.

- Venha, deixa eu te dar uma coisa nesse caso. – disse o homem, se virando e puxando novamente Eddy pelo braço, dessa vez retornando para os fundos de sua casa.

- Você não disse agora pouco que não dá nada de graça?

- Bah, a maioria dos garotos que vem aqui fogem de mim, tentam me roubar ou não escutam uma palavra do que eu digo. Bando de cabeças ocas desgraçados. – Ele agora pegava algo da parede e tirava o pó com calma, utilizando um pano. Pelo tamanho do ferreiro corpulento, Eddy nem conseguia ver o que ele havia pego – Bom, você também parece um cabeça oca desgraçado, mas pelo menos tem garra! É isso que a gente quer ver nos mais jovens. Sempre disse isso aos meus filhos...

Ele se virou e mostrou o que tinha em mãos: uma espada. A lâmina era de um aço branco que reluzia as chamas daquele cômodo e era afiada de tal forma que um simples toque parecia ser capaz de arrancar um membro. O guarda mão era curvado em direção da lâmina e tinha detalhes cravejados cuidadosamente. O cabo tinha uma coloração prateada e possuía várias espirais desenhadas de cima a baixo. Uma pedra negra e lapidada era o pomo, dando uma visão de imponência para a espada.

- Essa é uma espada bem chique para um velho bruto que nem você.

- Não preciso de elogios vindos de alguém como você. – retrucou o ferreiro, novamente carrancudo – Já fui um dos ferreiros da fortaleza do imperador. Leve essa espada, tenho certeza de que o Imperador Saliguna vai adorar vê-la.

- Eu estava mesmo precisando de uma arma, então eu te agradeço. Ela parece muito boa, apesar de que eu preferiria uma alabarda.

- Você não tem a estrutura física necessária para utilizar uma alabarda...

- Eu sei. – disse Eddy se nem deixar o homem concluir sua frase.

- ... e essa espada provavelmente vai ser a melhor arma que você já empunhou. Anote essas palavras.

- A menos que você faça uma outra melhor pra mim um dia;

- Hah! Essa próxima você vai ter que pagar, a menos que consiga dar um soco naquele bunda mole do Saliguna.

- Temos um acordo, então!

Eddy voltou para a pousada, após ter dado novamente esperança para um velho que não planejava sorrir novamente ao ver o fulgor da juventude se manifestar daquela forma. A primeira coisa que o jovem scandiano fez foi mostrar a espada para seus amigos, que a confiscaram antes que ele se metesse em lutas e abrisse seus ferimentos novamente.

----------------------------------------

Com o sumiço do pombo-bot na Cratera Selvagem, Denas deduziu que Galleom não saberia sua localização exata. Não faria mal, portanto, investigar um pouco e visitar seu antigo amigo no dia seguinte. Denas ainda achava tudo aquilo estranhamente suspeito e saiu logo depois que Eddy havia partido para sua caminhada. Os resultados que ele obteve com os moradores foram bem diversos.

- Oh, a fábrica no topo da montanha? – disse uma senhora aposentada - Eles costumavam fazer vários doces lá e até tinham concursos onde crianças poderiam ir conhecer como eram feitos os chocolates. No fim era tudo uma armação para o dono da fábrica devorar as crianças!

- “Supostamente abandonada”? – indagou um caipira que cobria um dos olhos com um tapa olho – O escambau!

Os donos forjaram o fechamento da fábrica mas continuam vivendo no subsolo, espiando a nossa cidade em busca do segredo do nosso delicioso feijão!

- Eles fazem enolmes monstlos lá dentro! É sélio! – dizia um garoto de seis anos, que não havia sido perguntado – Uma vez eu ouvi um deles fazer booooom! Mas eles não são tão peligosos quanto o Mestle dos Feijões!

- Hã? Porque eu saberia alguma coisa? – respondia um velho e mal encarado ferreiro – Eu não espalho fofocas, se quer saber vai lá encima e descubra! Essas crianças não sabem fazer mais nada sem ajuda...

- Existe uma casa no topo da montanha? – perguntava uma mulher que voltava da feira com uma cesta repleta de rabanetes e agora olhava para cima – E não é que tem mesmo!

Considerando a investigação inconclusiva, Denas voltou para a pousada.

----------------------------------------

Cuidar de um bebê dinossauro era divertido na maioria das vezes, mas em outras acabava sendo mais chato do que ele esperava. Dino andava de um lado para o outro no quarto e só parava quando decidia morder alguma coisa com seus dentes já afiados. Eusine realmente não queria estragar a mobília da pousada, mas parecia que a cada mordida a mandíbula de Dino ficava mais poderosa.

Após o almoço, Dino finalmente dormiu. Chateado por ser o único a não ter saído ainda, mas sem querer se afastar muito do bebê, Eusine saiu pela janela do quarto e escalou a parede até chegar no telhado do segundo andar. Escutaria qualquer barulho embaixo e pelo menos tinha uma vista de toda a vila.

O lugar era bem tranquilo e parecia que todas as pessoas já se conheciam, sempre se cumprimentando na rua. Havia apenas uma escola e uma igreja, algumas lojas pequenas e poucos carros que andavam lentamente pelas ruas de terra. Era bem diferente da cidade grande da qual Eusine tinha fugido. Talvez valesse a pena passar um tempo ali antes de se aventurar novamente.

- Ah, olha o Denas ali! Ele já falou com um bocado de gente.

- Seu amigo parece bem esforçado.

Eusine se virou com um susto, pois não tinha sentido a presença de ninguém mais naquele telhado. Mas lá estava a garçonete da taverna, subindo as escadas de uma claraboia logo atrás do garoto.

- Poucos clientes vêm aqui em cima. É uma pena, porque eu acho a parte mais bonita que nós temos.

- É... acho que concordo com você.

Por alguns instantes os dois ficaram apenas sentados lado a lado no telhado, olhando para os arredores. Até que Eusine decidiu olhar para cima e viu uma pequena e colorida fábrica no distante topo da montanha logo acima da cidade. Se ela caísse, provavelmente iria esmagar algumas casas.

- Seu amigo foi descobrir mais sobre a fábrica supostamente abandonada?

- Isso mesmo.

- Bom, diga para ele que foi comprada por um garoto e que ele se mantém bem ocupado lá dentro construindo coisas. Ele nunca saiu, mas algumas pessoas que são de fora da vila entram e saem as vezes com caixas muito grandes.

- Ah... – Eusine estava perplexo – Como sabe dessas coisas?

Ela deu um largo sorriso.

- Eu sou bem perceptiva. Você também deveria prestar mais atenção à vila, tem outras coisas interessantes por ai.

Com mais um sorriso, ela colocou a mão no ombro de Eusine. Sua expressão mudou levemente, e ela se levantou e desceu pela claraboia, a fechando no final. O garoto voltou a olhar para a vila, e o que viu fez com que ele saltasse assustado. Será que era mesmo...?

Eusine deu vários passos para trás e correu, pegando impulso para saltar. Pousou no chafariz da praça central e aproveitou o pouso para se impulsionar para uma casa do outro lado da praça. Lá ele pousou, rolou e saltou novamente com a agilidade de um felino, dessa vez para uma casa menor localizada ladeira abaixo. Por fim, pulou para uma árvore e pousou no chão após se balançar nos galhos dela, assustando uma pessoa que caminhava.
- Hey- – começou Eusine

       - Waah! Não me ataque, macaco amarelo!

Uma torta de morango voou e atingiu Eusine no rosto, impedindo que ele terminasse a frase. O prato da torta caiu no chão com um estalo, o arqueiro comeu boa parte da torta que estava em seus lábios e então pode completar sua frase.

- Hey, Alex! O que faz por aqui?
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 3 EmptyQua 23 Out 2019 - 10:59

Uau já se passou um ano?!? Que rápido!

Mas, sério, que bom que dessa vez vai dar pra ler mais ainda esse ano!

Enfim...

Achei uma pena e um tanto confuso que você passou do momento que Dino nasce e é nomeado Dino. Foi como se tivesse perdido algo do último capítulo. Nem vimos Eusine descobrir que Dino gosta de carne...

Estranho Eusine se sentir desconfortável com animais empalhados, ainda mais com os coelhos mortos que ele tinha.

Mas a maldição da cozinha é hilária, assim como o dialogo:

Eusine escreveu:

- Você não acha que dividir um quarto sairia mais barato? Assim até sobraria mais dinheiro. – perguntou Eusine.

- Hum... bem pensado. Um quarto para eles e outro para mim, por favor.

lol.

... Mas a taverna ainda é um pouco suspeita. Imagino se a garota é uma fantasma.

Gostei bastante do diálogo entre Eddy e o ferreiro, foi ótimo também a reaparição dele na parte do Denas!

Hm, bom setup para o Galleom, e é uma supresa ver que Alex chegou também!

Also, o quanto comum é ver crianças viajantes por ali? O cara da pousada nem notou nada deles.
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