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 Dimentional Adventures

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Eusine48
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Dimentional Adventures - Página 6 Empty
MensagemAssunto: Episódio 26 - A Verdadeira Identidade   Dimentional Adventures - Página 6 EmptySex 17 Set 2021 - 12:11

Dimentional Adventure

Episódio 26 - A Verdadeira Identidade

- Status do Time –

Ativos – Eusine, Rodolfo, Woody e Blue no Café das Memórias Esquecidas
Gofro reencontra seus aliados!
Sofia, Jhonny, Elric, Denas, Eusine e Tiger-Z saindo de Azulmarina Superior

Outros – Padeiro [Ficou no castelo de Emerald e depois desapareceu misteriosamente]
Feitinilda cuidando do Café das Memórias Esquecidas
Dino encontrado!
*Personagem Secreto do Eusine* [Ainda não foi encontrado]

Após desmaiar, Eusine é levado para seu quarto no andar de cima, carregado por Rodolfo e acompanhado de Dino, Woody e Blue. No andar de baixo, Bardak e Mechan escutam Gofro contar como passou perto da entrada de todas as grandes cidades daquela dimensão em sua fuga em alta velocidade do Exército do Novo Ódio.

Seu toca fitas está em cima de uma mesa ao seu lado, tocando uma música calma que harmoniza bem com a chuva do lado de fora.


Gofro: Cidades quentes, cidades frias, cidades tecnológicas, cidades rurais... tem de tudo...! A natureza é bem diferente em cada lugar também... é uma pena que cheia de monstros e soldados do mal...! Eu teria parado para enfrentá-los e trazer a justiça... para essas terras, mas eu precisava despistar Machen e... retornar para meus companheiros...

Sua fala acaba ficando entrecortada pela respiração pesada. Afinal, é difícil respirar normalmente após ter corrido por mais do que um dia inteiro sem parar. Enquanto conversa, Gofro esfrega em seus pés um bálsamo para ferimentos feito por Feitinilda. A sola dos sapatos de Gofro foram completamente destruídas após tanta correria e ele esteve correndo descalço por horas desde então.

Feitinilda: Aqui está a janta da noite e um copo d’água.

A garota feiticeira volta da cozinha colocando a refeição na mesa e entregando um copo d’água diretamente nas mãos de Gofro, que imediatamente bebe tudo de uma única vez.

Feitinilda: É melhor eu trazer logo uma jarra inteira de água.

E assim ela retorna para a cozinha. Simultaneamente a isso, Woody e Rodolfo aparecem descendo as escadas.

Bardak: Como o garoto vai ficar?

Woody: Não sabemos bem. Ele parece estar só dormindo, mas temos medo que ele tenha outra Overdose de Memórias por causa de toda aquela água da Chuva de Memórias que ele colocou na boca. Não queremos que ele perca memórias importantes novamente, então pedi para o Blue só usar os poderes se realmente acontecer alguma coisa com Eusine.

Rodolfo: Vai dar tudo certo. Feitinilda, quero mais um copo de Meteoro-Cola!

Feitinilda: Já vai!

Gofro: O que ele estava fazendo na... na chuva mesmo?

Woody: Mais uma das ideias malucas dele... Ele queria recuperar as memórias que ele tinha de Dino, então procurou elas aleatoriamente na chuva.

Rodolfo: Foi legal!

Woody: Foi inconsequênte. O risco de uma Overdose de Memórias é o de desaparecer completamente no ar. Com sabe se lá quantas dimensões existentes, devem haver uma infinidade de memórias sendo trazidas para cá todas as noites...

Mechan: Está dizendo que ele apenas teve uma sorte absurda?

Pelo tom de voz de Mechan, ele parece estranhamente curioso e preocupado, bem diferente do jeito brincalhão e piadista que os outros haviam conhecido. Sua voz está mais grossa e séria do que eles conhecem.

Woody: Não, não é isso. Não posso nem calcular o quão pequena seria a probabilidade disso acontecer. Minha teoria é de que os pensamentos focados de Eusine “atraíram” as memórias que ele queria.

Silêncio. Mechan coloca uma mão no queixo barbado. Woody continua.

Woody: ... eu sei, afirmar isso não é muito científico da minha parte. Apesar disso, considerando tudo o que vimos e sabemos sobre essa dimensão, me parece o mais provável.

Mechan: Interessante.

Gofro: Oh, isso explica porque eu ganhei várias fitas cassetes para colocar no meu rádio!

Bardak: Ganhou fitas?

Gofro: Sim! Certamente a Deusa da Justiça me recompensa pelo meu heroísmo! Na chuva de ontem eu comecei a notar objetos se prendendo em meu afro. Hoje, mais ainda surgiram! Estou cheio de fitas com trilhas sonoras!

A essa altura Gofro já recuperou tanto seu fôlego quanto seu entusiasmo. Rodolfo começa a colocar a mão dentro do afro de Gofro.

Rodolfo: Woooow, é mesmo! Olha só quanta coisa!

Gofro: E-ei, você está bagunçando meu cabelo!

Bardak: Já está bagunçado. Além das fitas, está molhado, cheio de folhas, galhos e... isso é uma maleta de maquiagens?

Rodolfo: Eu achei uma máscara de carnaval!

Gofro: S-sério que têm essas coisas no meu cabelo?

Woody: Bem, isso é uma confirmação da minha teoria recém formulada! Gofro constantemente pensar em fitas com trilha sonora atraiu memórias dessas fitas para perto dele. Uma coisa que já sabíamos por meio de Blue é que a concentração de memórias de um mesmo objeto é o que faz ele se materializar aqui.

Gofro: E nada disso seria possível sem meu poderoso e denso afro! Ele me protegeu da Chuva Pesada!

Gofro dá um joinha com uma das mãos e um sorriso confiante, com alface em um dos dentes, tendo ele acabado sua janta em tempo recorde.

Woody: Huum, realmente. Só com uma boa proteção para aguentar duas chuvas dessas sem sucumbir.

Rodolfo: Isso é um álbum de figurinhas?

Gofro: Eu já pedi para parar!

Mechan: Eu realmente estou impressionado. A habilidade de poder invocar qualquer objeto proveniente de qualquer realidade apenas com a capacidade de concentração dá margem para atrair itens poderosos para nossas mãos.

Woody: De fato. Antes de ter uma resposta conclusiva, no entanto, precisaríamos repetir o experimento em ambiente controlado. Depois, faríamos testes para averiguar quanto tempo leva para um objeto surgir à partir das chuvas de memórias. Quantos objetos uma pessoa consegue atrair para si, se existe algum limite de tamanho ou complexidade... são muitos aspectos a serem investigados.

Rodolfo: Olha, uma banana!

Gofro: Rodolfo...

Mechan: Será que poderíamos trazer alguma pessoa dessa forma?

Woody: É algo a se descobrir também. Apesar de que eu não gostaria de prender ninguém conhecido aqui nessa dimensão contra a vontade dela.

Mechan: Hum...

Rodolfo: Agora achei o macaco que tava procurando a banana!

Gofro: O quê? Tira ele daí, tira!

Woody: Precisaríamos também impedir que essas aleatoridades venham junto.

Mechan: Sim.

Feitinilda: Aqui está mais água e outro prato cheio, Gofro. Desculpe pela demora na Meteoro-Cola, Rodolfo.

Rodolfo: Não faz mal, eu tava me divertindo.

Rodolfo dá um gole em sua Meteoro-Cola.

Rodolfo: Aaaah... delícia! Mechan, você pode colocar aquele seu ingrediente secreto no copo?

A música para.

Silêncio. Todos olham para Mechan, exceto Gofro, que está comendo. Até Feitinilda, que estava voltando para a cozinha com o primeiro prato sujo de Gofro, imediatamente para e olha para o homem velho.

Mechan: C-como?

Rodolfo: Aquele ingrediente que você colocou mais cedo quando virei o rosto. Deixou a Meteoro-Cola mais gostosa ainda! O que era?

Agora até Gofro para de comer, engolindo em seco sem nem terminar de mastigar. Ele lentamente se vira em sua cadeira de madeira e olha para Mechan, que está de pé ao seu lado.

Mechan: N-não era nada! Do que está falando, amigão?

Rodolfo: Mas eu vi... e também o sabor mudou, tenho certeza.

Woody: Mechan, é melhor se explicar logo.

Ele dá dois passos para trás, intimidado por todos os olhares desconfiados em sua direção. De repente, ele trava e sua expressão se transforma, mostrando um sorriso de quem esteve tramando algo obscuro com total orgulho.

Mechan: Não há mais como esconder. Eu não sou Mechan, o andarilho engraçado e apostador! Eu sou...

Com a mão esquerda, ele retira sua barba falsa e peruca. Assim é revelado um homem por volta dos seus 40 anos, o rosto rígido e machucado, com cicatrizes nas bochechas, no queixo e no olho direito. Usa uma faixa preta na testa, que ajuda a manter o cabelo azul-esverdeado penteado para trás até alcançar seus ombros. Seus olhos mostram maldade e o sorriso denota um divertimento sombrio.

Ninguém reage de imediato.

Bardak: Vocês conhecem?

Rodolfo: Não... quem é?

Woody: Eu nunca vi esse homem.

???: Eu não acredito nisso...

Com a mão direita, o Mechan que pelo jeito não é Mechan tira o grande manto que cobre seu corpo, mostrando que por baixo esteve utilizando uma armadura roxa com detalhes em dourado por cima de uma cota de malha preta. No peitoral da armadura está desenhado a cabeça de uma serpente (em dourado) semelhante ao que haviam visto antes na armadura do Sargento Fraxen, que foi derrotado por Gofro.

Machen: Eu sou Machen, o Aço Sagrado do Exército do Novo Ódio! Um dos doze Generais da Matéria Negra, meu poder é apenas superado pelo nosso grandioso líder e pelos próprios Deuses!!!

Uma música tensa começa a tocar, mesmo que ninguém tenha trocado a fita cassete.


Dessa vez ele optou por um anúncio exagerado para não gerar nenhuma dúvida. Finalmente, Feitinilda, Woody e Bardak se afastam, se agrupando a uma certa distância de Machen com postura de combate e expressão de medo e preocupação nos rostos. Apenas Rodolfo e Gofro não mudam suas expressões além de demonstrar surpresa, fato que desagrada Machen. Ele prefere quando todos sentem medo.

Machen: Eu prefiro quando todos sentem medo.

Ele verbaliza seus pensamentos em voz alta.

Gofro: Quer dizer que eu corri por quase dois dias inteiros... e você estava apenas aqui descansando?

Machen: Não apenas descansando, mas comendo, bebendo e jogando cartas também.

Gofro: Ora seu...

Machen: Quando notei que você era apenas uma isca, seus companheiros já haviam saído do esconderijo e se escondido em algum outro lugar.

Ele aponta para Rodolfo e Woody individualmente.

Machen: Não demorei muito para calcular a trajetória de vocês. Encontrei esse Café no caminho e supus que vocês eventualmente parariam por aqui. Foi apenas uma questão de tempo.

Woody: Inacreditável o quanto baixamos a guarda. Eu pensava que o nome Mechan era parecido demais com Machen para ter sido escolhido deliberadamente como disfarce.

Rodolfo: Ele é mesmo um gênio.

Machen: Obrigado!

Bardak: Vocês não deviam reconhecer ele pelo menos?

Woody: Nós não o vimos de perto antes. Ele pousou com o dragão em cima de onde estávamos escondidos, mas não chegamos a vê-lo de frente.

Rodolfo: Eu jamais reconheceria sem o dragão.

Machen: É uma serpe, a propósito.

Rodolfo: Que nome feio.

Bardak: Mas então... e agora?

Gofro: E agora?

O heroi de Afro finalmente se levanta, pisando no chão com as pernas tremendo por causa dos ferimentos e esforço. Com uma aura de justiça implacável se erguendo ao seu redor, Gofro olha furioso para Machen.

Gofro: Agora eu vou trazer a justiça do afro e chutar o seu traseiro maligno para longe!

Machen: Ah, é mesmo?

Tensão. Todos os olhos estão focados em Gofro e Machen, que não fazem nada além de se encarar com olhos cerrados.

Gofro: Estranho, não consigo dar um chute no seu traseiro maligno.

Machen: E eu não consigo nem sacar alguma arma.

Gofro até está tentando chutar o traseiro maligno de Machen, mas sempre que tenta mover sua perna direita, ela é puxada para trás com mesma intensidade. Isso vem junto de uma voz na sua cabeça que diz algo como “Você não quer lutar aqui.” por mais que ele na verdade queira sim lutar ali mesmo. Com isso, Feitinilda respira fundo, aliviada.

Feitinilda: Ufa. Por um momento achei que a minha barreira contra agressividade não estava mais funcionando.

Woody: Ah, bem que você falou dela. Impede que as pessoas lutem dentro do Café, não é mesmo?

Feitinilda: Isso.

Rodolfo: E o ingrediente secredo pra minha Meteoro-Cola?

Machen: Não era ingrediente secreto, era veneno! Por causa desse feitiço eu apenas consigo tentar matá-los de maneiras indiretas como essa.

Woody: Isso explica o candelabro caíndo e quase esmagando Blue.

Machen: Apenas não entendo como meu veneno mais poderoso não teve efeito algum no espadachim imbecil.

Rodolfo: Veneno não me afeta não.

Woody: Não parece, mas Rodolfo é um robô.

Rodolfo: E Woody é um gaiato quando quer. Vai ver ELE é um robô afinal de contas. Coloca mais um pouco de veneno aqui, tio!

Machen: Eu não vou colocar!

Rodolfo: Aaaaah...

Com isso o garoto desiste de pedir e resolver beber sua Meteoro-Cola assim mesmo.

Machen: Que seja. Agora eu vou dizer o que vai acontecer.

Ele aponta o dedo indicador direito para o topo da cabeça de Gofro e novamente dá um sorriso cheio de maldade.

Machen: Eu vou levar o seu afro capaz de proteger o usuário dos efeitos danosos da Chuva de Memórias!

Gofro: M-meu afro?!

Machen então aponta para Woody.

Machen: Também levarei o cachorro cientista para conduzir experimentos sobre como trazer objetos de poder para esta dimensão!

Woody: M-me levar?!

Machen: Com a sua inteligência, o cabelo dele e meu poder, serei capaz de trazer armas lendárias para fortalecer todo o Exército do Novo Ódio!

Woody: E se eu recusar?

Machen: Oh, mas você não precisa concordar.

Com isso, Machen coloca uma das mãos dentro de um bolso de couro preso à sua cintura. De dentro dele, o general retira pequenas esferas de energia negra, do tamanho de bolas de gude, que se mexem de um lado para o outro em sua mão, como se tivessem vida própria.

Machen: Eu lhe transformarei em Estátua e o controlarei pelo poder da majestosa Matéria Negra. Pode até ser que eu não consiga atacar este Café por conta desse maldito feitiço de proteção, mas posso chamar meus soldados e cercar o local. Veremos quanto tempo vocês aguentam ficar sem água e comida quando os mantimentos acabarem. Hehehe, eventualmente, você e o cabelo afro virão comigo.

Ele sorri como um caçador que acaba de capturar uma presa. Woody retrocede, assustado.

Gofro se posiciona entre Machen e Woody.

Gofro: Nunca que o meu afro iria fazer algo oposto ao caminho da Justiça! Ele se recusa! Machen, vamos resolver isso como homens e lutar lá fora!

Rodolfo: É, vamos acabar com o cara mal! Ele nem me deu uma gotinha de veneno...

Machen: Heh, eu aceito essa resolução também.

Feitinilda: Deixem-o ir embora. Assim ganhamos alguns dias para que vocês se curem dos ferimentos e fazermos um plano de ação.

A feiticeira sussura para Woody, que está ao seu lado.

Woody: Não teremos chance alguma contra um exército e eu não tenho como construir nada para ajudar a fugir. Lógico que também não quero me render e nem virar estátua. Se lutarmos contra ele de forma direta, talvez tenhamos uma chance.

Feitinilda: Ele pode ser apenas um homem, mas os generais da Matéria Negra são muito acima do normal em questão de poder de combate e habilidade. Estive nas mãos da Mimika, sei do que estou falando.

Woody: Nós sabemos também, enfrentamos dois generais antes e mesmo sendo quatro contra dois não tivemos chance. Mas quem sabe eu, Rodolfo e Gofro conseguimos cuidar desse ai...

A essa altura, Machen, Gofro e Rodolfo já estão do lado de fora do Café e se afastando cada vez mais.

Feitinilda: Ai ai, homens... Eu vou lutar também, afinal meu Café corre perigo. E você, Bardak? Bardak?

Bardak, o bardo decente, não está em nenhum lugar visível.

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Machen: Ah, assim é bem melhor.

Ele puxa uma esfera de energia verde de um dos bolsos e a esmaga fechando os dedos. Por uns instantes gosma verde começa a escorrer pela sua mão, até que ela se torna rígida e sólida. O material se estica e se alonga, depois ganha uma enorme lâmina de machado em uma das extremidades. Finalmente completo, a cor verde se desfaz, dando lugar para um cabo de ferro negro, uma face roxa com o desenho de uma serpente dourada e uma lâmina negra.

Alguns metros à frente de Machen, Rodolfo já está com a espada empunhada na mão esquerda e coçando a cabeça com o toco de mão direita enfaixada, enquanto Gofro se alonga e faz caretas de dor cada vez que mexe suas pernas. Woody e Feitinilda se aproximam e ficam um pouco atrás deles, compondo o quarteto.

A chuva fez a grama alta abaixar consideravelmente, permitindo agora que Woody enxergue tudo sem precisar ser erguido. Alguns objetos pequenos apareceram aqui e ali, sendo fruto do acumulo de memórias. No céu, as nuvens de chuva já se dissiparam em sua maioria, dando lugar a um céu estrelado com uma grande lua cheia.

Perto dos combatentes, o toca fitas já está tocando uma música de batalha selecionada por Gofro. Para proteger da humidade do solo, ela está em cima de uma cadeira de madeira trazida do Café.


Machen: Podem vir todos de uma vez. Assim quem sabe eu me divirta um pouco com essa luta.

Gofro interrompe os seus alongamentos e arregalha os olhos, se sentindo surpreso e ultrajado. Ele aponta para Machen com ar de julgamento e heroísmo.

Gofro: Todos os combates devem ser justos, até mesmo contra um general das trevas como vocês! Saiba que vou acabar com você sem precisar de ajuda nenhuma!

Com isso, Gofro sai correndo pronto para ataca o general do Exército do Novo Ódio. Quando está perto o bastante de seu oponente para desferir um golpe, ele desliza no chão molhado e tenta por tudo se apoiar e não cair, mas seu pé coberto de bálsamo não ajuda e ele, por fim, cai sentado bem na frente de Machen. Por sua vez, Machen dá um sorriso assassino e gira seu recém gerado machado de executor por cima da cabeça antes de descê-lo visando fatiar Gofro no meio.

Se arremessando para trás, Gofro gira para desviar do golpe. Assim que os pés tocam o chão após o giro ser completo, ele se empulssiona para cima, ficando mais alto que Machen, e cai desferindo socos visando atingir o rosto do general. Ele desvia do primeiro soco e defende o segundo com a face lateral do machado. Em um movimento amplo da sua arma, Machen atinge Gofro com a lateral do machado e o arremessa para trás. Dessa vez ele consegue não cair, mas visivelmente sofrendo pela dor nos pés e pernas.

Machen: Há há, você mal consegue se manter de pé! Como espera me derrotar dessa forma patética?

Gofro: Grr...

Antes que pudesse fazer ou dizer qualquer coisa, um vulto ruivo passa por Gofro em alta velocidade. Rodolfo inicia um ataque feroz que mira o pescoço de Machen com sua espada, mas é imediatamente refletido pelo machado. O general tenta um corte horizontal, mas Rodolfo capta a lâmina com a sua espada. Ambos ficam por um momento presos no embate de armas, até que eles diminuem a força imposta e pulam para trás, se afastando.

Gofro: Ei, Rodolfo! Eu falei que ia acabar com ele em uma batalha justa!

Rodolfo: Se toca, cara! Tu tá todo ferrado, não tem nada de justo em uma luta em que os dois não podem dar o seu melhor!

Gofro hesita, surpreso de Rodolfo conseguir declarar algo que faz sentido. Rodolfo segura a espada com mais força que o normal e raios de energia elétrica começam a fluir pelo seu punho e pela extensão da lâmina.

Rodolfo: Além disso, ele é o chefão! Temos que dar o nosso melhor!

Woody: Rodolfo, espera!

Rodolfo não espera e sai em disparada, atacando em alta velocidade com sua espada elétrica. Machen começa se defendendo, mas, golpe após golpe, gradativamente dá passos para trás, não conseguindo aparar completamente todas as investidas e eventualmente recebendo cortes nos braços, peito e rosto. A armadura diminui o dano que seria causado a ele, mas não por completo.

Após alguns segundos de ataques aparentemente incansáveis, Rodolfo começa a diminuir sua velocidade e força. O garoto faz uma expressão de confusa frustração, que logo Machen percebe e se aproveita. Com um golpe diagonal, ele corta Rodolfo na altura do peito, rasgando sua roupa e atingindo a pele. Antes que o garoto fosse golpeado novamente, dessa vez possivelmente de forma letal, ele é puxado para trás por Gofro. O machado corta apenas o ar entre eles.

Rodolfo: Ai... valeu, Gofro.

Gofro: O que foi aquilo? Você estava indo tão bem!

Preocupado, Gofro até deixa de reclamar que a batalha deveria ser apenas dele.

Rodolfo: Eu comecei a me ficar... mais fraco do nada...

Woody: Para variar, Rodolfo nunca me escuta.

Os dois se viram para Woody, que ainda está levemente afastado com Feitinilda observando a luta com cautela.

Woody: Desde que perdeu a mão direita, Rodolfo, a sua energia interna está “vazando”. Você não pode exagerar com seus poderes enquanto não te consertarmos. Quanto mais usá-los, pior vai ficar.

Rodolfo: Ui, que saco. Pelo menos o machucado não foi profundo, ainda dá para lutar!

Gofro: Rodolfo...

Ele coloca a mão no ombro do companheiro.

Rodolfo: Oi?

Gofro: Nós dois não estamos em condições de dar o nosso melhor... na verdade, estamos pela metade do nosso potencial.

Rodolfo: Estamos? Não sou bom de calcular.

Gofro: E duas metades formam um inteiro! Nada mais justo do que lutarmos juntos contra esse vilão!

Rodolfo: Faz todo sentido!

Diz Rodolfo, mesmo sem entender bem. Gofro sorri, tira a mão do ombro de Rodolfo e concorda com a cabeça. Ambos se viram para Machen com olhares desafiadores.

Gofro / Rodolfo: Vamos!

Os dois avançam simultaneamente e iniciam uma enxurrada de socos, chutes e espadadas contra Machen, que desvia e defende na medida do possível. Mesmo não estando em suas melhores condições, Gofro consegue uma velocidade incrível em seus combos e Rodolfo mantém boa parte da sua força, mesmo não sendo canhoto.

Machen eventualmente se irrita e começa a golpear todas as direções com seu machado. Ele não atinge nenhum dos seus adverśarios, mas consegue seu objetivo de afastá-los para longe.

Dessa vez o general acumulou uma boa quantidade de ferimentos em seu corpo, sem falar de amassados na armadura onde os ataques de Gofro atingiram em cheio. Machen está visivelmente irritado.

Gofro: Sinta o poder incansável da justiça admirável!

A rima de Gofro não ajuda no humor de Machen, pelo contrário.

Machen: Já cansei de brincar com vocês. Morram!

Machen posiciona o machado rente à lateral do seu corpo e com um giro o arremessa horizontalmente na direção de Rodolfo e Gofro. A força é tanta que o vento se reune ao redor do machado, fazendo com que ele fique envolto em um pequeno furacão.

Machen: Tornado Axe!

A grama alta é imediatamente cortada com a passagem do tornado de machado e toda a água presente no chão se ergue e entra em rotação ascendente. A distância é curta e o tempo de reação menor ainda, mas Gofro é rápido o bastante para pular para fora da rota do furacão, diferente de Rodolfo, que apenas permanece no mesmo lugar e se prepara para o embate.

Woody: Rodolfo, sai da- ele não vai me escutar mesmo.

Rodolfo: Eu aguento!

O machado de executor bate na espada de Rodolfo, que utiliza o seu outro braço para segurar a espada pelo lado chato dela e dar mais apoio no momento da defesa. O machado para de girar, porém o tornado permanece envolvendo o garoto.

Alguns instantes depois diversos cortes começam a aparecer na pele do garoto, vindo aparentemente de lugar algum. No rosto, na mão, nos braços, no torso, nas pernas...

Rodolfo: Ai! Ai ai ai! Aaaarh!

Gofro: Rodolfo!

Gofro avança para o garoto ruivo, mas é repelido para trás quando seus braços se cortam por forças que parecem invisíveis.

Gofro: U-urgh! Esse vento é afiado como faca!

Woody: Como isso é possível? Preciso ver melhor.

Óculos de grau aparentemente comuns saem da coleira de Woody e são postos em seu rosto por uma pequena garra de metal. Com eles, Woody aproxima sua visão do tornado e visualmente desacelera a velocidade com que enxerga. O que ele vê através das lentes tecnológicas são literalmente facas voando e girando, cortando a pele de Rodolfo em velocidade absurda.

Woody: São facas mesmo! Como isso é possível?

A garota olha surpresa, sem imaginar que Woody enxergasse tão melhor de óculos. Ela começa a tatear os seus bolsos, procurando algo específico. Gofro se vira furioso para Machen e corre em sua direção.

Gofro: Liberte Rodolfo do tornado de facas e se renda imediatamente!

Antes que o heroi de afro chegue nele, Machen esmaga outra esfera verde e cria um novo machado de executor, que segura com a mão esquerda.

Gofro soca com toda sua força disponível e Machen se defende com a face lateral do machado recém criado.

Feitinilda: Essas armas criadas pela Matéria Negra têm poderes surpreendentes, acima do normal! Para lidar com ela, precisamos combater...

Ela enfim puxa de um dos bolsos uma esfera verde.

Feitinilda: ... fogo contra fogo!

Com isso, Feitinilda esmaga a esfera verde. Semelhante ao machado de Machen, o líquido escorre pela mão da garota antes de tomar a forma de uma varinha mágica, lilás e com uma esfera azul em uma das pontas.

Woody: O-onde você conseguiu isso?

Com medo de Feitinilda ter alguma relação com Matéria Negra, Woody lentamente se afasta da feiticeira dona de Café. Ela dá um sorriso tranquilizante e pisca com o olho esquerdo para o cão falante.

Feitnilda: Roubei do depósito da Mimika, é a melhor varinha que já vi. Agora sobre Rodolfo... Attack Up!

Uma luz vermelha preenche a esfera na varinha mágica de Feitinilda. Ela aponta para Rodolfo e logo em seguida os braços de Rodolfo brilham coma mesma luz vermelha. Eles crescem, com os músculos do garoto ficando mais desenvolvidos de uma hora para a outra.

Rodolfo: Wooooo!!!

Sentindo a sua força física aumentar, Rodolfo enfim consegue rebater o machado de executor para longe! Ele vai girando no sentido contrário ao que veio, em direção a Gofro e Machen.

Gofro percebe a aproximação do Tornado Axe e pouco antes de ser atingido sorri e se joga para a direita, rolando no chão. O machado voa direitamente para Machen...

... que o pega facilmente com a mão direita.

Machen: Heh. Você não achou que eu seria atingido pela minha própria arma, achou?

Por alguns segundos, foi possível ver as pequenas facas se ligando à lateral do machado e voltarem a fazer parte dele, agora que a arma está nas mãos do seu dono. Machen dá um sorriso distorcido.

Machen: Gostaram da minha técnica, a Tornado Axe?

Rodolfo: Eu achei daora!

Feitinilda / Woody / Gofro: RODOLFO!!

Rodolfo: O quê? É daora mesmo!

Gofro: Um golpe utilizado por mãos malignas não pode ser considerado “daora”...

Machen: Eu também gosto bastante.

Rodolfo: Viu?

Gofro: Mas a opinião dele não conta!

Rodolfo: Por quê não?

Gofro: Ele é do mal! Mal!

Rodolfo: Mas coisas daora são sempre daora.

Rodolfo pode estar com o corpo todo cortado pelas pequenas facas que saíram do machado, mas sua habilidade de falar coisas estúpidas continua intacta.

Feitinilda: Rodolfo.

Ela chama, com paciência.

Rodolfo: Oi, obrigado pelo buff! Estava mesmo sentindo falta de lutar buffado!

Feitinilda: Apenas lembre-se de que não vai durar muito tempo.

Rodolfo: Ok! Agora vou lá continuar a bater no cara mal!

Feitinilda: E Rodolfo, outra coisa!

Ele se vira para a amiga.

Rodolfo: Sim?

Feitinilda: Tome mais cuidado. Por favor...

O garoto sorri.

Rodolfo: Claro, vou tentar!

E corre para enfrentar Machen, que no momento ataca Gofro com seus dois machados de executor. O homem de afro está conseguindo fazer pouca coisa além de desviar dos golpes consecutivos.

Feitinilda: Eles não vão aguentar muito.

Woody: Não mesmo. Precisamos intervir. Acho que minha coleira já acumulou carga o bastante esses dias para tentar algo. Espero que dure até o derrotarmos...

Com uma das patas, Woody cutuca sua coleira em diversos pontos diferentes, deixando Feitinilda com uma cara de interrogação.

Woody: É, está com carga para alguns minutos. Coleira, ativar o modo “Canino Veloz”.

Com alguns bips a coleira de Woody começa a se modificar. Ela se expande para trás, cobrindo as costas e o rabo do cachorro com uma armadura feita pelas micromáquinas presentes na coleira. Ela então se extende para baixo, formando uma proteção nas pernas, incluindo tornozeleiras e patins para as quatro patas. Por fim, um capacete de patinação surge em sua cabeça canina. Um último bip marca o término do processo.

Feitinilda: U-uau! Impressionante!

Rodolfo: Daora né? Mas eu prefiro aquele que tem asas!

Rodolfo grita de longe, ao mesmo tempo que luta contra Machen.

Feitinilda: Presta atenção na luta!

Ela grita com Rodolfo e depois retorna sua atenção para Woody.

Feitinilda: É lindinho! É um cachorro fofo de patins!

Por ser um cachorro, Woody não consegue ficar vermelho de vergonha, mas se pudesse com certeza estaria neste momento.

Woody: N-não é hora para isso! Temos que ajudar Gofro e Rodolfo!

Feitinilda: Sim, vamos.

A garota hesita um pouco antes de falar e começar a andar em direção ao combate, mas Woody nem percebe.

No momento o combate está mais ou menos equilibrado, com Machen utilizando os dois machados simultaneamente com uma destreza surpreendente contra os dois oponentes, que contraatacam e desviam, dando trabalho para Machen.

De repente, Machen é atingido em suas costas por um laser saído da arma embutida na coleira de Woody. O general arqueia as costas para trás com a dor, abrindo a guarda para seus combatentes em sua frente. Gofro o golpeia um soco no estômago, que amassa a sua armadura e o deixa sem ar, e Rodolfo o atinge com um golpe vertical na altura do peito, se vingando do ataque que recebeu anteriormente.

Machen: Urgh... seus...!

Gofro: Tentamos um combate justo, mas o seu Tornado Axe foi um golpe baixo! Você merece o nosso esforço conjunto!

Furioso com os golpes recebidos e a fala de Gofro, Machen arremessa o machado da mão esquerda em um Tornado Axe, fazendo Gofro e Rodolfo se forçarem a pular para longe e se esquivar. Ele então se vira para trás, buscando quem o atingiu pelas costas.

Não havia ninguém lá.

Machen: Urgh!

Um laser atinge suas costelas, vindo de algum lugar á sua direita. Ele se vira e consegue apenas ver traços de um cachorro de patins, instantes antes dele desaparecer de tão rápido que se move. Em seguida, um novo laser atinge a outra lateral de Machen.

Woody: Rápido demais para você? Pra mim também, estou ficando meio tonto...

Machen: Desgraçado!

Furioso, o general tenta sair do lugar onde esteve, mas é surpreendido por suas pernas não se moverem. Ele olha para baixo e vê suas pernas presas por raízes de árvores que ainda estão crescendo e subindo pelas suas coxas.

Feitinilda: Hihihi, você deveria prestar mais atenção no que acontece ao seu redor.

Ela pisca com um dos olhos. Machen sente algo se aproximando e se vira para a esquerda, se surpreendendo com o Tornado Axe mais perto do que deveria, retornando para seu mestre após ter falhado em atingir Gofro e Rodolfo, tendo eles desviado constantemente.

Machen se agacha, permitindo que o Tornado Axe passe por cima dele sem causar danos.

Machen: Eu já avisei que não seria atingido pela minha própria arma!

No entanto, não é com isso que o general da matéria negra deveria estar se preocupando.

Gofro: Wooooh!!!

Gofro vem correndo, após ter usado o Tornado Axe como cobertura para se aproximar de Machen sem ser visto. O general, no entanto, consegue se levantar a tempo e desferir um golpe horizontal com o machado que ainda está em sua mão.

Gofro: Afro...

O golpe, porém, só atinge o ar, pois o objetivo de Gofro não era um ataque direito. Pouco antes de chegar em seu oponente, Gofro vira de costas e pula em um salto mortal, de forma a ficar de ponta-cabeça acima de Machen, que observa aquilo com olhar assombrado.

Gofro: ... Break!

Ele despenca, assim usando seu afro para esmagar Machen.

Machen: G-gargh!

Esmagado pelo poder opressor do afro, Machen apenas não cai de peito no chão por estar com as pernas presas pelas raízes de árvore. Com Gofro quicando para longe (seu afro servindo como uma mola), Machen permanece agachado, com um machado na mão esquerda e expressão de extrema dor no rosto com face voltada para o chão.

A música para de tocar.

Quando Gofro pousa no chão, alguns metros distante de Machen, ele sente uma dor passando por suas pernas, um sentimento parecido com o de eletricidade correndo pelos seus músculos. Ele cai de joelhos no chão, incapaz de se manter em pé.

Gofro: O-o quê?

Com muita dificuldade, ele coloca o pé direito no chão e tenta se erguer, mas, após esse movimento doloroso, seu corpo mal consegue se mexer.

Gofro: As minhas pernas... não me obedecem!

Woody: Você e Rodolfo são dois teimosos.

Diz o cachorro, chegando em alta velocidade ao lado de Gofro. Rodolfo e Feitinilda também se aproximam, essa última correndo de longe.

Woody: Você sabia que precisava descansar e mesmo assim correu, pulou e chutou. Seu corpo está cobrando o preço por isso.

Gofro: Eu não poderia ficar parado quando o general do nosso maior inimigo nos intimida e ameaça da forma como ele fez. Eu represento a justiça do afro!

Ele declara ainda sem conseguir levantar, com o punho direito fechado e apontado para cima. O respeito de Woody por Gofro secretamente aumenta.

Woody: ... certo, você fez o que precisava ser feito afinal de contas. Eu não deveria estar julgando vocês por isso.

Rodolfo: Tá tudo bem! Ficou todo mundo bem e vencemos o cara mal!

Feitinilda: Mas Rodolfo... será que ele foi derrotado mesmo?

Todos olham para Machen. Com a parte inferior do corpo coberta por raízes e a parte superior voltada para o chão, Machen parecia uma espécie de estátua feita por um escultor de gosto peculiar.

De repente, como se quisesse responder as contestações de nossos herois, Machen começa a se mexer. Ele primeiro ergue seu corpo, estalando os ossos das costas no processo. Ele estica os braços para trás e o pescoço para cima e para baixo, se alongando.

Machen: Urgh... esse ataque me pegou de jeito.

Woody: E-ele ainda está bem!

Feitinilda: O poder absurdo de um general da matéria negra...! É como a Mimika, por mais que se ataque e ataque, ela sempre volta!

Feitinilda começa a dar passos para trás, visivelmente nervosa.

Rodolfo: Ei, calma ai! Não existe ninguém invencível! É só bater de novo e de novo até ele não levantar mais!

Woody: ...

Machen: Huhu... Bem que eu fui avisado.

Silêncio. Usando a mão direita, Machen joga os cabelos para trás e limpa o suor de seu rosto. A testa dele está inchada pelo impacto que levou e os olhos do general mostram que está sentindo dor. Apesar disso, ele sorri com o canto da boca.

Machen: Vocês são aqueles que ajudaram a destruir uma parte do mestre Matéria Negra em Emerald. Deveria prever que não seriam oponentes patéticos.

Woody: Você sabia?

Machen: Sim. Fomos avisados a trazer vocês para o mestre Matéria Negra, são procurados vivos ou mortos. Vocês foram declarados os maiores inimigos abaixo dos Transcendentais e uma das prioridade máximas para nós, generais.

Woody: Trancendentais?

Rodolfo: Somos procurados? O que fizemos de errado?

Gofro: Se somos procurados pelas pessoas ruins, quer dizer que fizemos algo de bom. Isso quer dizer que estamos do lado-

Machen: Oh, cale a boca! Você é ainda mais irritante do que aquele cara de afro do Exército do Novo Mundo! Sempre querendo ser herói, o bastião da justiça e da igualdade! Vocês me enojam!

Gofro: Não sei a quem se refere, mas acredito que deva ser um homem honrado com um cabelo admirável.

Machen: Acredite no que quiser. A questão agora é que eu estarei em maus lençóis se voltar para o mestre Matéria Negra após não ter derrotado vocês por não me esforçar ao máximo.

Woody: Oh não.

Feitinilda: Gente... acho que dá tempo de fugir.

Rodolfo: Do que está com medo?

Após colocar a mão direita no bolso, Machen retira uma nova esfera verde.

Woody: Mais uma?!

O general amplia o seu sorriso ao máximo...

Machen: E agora vocês morrem.

... e arremessa a esfera verde para baixo, fazendo-a se romper com o impacto no chão. O líquido verde se espalha no chão, cobrindo o espaço cheio de raízes abaixo de Machen. O verde luminoso se estende para todas as direções antes de se tornar rígido e começar a crescer.

Misteriosamente, uma nova música começa a tocar sem ninguém trocar a fita.


Dessa vez o que esteve contido na esfera verde não era uma arma, e sim uma criatura. Com duas patas traseiras, um rabo alongado, corpo coberto de escamas negras, enormes asas de morcego, pescoço comprido, cabeça que parece um misto de jacaré e cobra (exceto que com chifres de marfim apontando para cima) e com uma sela em seu torço, a montaria de Machen surge já destruindo a prisão de raízes e mantendo o general em cima de si. Ele ruge com a cabeça apontando para os céus, anunciando sua chegada no campo de batalha.

Machen: Huahahaha!!

Rodolfo: O dragão!

Machen: É uma serpe! Cansei desse erro estúpido! Vamos Meia-Noite!

Enquanto Feitinilda corre para longe, Rodolfo é o primeiro a avançar contra Machen e Meia-Noite. Meia-Noite, por sua vez, começa a abanar suas asas, jogando Rodolfo para trás com a força do vento. Em pleno ar, Machen e sua serpe voam em direção de Gofro.

Machen: Morra você e seu senso de justiça!

Gofro: Gorgh!

Com um golpe de baixo para cima, Machen acerta Gofro, que nem sequer conseguiu se mover para tentar desviar do ataque. Ele cai para trás na grama, se contorcendo de dor com sangue saindo de seu torso.

Machen: Eu volto para acabar com você depois e tirar esse cabelo afro para mim. Agora é hora de acabar com o cachorro.

Machen vasculha o local olhando para a esquerda e para a direita, até encontrar Woody tremendo e olhando assustado para ele. Seus olhos se encontram por alguns instantes, até que Woody desaparece devido a sua velocidade extrema de fuga.

Machen: Você sabe o que fazer, Meia-Noite.

Meia-Noite: Sssshhaa!

Voando em alta velocidade, Meia-Noite e seu mestre se aproximam por trás de um borrão canino. Woody não teria coragem de ir fugir para longe de seus amigos e estava, ao invés disso, indo de um lado para o outro em desespero.

Woody: Irgh!

Meia-Noite: Sssshhaa!

Meia-Noite arqueia o pescoço para trás e depois para frente, cuspindo um jato de cor verde escura, do qual Woody desvia patinando para a direita. O líquido dissolve completamente a grama que é atingida, fazendo-a se distorcer em cinzas.

Machen: O que acha disso, cachorro falante que ataca pelas costas?

Woody: Iiiiirgh!!

A perseguição continua, com Woody correndo em zig-zag e desviando dos jatos de veneno cuspidos por Meia-Noite. No terceiro jato, o cachorro é atingido por trás, fazendo parte da sua armadura e os patins das pernas traseiras se desfazerem. Isso, é claro, faz com que ele perca boa parte da sua velocidade.

Machen: Tome isso!

Um golpe de machado atinge a lateral de Woody, arremessando-o para longe. Ele rola por diversos metros até parar com o resto da armadura e patins totalmente quebrados, exceto pelo capacete. A lâmina não atingiu diretamente a pele dele, mas ainda assim o arremesso foi capaz de causar diversos ferimentos em Woody.

Machen: Eu retorno para levá-lo comigo. Seu intelecto ainda será útil para o Exército do Novo Ódio.

Woody: Uh... droga.

Machen: E agora...

Machen avista Feitinilda longe, tendo corrido em direção ao seu Café desde o momento em que Meia-Noite aparecera. Machen puxa as rédeas de sua montaria e, sem pressa, indica para onde o seu segundo machado caiu após o efeito do Tornado Axe ter acabado. Eles voam até lá, Machen recupera seu machado e com ele aponta na direção da feiticeira. Assim os dois voam em direção dá próxima vítima, com o general rindo como o homem louco que ele é.

Machen: Você já fugiu várias vezes do nosso controle! Dessa vez, irá pagar pela sua insolência!

Feitinilda se vira para trás ao ouvir isso e assim acaba tropeçando, escorregando em uma poça d’água e caindo. Ela se vira para trás e vê Machen se aproximar em velocidade absurda, com os dois machados de executor erguidos acima de sua cabeça.

Alguns instantes antes de Feitinilda ser atingida por um golpe mortal, Rodolfo aparece em sua frente, com o corpo coberto de eletricidade.

Rodolfo: Corte V!

Os machados atingem a espada de Rodolfo, destruindo-a. Sem mais interrupções, as lâminas atingem o ombro esquerdo, fazendo sangue e raios voarem para cima.

Machen retira os machados com certa dificuldade, tendo eles atingido o esqueleto metálico do garoto. Sem eletricidade e quase sem consciência, Rodolfo cai para trás, sendo pego por Feitinilda no chão. Ela coloca a cabeça do amigo no colo e olha para ele com lágrimas nos olhos.

Feitinilda: Ro... Rodolfo...

Rodolfo: Desculpa Feitinilda... não deu pra bater mais nele... Faltava pouquinho pra ganhar a luta...

Feitinilda: Não é sua culpa... você fez o máximo que podia.

Rodolfo: Ai... tô acabado. Vou descansar um pouco.

Ele fecha os seus olhos.

Machen: Huh. Aguentou mais do que eu esperava, esse ai. Garota, pensei melhor. Ao invés de matá-la, vou te transformar em estátua e devolver para Mimika. Assim ela fica me devendo um favor.

Feitinilda: E-eu não quero voltar a ser estátua. De novo não!

Nesse momento ela não consegue erguer o seu rosto, chorando com medo do general acima dela e triste pelo seu amigo no chão.

Machen: Que tal uma escolha então? Você pode preferir virar estátua ou receber a ira do meu machado? Qual vai ser? Huhuhu... huahhahahahahha!!!

Machen não resiste e começa a gargalhar por todo o seu poder e sentimento de superioridade perante os inimigos. Eles, que ousaram resistir ao invés de dar a ele o que queria, agora estão acabados, sem chance alguma de resistência. O sentimento de vitória é absoluto e parece impossível de ser quebrado nesse momento.

Eusine: Nossa, que bagunça.

Machen: Hãn?

Eusine e Dino aparecem no campo de batalha, tendo acabado de sair do Café das Memórias Esquecidas e acabando com a comemoração de Machen. Eusine olha para Woody e Gofro, longe dele e jogados no chão completamente derrotados, e depois para Rodolfo e Feitinilda, próximos à entrada do Café.

Feitinilda: E-eusine! O Rodolfo, ele... ele...

Eusine: ...

Dino: Coitados... eles lutaram muito contra esse maluco. Eu te disse, vi tudo da janela do quarto.

Eusine: Pessoal... vocês se esforçaram tanto enquanto eu me recuperava. Agora é nossa vez de lutar.

Não há sinal do sorriso costumeiro de Eusine em seu rosto. Eusine não suporta que façam algo que machuque seus amigos e no momento ele fecha os punhos e apresenta uma careta de raiva como poucas vezes fez em sua vida.

Machen: Sua vez de lutar? Há! Você está vendo o que eu fiz com seus quatro amigos! O que você e o dinossauro pensam que podem fazer contra mim?

Dino: Você pode ser bem forte, mas eu e Eusine estamos juntos de novo. Isso quer dizer que daremos um jeito!

Ele pula e pousa no ombro direito de Eusine.

Dino: Né?

O garoto sorri para o companheiro.

Eusine: Sim, daremos um jeito. Mas, vamos precisar de uma ajudinha.

De dentro de sua jaqueta, Eusine puxa a metade do Amuleto de Emerald. Do chapéu em sua cabeça, Dino retira o Amuleto de Tangelo.


Última edição por Eusine48 em Sáb 10 Dez 2022 - 1:34, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Episódio 26.5 - Uma Escolha Para Tiger-Z   Dimentional Adventures - Página 6 EmptySex 8 Out 2021 - 9:50

Olá pessoal! Apenas alguns avisos antes de começar o episódio.

1 - Como ultimamente estive apenas escrevendo o Crossover, irei dar uma pequena pausa para me focar no próximo capítulo de Bruno Santana e o Antiquário da Magia. Depois, retorno aqui para o Episódio 27 e a luta de Eusine e Dino versus Machen!

2 - As imagens dos personagens estão no fim do episódio. Não consegui uma panela como chapéu para Tiger-Z, então acabei usando um capacete de guerreiro que é parecido com uma panela de alumínio. Melhor que nada.

3 - Apenas para lembrar: O Denas que está nessa equipe secundária é o Denas Forever de Mindflayer. Isso pode ser um pouco confuso (e é mesmo!), mas a culpa é do nosso caro Forasteiro Solitário que fez várias histórias com um protagonista chamado Denas.

4 - O Eusine que está aqui não é o mesmo do outro grupo! Não foi revelado de que dimensão ele veio, mas esse eu quero que vocês descubram sozinhos, o mistério faz parte do enredo. Apenas vou dizer que ele não é nenhum Eusine de passado ou futuro e é alguém que já apareceu em uma história completa aqui no Path Makers.

5 - Lembrando também que esses Eusine e Denas não tem nada a ver um com o outro. Eles não são da mesma dimensão e nem se conheciam antes, apenas foram encontrados pela Guilda da Sofia alguns episódios atrás.

Então é isso, nos vemos em breve! Se tudo der certo, ainda sai episódio novo aqui do Crossover esse ano! Boa leitura!

Dimentional Adventure

Episódio 26.5 - Uma Escolha Para Tiger-Z

Após cerca de 1 hora dirigindo por pontes de madeira flutuantes, a Guilda da Sofia e Agregados finalmente chega em terra firme. Eusine estaciona o carro no cais, o que é um alívio para Sofia, que esteve enjoada e vomitando pela maior parte do caminho. Ela logo abre a porta e sai tropeçando pelas tábuas até cair de joelhos e terminar de e vomitar o pouco que ainda tinha de comida em seu organismo.

“Curiosidade Sobre as Pontes Flutuantes”:

Todos os outros saíram do jipe, seja para alongar as pernas, no caso de Eusine e Denas, ou para ajudar Sofia, que foi a decisão de Johnny e Elric. Tiger-Z não quis sair do seu lugar no banco de trás, ficando encolhido e vigiando timidamente Eusine, que disfarça olhando para o horizonte com as mãos nos bolsos. Denas, notando a situação, se aproxima de Eusine.

Denas: Posso falar com você?

Eusine acente com a cabeça e ambos se afastam do carro, dando alguns passos para longe e se mantendo de costas para o jipe. Tiger-Z se aproxima da porta e se inclina para fora, curioso para ouvir a conversa, mas os dois logo ficam longe o bastante para impedir que isso seja possível.

Denas: O que pretende fazer com o garoto?

Eusine: Cumprir o combinado, é óbvio. Ele veio junto apenas para mostrar o caminho.

Um comentário frio que não surpreende Denas.

Denas: É um longo caminho andando para a casa dele, você poderia ter deixado ele assim que saímos de Azulmarina.

Eusine: Você sabe que ele não quis sair do carro. Ficou insistindo e dizendo “por favor, por favor, por favor” até me esgotar a paciência.

Denas: Ele é apenas uma criança, era só dizer não e pronto.

Eusine: Não precisa me dizer isso.

Denas faz uma careta de desagrado. Ainda assim, continua optando pela diplomacia.

Denas: Olha, estou apenas preocupado com ele. Ele claramente acredita do fundo do coração que você é o pai dele. Não acho legal largá-lo por aqui, ele pode querer ir atrás do nosso carro.

Eusine: Oh, você está preocupado? Deveria ter se manifestado antes de trazermos ele para cá, não acha? Eu não irei voltar para deixar ele em casa, já disse que preciso chegar em Magenta o quanto antes. Se ele quiser, que venha com a gente. Quem sabe um dia seja útil afinal de contas.

Denas: Se continuarmos a levar ele, vai ser a mesma coisa do que se estivéssemos o sequestrando. Agora que sabemos o caminho, podemos levá-lo de volta para casa facilmente. Você podê convencê-lo a ficar lá e esperar que o pai de verdade volte.

Eusine: Heh... Então sua solução é mandar o garoto para esperar alguém que nunca vai voltar? Mas que bela preocupação.

Essa pergunta em particular, acompanhada de um sorriso sarcástico de Eusine, irrita ainda mais Denas, que lembra de seu avô, Solen Forever, que desapareceu seis anos atrás em uma expedição. O psiônico aproxima o seu rosto do de Eusine com raiva em seus olhos e os punhos fechados.

Denas: Você pode ver tão claramente quanto eu que aquele garoto ama muito o pai dele! O pai apenas trabalha demais e não consegue parar em casa, não ouviu o que ele disse? Não pode ser racional por um minuto?

Eusine: Encare os fatos, ele não volta para casa a anos e sequer se deu o trabalho de dar alguma notícia. Ele abandonou a família ou está morto a esta altura.

Denas: O que você entende sobre esperar sem saber o que aconteceu com alguém que ama?

Eusine: Não preciso saber, estou apenas sendo racional como você insiste que eu seja.

Denas encara Eusine e encontra um olhar duro e implacável (bem mais do que esperava) por trás dos ocúlos do garoto loiro. Apesar disso, não encontrou nenhuma intenção ruim naquelas declarações, achando melhor se acalmar e também ser racional sobre a situação. Ele se afasta de Eusine e desvia o rosto, com olhar pensativo para o mar.

Eusine: Eu nem sequer gosto de ser visto como uma figura paterna, não pense que eu quero substituir o pai dele por algum motivo. Apenas estou sugerindo que ele possa vir conosco, se não quiser voltar para sua eterna espera pelo pai.

Silêncio.

Denas: ... o meu avô desapareceu uma noite. Saiu de casa e nunca mais voltou. Da mesma forma como eu desapareci para todos da minha casa, eu suponho. Fui para a escola um dia, descobri acidentalmente que tenho poderes psiônicos, atravessei um portal e parei nesta dimensão. Falando assim é tão simples, mas... é tudo tão confuso.

Breve momento de silêncio. Eusine olha para Denas, o analisando.

Eusine: Qual o seu plano?

Denas: Meu plano?

Ele não esperava por essa pergunta, não num momento como esse. Ainda assim, era algo que ele havia refletido muito nos últimos dias.

Denas: Procurar pelo meu avô, é claro. A cidade de onde vim se chama Arumia e sem dúvidas é uma cidade que esconde muitos segredos. Mais ainda do que eu inicialmente imaginava, já que inclui até mesmo um portal para outra dimensão. Meu avô pode ter atravessado o mesmo portal que eu e estar em algum lugar por aqui ou... ou quem sabe em alguma outra dimensão paralela. Não tenho como saber no momento, mas, de qualquer forma, é capaz de estar correndo perigo e por isso eu quero levá-lo de volta para casa.

Eusine: Em outras palavras você está em uma busca de alguém que pode estar em qualquer lugar e em qualquer dimensão. Procurando por uma agulha em um palheiro infinito.

Denas não responde. Ele realmente não tem nenhuma pista sobre seu avô.

Eusine: Não acha que ele poderia estar em Azulmarina? Você pode até voltar para a cidade levando o garoto, assim teria uma desculpa para deixá-lo em casa e ainda buscar seu avô.

Denas: Meu avô é do tipo que gosta de explorar florestas e montanhas, mas nunca foi muito interessado no oceano, pelo que eu sei. Minha melhor pista por enquanto é a cidade para onde estamos indo, essa tal de Magenta.

Eusine: Por quê não procura um portal de volta para casa e volta para sua família? Isso por si só já seria difícil o bastante. A chance de encontrar seu avô é quase zero.

Denas: Não importa. Eu faço a minha própria sorte.

Ele ergue o rosto e volta a olhar Eusine nos olhos.

Denas: Eu tenho uma grande e importante família, mas eles apenas se importam em manter seu status e dinheiro. A única pessoa com quem tive algum afeto nesta vida foi meu avô.

Eusine: Que linda história. Então, se alguém identico ao seu avô aparecesse, você iria com ele ou deixaria que fosse embora para sempre?

Eusine fala sem paciência para laços afetivos. Denas foi surpreendido por outra pergunta surpresa. Por um momento tinha esquecido o motivo central de toda aquela conversa com Eusine. Ele pensa um pouco.

Denas: ... é claro que eu iria junto. Ainda que ele não se lembrasse de ser meu avô, eu iria acompanhá-lo para descobrir se ele perdeu a memória ou para descobrir o que significa ter alguém identico a ele andando por esta dimensão.

Eusine: Ótimo. Então se você fosse o garoto iria querer vir junto e não ia se sentir sequestrado. Acho que isso fecha nossa pequena discussão sobre deixá-lo ou não escolher se quer ir.

Os dois se encaram por um momento. Uma semente de desconfiança é plantada na mente de Denas.

Denas: O que você quer com Tiger-Z?

Eusine: Apenas permitir que ele faça uma escolha e viva da forma como preferir. Particularmente nem sequer tenho interesse em crianças, mas você me convenceu a não simplesmente largá-lo aqui e ele pode se tornar útil em algum momento do futuro se quiser ir conosco.

Denas: ...

Eusine: Como você mesmo disse... deixe que ele “faça sua própria sorte”.

O garoto psiônico suspira.

Denas: Muito bem, você venceu. Vamos deixá-lo decidir se quer ou não vir conosco. Isso se a Sofia permitir, é claro. Por incrível que pareça, ela que está liderando esta expedição afinal de contas.

Eusine: Mas é claro.

Denas é o primeiro a voltar para o jipe. Por trás dele, Eusine sorri. Sempre soube como lidar com os Denas que encontra.

Os dois chegam no jipe praticamente ao mesmo tempo que Sofia, que recusou ajuda de Johnny e Elric e foi tropeçando até chegar na porta de trás do veículo.

Sofia: V-vocês dois se expremam na frente... v-vou aproveitar que saimos do mar e vou descansar um pouco... ondas malditas...

Johnny: Sim, chefe!

Elric: Eu fico na porta!

Sofia: Hum?

Ao entrar no banco de trás, a garota se dá conta da presença de Tiger-Z, que olha desconfiado para ela. Ele aperta sua lança improvisada com as duas mãos.

Sofia: Você ainda está aqui? Não devia ter ficado para trás fingindo que está defendendo a cidade ou algo assim?

Tiger-Z: Eu não finjo nada, estava mesmo protegendo e teria expulsado vocês se não estivessem com meu pai! E se eu não tivesse mostrado o caminho vocês iam levar um tempão pra sair de Azulmarina!

Como passou o caminho todo vomitando, Sofia não se lembra dos direcionamentos que foram dados por Tiger-Z.

Sofia: Claro, eu lembro disso. Mas você não deveria voltar pra casa?

Tiger-Z: E-eu...

Eusine: Nós decidimos algo.

Eusine fala com as mãos na porta do jipe, tendo ele ainda não entrado no acento do motorista. Denas está ao seu lado, com uma expressão de não estar satisfeito.

Eusine: Você quer vir conosco?

Tiger-Z: E-eu posso mesmo?!

Sofia: Ei, ei! A Guilda da Sofia não aceita crianças!

Diz Sofia, como se todos ali fossem adultos e não adolescentes.

Eusine: Não estou o convidando para fazer parte da sua Guilda. Se ele vier, vai ser de minha responsabilidade e irá trabalhar comigo quando chegarmos em Magenta.

Sofia: Bom... Nesse caso, tudo bem, eu acho.

Tiger-Z: Então eu vou! É claro que eu quero ir!

Eusine: Certo, então fique ai atrás sem fazer barulho nem atrapalhar ninguém.

Tiger-Z: Tá bom!

E assim, Eusine entra no lugar do motorista e Denas no banco traseiro. Ao ver a felicidade de Tiger-Z, Denas perde o mal-humor. Como ficar irritado com uma criança tão feliz daquele jeito? Talvez essa escolha tenha sido a melhor, afinal.

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Guilda da Sofia: Dimentional Adventures - Página 6 Herzis13

Denas Forever: Dimentional Adventures - Página 6 Denas_10

Eusine: Dimentional Adventures - Página 6 Eusine11

Tiger-Z: Dimentional Adventures - Página 6 Tiger-10


Última edição por Eusine48 em Ter 2 Ago 2022 - 22:58, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: A Melhor História do Mundo (Filler) - Mestra Mimika, Mundo Maravilhoso   Dimentional Adventures - Página 6 EmptySeg 11 Out 2021 - 15:41

Mimika: Olá, aqui é a sua General de Ódio Favorita, Mimika! Salva de palmas!

Radinho: ÉÉÉÉ! MIMIKA! MIMIKA! É A MAIORAL!!!

Fantoches-Lutadores: Todos saúdam Mimika...! Todos saúdam Mimika...!

Pessoal de Scarlet: Mimika! Mimika! É a melhor!!!

Ei! Era para eu fazer a fala!

Mimika: Tá bom, Tá bom, já percebi, FireAlex e MrGalleom provavelmente já arrumaram trabalhos, ou mudaram de casa... Tanto faz! O que é que importa é que ficamos quase um ano sem informação desde que aquele Garoto Verde, Idas Avana e aquela menina Espadachim completaram o teste...

Por que VOCÊ importa com tudo isso? Não está feliz que você tem o controle total com a cidade de Scarlet?

Mimika: Sim, mas acho que os outros autores que não são aquele doido do Eusine48 estão mais escrevendo nada... Hoje, eu decidi que eu vou escrever o meu PRÓPRIO episódio, o melhor episódio da Crossfic inteira, que todo mundo precisa. Só para avisarem que não estamos cancelados assim!

O que você está tramando, sua bruxa Malvada?

Mimika: Mas por causa de um bocado de coisas problemáticas, como pessoas reclamando da qualidade dos episódios recentes, mudanças de casa e clima SUPER diferente, Essa tal de "Pandemia", quase não teve update... Ou se quer UM PIO de informação. Não se preocupem, EU, a Mestra Mimika, vou pelo menos postar o meu dia a dia Maravilhosa sobre o que EU, A Mestra Mimika está fazendo no tempo de lazer...!

Você não tem medo que Time Alex e Idas irão atacar você sem aviso? Enquanto Matéria Negra?

Mimika: Há, mas eu já aprendi a fraqueza daqueles Time Alex e Idas, é só executar o meu plano e Bam! Adeus Idas Avana e... Aquele Garoto Verde. Eu tenho as estátuas dos caídos e as pessoas de Scarlet trabalhando comigo, então mesmo que eu esteja ausente, eles trabalham por mim e Mestre Matéria Negra! Com vocês, senhoras e senhores...

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A Melhor História do Mundo (Filler) - Mestra Mimika, Mundo Maravilhoso
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Tá bom, tá bom... Era uma vez, em um castelo super bonito e bem organizado, dormia uma Princesa super bonita e  famosa vivendo no mundo Dimensional, até raiar um sol vermelho claro e maravilhoso, acordando a mais Bela Jovem e a mulher mais maravilhosa do mundo, Mimika, a Mestra do Mundo.

Mimika: Uah... Maravilhoso dia, Mundo Dimensional! Hora de fazer os meus afazeres de hoje...!

Este é a história da Menina mais maravilhosa do mundo, Mimika, a Bonita, inteligente e totalmente melhor que aquela menina ninja. Depois de uma boa noite de sono, ela boceja, vai para o banheiro tomar um banho de água quente, pegar a sua roupa favorita no seu armário, o vestido branco com casaquinho preto e uma cartolinha com lacinho dourado e desce para dar um oi para os seus (Servos) melhores amigos de Teatro.

Servo Amigo Maravilhoso 1: Bom dia, Mestra Mimika!

Amigo Maravilhoso 2: Você teve uma noite de sono MARAVILHOSO hoje, Mestra?

Amigo Maravilhoso 3: O Melhor Café-da-Manhã do Mundo te espera na sala de janta, Mestra Mimika.

Mimika: Oh, sim! Muito obrigada, amigos! Eu já vou estar no meu caminho, queridos! Ehehehe!

Na sala de janta maravilhosa, Mimika vê um bocado de comidas deliciosas esperando para ela comer, um bocado de frutas silvestres, com vários tipos de frutas (Claro, tudo vermelho) como Morangos, maçãs, Framboesas e um sorvete gigante com frutas silvestres. Mimika come o seu melhor café-da-manhã do mundo e fica bem satisfeita.

Mimika: Vocês cozinheiros nunca falham de me impressionar! Essa foi uma ótima refeição de hoje, obrigada!

Cozinheiro: Fazer você ficar feliz é o meu prazer, Mestra Mimika.

Depois de limpar a sua boca perfeita com o seu pano, levar a sua taça para a cozinha e escovar os seus dentes de pérolas, Mimika sai da mansão para dar um passeio bonito para ver os seus súditos.

Mimika: Até mais tarde, meus amigos! Fiquem de olho no meu querido Teatro enquanto eu dou voltas!

Amigo Maravilhoso 1: Tome cuidado, Mestra Mimika! Lembre-se que o Mundo depende de você!

Mimika: Eu prometo, meu amigo querido!

E assim, Mimika sai do seu castelo para fazer um passeio quando o primeiro lugar que ela visita é o Parque Maravilhoso, onde TODO mundo vê Mimika como a estrela do mundo, Homens mencionando quanto a Mimika é bonita e radiante e Mulheres querendo seguir o exemplo da Mimika para se sentirem bonita.

Mimika: Oh sim, oh sim! Eu amo todos vocês também, meus súditos! Ai, eu sou tão bonita que até parece uma maldição, as vezes, hihihi!

Pessoa 1: Mimika! É a mulher LENDÁRIA da beleza e prosperidade! Eu me sinto abençoado!

Pessoa 2: Eu te amo, Mimika! Você é a melhor mulher do mundo!

Pessoa 3: Me dá um autografo, Mestra Mimika? Você é o meu maior ídolo!

Mimika: Oh, sim! Oh, sim! Eu amo todos vocês também! Um beijinho para todos e nós vamos todos brincarem juntos!

Pessoa 1: ÉÉÉÉ! Eu me sinto abençoada!

Pessoa 2: Nós te amamos, Mimika!!!

Pessoa 3: Vamos brincar com a GRANDE Mimika!

????: Eu não tenho tanta certeza assim, Mimika! A Mestra das Mentiras!

Mimika: Quem está aqui?

Idas: Nós somos a Justiça Falsa que quer atazanar a sua vida! Eu sou Idas Avana!

Anna: Eu sou Anna, a Bruxa do Tempo que quer os seus dinheiros!

Thórr: E eu sou Thórr A Deusa da Guerra e quero causar discórdia ao Mundo Dimentional inteira!

Platéia: Buuu! Buuu! Fora! Bruxas! Bruxas! Vilãs Malvadas! Fora daqui!!!

Mimika: Ora, ora! Se não são a Justiça Falsa! O que trazem vocês aqui no meu querido Mundo Maravilhoso?

Anna: Viemos aqui para Destruir você, Mestra Mimika! Seu reinado perfeito e maravilhoso termina aqui!

Thórr: Como ousam chamar Matéria Negra e Mestra Mimika de Heróis de verdade? Heresia! Eu vou destruir todos VOCÊS!!!

Idas: Viemos causar discórdia e ódio para o resto do mundo! Ahahaha! Eu sou Idas Ódio, a Suína Sem-vergonha que quer dar um fim no seu mundo perfeito e maravilhoso só porque eu sou malvada, Ahahaha!!!

Mimika: Eu quero ver vocês falsas heroínas tentarem. Façam os seus piores.

Idas: Com prazer! Justiça falsa! Vem aqui! Vamos destruir a cidade de Scarlet e acabar com a palhaçada da Mimika!

Anna: Justiça falsa! Atacar!!!

E assim, Alex, Galleom, Linh, Pikachu, Altaria, Kirby e Lyn decidem atacarem Mimika, como todos os maus vilões fazem, tentando atacarem Mimika como babuínos selvagens, Mimika resolve o problema com um golpe!

Mimika: Ohohoho! Bela estratégia! Mas eu tenho uma carta na minha manga!

Thórr: O que foi, Mestra das Mentiras?

Mimika: Eu tenho... O charme da Mimika! Todo mundo! Me mandem suas energias! O beijo milagroso da Mimika irão fazer todos vocês acordarem dessas bruxas malvadas!

Plateia inteira: ÉÉÉÉ! Vamos lá, Mestra Mimika!

Mimika dá um beijo amoroso para a Justiça falsa e eles percebem o que estão fazendo de errado e viram para as três vilãs malvadas!

Alex: O que estou fazendo? Por que estamos ouvindo essas bruxas malvadas e mentirosas?

Galleom: Não sei! O que importa é que a Grande Mimika acordou a gente e vamos vingar! Abaixo a Falsa Deusa Anna, Thórr e a Suína Sem-vergonha da Idas!

Linh: Vocês serão a minha escultura de gelo favorita, Falsas Deusas!

Lyn: Em nome da Mestra Mimika, Vocês serão fatiadas, vilãs!

Pikachu, Altaria e Kirby: Pikaaa! Altaaa! Haaaa! (Vocês já eram! Preparem-se! Iáááá!)

Idas: Ih, essa não! Mimika é forte demais!

Anna: Estamos fritas! Mimika é realmente poderosa demais!!!

Thórr: Não! Eu sou a Deusa! Não era para eu ser derrotada tão fácil! Aaaaah!

E assim, A Plateia inteira batem, jogam tomates, até derrotarem as chefes da Justiça Falsa! Vitória para A MESTRA Mimika, A Mestra do Universo!

Mimika: É isso aí! Salvem de palmas para os meus maiores fãs!

Plateia: ÉÉÉÉÉ! Viva! Todos saúdem a Mimika!

Mimika: Enquanto vocês três malvadas...!

Idas: Não...!

Thórr: Por favor...! Tenham piedade para nós três, Mestra Mimika...!

Anna: Eu faço qualquer coisa...! Até dou todo o meu dinheiro para você em troca da minha vida intacta, oh, Grande Mestra Mimika...!

Mimika: Eu acho que vocês três serão executadas no mundo das Trevas! Até nunca mais, Justiça Falsa!

Matéria Negra: Em nome da GRANDE MATÉRIA NEGRA, eu vou consumir todas vocês três, SUAS heréticas e falsas heroínas! Só existe UM grande DEUS do mundo! E é EU, MATÉRIA NEGRA e a grande Mimika!

Idas, Anna e Thórr: NÃÃÃÃO!!!

As três vilãs malvadas, A Justiça Falsa são jogadas no mundo das trevas, com aplauso do Público!

Mimika: Obrigada a todos! Para comemorar o fato que derrotamos essas Vilãs malvadas chamada Justiça Falsa, uma festa de comemoração para comemorar nossa vitória! ÉÉÉÉ!

Alex, Galleom, Linh: Todos saúdem Mestra Mimika...!

Pikachu, Altaria e Kirby: Todos saúdem Mestra Mimika!

Lyn: A Mestra Mimika é a deusa mais forte do universo!

Plateia: Todos saúdem Mestra Mimika! Todos saúdem Mestra Mimika!!!

Mimika: Ehehehe! Esse é o melhor dia da nossa vida! Eu amo todos vocês fãs!!!

E depois de um bom tempo festejando, A noite eventualmente cai e Mimika decide ir para o quarto dela.

Mimika: Boa noite, meus fãs! Eu, a Grande Mimika ama todos vocês!

Platéia: ÉÉÉÉ! Nós te amamos Mimika! Boa noite! Boa noite!

E com isso, Mimika vai para o quarto dela, toma um banho de água quente, troca de roupas para a sua pijama favorita, a Pijama cor-de-rosa com cheiro das frutas silvestres e vai dormir como um bom dia de sono.

Mimika: Boa noite, meus amores! Vejo vocês no próximo episódio! Um beijo para todos!

---

Jeff: Argh! Esse foi o pior episódio que li na minha vida! É sério, Mimika?

Mimika: Pelo menos EU agi alguma coisa depois de um GRANDE tempo de Hiato, não precisam me agradecer.

Jeff: Pelo menos, eu posso esconder um pouco de prévia para o próximo episódio, Desculpem pela a bagunça horrível! Não vamos mais deixar ninguém roubarem a sala de escritas de novo.

---
Prévia para o próximo episódio:
---

(Como prometido, Time Alex e Idas vão diretamente até o Teatro da Mimika... Mas primeiro, para não enfrentar muita oposição diretamente, eles pararam no parque de diversão da Mimika e tentam prosseguir do jeito escondido. (De novo no caso da Anna e Altaria, mas primeira vez para o resto do grupo.)

Alex: Droga...! Justamente quando eu queria contar para os nossos amigos quanto completamos o Templo de Fogo!

Lyn: Parece que vocês todos passaram um bocado de aventura enquanto eu estava longe, certo? Se importariam de me contar o que vocês fizeram depois, para mim?

Idas: Então esse é o palácio da Mimika...! A culpada la atrás, por toda essa trauma horrível que fizeram com a gente!

Anna: Iiih... Meu deus! O show já começou!

Idas: Cuidado!

Lyn: O INIMIGO!!!

Galleom Acer: Vocês agora podem me chamar de... Galleodio.

Anna: Era o que eu temia...! Preparem-se! A luta vai ficar mais perigosa, pessoal!

Galleom Acer: Ohh... Vocês ousam apontar as armas para mim...? Ingratas...

Mimika: Eu volteei!

Jeff: Anna!? Não...!

Bravesa, Arrout e Eusine_48: Grrr...! AERSGHBACUJNBLBLBL!!! DESTRUIR!!!

Linh: Eu agora sou Linhodio! Eu quero fatiar e congelar todo mundo!!!

Jeff: Não...! Não! NÃO!!!

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MensagemAssunto: Episódio 27 – Eusine Contra-Ataca   Dimentional Adventures - Página 6 EmptyQua 15 Jun 2022 - 14:13

Dimentional Adventure

Bardak: É, Kiki... parece que a coisa ficou feia mesmo.

Kiki: Ick!

Ao primeiro sinal de perigo, Bardak desapareceu do Café das Memórias Esquecidas utilizando um de seus portais dimensionais que ele faz com bastante destreza. Não que ele tenha orgulho de ser um covarde que foge do perigo, mas é assim que ele é e ele não se arrepende de ser assim. Ele só não esperava que o macaco que saiu de dentro do cabelo de Gofro iria segui-lo para dentro do portal.

A metros de distância do Café, Bardak e o macaco observam a luta do topo de um penhasco e torcem para que Machen seja derrotado. O bardo deu o nome de Kiki para o macaco, que, apesar de (obviamente) não falar como um ser humano, acabou sendo uma boa companhia. Bardak apostou com ele que Gofro usaria um traje robótico avançado e chutaria o traseiro de Machen, enquanto Kiki apostou que Woody ia revelar ser um Cachorrozomem e atacaria todo mundo em fúria. Assim ambos estão empatados em número de derrotas.

Bardak: Você acha que o loiro vai fazer alguma coisa útil?

Kiki: Kik.

Bardak: Ele vai levar a batalha para os céus? Isso que é teoria ruim. Eu já acho que o cara com os dois machados é bem mais forte, derrotou todo mundo! E ele ainda por cima tem um dragão agora! Aposto que ele vai ganhar. Basicamente já ganhou, mesmo.

Kiki: Ickicki!!

Bardak: Hm? Ah, aquilo é uma serpe, tanto faz. Escamoso do mesmo jeito.

Kiki: Kikick...

Bardak: ...

Kiki: ...

Bardak: ...

Kiki: ... Kikiki?

Bardak: Se eu não vou fazer alguma coisa? Claro que eu vou.

Ele se senta no chão e puxa o violão que estava pendurado em suas costas.

Bardak: Vou compor uma música sobre essa batalha trágica.

Kiki: ...

Bardak não entende o que os animais falam, mas ele que não iria deixar o macaco falando sozinho. Seria falta de educação da parte dele.

Episódio 27 – Eusine Contra-Ataca

- Status do Time –

Ativos – Eusine, Rodolfo, Woody, Blue, Gofro e Dino no Café das Memórias Esquecidas
Sofia, Jhonny, Elric, Denas, Eusine e Tiger-Z em alguma estrada, indo para algum lugar

Outros – Padeiro [Ficou no castelo de Emerald e depois desapareceu misteriosamente]
Feitinilda cuidando do Café das Memórias Esquecidas
*Personagem Secreto do Eusine* [Ainda não foi encontrado]

Machen: O Amuleto de Emerald e o Amuleto de Tangelo!

O general grita, brandindo os seus machados de batalha, ao mesmo tempo chocado e furioso. Sua boca está aberta de uma forma que parece além do impossível. O rádio toca-fitas de Gofro de alguma forma foi jogado em direção do Café e agora está escorado na parede do lado de fora toando uma música diferente de antes.


Machen: O de Emerald explica o fato de vocês estarem na lista negra, mas um mascote dinossauro? Com o Amuleto de Tangelo? Como? Por quê?

Dino: Impressionante, né? Nem eu sei direito como isso foi acontecer.

Eusine: Dino se virou muito bem sozinho, estou orgulhoso!

Dino: O que mais você esperava? Isso é porque não sou um mero mascote, mas sim um companheiro!

O miniaturossauro laranja faz questão de falar alto para chamar a atenção do seu inimigo para o erro cometido por ele. O general, por sua vez, começa gradativamente a mudar sua expressão de surpresa para o de felicidade, com um sorriso soturno brotando em seu rosto.

Machen: Huhu... pensando bem, vocês estão fazendo uma gentileza, trazendo os amuletos roubados direto para mim. Hu.. huhu...!

Nesse momento o sorriso já se estendeu por boa parte do rosto, com Machen mal conseguindo segurar suas emoções.

Dino: ... qual é a desse cara, ein?

Machen: Mestre Matéria Negra vai ficar surpreso e satisfeito quando eu levar os dois amuletos para ele! O Exército do Novo Ódio prosperará! Oh, mas que dia glorioso! Huhuhu... hahahahaha!

Machen ri de satisfação, tão orgulhoso das suas ações futuras que seu corpo começa a tremer de emoção. Até a serpe chamada Meia-Noite parece compartilhar da felicidade de seu dono, erguendo seu longo pescoço para cima e sibilando para os céus.

Meia-Noite: Sssshh!

A demonstração de alegria vinda da pessoa que acabou de machucar os seus amigos deixa Eusine com ainda mais raiva. Com as mãos fechadas com força e sem desviar o olhar do seu inimigo, o garoto arqueiro vai andando para a esquerda, se afastando do Café das Memórias Esquecidas que é de onde ele havia acabado de sair.

Machen: Há... haha... Tentando fugir, garoto?

Se recuperando do ataque de risadas, o general maligno não deixa de notar a movimentação do arqueiro.

Dino: Acho que esse esquisitão não sabe que temos nomes.

Eusine: E nós temos nome! O meu nome é Eusine e esse aqui no meu ombro é o Dino.

Machen: Como se eu me importasse com isso. Vão entregar os amuletos ou vão mesmo tentar fugir?

Eusine: Nós não vamos fugir de você, não importa o que aconteça. Não depois do que fez com meus amigos! Eu só não quero que eles continuem sendo envolvidos na luta!

E os amigos de Eusine realmente estiveram envolvidos na luta. Gofro e Woody estão longe, abandonados na grama molhada, o primeiro agonizando de dor com um grande ferimento no peito e o segundo jogado no meio dos destroços da armadura feita pelas micromáquinas e com o rosto virado para o chão. Rodolfo e Feitinilda permanecem no chão à frente de Machen, com o garoto desmaiado (?) e com a cabeça no colo de Feitinilda. O golpe duplo de machados que Rodolfo recebeu foi forte o bastante para quase arrancar o seu braço esquerdo por inteiro e ele estava com o ombro aberto expondo o interior metálico e os cabos que foram cortados. Feitinilda chora desde o momento em que foi ameaçada de virar estátua.

Machen: Que seja, eles não vão mais a lugar algum.

O general bate com o cabo de um dos machados na lateral de sua serpe, fazendo com que ela comece a bater as asas para alçar voo. Eusine começa a correr para aumentar a distância entre eles. Com um sorriso sádico, Machen aponta o machado para frente, comandando que Meia-Noite avance e, dessa forma, mestre e montaria vão em alta velocidade na direção do garoto loiro. O vento resultante do bater de asas bagunça os cabelos de Feitinilda, mas ela mal se preocupa em arrumá-los. Ao invés disso, ela passa a mão pelo rosto de Rodolfo e as lágrimas voltam a descer com mais intensidade.

Uma mão encosta no ombro da garota feiticeira, fazendo com que ela olhe para cima, assustada. Era Blue, que esteve cuidando de Eusine e depois observando a luta de dentro do Café. Agora que Machen voou para longe, ele se sente levemente seguro de sair da segurança do Café. Seu olhar mostra uma genuína preocupação para com a garota.

Blue: Está perigoso aqui fora, precisamos levar Rodolfo para dentro.

Feitinilda: M-mas eu acho... acho que Rodolfo está...

Ela nota que lágrimas surgem nos olhos dele, mas não chegam a cair.

Blue: ... talvez esteja mesmo. Mas não sei se você percebeu, o Woody ali é um gênio. Se a gente conseguir manter o Rodolfo seguro e o Woody vivo, ele vai dar um jeito de consertar os machucados de Rodolfo.

Feitinilda: M-mas o Machen...

Blue: O Eusine vai dar um jeito de derrotar dele. Ele sempre dá um jeito.

O garoto ergue a cabeça, olhando para o campo de combate.

Blue: Posso não conhecer o Eusine há tanto tempo quanto os outros conhecem, mas confiam tanto nele que eu não posso deixar de fazer o mesmo.

Ele novamente fita o olhar em Feitinilda.

Blue: Eu também tenho medo, mas precisamos fazer a nossa parte para ajudar! Eles nos protegeram antes e agora precisam ser protegidos!

Feitnilda: O-ok...

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Outro efeito inesperado do vento forte levantado pelo bater de asas de Meia-Noite foi a capacidade de trocar a música no toca-fitas.


Dino: Ele está chegando!

Ainda no ombro de Eusine, Dino está olhando para trás enquanto seu companheiro humano continua a correr o mais rápido que pode.

Eusine: Então tá na hora de começar! Está pronto?

Dino: Sempre!

Eusine interrompe sua corrida derrapando grama molhada, dá um giro e começa a correr na direção oposta, dessa vez indo rumo a Machen e Meia-Noite. O amuleto de Emerald pendurado em seu pescoço brilha e desaparece.

Machen: Você é do tipo que gosta de confrontos diretos, como os outros fracassados? Pode vir, mas considere-se morto!

O chão abaixo de Eusine explode em uma luz branca, mandando o garoto e seu dinossauro para cima. Surpreso, Machen faz sua serpe parar.

Machen: Mas o quê...?

Rapidamente, Eusine puxa uma flecha da aljava, encaixa no arco, puxa a corda para trás e o ar ao seu redor começa a ficar mais frio.

Eusine: Flecha de Gelo!

A flecha voa em direção do General do Ódio, que coloca um dos machados em sua frente para defender. A flecha atinge a parte chata do machado e se quebra, fazendo Machen sorrir e mentalmente se parabenizar pelo reflexo rápido. O sorriso não dura muito, no entanto, pois mesmo com a flecha quebrada o gelo começa a se espalhar pelo machado até cobrir sua mão e parte do antebraço.

Machen sacode o braço para tentar fazer o gelo parar de se propagar, o que foi um erro. Ele deveria estar preocupado com outras coisas mais importantes, como um adolescente loiro que está caindo em sua direção.

Quando Machen se dá conta, Eusine já está mais perto dele do que gostaria. Sem tempo de desviar, Machen apenas posiciona seu braço congelado na frente do corpo, assim recebendo um chute com os dois pés que o manda cambaleando para trás, além de quebrar o gelo com o impacto. Por um momento parece que eles vão cair, mas Meia-Noite consegue manter o equilíbrio ao pousar e firmar os pés no chão.

Eusine pousa alguns metros na frente dos dois.

Machen: Grr... já vi que você é do tipo irritante!

Eusine: Agora é a sua vez, Dino!

Dino: Pode deixar! Ativar modo redondo (nome provisório)!

Um brilho alaranjado sai do Amuleto de Tangelo e envolve Dino por alguns milésimos de segundo. Após o brilho, Dino aparece enrolado em si mesmo, parecendo mais uma bola do que um dinossauro.

Como um jogador de vôlei profissional, Eusine joga dino para cima, pula e então bate com a palma da mão, lançando seu parceiro na direção de Machen.

Machen: Você planeja me derrotar com uma bola de vôlei?

Generais não deveriam subestimar bolas de vôlei. Principalmente se elas estiverem com um papel especial repleto de pólvora, retirado da base de uma flecha bomba e colocado em Dino com o tapa. Após alguns instantes com o dinossauro girando no ar, o papel explode, lançando Dino em alta velocidade para frente e fazendo-o atingir Machen bem no peito, com uma força que mais se assemelha ao de uma bola de canhão do que de uma bola de vôlei.

Meia-Noite estava bem firmada no chão, com as garras agarrando o solo abaixo, mas o mesmo não podia ser dito de seu mestre. Pego de surpresa, ele é arremessado para trás com uma força absurda, largando os seus dois machados de batalha e caindo vários metros de distância, com a armadura do torso se partindo em vários pedaços pelo caminho.

Dino em seu “Modo Redondo” (nome provisório) voa por alguns metros até cair em cima da mão aberta de Eusine. Ele volta ao normal, desativando o amuleto e se desenrolando.

Eusine: Isso foi legal pra caramba! Mas não doeu, mesmo?

Dino: Não, te falei que quando fico assim eu não sinto nada! Só tontura, se ficar muito tempo girando.

Eusine: Legal, depois quero tentar também.

Dino: Mas os seus canhões são bem mais maneiros!

Dino aponta para a parte de trás da perna de Eusine. Ao invés de fazer a sua metade do Amuleto de Emerald se transformar no canhão de braço, Eusine pediu para a entidade que habita o amuleto (ele sempre esquece de perguntar o nome dela) para transformar o canhão de braço em dois canhões menores, saindo de trás da sua panturrilha e apontando para o chão em um ângulo de 45°. Foi por meio desses dois canhões que ele se lançou para cima.

Machen: * Cof * * Cof * Seus... urgh!

Tossindo e sentindo a dor do impacto, Machen lentamente começa a se erguer, primeiro apoiando as mãos no chão e ficando de joelhos, depois se pondo de pé enquanto tosse e segura o peito com a mão direita. Eusine e Dino conversam e o observam sem pressa.

Machen: C-como ia imaginar que aquele dinossauro seria tão duro?!

----------------------------------------

Blue: Woody! Ei, Woody!

O garoto sacode e chama o cachorro gênio duas vezes até que ele começa a mover suas patas e apertar os olhos, reagindo ao chamado.

Woody: Não... não me acorda... a vida dói...

Blue: Vamos, Woody! Ficar aqui fora é perigoso, precisamos ir para o Café!

Woody: O... Café?

Com isso, Woody lentamente abre os seus olhos. Blue está em cima dele, o sacudindo e o chamando seguidamente. Ao longe, pessoas falam alto, incomodando os seus ouvidos e aumentando sua dor de cabeça.

Blue: Você acordou, que bom!

Woody: Meu corpo todo dói... Por quê eu estava andando de patins fora da área permitida?

Blue: O quê?

Woody: Eu fui atropelado? Cadê o Randy e o Marcus?

Blue: Não, você foi... se bem que foi praticamente um atropelamento... ah, vêm comigo que te explico.

----------------------------------------

Eusine: E então, você vai embora e nos deixar em paz?

Machen: Até parece... Quando me foco em um objetivo, sigo ele até o fim. Venha, Meia-Noite!

De pé e pronto para retornar ao combate, Machen brada o nome de sua montaria. A serpe fiel bate suas asas e voa na direção do seu dono, que salta para a sela nas suas costas. Eles dão meia volta e voam em direção dos machados de batalha, que ficaram largados no chão.

Eusine: Ah, mas não vai não! Dupla Flecha-Bomba!

As flechas atingem o chão próximo aos machados, que estavam um do lado do outro, ativando a explosão na parte traseira das flechas. Com isso, os machados são atirados para longe, deixando Machen com uma expressão de surpresa e frustração.

Machen: Isso não vai ficar assim!

O general aperta com duas mãos uma parte específica do pescoço de Meia-Noite, que imediatamente arqueia o pescoço para trás como reflexo e em seguida cospe um jato de ácido verde na direção de Eusine e Dino. Dessa vez a dupla que é pega de surpresa, mas Eusine consegue reagir a tempo e causar uma explosão de luz no chão, o mandando para cima. Em pleno ar, ele puxa uma flecha e encaixa na corda.

Eusine: Flecha de Fogo!

No momento em que a flecha é disparada, Machen recolhe um dos machados do chão e imediatamente o arremessa horizontalmente na direção do adversário.

Machen: Tornado Axe!

O ar em volta do machado gira em uma velocidade tão grande que ocasiona o surgimento de um tornado ao redor do machado voador, que passa pela flecha de fogo a destroçando facilmente. As chamas geradas no impacto não mudam em nada a trajetória do Tornado Axe. Eusine, que ainda está no ar, estica as pernas para a esquerda e dispara novas esferas de luz com os canhões que saem das suas panturrilhas, lançando-se assim para longe do alcance do machado...

... uma pena que ele muda de direção sozinho.

Ao chegar no local em que o arqueiro estivera alguns segundos antes, o Tornado Axe faz uma curva fechada e continua a girar em direção ao garoto. Eusine novamente gira no ar se arremessa para uma direção diferente, mas novamente acaba sendo seguido. Ele decide atirar esferas de luz para baixo, assim se lançando ainda mais para cima. Quando o machado se posiciona abaixo dele (ainda imitando a trajetória errante do garoto), Eusine dispara outra esfera de luz sua direção.

A explosão é capaz de mandar o machado na direção oposta, fazendo assim com que ele bata no chão vários metros abaixo e gradativamente pare de girar enquanto corta  a grama alta ao seu redor.

Eusine: Ufa! Achei que não ia parar!

Dino: Eusine! Cuidado!

Nos segundos em que o arqueiro se preocupou apenas em desviar do machado que o perseguia, Machen conseguiu recuperar o segundo machado e voou com Meia-Noite até a altura na qual a dupla se encontra. Dino percebe antes do seu parceiro que um outro Tornado Axe está vindo na direção de ambos e aperta o ombro direito de Eusine com suas pequenas garras.

Eusine: Opa!

Graças ao aviso de Dino, Eusine ativa novamente os seus canhões e assim se lança destranbelhadamente em uma diagonal para cima. Não foi uma evasiva completa, no entanto, o machado já estava tão perto que acabou cortando a barriga de Eusine.

Eusine: U-ui!

Dino: Ei, você tá bem?!

Eusine: Sim, só pegou a minha barriga de raspão.

Dino: Mas o seu rosto está sangrando!

Eusine: Hum?

E realmente está. Não só o rosto de Eusine sangra, mas o braço direito dele apresenta inúmeros pequenos cortes, ainda que todos sejam superficiais. Uma voz grita, vários metros abaixo:

Woody: Eusine, você não pode nem passar perto do tornado, ouviu? Enquanto o machado gira, várias facas saem e cortam qualquer coisa que esteja no alcance!

Eusine: Oh, Woody! Você está bem!

Eusine responde em meio a várias explosões causadas pelos canhões de esmeralda em sua panturrilha. Ele volta a desviar freneticamente do Tornado Axe em pleno ar, se lançando para um lado e para o outro.

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Machen e Meia-Noite pousam na grama com um impacto seco. O general se abaixa e recupera o machado caído e aproveita para olhar furioso em direção do Café.

Machen: Não interfira, cachorro gênio! Apenas aguarde sua hora de ir!

Com essa ameaça direta, Woody retrocede para dentro do Café, onde se esconde atrás da porta com Feitinilda, ambos se tremendo de medo. Eles continuam observando a luta, no entanto, com parte do rosto visivelmente aparecendo no batente da porta. Machen murmura para si mesmo:

Machen: Nada contra ter uma plateia assistindo meus massacres, mas gosto mais quando elas gritam de medo ou de dor. E falando em gritar de dor...

Ele olha para um lado, olha para o outro e enfim avista onde deixou Gofro agonizando de dor após receber um golpe de machado no peito. Ele queria conferir se o herói de afro ainda está sofrendo, mas não esperava ver que alguém está indo socorrer ele.

Machen: O garoto que estava jogando poker! Por quê até ele tinha que se envolver?


----------------------------------------

Eusine: Sai pra lá, negócio irritante!

Eusine aponta a perna esquerda para o Tornado Axe que o persegue e dispara. Com o coice do tiro, Eusine e Dino dão uma cambalhota no ar. O machado é atingido e voa para longe... mas depois volta a girar na direção deles, como se fosse um bumerangue retornando para a mão que o arremessou.

Dino: Não deu certo...

Eusine: É que ele não bateu no chão como aquele outro.

Dino: E de tanto desviar, a gente veio parar beeeem no alto.

Realmente, de tanto esquivar usando os canhões de esmeralda para se impulsionar, Eusine e Dino estão a mais de vinte metros do chão.

Dino: E onde é que tá aquele Machen, ein? Ele jogou esse machado na gente e sumiu mesmo?

Eusine: Verdade, né? Onde será que ele tá?

Dino aperta o ombro de Eusine com suas pequenas garras.

Dino: Achei ele! Eusine, olha ali!

Ele aponta para o chão, onde Machen acaba de comandar que Meia-Noite voe até Blue, que está correndo e quase chegando ao lado de Gofro.

Eusine: Essa não! Dino, segura firme!

Girando no ar, Eusine aponta as pernas para cima e dispara esferas de luz que o impulsionam em alta velocidade para baixo. Dino se segura com toda a força que tem, sendo empurrado para trás com a força do vento em seu rosto.

----------------------------------------

Blue: Gofro! Oh Deusa, tem tanto sangue aqui... Não vá em direção à luz! Fique comigo! Ei! Diga alguma coisa!

Gofro: P-pare de gritar, por favor...

Blue: Ah! É claro.

O garoto respira fundo, tentando acalmar as batidas rápidas do seu coração. Ele se ajoelha e tira um pote de vidro do bolso com as mãos trêmulas.

Blue: A Feitinilda disse que eu preciso tirar sua camisa e... e a-avaliar o ferimento.

Mesmo com a dor excruciante que sente, Gofro percebe o visível nervosismo na voz de Blue. O garoto não gosta de ver sangue e não é acostumado a tratar fermentos. Feitinilda é obviamente a melhor escolha para cuidar de Gofro, mas ela jamais se arriscaria a passar pelo campo de batalha daquela forma.

Blue: Se o ferimento não tiver sido profundo (peloamordadeusa que não tenha sido) vou aplicar esse bálsamo. A Feitinilda disse que vai ajudar a parar o sangramento e vai aliviar a d-dor.

Gofro: Ei.

Gofro estende sua mão esquerda e aperta o braço direito de Blue.

Gofro: Isso não vai me matar. Vou ficar bem.

Ele dá um joinha com a mão direita e sorri um sorriso torto e fraco que não passa muita confiança. Mesmo assim, Blue se sente tranquilizado. Ele respira fundo mais uma vez.

Blue: C-certo. Você não vai morrer. Você vai ficar bem.

Machen: Só passando por cima de mim!

Machen grita, se aproximando em alta velocidade com um olhar assassino no rosto e montando uma serpe que parece estar com sede de sangue.

Blue: Não! Não não não não não, não vem pra cá!

Machen: Se eu quero alguém morto, deixo-o morrer!

Meia-Noite: Ssssshhhhh!!!

Machen: M-meia-Noite?!

A serpe negra de Machen para subitamente, arqueando o corpo para trás e batendo as asas com força para neutralizar a velocidade. Machen quase cai, mas consegue se segurar abraçando o pescoço da serpe. Na frente eles, um dinossauro enrolado como uma bola atinge o chão, causando um forte tremor e abrindo uma cratera. Se não fosse pela percepção de Meia-Noite, ela e seu dono seriam acertados em cheio.

Machen: O desgraçado nos atacou de cima!

Furiosamente, Machen vasculha os céus à procura de Eusine, sem sucesso.

Eusine: Eu estou bem aqui, Machen! Flecha Tripla Elemental!

Detrás do general, Eusine atira três flechas com apenas um disparo, sendo cada uma de um elemento distinto: eletricidade, fogo e gelo. Machen se vira com o chamado e aperta o pescoço de Meia-Noite, fazendo-a cuspir um jato de ácido que dissolve as três flechas como se fossem papel.

Machen: É muita ousadia me interromper. Vamos acabar com ele, Meia-Noite!

Atendendo o comando do seu dono, Meia-Noite sibila ferozmente e bate as asas, erguendo voo e se impulsionando para frente. Eusine aciona os seus canhões de esmeralda, lançando-se em direção ao oponente.

Machen se prepara para atacar o arqueiro voador com o machado em suas mãos, mas Eusine atira esferas de luz para baixo de forma que o garoto seja lançado diagonalmente para cima e passe por cima do general. Com o arco, ele atira 3 flechas em seguida, uma delas sendo defletida pelo machado, a segunda acertando o ombro do oponente e a terceira passando de raspão pela perna esquerda da serpe.

Machen: Tsk, eu já odiava arqueiros antes, mas toda essa acrobacia está me fazendo odiar ainda mais!

Ele brada, usando a mão livre para quebrar a flecha fincada em seu ombro.

Eusine pousa no chão e corre para Dino, que já está em sua forma normal novamente. O dinossauro imediatamente pula para o ombro do seu parceiro quando ele chega derrapando. O garoto se posiciona de forma a ficar entre Blue e Machen.

Eusine: Vocês estão bem?

Blue: Você nos deu um baita susto com a sua chegada, mas fora isso estamos bem! Parece que o ferimento no peito do Gofro não foi tão fundo assim!

Eusine: Que bom!

Machen: Que pena.

O general fala com ironia.

Machen: Como eu estava dizendo antes, se quero alguém morto...

O Tornado Axe se aproxima por trás de Machen, ainda seguindo a trajetória errante que Eusine esteve fazendo nos últimos minutos.

Eusine: Deixe-o morrer?

O geral gira o seu corpo parcialmente para trás, estende um dos braços e agarra o Tornado Axe, sem se deixar ser atingido por ele. Ele se volta para Eusine com um sorriso triunfal no rosto. Agora está com os seus dois machados, um em cada mão.

Machen: Isso mesmo.

Dino: Droga!

Eusine: Eu achei que ia dar certo.

Machen: Mas não ia. Agora vão deixar de importunar e vão sair da frente para que eu termine de acabar com o cabelo afro e aquele outro?

Eusine: Mas como, se você não acabou com a gente ainda?

Machen: Posso acabar com todos na ordem que eu quiser.

Eusine: Não pode não. Você não consegue nem nos acertar!

Machen: ... como é?

Dino: Pois é, cara... você só nos pega de raspão. A gente tá na vantagem nessa luta, com certeza! Você tá bem mais machucado!

Machen: Grr...

Eusine: Acabou de levar uma flechada e mesmo assim não vê que a gente tá ganhando?

Machen: ... heh... hehehe...

O general para de resmungar de raiva e lentamente começa a sorrir. Uma risada fraca e sínica se inicia enquanto olha para seus oponentes.

Machen: Certo. Então se é o que querem, venham me encarar diretamente ao invés de fugir e se esquivar!

Dino sorri e Eusine dá de ombros.

Eusine: Tá bom então!

O garoto arqueiro corre na direção de seu oponente, que ergue uma das sobrancelhas em dúvida. Ele se põe em posição de combate, mas antes que Eusine chegue nele, esferas de luz explodem no chão fazendo o loiro e o dinossauro irem para o ar novamente.

Machen: Eu já esperava por isso.

Eusine: Fazer o quê se você sempre cai nesse truque? É tão engraçado ver você tentando nos pegar!

Eusine e Dino olham para baixo, dando língua.

Machen: ... essa é uma provocação bem barata.

O general estala o pescoço para o lado direito.

Machen: E eu odeio provocações baratas!

Meia-Noite bate suas asas com força, alçando a si mesma e seu dono para cima.

Blue: Eles são mais loucos do que o general louco... Gofro, não vou conseguir te carregar. Vai ter que tentar andar um pouco. Precisamos ir até o Café.

Gofro: Certo, acho que consigo.

No ar, Eusine continua atirando com seu canhão, lançando-se mais e mais para cima. Dino está de olhos fechados e bem agarrado à roupa de Eusine, desejando ter óculos de proteção para se proteger do vento em seu rosto.

Dino: Eusine, quanto de munição têm essas coisas?

Eusine: Não sei, nem pensei nisso. Espero que seja infinito.

???: Só depende da sua vontade de viver!

Eusine: Ei, eu não sabia que dava pra falar com você fora dos sonhos!

Dino: Hã? Como assim? Eu tô bem aqui!

???: Quando você usa os poderes do meu amuleto, pode sim!

Eusine: Isso podia ter sido útil antes. E qual o seu nome mesmo?

Dino: Eusine, você tá bem?

???: Ah, eu não gosto de falar não, é feio...

Dino: É melhor parar de ir pra cima, tá ficando sem oxigênio no cérebro!

Eusine: Dino, eu tô bem!

???: ... mas se você quer mesmo saber, meu nome...

Dino: Ouviu? Para de subir! Para! Para!

Dino começa a dar tapinhas no rosto de Eusine. Ele claramente não escuta a voz da mulher que está presa no Amuleto de Emerald.

Eusine: Eu não tava falando contigo!

Dino: Pior ainda!

???: ... é Lyfiaberg, mas eu preferia que...

Eusine: Fica quieto um pouco!

Dino: É isso que eu ganho por me preocupar com a sua insanidade.

???: ... me chamasse de qualquer outra coisa.

Eusine: Certo, Lyfia, depois falo contigo.

Dino: Lyfia?

Lyfia: Lyfia? Até que não fica tão ruim assim. Boa sorte!

Eusine: Que coisa, Dino! Eu tava só falando com a mulher do amuleto!

Dino: Mulher do amuleto? A gente pode parar de subir, por favor?

Eusine: Ah! Já estamos bem alto, né?

Eusine atira a última esfera de luz, ganhando impulso por alguns segundos e então começando a diminuir sua velocidade. Eles realmente subiram bastante.

----------------------------------------

Woody: Eles devem estar a uns 2.000 metros de altura, considerando que já estão perto das nuvens.

Feitinilda: Deixa eu ver.

Com o binóculo saído de sua coleira, Woody esteve acompanhando a subida aparentemente inacabável de Eusine e Dino na vertical. Pelo menos até Feitinilda tirar o binóculo de seu rosto para poder ver também.

Feitinilda: Uau. O que será que eles vão fazer?

Woody: Se tratando de Eusine, não têm como saber exatamente.

Feitinilda: Ai ai, achei que ele daria menos preocupação que Rodolfo... pelo menos é mais criativo.

Woody: Menos cabeça dura também. De qualquer forma, precisamos estar preparados para agir caso ele precise de ajuda. Nosso inimigo é bem impiedoso.

Feitinilda treme só de pensar nos acontecimentos recentes. Ela olha para trás, onde Rodolfo está deitado em cima de uma das mesas do Café, com o ferimento ainda aberto. Woody disse que poderia soldar o esqueleto metálico depois, quando a coleira recuperar mais da sua energia. Feitinilda não quer acabar naquela mesa como ele.

Feitinilda: Como você consegue falar essas coisas, mesmo estando machucado? De onde tira essa coragem?

Woody: ... eu sei que é difícil, mas, se não fizermos nada, está tudo acabado.

Feitinilda morde o lábio inferior, preocupada. Ela abaixa o binóculo, focando em Gofro e Blue. Gofro está fraco e com as pernas praticamente inutilizáveis, com Blue fazendo o máximo que pode para andar com ele apoiado em seu ombro e avançando em passos bem lentos. É um motivo a mais para a garota feiticeira se preocupar.

Feitinilda: Vamos, rapazes... cheguem logo...!

----------------------------------------

Eusine: É incrível a vista daqui, né?

Realmente a vista naquela altura é incrível. Mesmo de noite, é possível ver toda a região com aquela grama arroxeada se estendendo ao redor deles, os cânions de onde vieram, a floresta de pinheiros perto de Emerald, os campos amarelos que viram na estrada para Yellonde, além de áreas que não havia visto antes, como uma floresta repleta de folhas vermelhas como se estivesse no outono e outra com solo batido de cor arroxeado. Enquanto Eusine olha ao redor, Dino treme e sua impaciência aumenta.

Dino: É. Não gostei não, tá frio demais aqui. Parece quando estivemos em Nerah.

Eusine: Verdade. Ei, o que são aquelas pessoas?

Vindo de diversas estradas, dezenas de pessoas se movimentam em conjunto, aparentemente indo na direção deles e do Café das Memórias Esquecidas.

Eusine: Espero que não seja nada perigoso.

Dino: E que tal o fato de estarmos caindo? Não é perigoso o bastante?

Com sua velocidade vertical completamente anulada, a dupla começa a cair, primeiro lentamente, porém logo ficando cada vez mais rápido. Eusine olha despreocupadamente para baixo, vendo que Machen está chegando, subindo em uma espiral em alta velocidade.

Eusine: Vêm, Dino, fica dentro da minha jaqueta. Vai tremer um pouco.

Dino: Já estou tremendo!

Machen se aproxima, com os dois machados prontos para dar um golpe cruzado.

Machen: Pelo menos vocês estão ajudando a Meia-Noite a malhar as asas. Agora morram!

Ele ataca, mas o golpe atinge o ar, com Eusine se lançando para a direita no último momento. Machen para no local em que teria golpeado o arqueiro.

Machen: Tsk, eu já esperava por isso.

Eusine continua se movimentando. Esquerda, baixo, direita, direita, cima, baixo-esquerda, cima, cima-direita, baixo, cima, direita, baixo, baixo-esquerda, cima, esquerda, direita, cima, esquerda...

Machen: Você acha que está ganhando tempo para os seus amigos se recuperarem no Café, mas só está acabando com as próprias energias! Em breve vocês estarão cercados pelo Exército do Novo Ódio! A vitória já é minha!

Tendo Eusine escutado ou não, ele permanece se lançando de um lado para o outro. Esquerda, esquerda, baixo-direita, cima, cima-direita, esquerda, direita, cima, baixo-esquerda, baixo-direita, cima-esquerda, direita, direita, direita, cima-esquerda...

Eusine: Essa é a minha * zum * Trajetória Estrela! * zum *

Um espectador que visse a cena de longe (como Woody e Feitinilda) diria que a estrela de Eusine está bem torta e faltando algumas pontas, mas concordariam que o que importa é a intenção.

Machen: O plano dele é me confundir...?

Já estando genuinamente confuso, Machen acaricia a cabeça de sua Serpe, que, diferente de seu mestre, consegue sim acompanhar a movimentação veloz do arqueiro loiro.

Machen: Intercepte o caminho dele.

Suas mãos descem pelo pescoço de Meia-Noite por alguns segundos, enquanto ele permite que ela se prepare para seguir as ordens, e então aperta o local onde estão armazenadas as glândulas de veneno da Serpe. Ela arqueia o pescoço para trás e depois para frente, cuspindo um jato de ácido verde  para frente, aparentemente mirando em coisa alguma, mas que atinge Eusine de maneira certeira no ar conforme ele passa em alta velocidade.

Eusine: Ugyaaaaahh!!!

Com a pele ardendo por causa do contato com o líquido, Eusine começa a cair em alta velocidade com o corpo girando descontroladamente. Um sorriso satisfeito surge no rosto do general.

Machen: Heh... hehehe... muito bem! Fez um ótimo trabalho, Meia-Noite! Huhuhuhuh... hahaha-

* BOOOOM * Uma explosão ocorre alguns metros acima da cabeça de Machen, interrompendo sua risada de comemoração. Ele olha para cima, assustado, e vê um dinossauro redondo vindo em sua direção! Eusine usou sua Trajetória Estrela para colar um papel explosivo em Dino e largá-lo em pleno ar, mas continuou se movimentando para confundir o inimigo!

Machen: D-droga!

Meia-Noite: Ssssshhhhh!!!

Meia-Noite bate suas asas com força e movimenta seu corpo todo para trás, novamente desviando de Dino em seu Modo Redondo e assim impedindo a si mesma e seu dono de serem atingidos.

Machen: U-argh! Essa foi por pouco!

Eusine: Não acredito!

Eusine resmunga, ainda em queda livre, ao ver seu amigo dinossauro passar ao seu lado indo em alta velocidade para o chão.

----------------------------------------

Feitinilda: Essa não!

Woody: O que? O que foi?

A garota deixa cair o binóculo no chão e começa a dar passos para trás, novamente deixando o medo tomar conta de si. Ela morde os lábios com tanta força que uma linha de sangue começa a escorrer pelo queixo. A música havia mudado para algo bem mais sinistro e sem que ninguém percebesse.


Feitinilda: Eusine foi atingido e está caindo sem controle... Dino tá indo em alta velocidade na direção de Gofro e Blue... eles vão ser esmagados! Todos vão morrer!

Woody: Ei, espera! Não fale assim! Tem que ter algo que possamos fazer! Me ajuda a pensar!

Feitinilda: Não dá! Não têm nada que podemos fazer, nada que-

Ela para de falar e andar para trás, tendo colidido com a mesa em que Rodolfo está deitado. Suas mãos vão naturalmente para trás, buscando apoio, e acabam encontrando a mão esquerda de Rodolfo, a apertando por reflexo. Sua mente fica em total silêncio. Ela olha para o seu amigo ferido e a vontade de chorar surge novamente com todas as forças. No entanto, uma imagem vívida surge em sua mente...

Rodolfo: Ui, que saco. Pelo menos o machucado não foi profundo, ainda dá para lutar!

... uma pequena chama surge em seu peito, algo que mais tarde ela poderá descrever como sendo um resquício de esperança. Subitamente em choque consigo mesma por ter se deixado levar pelo medo, ela olha para além da janela, vendo Gofro e Blue andando vagorosamente na direção do Café, sem estarem atentos para o dinossauro (que mais parece um meteoro) caindo na direção deles.

Gofro: Sinta o poder incansável da justiça admirável!

Blue: Eu também tenho medo, mas precisamos fazer a nossa parte para ajudar! Eles nos protegeram antes e agora precisam ser protegidos!

Todos fizeram alguma coisa naquela batalha. Nenhum deles aceitou ser derrotado por Machen ou deixou ser levado pelo Exército do Novo Ódio. Por quê então ela não conseguia fazer nada?

Woody: ... eu sei que é difícil, mas, se não fizermos nada, está tudo acabado.

Feitinilda: Ainda podemos fazer alguma coisa.

Woody: É o que eu estou tentando dizer! Teve alguma ideia?

Feitinilda: Eu sei o que fazer!

Woody: Sabe?

A garota feiticeira corre em linha reta para fora do Café. Suas pisadas fortes e decididas fizeram com que o toca-fitas tocasse uma música nova!


Feitinilda: Eu sei! Speed Up!

Feitinilda puxa sua varinha mágica e utiliza um buff em si mesmo, ganhando uma aura levemente esverdeada e quase dobrando a velocidade na qual corre.

Feitinilda: AAAAAAAAAAHHH!!

Woody: E-ela está bem?

Na verdade, ela grita para tentar expulsar o medo dentro de si e para focar apenas em executar seu plano. Agora não há mais volta, essa talvez seja a última chance de vitória.

Blue: Hum? Mas o quê...?

Gofro: A garota feiticeira... ela corre rápido como eu.

Blue: Sim, mas a questão é: por quê ela está vindo?

Feitinilda: Raízes Persistentes!

Gofro para de se mover, com seus pés sendo presos por raízes que ali surgiram espontaneamente. As raízes rapidamente começam a subir pelas suas pernas.

Gofro: Raízes?

Blue: Feitinilda, o que está fazendo?!

A garota para na frente dos dois. Suada e ofegante, ela está tão envolta em executar seu plano que mal escuta o que é dito para ela.

Feitinilda: Crescimento (in)Orgânico!

O cabelo afro de Gofro começa a brilhar em um tom alaranjado.

Gofro: Urgh... minha cabeça... tá coçando!

Blue: F-feitinilda!!

Fracamente Gofro começa a coçar a cabeça com a mão direita, sem estar ciente do que está acontecendo com seu cabelo. Ele começa a crescer e a se expandir em uma velocidade absurda, chegando ao dobro do tamanho original, ao triplo do tamanho, quádruplo, quíntuplo...

Blue: Waah!!

Gofro: Minha cabeça tá pesada, alguém pode me explicar o que está acontecendo?

Com o susto, Blue larga Gofro e se afasta hesitantemente, olhando assustado para o cabelo do companheiro, que só para de crescer quando atinge cerca de 10 vezes o tamanho original. Graças às raízes que o prendem ao chão, Gofro permanece de pé mesmo sem forças nas pernas. Ao olhar para cima, Blue finalmente percebe que Dino está vindo na direção deles, na sua forma redonda e com as escamas vermelhas, extremamente quente por causa da velocidade com a qual está descendo.

Blue: Mas... mas...

Gofro: Alguém?

Dino atinge o centro da cabeleira de Gofro, adentrando por vários metros até chegar bem perto de atingir a cabeça de Gofro.

Gofro: Agora tá quente. Isso é cheiro de cabelo queimado?

Gofro questiona, calmamente.

Após alguns segundos, Dino é lançado de volta para cima, tendo usado o cabelo afro como uma grande cama elástica capilar. Feitinilda ainda não acabou de aplicar seu plano audacioso. Ela aponta a varinha para o dinossauro em ascensão, mira bem e...

Feitinilda: Attack Up! Speed Up!

Dino ganha uma aura vermelha e outra verde, que logo se combinam para se tornar amarela. O dinossauro adquire uma velocidade ainda maior do que aquela que tinha na descida.

Gofro: É sério, pode me explicar o que-

Feitinilda: Sssh! Quero ver se deu certo primeiro!

Gofro: O-okay.

Blue está em choque, olhando para cima com a boca escancarada.

----------------------------------------

Lyfia: Vamos, Eusine! Precisa se estabilizar!

Eusine: Eu tô tentando, mas esse treco não sai! E tá ardendo!

Lyfia: Eu sei, mas você precisa primeiro se preocupar em não morrer pela queda!

Eusine: Eu sei, mas-

Uma esfera incandescente com uma aura amarela passa ao lado de Eusine com a velocidade de um míssil e o calor de um sol.

Eusine: Espera, esse era o Dino?!

----------------------------------------

Machen e Meia-Noite estão descendo em uma espiral, da mesma forma que fizeram para subir. Essa era uma forma bem mais suave para a serpe se movimentar do que descer completamente na vertical. Força menos as suas asas de morcego.

Machen: Você foi muito bem, Meia-Noite! Juntos continuamos a formar uma dupla invencível!

Meia-Noite: Ssshh!!

O general acaricia a cabeça de sua fiel montaria, com um sorriso satisfeito.

Machen: Quando voltarmos para a base você vai ganhar uma carne premium, está merecendo.

* TUUUUM * Machen nunca ouviu sua serpe sibilar com a resposta. Com um som seco, Meia-Noite é atingida em sua barriga por um animal pré-histórico e é lançada para cima junto de seu mestre.

----------------------------------------

Woody: Acertou em cheio!

O cachorro comemora sozinho, na segurança do Café. Com o seu binóculo, esteve acompanhando Feitinilda enquanto ela executava seu plano com perfeição. Agora, com o rabo balançando de um lado para o outro com felicidade, ele observa Machen e Meia-Noite subindo cada vez mais na atmosfera, sem sinal de que irão parar em algum momento. Ele perde os dois de vista quando chegam ao que ele julga ser algo em torno de 10 quilômetros de altitude.

Woody: E lá se vão eles, daqui a pouco devem chegar na estratosfera...

Ele fala para si mesmo, tirando o foco do binóculo dos dois inimigos. Ele então passa a procurar por um amigo e se surpreende de ver que ele está bem mais perto do que esperava. A música para de tocar.

Eusine: Ei, Woody! Me ajuda!

Eusine vem descendo, atirando para baixo com os canhões esmeralda para diminuir a sua velocidade de queda. Ele segura e esfrega o braço direito com aparente agonia e dor.

Woody: Eusine! O que aconteceu? Eu vi você caindo lá de cima, mas não vi o que foi que-

Eusine: Aquela serpe cuspiu em mim e tá ardendo! Muito!

Ele pousa na grama em frente ao Café de forma desajeitada, tropeçando e caindo de joelhos. Ele ainda segura o braço direito e o esfrega aflitamente. Woody de imediato corre até ele para verificar o que se trata.

Woody: O que ela cospe é ácido! Deixa eu ver, Eusine.

O arqueiro relutantemente tira a mão esquerda da frente. A jaqueta vermelha que ele pegou emprestado de Blue está corroída e o líquido gelatinoso se espalha pelo braço do garoto abrindo buracos na carne. Woody nota a mesma coisa na cintura e na perna direita de Eusine.

Eusine: Eu preciso de água!

Woody: Jogar água em ácido nem sempre é uma boa ideia. Vem, eu vou dar uma olhada com meus óculos e ver o que eu devo fazer.

Os dois vão para dentro da cozinha do Café. Nos minutos seguintes, Woody vasculhou os armários e a geladeira em busca de substâncias cuja química fosse capaz de neutralizar o ácido. Quando Blue e Feitinilda chegam no Café arrastando Gofro, Eusine está sentado em uma das cadeiras de madeira e Woody está terminando de enfaixar a sua perna direita, tendo ele precisado arrancar a manga da jaqueta e parte da perna direita da calça para aplicar as ataduras adequadamente.

Eusine: Quem diria que sorvete de creme seria a solução, não é mesmo?

Feitinilda: Eusine, você está bem!

Eusine: Meu corpo ainda dói, mas pelo menos não arde mais.

Blue: M-minha roupa!

Eusine: Ela já era, Blue. Morreu lutando bravamente.

Blue: ...

Gofro: Parabéns, meu camarada! Me contaram tudo o que você fez, eu estou impressionado!

Eles encostam Gofro na mesa de madeira ao lado de onde está deitado Rodolfo. Gofro se puxa para cima e se deita fazendo uma careta de dor.

Eusine: Ei, obrigado! Eu não te vi lutar, mas sei que mandou bem também!

Ele aperta a mão direita de Gofro, que aumenta ainda mais a sua careta de dor.

Eusine: Agora é bom descansar, você tá todo quebrado.

Gofro: O-obrigado...

Eusine: E vocês viram o Dino?

* BOOOOOOM *

Com um impacto meteórico, Dino cai na grama verde arroxeada, causando um tremor de terra que pega a todos desprevenidos e abrindo uma enorme cratera.

Eusine corre para fora, indo de encontro ao seu parceiro escamoso. Suas escamas laranjas estão vermelhas e fumaça sai do seu corpo, o que preocupa muito Eusine. Ao chegar perto de seu amigo, um brilho ocorre conforme o Amuleto de Tangelo é desativado e Dino volta à sua forma normal, sorrindo.

Dino: Aaaah, é assim que eu prefiro. Bem quentinho!

Eusine: Dino, você está bem?

Dino: Estou ótimo, mas por um momento achei que não ia parar de girar nunca! Estava preocupado de me separar de você de novo!

Ele pula em Eusine e o abraça com força.

Eusine: Ai ai ai uuuui! Quente demais!

Dino: Ah, desculpa.

Dino larga seu companheiro humano dando um sorriso desajeitado. Eusine sorri de volta, mas por pouco tempo. Ele passa a olhar para um lado e para o outro, depois para cima. Demora um pouco, mas ele encontra o que procura.

Eusine: Machen está vindo. Feitinilda! Vem aqui, por favor!

Não apenas Feitinilda vem correndo com esse chamado, mas também Woody e Blue. Ele estão imediatamente aflitos que uma nova batalha se inicie.

Eusine: Eu preciso que você faça Machen cair de forma segura!

Feitinilda: O-o quê?

A feiticeira é pega completamente de surpresa.

Eusine: Ele está caindo e não é como o Dino no Modo Redondo. (Dino: Esse é só o nome provisório.) Ele vai morrer com a queda!

Woody: O mais provável é que ele tenha morrido apenas com a velocidade de queda que ele está tendo.

Eusine: Aquele cara é duro na queda (Dino: Trocadilho intencional?), aposto que ele não está morto ainda... mas ainda assim não quero que morra.

Feitinilda: Mas... ele é nosso inimigo! Está tentando nos matar, sequestrar e transformar em estátua!

Eusine: Ele pode ser mal, mas não quer dizer que tenhamos que ser também.

Blue: Eusine...

Woody: ... ele está certo. Feitinilda, por favor.

Feitinilda: Droga, eu não quero que ninguém morra, mas também não quero que ele possa voltar e nos ameaçar de novo! Ah, saco! Vocês vão ter que dar um jeito nele de novo se ele voltar! Queda Segura!

Com isso, a garota feiticeira aponta a varinha mágica para cima e conjura seu feitiço. Machen e Meia-Noite são consumidos por uma aura branca e sua velocidade de queda passa a diminuir gradativamente.

Bardak: Oi pessoal, como estão?

Kiki: Ick!

Bardak, o bardo, aparece aparentemente do nada com um sorriso de quem não quer nada e um macaco no ombro esquerdo.

Bardak: Desculpa atrapalhar a comemoração, mas vocês sabiam que o Exército do Novo Ódio está vindo?

Machen e Meia-Noite pousam na grama na frente do grupo, leves como penas, chamuscados como carnes bem passadas e completamente inconscientes.


Última edição por Eusine48 em Sex 16 Dez 2022 - 1:20, editado 2 vez(es)
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Dimentional Adventures - Página 6 Empty
MensagemAssunto: Episódio 27.5 – Rota para Magenta   Dimentional Adventures - Página 6 EmptyTer 2 Ago 2022 - 22:51

E hoje nós temos mais um episódio focado na Guilda da Sofia. Antes de tudo, os lembretes:

1 - O Denas que está nessa equipe secundária é o Denas Forever de Mindflayer. Isso pode ser um pouco confuso (e é mesmo!), mas a culpa é do nosso caro Forasteiro Solitário que fez várias histórias com um protagonista chamado Denas.

2 - O Eusine que está aqui não é o mesmo do outro grupo! Não foi revelado de que dimensão ele veio, mas isso eu quero que vocês descubram sozinhos, o mistério faz parte do enredo. Apenas vou dizer que ele não é nenhum Eusine de passado ou futuro e é alguém que já apareceu em uma história completa aqui no Path Makers.

3 - Lembrando também que esses Eusine e Denas não tem nada a ver um com o outro. Eles não são da mesma dimensão e nem se conheciam antes, apenas foram encontrados pela Guilda da Sofia alguns episódios atrás.

Dimentional Adventure

Episódio 27.5 – Rota para Magenta

Mais de três horas se passaram com Eusine dirigindo pela estrada e até então nenhuma parada para comer fora realizada, para descontentamento de Jhonny e Elric. O sol está terminando de se pôr no horizonte à oeste e muito tempo se passou desde a última vez que todos comeram, mas, ainda assim, Eusine se recusa a parar nos restaurantes pelo caminho. Sempre que foi questionado sobre quando seria a pausa para comer, ele olhou para o relógio de pulso e disse que precisam avançar o máximo antes da próxima Chuva de Memórias.

Jhonny e Elric debateram várias vezes se deveriam ou não acordar a chefe deles, pois tinham certeza de que ela exigiria uma parada para lanchar. No entanto, considerando que ela só deixou de ficar enjoada e vomitar quando começou a dormir, acabaram preferindo não envolvê-la. Os outros que aguentassem a barriga deles roncando.

Denas e Tiger-Z não se importaram muito em ter de esperar para comer, na verdade estão aproveitando a viagem. Ao sair de Azulmarina, seguiram direto para norte, por uma estrada de terra, indo em direção do território que, de acordo com Eusine, é da cidade de Orchid. Passaram por campos, lagos, bosques, fazendas e duas vilas com pousadas e restaurantes para viajantes. Denas não deixa de notar que as flores próximas à estrada gradativamente mudam de cor de azul para roxo. Tudo é tão pacífico que o garoto psiônico novamente pensa com tristeza em toda a batalha que testemunhou em Azulmarina com a invasão de monstros destruindo a cidade.

Eusine permanece calado a maior parte do caminho, apenas abrindo a boca quando falam com ele. Está satisfeito com o fato de Tiger-Z estar silencioso olhando para tudo com muita atenção. Para alguém que cresceu em uma cidade no meio do mar, tudo aquilo que ele agora enxerga é um verdadeiro choque de realidade.

Com a lua cheia se erguendo no céu, eles são forçados a parar. No meio da estrada, próximo a um posto de gasolina com iluminação fraca, um soldado de cabelo raspado, vestindo armadura medieval cinza por cima de uma de cota de malha lilás faz sinal para que o veículo seja parado imediatamente. Dos dois lados da estrada, tanques de guerra lilases, com desenhos de dragões vermelhos na frente e nas laterais, apontam seus canhões para a estrada, intimidando quem passa pela região. Obediente, Eusine diminui a velocidade até parar completamente o jipe. Perto daquele soldado e ocupando o posto de gasolina estão outros soldados igualmente trajados e olhando atentamente para eles.

Denas: Soldados medievais dirigindo tanques de guerra...? Como isso é possível?

Diz o garoto psiônico.

Eusine: Não tente entender a lógica dessa dimensão. Eu já vi até uma escola de computação para homens das cavernas.

Denas abre a boca, mas não consegue responder nada.

Soldado: Auto! Se identifiquem e informem para onde estão indo.

Eusine: Nós estamos indo para Magenta. Algum problema?

Soldado: A passagem para qualquer uma das grandes cidades está interditada até segunda ordem. Preciso repetir para que se identifiquem?

O garoto loiro franze a testa, incomodado.

Eusine: Por ordens de quem?

Soldado: Ordens expressas do Grande General Machen.

O soldado declara de maneira orgulhosa e falando mais alto do que o necessário, dessa vez tendo a certeza de que está amedrontando aqueles jovens. O que recebe do motorista, na verdade, é um olhar gélido, com uma mistura de raiva e nojo. Ninguém dentro do carro pôde ver aquele olhar, mas, se tivessem visto, achariam um grande contraste com a costumeira calma e serenidade de Eusine.

Eusine: É mesmo? Ordens do General Machen?

Soldado: Pode apostar que sim. Agora, acho que não preciso mandar novamente que se identi-

Um outro soldado bate no ombro desse que parou o Jipe. Ele veio correndo de dentro do posto, desesperado como quem quer evitar que aconteça uma tragédia a todo custo. Este segundo soldado sussurra algo no ouvido do primeiro, que fica pálido e arregala os olhos.

Soldado: A-a-ah... E-eu... eu não...

Eusine: Podemos passar agora?

Soldado: S-sim, senhor! Peço perdão pelo mal-entendido, senhor!

Eusine: Eu sei que pede. Sabe, pensando bem, nós vamos parar aqui. Vocês possuem uma lanchonete, não é?

Soldado: Possuímos sim, senhor.

Eusine: Ótimo. Vocês vão abastecer este veículo e providenciar comida para todos nós.

Soldado: Com prazer, senhor Eusine!

Eusine: Ótimo. Agora, saia da frente.

O soldado se afasta do meio da estrada e para em posição de sentido. Tiger-Z, no banco de trás, cutuca Sofia, que ainda está de olhos fechados.

Tiger-Z: Ei, acorda. A gente vai comer.

Sofia: Eu já estou acordada. Não iria ficar dormindo em uma situação como essa.

O carro acelera e entra no posto de gasolina.

Sofia: Urgh, minha barriga...

Tiger-Z: Que fraca...

O carro para.

Eusine: Podem pedir o que quiserem comer, não se preocupem com o pagamento.

Todos saltam, indo direto para a lanchonete. Jhonny e Elric chegam primeiro, mas Sofia exige seu direito de chefe de se alimentar antes de todos e eles acabam cedendo. Alguns minutos depois, Eusine, que foi o último da fila, se senta na cadeira de plástico do lado de fora da lanchonete. A Guilda da Sofia já está quase terminando de comer.

Eusine: Não precisam de pressa, vamos ficar aqui por algum tempo.

A chuva pesada começa a cair, fazendo barulho no telhado do posto de gasolina.

Eusine: Só podemos sair depois que a chuva acabar, de qualquer forma.

Denas: Acho que você nos deve algumas explicações, Eusine.

Eusine: Ah, devo é?

Denas é o único que ainda não tocou em sua comida.

Denas: O que aconteceu ali atrás? Tive a impressão de que o segundo soldado sabia quem você era e essa informação assustou o primeiro soldado. Estou certo?

Eusine: Hum...

Sofia: Ei, Denas! Sem Eusine e o carro dele, teríamos muito mais dias de viagem, iríamos precisar pagar para comer e não sei como passaríamos pelos soldados de maneira pacífica. Seja mais agradecido.

Eusine não esperava por aquela defesa, mas definitivamente foi bem-vinda. Ele sorri sem tirar os olhos de Denas, que por sua vez responde sem hesitar.

Denas: É claro, estaríamos muito atrás sem a ajuda de Eusine. Eu agradeço por isso, mas também fico preocupado com a reação que os soldados tiveram. Quem seria capaz de deixar soldados armados com tanques de guerra com medo? Estamos viajando com alguém perigoso? Essas são as principais perguntas que passam pela minha cabeça no momento.

Todos se viram para Eusine, até mesmo Jhonny e Elric, que estavam se empanturrando com sanduiches. O garoto loiro permanece sorrindo quando dá a resposta.

Eusine: Muito bem, Denas. Já que está com medo de mim...

Denas: Não tenho medo de você.

Eusine: ... eu posso falar algumas coisas para te acalmar. Eu trabalho para o governo. Se eu fosse aquele soldado também ficaria com medo de me tratar mal, considerando que eu posso fazer com que ele seja demitido com um estalar de dedos.

Denas se remexe em sua cadeira. Não era bem a resposta que estava esperando.

Denas: Está me dizendo que esse lugar tem um governo unificado?

Eusine: Bom, no momento não, mas estamos trabalhando nisso. Cada uma das grandes cidades possui suas próprias lideranças, algumas são comandadas por um prefeito, outras pela família real, pela igreja, etc. Eu trabalho bem próximo ao presidente de Magenta.

Denas: Ao presidente... de uma cidade?

Eusine: Magenta é mais do que apenas uma cidade. Você vai entender melhor quando chegar lá.

Denas: E o que você faz exatamente?

Eusine: Ora, isso eu não posso revelar.

Denas: Por que não?

Eusine: É confidencial, eu lamento.

Denas: Que conveniente.

Sofia: Denas, já deu. Se eu estivesse em uma missão que me pedissem para ficar de boca fechada, eu ficaria na hora. Contrato é contrato, tem que respeitar.

Todos os olhares se voltam para Denas, que não está plenamente convencido, mas que no momento sente que não há muito o que fazer. Ele suspira antes de responder:

Denas: Muito bem. Obrigado pelas informações, Eusine.

Eusine: De nada, Denas. Sei que não está satisfeito, mas pelo menos não vou tirar o seu prazer de investigar sobre mim quando chegar em Magenta.

Denas: É, não vai mesmo.

Com isso, o garoto psiônico encerra o assunto e finalmente começa a comer seu lanche. Os outros retornam para suas refeições, sem pensar mais naquela conversa.

Eusine faz uma careta. Todos os Denas são irritantes, sem exceções.

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MensagemAssunto: Episódio 28 – Desfecho Sob a Luz do Luar   Dimentional Adventures - Página 6 EmptyQua 1 Fev 2023 - 4:43

Dimentional Adventure

Episódio 28 – Desfecho Sob a Luz do Luar

- Status do Time –
Ativos – Eusine, Rodolfo, Woody, Blue, Gofro e Dino no Café das Memórias Esquecidas
Sofia, Jhonny, Elric, Denas, Eusine e Tiger-Z em alguma estrada, indo para algum lugar

Outros – Padeiro [Ficou no castelo de Emerald e depois desapareceu misteriosamente]
Feitinilda cuidando do Café das Memórias Esquecidas
*Personagem Secreto do Eusine* [Ainda não foi encontrado]

O grupo mal teve tempo de comemorar sua vitória penosa contra Machen e já tem de lidar com a aproximação do Exército do Novo Ódio. Quando Bardak avisou da aproximação do exército, este era apenas um borrão distante no horizonte, mas após uma hora já havia se tornado uma ameaçadora mancha cinzenta com centenas, talvez milhares, de soldados marchando em uníssimo.


Dentro do Café das Memórias Esquecidas, pouca coisa é dita. No começo, Gofro estava agitado e dizendo o quanto ele chutaria centenas de traseiros se não estivesse ferido, mas ele eventualmente foi vencido pelos anestésicos e passou a dormir, ainda deitado em uma das mesas de madeira. Rodolfo está deitado na mesa ao seu lado, onde permanece desacordado desde o último golpe recebido. Woody soldou o ombro esquerdo do esqueleto metálico do garoto, no entanto ele permanece desligado.

Feitinilda: Como ele está?

A garota pergunta, enquanto termina de trocar as ataduras de Gofro. Feitinilda não foi ferida fisicamente na luta, mas seu psicológico permanece abalado. Por dentro a vontade que tem é de correr para o mais longe possível, a simples ideia de novamente virar uma estátua e ser manipulada por algum dos generais é o bastante para que ela tenha calafrios. Ela estaria disposta a abandonar o seu Café e os clientes nele presentes, se um destes clientes não fosse Rodolfo. Na última hora ela esteve distraindo sua mente ao focar em cuidar dos ferimentos de seus companheiros, mas isso fica cada vez mais difícil conforme os passos ficam mais altos do lado de fora.

Woody: Difícil dizer.

Woody no momento está em cima do peito de Rodolfo, olhando-o atentamente através de seus óculos quebrados.

Woody: Preciso de mais ferramentas para dar um diagnóstico completo e fazer um conserto definitivo.

O próprio Woody não está em seu melhor estado. Por mais que Machen o quisesse vivo, isso não impediu o general de desferir um golpe capaz de destruir o traje que o cachorro utilizava e deixá-lo bastante ferido. As micromáquinas eventualmente irão reconstruir a coleira por inteiro, mas isso irá levar um tempo maior do que o que eles têm disponível.

Bardak: Vocês têm certeza de que não querem sair daqui, mesmo?

O bardo não participou da luta contra Machen. Na verdade, esteve escondido o tempo inteiro no topo de um penhasco observando confortavelmente enquanto dedilhava em seu violão. Ele apareceu no Café para dar a notícia de que o Exército estava se aproximando e apenas o fez por ter perdido uma aposta com Kiki, o macaco.

Bardak: Eu crio um portal no meio da sala e saímos! O único ponto negativo é que-

Blue: Que teremos que sair um a um e a distância máxima é de 200 metros. Sabemos, você já falou isso umas oito vezes.

Blue está cansado de ouvir a mesma coisa sendo dita tantas vezes seguidas e já está ficando ansioso com toda a espera. No momento ele rói as unhas da mão esquerda, enquanto sentado em uma cadeira, seu pé direito subindo e descendo continuamente no chão. Ele não participou diretamente da luta e não está ferido.

Bardak: A ideia continua tão boa quanto na primeira vez...

Bardak fala desanimado, olhando para o chão. Ele realmente não queria estar ali e se amaldiçoa por ser um homem que cumpre as apostas que faz com os símios.

Dino: Não adianta, o Eusine tá pensando. Quando ele começa, demora pra terminar.

Mesmo tendo participado ativamente da luta, Dino não apresenta nenhum ferimento. Tudo graças ao seu Modo Redondo (nome provisório) ativado pelo Amuleto de Tangelo, que aumentou consideravelmente sua resistência. Suas escamas, porém, estão queimadas e em uma cor avermelhada, diferente do laranja habitual.

Eusine: Huuuuuum...

De fato, Eusine está pensando bastante. Com as pernas cruzadas, mão esquerda no queixo e olhos fechados, ele está a mais de meia hora pensando em alguma coisa. Vez ou outra deixa escapar algum gemido reflexivo, o que é um pouco distrativo para os outros ali presentes. Ele tem um corte na barriga e alguns ferimentos superficiais espalhados pelo corpo, além de ter tido o braço e a perna direita atingidos por ácido, está devidamente enfaixado e não aparenta sentir dor ou desconforto.

Bardak: Ele é um gênio ou algo do tipo?

Blue: Não, o gênio do grupo é o Woody.

Dino: Isso devia ser óbvio.

Bardak: ... claro, o cachorro que é o gênio. Óbvio.

Eusine: Huuuuuum...

Dino: Acho que o cérebro do Eusine não tá acostumado a trabalhar muito tempo seguido. Deve tá enferrujado ou algo assim.

Feitinilda: Dino, essa é uma coisa bem grosseira para se dizer!

Dino: Nossa amizade é grande demais para ele se incomodar com isso.

Blue: ...

Dino: E sei que ele vai nos dar uma ideia boa quando terminar. Provavelmente. Vocês vão ver. Ou não, ele funciona melhor quando tá sob pressão.

Feitinilda: A situação não é pressão o bastante?

Bardak: Aposto que ele não vai ter ideia nenhuma.

Kiki: Ick!

Bardak: Feito!

Blue: Conhecendo o Eusine, ele vai dar uma ideia bem improvável.

Woody: Seria bom, estamos aceitando de qualquer tipo de ideia do que fazer. Algo fora da caixa pode ser justamente o que precisamos.

Feitinilda: Ah, eu não, quero nem pensar nisso. Inclusive vou fazer algumas bebidas geladas, estamos precisando.

A dona do Café se afasta e o grupo fica em silêncio, esperando a chegada iminente e aparentemente inevitável do Exército do Novo Ódio. Após alguns instantes, o silêncio é quebrado com:

Eusine: É, não tem jeito mesmo.

Todos se viram para Eusine, sobressaltados. Ele desfaz a sua posição de pensativo e olha para todos com um sorriso amigável. A ansiedade de Blue cresce absurdamente, o que se torna logo visível conforme a velocidade na qual bate o seu pé no chão vai aumentando exponencialmente.

Eusine: Por que todos estão me olhando tanto?

Blue: Pelo amor da- Diz logo o seu plano, droga!

Eusine: Que plano? Acabei de dizer que não tem jeito.

Blue: M-mas...

Woody: ... então foi isso que ele quis dizer.

Bardak: Ganhei!

Kiki: Icki...

Eusine: O quê? Eu tentei. Eu e o Dino não damos conta de enfrentar tudo aquilo de gente e vocês não vão ajudar em nada.

Blue: Aí, essa doeu.

Eusine: O quê? É verdade.

Woody: Então é isso, perdemos.

Blue: Morremos, você quis dizer.

Eusine: Ah não, o Machen disse que queria nos transformar em estátua e dar para uma tal de Mimika.

Feitinilda: Ótimo, um destino pior que a morte então.

Feitinilda responde enquanto entrega as bebidas geladas para todos. É estranho Rodolfo não estar pedindo um copo de Meteoro-Cola gelada e pensar que pode nunca mais ouvir seu amigo falar alguma coisa a faz sentir uma pontada de dor no coração.

Eusine: Não vai ser tão ruim assim! Você já foi uma estátua dela e agora está aqui, com o seu próprio restaurante! O futuro pode ser brilhante para a gente também!

Dino: Eusine!

Eusine: Hun?

Dino: O seu otimismo não tá ajudando de nada.

Eusine: Oh... Logo quando eu ia falar que o Alex pode nos resgatar se acontecer alguma coisa...

De fato, todos ficaram ainda mais cabisbaixos com os comentários de Eusine, principalmente Feitinilda, que mordia o lábio inferior tentando se segurar para não chorar novamente. Ela conseguiu ser determinada e ajudar na luta mesmo com medo e pretende fazer a mesma coisa se for necessário, mas ter determinação está ficando mais difícil.

Woody: Bom, o Machen também falou que me queria trabalhando para ele. Pode ser uma boa oportunidade de me infiltrar e fazer algo por trás das linhas inimigas.

Blue: Acha que conseguiria?

Woody: Não sei, mas vale a pena tentar. Já sobrevivemos a tantas coisas nesta dimensão maluca, não é agora que vamos desistir. É isso que você estava tentando dizer, não é, Eusine?

Eusine: É isso mesmo!

Ele responde dando um joinha. Feitinilda para de morder os lábios e dá um leve sorriso.

Eusine: Mas eu preferia que desse pra derrotar eles.

Blue: Todos nós...

Bardak: Vocês não querem mesmo que eu-

Interrompendo o que seria a mesma informação dita pela nona vez, um bater de asas familiar se aproxima do Café, vindo de cima. Eusine imediatamente se levanta e vai até a porta com Dino, Woody e Kiki se escondendo atrás de suas pernas, enquanto Blue, Feitinilda e Bardak se protegem atrás do balcão. Um homem vestindo sua armadura de sargento e montado em uma serpe de escamas verde-escuras pousa ao lado do general Machen.

Ninguém ousou tocar em Machen e Meia-Noite, então eles permaneceram no mesmo lugar onde caíram após serem atingidos por Dino. O máximo que Feitinilda fez foi utilizar o seu feitiço de raízes para cobrir o corpo dos dois, com medo de que acordassem e voltassem a os atacar. Eles, no entanto, se mantiveram desmaiados e imóveis o tempo inteiro.

Fraxen: General! General! O que eles fizeram com o senhor?

Eusine: Ei, foi só autodefesa.

Fraxen: Como vocês ousam?! General Machen é a bondade, o Aço Sagrado do Exército do Novo Ódio e a representação viva da justiça!

Woody: De novo com essa história...

Dino: Vocês conhecem esse cara?

Eusine: O Gofro chutou o traseiro desse maluco alguns dias atrás.

Dino: Aposto que ele mereceu.

Fraxen: Vocês... eu vingarei o General Machen!

Com a lança em mãos e saltando de cima de sua serpe, o sargento Fraxen avança furioso. Eusine, Woody, Dino e Kiki retrocedem para dentro do Café, sendo seguidos sem hesitação por um Fraxen determinado.

Fraxen: Eu não acredito no que vocês fizeram, eu estou tão...

Ele pisa dentro do Café.

Fraxen: ... tão calmo. Não estou mais com vontade de lutar.

Ele guarda sua lança nas costas. Feitinilda sorri, orgulhosa.

Feitinilda: E a barreira contra agressividade salva o dia novamente.

Fraxen: Aaah, fico feliz que um pouco de justiça foi aplicada por aqui. O homem de Afro e o garoto que roubou meu capacete se encontram debilitados! Glória!

Woody: O que você quer aqui?

Ao mesmo tempo que Fraxen se mostra realizado, Woody perde a paciência.

Fraxen: Vim avisar que o Exército do Novo Ódio não apresentará misericórdia! Este lugar será reduzido às cinzas com vocês juntos! Vocês não possuem chance de vitória!

Woody: Nós sabemos. Não vamos lutar contra vocês, vocês estão em maior número, nós somos poucos e estamos feridos. Realmente não temos chance de vitória.

Fraxen: Que bom que sabem.

Woody: Sim, e é por isso também que nós nos rendemos.

Fraxen: Rendição negada.

Woody: Como?

Fraxen: Depois do que fizeram com nosso líder, o que vocês merecem é a aniquilação completa. Nossos tanques irão devastar completamente esse lugar!

Blue: Pera aí, ele disse tanques?

Com essa declaração, Eusine se aproxima da janela da frente e olha para o horizonte. Com a distância não foi possível perceber mais cedo, mas realmente alguns tanques de guerra lideram a marcha implacável do exército.

Eusine: Uia, e não é que eles têm tanques mesmo?

Woody: Por que vocês não são consistentes com a temática medieval?

Fraxen: Porque não temos limites para o que podemos alcançar. Agora, me façam o favor e devolvam o meu capacete de sargento.

Fraxen faz menção de avançar na direção de Rodolfo, mas Eusine fica em seu caminho e cruza os braços. O sargento estica a mão direita com a palma da mão aberta, olhando para Eusine nos olhos, esperando receber algo.

Fraxen: Vai resistir, mesmo sabendo que vocês serão eliminados em breve?

Eusine: Mas é claro. Não vou te dar nada não. Ele é importante para o nosso amigo, vai ser bom pra ele ter as coisas que gosta por perto quando acordar. Depois te devolvemos.

Fraxen: ... que seja. De alguma forma não consigo ter vontade de lutar. Devo estar feliz demais para isso. A destruição dos meus inimigos sempre me anima.

Com isso, o sargento se vira de costas e começa a avançar para a saída.

Woody: Espere, Fraxen. O desejo do seu líder não deve ser levado em conta?

Fraxen para.

Fraxen: O que quer dizer com isso?

Woody: Machen queria nos levar com ele, disse que nós seríamos úteis.

Fraxen: Que conveniente que ele não esteja consciente para dizer isto ele mesmo.

Woody: Talvez. Mas então, você vai arriscar ir contra a vontade do seu general?

Uma breve pausa.

Fraxen: O General Machen não é um homem que perdoa fácil. Se ele realmente disse isso, foi antes do que fizeram ele passar. Eu duvido que depois de tanta humilhação ele escolhesse manter vocês vivos.

Woody: Você não respondeu a pergunta.

Fraxen: ...

O grupo se entreolha quando Fraxen volta a caminhar para a saída, sem saber exatamente o que ele vai fazer em seguida, mas torcendo para que decida voltar atrás com a aniquilação deles. Eventualmente o sargento acaba saindo do Café e recuperando sua vontade de brigar com todos ali:

Fraxen: Se vocês tentarem fugir, serão destroçados pelas serpes! Eu não deveria ter deixado meu capacete com eles, o que deu em mim?

O grupo observa enquanto Fraxen corta as raízes que prendem Machen utilizando a sua lança. Todos menos Bardak, que guarda seu violão e se prepara para ir embora.

Bardak: É isso, já deu pra mim. Adeus pra quem fica.

Kiki: Ick, ick!!

Bardak: ... ok. Vou ficar até o último instante. Você realmente acredita que a esperança é a última que morre, ein? Muito otimista da sua parte.

Eusine: Você não faz a menor ideia do que ele está falando, né?

Bardak: Claro que não, ele é um macaco e eu tô surtando! Vai dizer que você entende o que ele fala, por um acaso?

Eusine: Na verdade eu-

Fraxen: General? General Machen, você está bem?

Após libertar Machen de sua prisão enraizada, Fraxen tenta repetidamente acordar o seu superior. À princípio parece que os chamados não surgem efeito, mas, lentamente e com muito esforço, Machen abre os seus olhos.

Machen: O-o que aconteceu...? Q-quem...?

Eusine: Eita!

Dino: Esse cara é duro na queda, mesmo!

Woody: Um verdadeiro monstro...

Fraxen: Senhor, aqui é seu fiel sargento, Fraxen do 5° Batalhão! Aquele procurados lhe machucaram, senhor, mas estou aqui para lhe resgatar!

Machen: Pro... procurados...

Dolorosamente, Machen vira seu rosto na direção do Café das Memórias Esquecidas e olha diretamente para Eusine. A voz do general parece um sussurro distante, seus olhos estão fracos e opacos, quase perdendo a consciência.

Machen: Os... miseráveis...

Fraxen: Por favor, não faça mais esforço, senhor. Irei levá-lo na minha serpe para um local seguro.

Machen: ... n-não...

Fraxen: Hum? Mas, senhor...

Qualquer que fosse ser o argumento seguinte de Fraxen, Machen não escutou. Lentamente, ele estica sua trêmula mão direita até alcançar um bolso de couro pendurado em sua cintura. De lá, ele retira uma pequena esfera vermelho pulsante.

Woody: NÃO!! Eusine, impeça ele! Agora!

Movido pela urgência na voz de Woody, Eusine corre para fora do Café. De imediato, Fraxen se põe de pé e saca sua lança, a apontando para o coração do arqueiro loiro.

Fraxen: Para trás, você não irá matar o General Machen!

Fraxen ataca, mas erra por muito o golpe. Eusine se impulsiona para cima, usa os ombros do sargento como plataforma para pular e dar uma cambalhota no ar enquanto se lança em direção de Machen e Meia-Noite.

Machen: Te vejo... no inferno...

Machen esmaga a esfera vermelha, fazendo com que um líquido vermelho se espalhe por sua mão. Eusine pousa em sua frente, atrasado.

O toca-fitas ao lado de Gofro passa a tocar uma música familiar e nada animadora.


Eusine: Ah, droga. E agora, Woody?

Woody: Se afasta daí!

Feitinilda: O que foi? O que ele fez?

De sua posição atrás do balcão, Feitinilda não faz ideia do desenrolar da situação.

Woody: Machen acaba de utilizar uma esfera vermelha.

Feitinilda: Minha Deusa.

Blue: O que isso quer dizer? Alguém para traduzir?

Dino: Tenho a impressão de que estamos lascados, mas não tenho certeza.

Fraxen: O que é isso? O que você fez?

Eusine: Ei, eu não fiz nada! Você viu!

Eusine e Fraxen observam de perto conforme o líquido vermelho se espalha pelo corpo de Machen, consumindo braço, torso, cabeça, pernas, depois passando para o corpo de Meia-Noite. A armadura do general, bem como os seus machados, também adquire a cor vermelha conforme é absorvida pelo líquido, tornando impossível diferenciar uma coisa da outra. Tudo se mistura em uma bizarra e disforme massa escarlate, que passa a se mover em ângulos distintos e impossíveis, como se o que está lá dentro tentasse escapar de si mesmo.

Fraxen: General! General Machen, o que é isso! Fale comigo!

Sem entender, Fraxen começa a avançar com cautela e certa apreensão. A aglomeração vermelha eventualmente para de se mover e começa a encolher, até retornar ao tamanho aproximado que tinha antes. Aos poucos aquele amalgama bizarro passa a tomar forma e a lentamente restaurar suas cores originais...

... mas o resultado é bem diferente do que existia antes. No lugar de Machen e Meia-Noite, surge um ser híbrido, com o corpo humanoide, pernas curvadas como as de uma serpe, braços compridos terminando em garras onde cada dedo é uma faca afiada, asas como as de um morcego e cabeça ofídica. As lâminas dos machados saem das laterais dos dois braços como se fossem fraturas externas nos ossos, escamas estão em todo o corpo, alternando espaço com a pele humana remanescente de Machen.

A criatura lentamente se levanta, olhando para o próprio corpo com curiosidade.

Woody: Aquele louco... ele usou a esfera que funde dois seres para se juntar à serpe. Está tão desesperado que sacrifica sua própria humanidade.

Fraxen: General?

E então Fraxen recebe um golpe de baixo para cima. As cinco garras/facas da criatura atravessam facilmente a armadura como se fosse feita de papel, em um impacto forte o bastante para lançar o perplexo Fraxen metros para cima e fazê-lo cair no telhado do Café das Memórias Esquecidas, suas costas atingindo as telhas com um estrondo que assusta quem está lá dentro.

Machen(?!): Ghwaaajuiekaitgryaieuaxwe!!!

A criatura ergue a cabeça para os céus e ruge um rugido inumado e indescritível. Seu corpo apresenta diversos ferimentos de Machen e Meia-Noite: uma das pernas aparenta estar quebrada, as asas estão tortas, diversos cortes e sangramentos são vistos pelo corpo. Contudo, isso não parece diminuir sua cede de sangue. Em desespero, a serpe esverdeada de Fraxen voa para longe enquanto solta granidos agudos e assustados.

Eusine salta para trás, se afastando do monstro e ao mesmo tempo ficando na frente da porta do Café, protegendo os amigos que estão lá dentro. Ainda que estejam amedrontados, dessa vez todos os que não estão inconscientes vieram ver o que está acontecendo do lado de fora, seja observando pelas janelas ou pela porta aberta.

À distância de algumas centenas de metros, o Exército do Novo Ódio interrompe sua marcha. A serpe atormentada de Fraxen passa voando por cima dos soldados, causando um senso de urgência entre eles. Os homens de patente mais alta gritam ordens para os seus subordinados, os silenciando e mantendo a formação. Preparados para a possibilidade de Fraxen ser atacado pelos procurados, os soldados montados em serpes são prontamente despachados em direção ao Café.

Eusine: Dino!

Dino: O quê?!

A urgência na voz de Eusine é bem evidente.

Eusine: Como vamos chamar ele?!

Dino: Eu não sei! Machen-Meianoite?

Eusine: Detestei! Machen-Noite?

Woody: O que vocês estão fazendo?! Não é hora para discutir isso!

Dino: Horrível! Meio-Machen-Serpe-do-Mal?

Eusine: Não tem como derrotar alguém que a gente não sabe nem como chamar! Machen-Alado?

Dino: Lixo! Serpe-Humano?

Eusine: Não. Mega-Machen?

Uma dezena de soldados montados em serpes chegam no Café. Examinando a situação, eles passam a voar em sincronia, fazendo um círculo acima do local.

Machen(?!): Rwhta?

O monstro novamente ergue sua face para os céus, dessa vez focado naqueles que voam em círculos. Pensativamente, ele fareja o ar enquanto seu cérebro lentamente decide o que deve fazer.

Em uma ação súbita, ele se lança para cima com toda a força de suas pernas e asas. Sem tempo hábil para reação, o primeiro soldado montado é atingido pelas garras do monstro e cai da sua serpe com um grito de dor.

Soldado1: O que é isso?

Soldado2: Deve ser obra daqueles procurados!

Soldado3: Devem ter usado esse monstro para devorar o General Machen!

Soldado4: Eu acho que o General Machen é esse monstro!

Soldado1: Mas isso é impos- AAAAARRGH!!

A formação é perdida conforme os soldados são atacados pela criatura feroz e descontrolada. Com a derrubada do segundo homem, um deles avança, rugindo e brandindo seu machado, apenas para ter seu peito perfurado por um golpe rápido demais para sequer ser visto.

Dino: Macheniaco?

Eusine: Maligno da Maldade Alada?

Blue: Eu não consigo nem olhar mais, está chovendo soldados!

Feitinilda: Nós devíamos ter aceitado virar estátuas! Agora vamos morrer!

Woody: Parem com o desespero, essa é nossa oportunidade de fuga! Bardak, hora do plano portal!

Bardak: Finalmente!

Feitinilda: Mas e Rodolfo e Gofro?

Woody: Vocês vão ter que carregá-los.

Blue/Feitinilda: Nós?!

Woody: O que querem que eu faça? Sou só um cachorro! Bardak, o que está esperando?

Bardak: Estou tentando me concentrar!

Eusine: Não façam o portal ainda!

Woody: Por quê, o que houve?

Eusine: Decidimos o nome dele! Vamos chamar de Machen-Meianoite!

Dino: Foi a minha primeira sugestão!

Eusine: Agora vamos poder lutar direito!

Woody: Não foi você que disse que não tinha como vencer?

Eusine: Confiem em mim, por favor! Agora é diferente!

Woody: Urg, que cabeça dura!

Machen-MN: Thjilrwniiii!!

Desferindo outro rugido incompreensível, Machen-Meianoite desce em alta velocidade após ferir mortalmente todos os seus antigos subordinados montados em serpes. Seus alvos agora são Eusine e Dino!

Bardak: Porta Dimensional!

Um portal do tamanho de uma porta surge acima de Eusine momentos antes dele ser atingido! Machen-Meianoite atravessa o portal, que desaparece logo em seguida sem deixar resquícios.

Bardak: Ufa... bem na hora.

Blue: O-onde ele está? Para onde ele foi?

A resposta não demora para vir, pois Machen surge a duzentos metros na frente do Café, onde se choca em alta velocidade com um dos tanques parados.

Eusine: Boa, Bardak! Dino, pega isso aqui.

Eusine arremessa um amuleto para seu parceiro pré-histórico e coloca o outro em seu pescoço.

Dino: Tem certeza?

Eusine: Sim, vamos precisar.

Dino: Ai ai, você tem cada uma...

Eusine: Eu tô sem flecha, então tenho que usar outra coisa.

Enquanto isso, Machen-Meianoite se levanta com uma mão na cabeça, tendo acabado de colidir diretamente com um tanque e deixando um grande amassado na lataria. Ele olha ao redor e se vê cercado de soldados com as armas direcionadas a ele.

Tenente: Você não nos deu outra opção, senhor. Ataquem!

Machen-MN: Jyutrugeeee!!

Em um novo acesso de raiva, Machen-Meianoite crava suas garras no tanque. Com uma força descomunal, ele ergue o veículo de guerra nos braços e começa a girar no lugar que está, derrubando dezenas de soldados no processo. Após isso, ele salta no ar e arremessa o tanque no meio do exército, causando uma grande explosão.

Eusine cruza os braços na frente do rosto para se proteger de estilhaços que voam em direção ao Café, enquanto Dino se esconde atrás dele. Dentro do Café, todos se protegem como podem, se escondendo embaixo de mesas e detrás de móveis.

Feitinilda: Nós vamos morreeeeer!!

Blue: Waaaah!!

Kiki: Iiiiiiiiiick!

Bardak: Q-que poder absurdo!

Woody: Eusine, vamos! Essa é a nossa chance!

Eusine: Podemos derrotar ele, confie na gente de novo!

Woody: Ele está destruindo um exército inteiro!

Eusine: Já sabemos como lutar contra ele, sem falar que agora ele tá bem mais burro!

Woody: Não nos faça ir embora sem você, seu impru-

Feitinilda: Woody...


Sem que ninguém percebesse, a explosão do tanque e o tremor de terra que se deu em seguida provocou uma alteração na música que estava tocando no toca-fitas.

A garota feiticeira fala enquanto se aproxima de Woody, que está se escondendo atrás de uma mesa caída.

Feitinilda: ... você pode ir sem mim.

Woody: Feitinilda?

Feitinilda: Eu acho que a gente não vai conseguir salvar Rodolfo se fugir e... e não posso deixar ele. O Rodolfo não merece isso, ele me salvou de rosquinhas gigantes e famintas sem nem pensar no perigo. Ele é bobo, mas é um herói e um grande amigo.

Blue: Eu quero fugir!

Todos olham para Blue, que está escondido dentro de um barril, apenas com a cabeça parcialmente de fora.

Blue: ... mas não conseguiria. Fico me imaginando carregando o Gofro e os ferimentos dele se abrindo no meio do caminho e... ah, não dá!

Woody: ...

Blue: Eu não sou acostumado a essa vida de vocês! Vivi tranquilamente em Emerald até alguns dias atrás e não fazia ideia de que existiam tantas pessoas fortes e perigosas por ai. Posso estar com medo, mas também sou grato por vocês, que me permitiram realizar meu sonho de conhecer o mundo. Sem falar que o Gofro aqui é um literal super-herói! Ele também merece ser salvo!

Woody: Blue...

Eusine: Vai dar tudo certo!

Dino: Vamos quebrar a cara dele!

Eusine e Dino gritam do lado de fora.

Bardak: Kiki, é hora de vocês falar alguma coisa. Kiki?

O bardo olha para os lados e o máximo que encontra é um rabo de macaco saindo do afro de Gofro. Parece que seu amigo primata também encontrou um lugar seguro para se esconder e não está disposto a sair tão cedo.

Bardak: Droga! Eu ia disfarçar dizendo que foi o Kiki que disse, mas a verdade é que vocês todos estão me motivando para caramba com toda essa história de amizade e confiança! Eu não aguento todo esse sentimento acumulado, preciso compor uma música!

Bardak pega seu violão e se retira. Blue e Feitinilda olham para Woody, aguardando o que o cachorro tem a dizer. Ele leva alguns instantes e, quando fala, é olhando para o chão.

Woody: Eu vim de um futuro distante. Abandonei tudo e todos que conhecida para tentar mudar a história do meu mundo, consertar os erros do passado, impedir que catástrofes aconteçam e restaurar a paz. Eu deveria ser capaz de abandonar vocês em prol de voltar para minha missão...

Ele suspira, fechando os olhos e balançando a cabeça.

Woody: Mas eu não consigo. Vocês são as melhores pessoas que já conheci, junto de Randy e companhia. Eu não sou capaz simplesmente fugir e deixar vocês aqui.

Feitinilda abraça Woody, que inconscientemente começa a abanar o rabo. Blue sai de seu barril e se junta ao abraço.

Woody: Mas quando sairmos dessa situação, saibam que nós vamos treinar.

Blue: Nós?

Woody: Todos nós. Nada de depender de Rodolfo, Eusine e Gofro e nem dos amuletos. Iremos trazer a luta até eles.

Eusine: Ei, pessoal? Sem querer atrapalhar esse momento, mas-

Dino: O TANQUE O TANQUEEEEEEEEE!!!

Eusine: Feitinilda, pode vir aqui?

Assustados, os três se levantam e vão até as janelas da frente. Blue se choca acidentalmente com o rádio toca-fitas, alterando a música que estava tocando até então.


Do lado de fora, Dino gira ao redor de Eusine, enquanto aponta para cima e grita.

De fato, tem um tanque de guerra na direção apontada por Dino. Está caindo do céu em direção do Café e à uma velocidade preocupante.

Feitinilda: Queda Segura!

A feiticeira prontamente vai até a porta da frente e aponta a varinha mágica para o tanque de guerra enquanto profere o feitiço necessário. Uma aura branca consome o veículo e a velocidade dele passa a diminuir, porém a um ritmo preocupante.

Feitinilda: Uurgh! Muito... pesado!

Feitinilda se esforça para manter o feitiço, enquanto aperta a varinha mágica com toda a força que tem. Ela sente como se o peso do tanque passasse para seu corpo, empurrando-a para o chão e esmagando seus ossos.

Eusine: Quase lá!

O tanque chega no Café das Memórias Esquecidas...

... e bate levemente no telhado, como se fosse um balão cheio de ar, quicando de volta para cima.

Feitinilda: Argh!

Soltando o ar de seus pulmões e abaixando a varinha mágica, ela encerra o feitiço. O tanque cai pesadamente ao lado do Café, de cabeça para baixo e afundando quase um metro no chão.

Dino: Ufa!

Eusine: Sabia que conseguiria! Agora pode voltar para dentro, deixa que a gente assume por aqui.

Eusine volta seu corpo para frente. No meio de um mar de soldados derrotados, pedaços de armas, armaduras, escombros e grama queimada, está Machen-Meianoite fitando Eusine com olhos afiados e malignos.

Eusine: É agora, Dino. Vai!

O garoto pega seu dinossauro com as duas mãos e o ergue na frente do corpo.

Dino: Quer que eu faça o que, mesmo?

Eusine: Usa o amuleto!

Dino: Não dá não.

Eusine: Como não?

Machen-MN: Tupkriooo!!!

Com um rugido raivoso, Machen-Meianoite se impulsiona para frente em alta velocidade.

Dino: Eu não sei como, ok?

Eusine: Mas eu te falei como fazer!

Dino: É difícil! Eu não sinto como se... espera... tá vindo...!

Eusine: Sério?

Machen-Meianoite já cruzou mais da metade do caminho, suas garras afiadas e cheias de sangue brilham refletindo a luz da lua cheia.

Dino: Hum... não, são só gases.

Eusine: Aaah, cara. Melhor botar pra fora, vai fazer bem para você.

Eusine dá alguns tapinhas nas costas de Dino.

Dino: Pode apostar que vou. Vai ser um arroto daqueles.

Woody: Eusine, Dino!

Blue: Ai, não posso nem olhar!

Feitinilda: O que aconteceu? Parei de olhar faz tempo!

Machen-MN: Syriughwer!!!

O monstro chega em Eusine e Dino, com as duas mãos em garra preparadas para se fechar em seus adversários ao mesmo tempo que os morde no pescoço com a sua mandíbula poderosa.

E então, Dino arrota.

Dino: Blwargh!! (* arroto! *)

Um feixe de energia sai da boca de Dino, atingindo Machen-Meianoite em cheio, direto no peito, o lançando para longe com a velocidade de um raio. O coice do disparo é tanto, que Dino e Eusine são arremessados vários metros para trás, entrando no Café e caindo de costas no chão de madeira, com Eusine protegendo seu pequeno companheiro com o próprio corpo.

Eusine: Ui... essa doeu...

Woody: Eusine!

Feitinilda: Você está bem?

Woody, Feitinilda e Blue correm para o garoto arqueiro, que parou ao colidir com a parede oposta à entrada, ainda abraçado a Dino.

Eusine: Se eu estou bem?

Eusine se levanta com um pulo e sorri para os amigos.

Eusine: Mas é claro, isso é justo o que a gente precisa!

Dino: Ai minha barriga...

Eusine: Força Dino, ainda vai precisar fazer isso mais vezes.

Blue: Pera, mas o que foi isso afinal?

Eusine: Ué, foi o Canhão de Esmeralda em ação! Falei pro Dino imaginar ele saindo da barriga, não sei como foi parar do lado de dentro ao invés do lado de fora.

Woody: Você não está mais acostumado a usar esse amuleto? Por que trocar justo agora?

Eusine: Eu tô sem flechas, então preciso confiar no meu Poder interior! Agora me ajudem, não temos muito tempo!

De fato, eles não têm. Apesar do ataque ter machucado bem Machen-Meianoite, não foi o bastante para tirá-lo de combate. Ele se levanta, sacudindo a cabeça e rugindo de cólera. Batendo suas asas quebradas, a abominação se ergue do chão e voa em direção ao Café.

Eusine: Valeu pessoal!

Eusine grita enquanto sai correndo de dentro do Café.

Dino: Eu não gostei nada desse plano, Eusine! Você vai me pagar!

A pedido de Eusine, Dino foi amarrado às suas costas, com o rosto apontando para o chão. Por conta disso, seu chapéu teve que ficar para trás.

Eusine: Foco em arrotar, Dino. Ei monstrão, vem pegar a gente!

Dino: Já falei que não é tão fácil a- Blwargh!!

Dino arrota, lançando um feixe de energia para o chão e lançando ele e seu companheiro para cima como se fossem mísseis balísticos. Machen-Meianoite é forçado a corrigir o seu curso de voo, mudando de direção e indo rumo ao céu estrelado.

No Café, uma declaração acontecia.

Bardak: Eu terminei!

Bardak vai até o rádio de Gofro e o desliga. Ele então pega um dos bancos de madeira e vai para a frente do Café. Ao invés de se sentar, ele apoia o pé esquerdo no banco e se prepara para tocar no seu vilão.

Blue: É sério que essa vai ser sua contribuição para a luta?

Bardak: Eu sou músico, o que esperava que eu fizesse? Batesse nele com o violão? Agora fique quieto um pouco e me deixe tocar.

O bardo fecha os olhos e respira fundo, se concentrando...

Bardak: Essa é para você, Eusine. Use bem o Poder!

... e então começa a tocar.

----------------------------------------


Após alguns segundos de voo, Dino para de arrotar. O impulso foi o bastante para fazê-los subirem alguns quilômetros no ar e, mesmo sem o disparo contínuo, eles continuam ascendendo. Em uma velocidade inferior, mas ainda inacreditavelmente rápido, Machen-Meianoite se aproxima enfurecido.

Eusine: Incrível! É bem mais forte do que eu quando usei o Amuleto de Emerald!

Dino: Ai... espero que valha a pena... já descobriu qual seu Poder interior?

Dino está novamente tonto e dessa vez bastante enjoado também. Definitivamente essa é uma das suas lutas menos preferidas.

Eusine: Não, mas você tá ouvindo isso?

Dino: ... não?

Eusine: A música, Dino!

Dino: E por um acaso gente tem tempo pra ouvir alguma coisa?

Eusine: Essa música está me dando arrepios... acho que descobri qual é meu Poder!

Dino: Tá, e qual é? Fala logo que eu não gosto de suspense!

Eusine: Eu sou um arqueiro!

Dino: S-só agora descobriu isso?!

Eusine: Na alma, Dino! Na alma!

Machen-MN: Forekuyrka!!!

Machen-Meianoite finalmente alcança nossos heróis, os cumprimentando com um golpe de garra ascendente! Eusine reage inclinando seu corpo para trás, mas não é capaz de desviar por completo e ganha cinco cortes em seu tórax. O arqueiro então reage empurrando seu adversário monstruoso com um chute simultâneo de duas pernas.

Eusine: Ei! Você não deveria interromper a conversa entre um homem e seu dinossauro!

O garoto saca seu arco com a mão esquerda, enquanto com a direita busca uma flecha em sua aljava. Mesmo não encontrando nada, ele agarra o ar e leva sua mão direita até o arco, puxando a corda até onde consideraria ser o ideal para disparar uma flecha.

Onde antes não havia nada, surge uma flecha feita de uma intensa luz branca. Os olhos de Eusine tremem de surpresa e ele sorri de excitação, enquanto seu adversário apenas esboça uma expressão confusa em sua face grotesca. A seta na ponta da flecha é maior do que o usual para Eusine e, mesmo não sendo sólida, aparenta ser extremamente afiada.

Eusine: Toma essa!

Eusine dispara sua flecha, que voa em uma velocidade acima de qualquer projétil que ele já disparou antes e atinge o ombro esquerdo de Machen-Meianoite, o lançando para trás. O monstro híbrido olha para seu ombro com uma expressão que mistura confusão e raiva.

Eusine: Hehe, eu gostei disso.

Dino: Ai não, está vindo de n- Blwargh!!

Sem controlar a habilidade do amuleto, Dino arrota continuamente, lançando-se junto de Eusine na horizontal para longe de Machen-Meianoite, que logo voa no encalço dos dois. Eusine puxa seu arco e dispara uma série de flechas, essas que surgem cada vez mais rápido conforme o garoto vai se acostumando a fazer aquilo.

Todas as flechas atingem Machen-Meianoite, mesmo com ele se esforçando ao máximo para desviar. De alguma forma a trajetória delas não é completamente reta, mas sim curvas, como se fossem atraídas exatamente para onde Eusine está mirando. O arqueiro sorri, o que provoca uma reação aborrecida por parte seu adversário. Machen-Meianoite ruge e bate as asas com tamanha força que consegue superar momentaneamente a velocidade de Eusine e Dino, os alcançando.

Eusine: Você é bem insistente, não é?

Eusine gira seu corpo no ar e atinge Machen-Meianoite com um chute no rosto, lançando-o para longe.

Eusine: Yeah! Toma essa! ... hãn? Por que estamos perdendo velocidade e caindo?

Dino: Ufa, esse arroto foi cansativo.

Eusine: Eu não sei se foi uma boa hora para parar, Dino.

Dino: Foi sim, esvaziou tudo que eu tinha no estômago! Acho que agora estou mesmo livre de gases. Ufa!

Eusine: Esse é o problema, nós precisamos de mais do seu foguete arroto.

Dino: Pensei que estivesse tudo sob controle, já que você está todo risos e frases de vitória.

Eusine: Se a gente não continuar se movendo rápido, não vai adiantar de nada.

Dino: Sei. O que você fez mesmo? Não dá pra ver nada aqui atrás.

Eusine: É só pensar numa flecha que ela aparece na minha mão, é bem legal!

Dino: Então você não tem um modo redondo (nome provisório)? Que sem graça.

Eusine: É... falando assim o meu Poder interior não é tão legal assim...

Dino: Lamento.

Eusine: Eu vou chamar de Flecha de Alma. É que nem o que o Denas faz, só que sem a espada e todo o resto.

Dino: Ah, agora entendi você ter dito que é um arqueiro na alma.

Eusine: É isso mesmo, na alma. Ei, você percebeu que estamos caindo, né?

Dino: Hum? YARGH!! Por que não avisou antes?

Eusine: Eu avisei!

Dino: E agora?

Eusine: Faz que nem eu fiz antes, usa o poder do amuleto e atira para baixo! Só um pouco pra desacelerar a gente!

Dino: Mas eu não sei se consigo! Tô sem vontade de arrotar!

Eusine: Ah, sem pressão. Talvez a gente nem morra pela queda, o Machen-Meianoite tá quase nos alcançando.

Machen-MN: Jaturmocxz!!

Dino: Okay Dino, respira, respira fundo. Você consegue. Só se concentrar e...

Eusine: Escuta a música, ela vai te motivar!

Dino: E QUEM TEM TEMPO DE OUVIR MÚSICA NUMA SITUAÇÃO DESSAS?!

Eusine: Foi mal, foi mal... mas a música é bem legal...

Dino: É só um arroto, Dino. Um arrotinho... um pequeno, breve, inofensivo arro- Bla!!

Com um arroto contido, mas poderoso, Dino consegue diminuir a velocidade de queda alguns instantes antes de colidir com o chão! Eusine cai com os joelhos e mãos no chão, sem grandes machucados.

Eusine: Uff! Valeu, essa foi por pouco.

Machen-MN: Quoerfuiyntr!!

Eusine rola para frente, desviando por pouco de Machen-Meianoite, que crava suas garras no chão no local onde antes Eusine e Dino haviam pousado.

Eusine: Dino, precisamos acabar com isso! Arrota mais uma vez!

Machen-MN: Butyhrofvuaaa!!

Dino: Não dá! Tô vazio!

Machen-Meianoite se impulsiona para frente com todo o poder de suas pernas e asas. Estando a poucos metros de distância, ele chega em Eusine quase que imediatamente.

Por um momento, o tempo desacelera para Eusine. Ele tem plena consciência de que está lutando contra um oponente muitas vezes mais rápido do que ele, mais que isso, um oponente tão forte que pode acabar com sua vida em apenas um golpe. Por uma fração de segundo, o corpo de Eusine para de ver qualquer coisa além de seu adversário, deixa de escutar qualquer som além de seus próprios batimentos cardíacos, se torna incapaz de raciocinar, tudo em proveito de seguir seus instintos ao limite. Em seu íntimo, Eusine sabe que só vai sobreviver se reagir no momento exato.

1... 2... 3...

Eusine vira sua cabeça par a direita. As garras de Machen-Meianoite passam ao lado do seu rosto, arrancando alguns fios de cabelo loiro no processo. Como reação, Eusine desfere um soco no peito do monstro. O impacto não parece causar nenhum dano, mas pelo menos faz a deformidade dar um passo para trás.

Eusine: Um arroto daqueles, Dino! Só mais um!

Machen-Meianoite joga seu corpo para frente e abre sua enorme boca repleta de presas afiadas. O mesmo sentimento de urgência e se apodera de Eusine quando ele se vê diante de um novo golpe no qual não pode se dar ao luxo de ser atingido.

1... 2... 3...

Eusine desvia seu corpo para a esquerda e chuta o estômago de Machen-Meianoite com a perna direita. Em sequência, a besta arqueia seu pescoço para trás, algo que Eusine já viu Meia-Noite fazer algumas vezes.

1... 2... 3...

Um jato de veneno é cuspido pelo monstro, forçando Eusine a desviar com uma cambalhota lateral.

Dino: Você está indo bem! Vai, Eusine, vai!

Eusine: Acho que o amuleto tá melhorando meus reflexos, mas não consigo atirar flechas nessa distância! Preciso do arroto!

Machen-MN: Nigrythrewaa!!

Com um rugido, Machen-Meianoite salta para frente com boca aberta e garras em prontidão, como um predador dando o bote em sua pequena presa.

1... 2... 3...

No último instante, Eusine dobra seu corpo completamente para trás. Um arrepio percorre seu corpo quando ele vê as garras/facas cortando o ar no local onde pouco antes estivera seu pescoço. Antes de cair de costas no chão, Eusine gira, se apoiando na terra com ambas as mãos, e chuta Machen-Meianoite como um touro dando um coice.

Dino: Essa foi por pouco!

Eusine: Fique parado um pouco!

Adquirindo alguns metros de distância entre eles com esse contra-ataque, Eusine puxa o arco, prepara e atira uma flecha em poucos segundos. Antes que ela atingisse seu alvo, ela se divide em oito partes iguais, cada uma então percorre o corpo de Machen-Meianoite por uma direção diferente, o prendendo em uma espécie de camisa de força feita da energia espiritual do garoto arqueiro. O monstro imediatamente começa a se contorcer e a usar toda sua força para tentar romper sua prisão.

Eusine: Isso não vai segurar ele por muito tempo.

Dino: É melhor você correr, porque se depender de mim a gente- oh oh.

Eusine: O que foi?

Dino: Tá vindo um dos grandes.

Eusine: Libera tudo, Dino!

Dino: Você só fala isso porque é comigo, se fosse você- BLWARGRWARGHWARAAAH!!!

Com sua boca apontada para o chão, Dino usa todo o poder do canhão de esmeralda localizado em seu estômago, lançando-se junto de Eusine para cima em uma velocidade nunca antes experimentada pela dupla.

----------------------------------------

Blue: Uaaaaaaaaau!

Feitinilda: Eles não param de subir, até onde será que vão?

Woody: Eu só queria saber o que diabos o Eusine tá planejando agora.

Blue: Essa luta tá ainda mais emocionante do que antes! Vai, Eusine! Vai, Dino!

Do ponto de vista de observadores à distância, Eusine e Dino voam pelo céu noturno deixando um brilhante rastro de energia, parecendo até que estão viajando no distante espaço entre as estrelas.

Woody: Espera, vocês estão sentindo esse cheiro de queimado?

Feitinilda: Eu não deixei nada no forno. Ou deixei?

Blue: Olhem, as mãos do Bardak! Estão soltando fumaça!

De fato, Bardak está tocando com tanta intensidade que seus dedos estão queimando e o violão parece que vai pegar fogo a qualquer momento.

* Essa pode ser uma boa hora para aumentar o volume da música. *

Bardak: Você está sentindo o Poder, Eusine?!

----------------------------------------

Eusine: Eu estou sentindo o Podeeeeeeeeeeeeeeeeer!

Mesmo com o frio vento noturno batendo em seu rosto o fazendo bater os dentes, o arqueiro não consegue deixar de comemorar. O Amuleto de Tangelo o faz sentir ser mais forte do que tudo, a música de Bardak lhe traz motivação e a impressão de ser imbatível, a presença de seu eterno companheiro jurássico amarrado às suas costas e arrotando um feixe de energia serve como lembrete de que tudo vai dar certo no final.

Mas ele sabe bem que a batalha ainda não acabou. Eusine puxa seu arco, parando de sorrir e passando a se focar na tarefa que tem em frente. Ele atira uma flecha para cima, depois outra, e mais outra, e mais outra, e mais outra, cada vez mais rápido, de maneira gradativamente mais frenética e compenetrada. A direção na qual ele atira varia um pouco entre flechas, mas o alvo final permanece o mesmo.

Quando finalmente está satisfeito com a quantidade de flechas, Eusine também decide que é hora de voltar para baixo. Ele arqueia o corpo para trás e permite que o impulso do disparo de Dino faça o resto.

Para aqueles que observam a batalha de longe, parece que Eusine e Dino subiram tanto que alcançaram a Lua, depois deram a volta ao redor da mesma e agora estão voltando para a Terra na forma de um cometa de luz.

Ainda não satisfeito, Eusine prepara outra flecha de luz em seu arco. Ao invés de soltá-la logo em seguida, ele a segura por mais tempo, acumulando energia. Com mais energia sendo colocada nela, a flecha passa a crescer exponencialmente na mão de Eusine.

Eusine: Aguenta mais um pouco, Dino! Iááá!

Com esse grito, Eusine começa a girar.

Dino: BLWARGRWARGHWARAAAH!!!

Eusine: Flecha Tornado de Alma Gigante!

Com um título tão exagerado quanto seu golpe, Eusine dispara para baixo. No chão Machen-Meianoite finalmente destrói sua prisão, poucos instantes antes de ser atingido pela flecha de alma de tamanho colossal e giratória vindo em sua direção. Ele ergue as mãos para cima e agarra a ponta da flecha, mas a rotação em alta velocidade leva a melhor e passa a destruir as garras/facas de Machen-Meianoite.

Machen-MN: Luyrtagdnawd!!

Antes de se chocar contra seu adversário, Eusine arqueia novamente o corpo até passar a voar horizontalmente, rente à superfície de grama molhada. Em sincronia, Dino para de arrotar e Eusine coloca seus pés no chão, derrapando e diminuindo de velocidade.

Dino: Okay, já deu! Sem mais arrotos, sem mais poder de amuleto, sem mais batalhas no céu! Meu estômago e minha garganta estão doendo, eu tô enjoado, cansado, com fome e humilhado por ter passado tanto tempo amarrado dessa forma! Vou chamar o sindicato dos dinossauros!

Eusine: Calma, Dino! Acabou, você já pode se soltar mesmo!

Dino: Graças a Deusa!

Enquanto isso, Machen-Meianoite continua segurando a flecha gigante, que gira como uma furadeira e fere cada vez mais seu corpo. O seu cérebro atrofiado pensa em sair dali, mas os instintos o dizem que, no momento em que o fizer, será completamente destruído.

Woody: Eusine, Dino! Vocês estão bem?

Quando Eusine para de derrapar, ele já está na frente do Café das Memórias Esquecidas.

Eusine: Estamos sim!

Dino: Fale por si só!

Woody: O que foram todas aquelas setas de luz que você atirou para cima?

Eusine: Ah, aquilo?

Eusine se vira para olhar para Machen-Meianoite e faz um sinal para que seus amigos se aproximem. Hesitantemente eles saem do Café bem a tempo de ver as primeiras flechas começarem a cair. A primeira atinge Machen-Meianoite no ombro direito, a segunda na coxa esquerda, a terceira na barriga, a quarta no braço esquerdo...

Logo a quantidade de flechas se torna grande demais para acompanhar, mas uma coisa é certa: todas acertam o alvo de alguma forma, juntas somando um dano que nem uma criatura grotesca como Machen-Meianoite pode ignorar.

Machen-MN: KWKMAOADRIUOPRUAAA!!

Com um último rugido indescritível, Machen-Meianoite finalmente perde as forças perante a tantos golpes recebidos. A flecha gigante passa pelo que sobrou de suas mãos, atravessa seu corpo e então... uma enorme explosão de luz.

Eusine: Esse foi o meu ataque mais forte até agora, a Chuva de Flechas de Alma!

Todos os presentes protegem o rosto daquela luminescência toda, que dura alguns segundos. Ao acabar, o grupo avista esferas negras saindo do local da explosão, subindo alguns metros acima da cratera e desaparecendo no ar.

Bardak toca a última nota de sua música.

Eusine: É impressão minha ou teve uma luz azul ali no meio também?

Feitinilda: Vocês conseguiram!!!

Blue: Uhuuuu!!!

Os dois pulam em Eusine e o abraçam com todas as forças. Woody se aproxima com o rabo abanando inconscientemente.

Woody: Parabéns, Eusine e Dino. Vocês foram incríveis.

Eusine retribui o abraço com alguns segundos de atraso, tendo sido pego de surpresa.

Eusine: Obrigado, amigos. Isso foi por todos vocês.

Bardak: Você sentiu o Poder?

Eusine: Eu senti o Poder!

Desfeito o abraço, Eusine e Bardak dão um toca aqui.

Bardak: Então eu ainda mando bem! Vou aproveitar esse momento para me retirar.

Pegando o banco de madeira e seu violão, Bardak retorna para dentro do Café.

Woody: Aquelas esferas negras que saíram da explosão me lembram quando lutamos contra as estátuas de Eric e Eddy, só que em quantidade maior.

Feitinilda: Os generais ganham muito poder da Matéria Negra, por isso são tão fortes.

Woody: Entendo, isso explica muita coisa. Então é como se tivéssemos derrotado uma parte da Matéria Negra.

Feitinilda: Sobre isso não sei dizer...

Woody: Bem, eu suponho que com relação à isso só podemos conjecturar por enquanto. Sei que todos estão felizes, mas ainda temos que dar um jeito de ir para Magenta e conseguir ajuda médica. Alguma ideia, Eusine?

Eusine: Não, nenhuma.

Woody: Ótimo. Então estamos sem saída novamente...

Eusine: Por quê? Eu agradeço por ter confiado em mim todas as vezes, mas agora você precisa confiar em si mesmo.

Woody: Em mim mesmo?

Eusine: Mas é claro! Você é o cachorro mais inteligente que eu já conheci, tenho certeza que, se alguém vai pensar em algo, esse alguém será você. A resposta está por aqui, em algum lugar.

Woody: Eu não sei se esse foi um bom elogio, mas... espera, acho que tive uma ideia!

Eusine: Viu? Agora, se me dão licença, vou lá em cima tirar um cochilo.

Com isso, Eusine dá um passo para frente e cai de cara no chão, adormecido.

Woody/Blue/Feitinilda: Eusine!

Dino: E eu não presto? Alguém me desamarra das costas dele, pela Deusa!
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MensagemAssunto: Epílogo   Dimentional Adventures - Página 6 EmptyQua 22 Fev 2023 - 14:58

Dimentional Adventure

Sentindo o cheiro da maresia, com as roupas molhadas e a luz do sol em seu rosto, Eusine abre os olhos assustado. O som das gaivotas e das ondas quebrando fazem com que ele perceba alarmado que está em uma praia e não em um Café.

Cobrindo o rosto com um dos braços, o garoto se levanta e passa a lentamente observar os arredores conforme sua vista vai se acostumando à claridade. A água do mar é de um tom verde claro e a praia está repleta de objetos aleatórios, como se um tornado tivesse jogado o pedaço de uma cidade por ali.

Eusine: A praia de Emerald? Como? Voltamos pro começo do Capítulo 04?

???: Eusine, que punição você acha que merece?

Eusine: Hum? Excel?

Eusine se vira ao escutar a voz de sua irmã gêmea. Ele a avista sentada na asa esquerda de um avião bimotor parcialmente enterrado na areia. Pela expressão facial, rosto avermelhado e fumaça saindo pelas orelhas, ela está com bastante raiva. Enquanto Eusine a observa com olhar de confusão, a garota fica de pé e cruza os braços.

???: O que você fez não pode simplesmente ficar impune.

Toda a estranheza da situação faz com que acenda um lampejo de entendimento na cabeça loira de Eusine.

Eusine: Espera aí... isso é um sonho, né? Você é a Lyfia no corpo da Excel!

Lyfia: Como eu imaginei, você já tinha me esquecido completamente. Vocês homens são todos iguais, mesmo!

Eusine: Do que tá falando? Não esqueci, é que você fica mudando de aparência em todo sonho.

Lyfia: Estou falando de ter dado meu lindo e maravilhoso amuleto para um dinossauro, que usou da maneira mais vergonhosa possível! Como pôde fazer isso comigo?!

Eusine: Foi tão ruim assim? Ele virou uma mochila à jato irada!

Lyfia: Eu poderia ter feito isso com você também, se me pedisse. Não sou o bastante para você?

Eusine: Não é isso, é que eu precisava ficar livre pra usar o Amuleto de Tangelo.

Lyfia: ... o que você disse?

A Transcendental da Vida descruza os braços, deixando-os cair ao lado do corpo. Seus olhos adquirem uma cor amarela e passam a brilhar intensamente de forma sobrenatural. O vento que sopra do mar se torna mais vigoroso e o ambiente se torna mais escuro com a aproximação de pesadas nuvens de tempestade. O som de trovões preenche os ouvidos de Eusine.

Eusine: É que eu precisava descobrir meu poder interior. Sabia que eu sou um arqueiro na alma?

Lyfia: Você me trocou pela Anna. Já devia imaginar.

Eusine: Quem é Anna?

A luz de um relâmpago preenche o céu, sendo seguida de um trovão ensurdecedor. A chuva começa a cair pesadamente e a uma temperatura congelante.

Lyfia: Não se faça de desentendido!

Sentindo o tornozelo molhado, Eusine percebe que a água do mar está subindo velozmente pela praia. Ele tenta se mover, mas nota que é incapaz de sair do lugar. A chuva se intensifica.

Eusine: Er, Lyfia?

Lyfia: Vou te mostrar o quanto o amor pode machucar! Hehehehe...

A água chega na barriga de Eusine, subindo em um ritmo alarmante.

Eusine: Eu não tô entendendo nada, Lyfia!

A água atinge a altura do queixo de Eusine.

Lyfia: HAHAHAHAHAHAHAHA!!!

Eusine: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO

Epílogo

Eusine: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO- BLUFF!!

Dino: PARA DE GRITAR!!

Grita Dino, ao pular no estômago de Eusine.

Dino: Você não sabe nem dormir direito! Vêm aqui fora, tá quase na hora da gente ir.

Eusine se levanta com a mão na barriga dolorida. De alguma forma, entregar a sua metade do Amuleto de Emerald para Dino deixou tanto Lyfia quanto Dino irritados.

Ainda sem entender bem o motivo de tamanha irritação, o garoto segue seu dinossauro para fora do Café. No caminho, eles passam pelas mesas onde Rodolfo e Gofro estão deitados, dessa vez estão cobertos por lençóis e com as cabeças apoiadas em travesseiros, dando a impressão reconfortante de que estão apenas dormindo ao invés de gravemente feridos.

Blue e Feitinilda estão aguardando do lado de fora do Café. Ao chegar perto da porta da frente, Eusine logo estranha:

Eusine: Hã? Por que vocês estão tão baixos?

Blue: Oh, você acordou! E não é a gente que está baixo, você que está mais acima!

Eusine: Sério? Eu cresci tanto assim enquanto dormia? Cheguei na puberdade?

Blue: Não, é que... você não devia já ter passado da puberdade? Digo... ah, só pula aqui pra fora!

Finalmente percebendo que o Café está a dois metros acima do nível do solo, Eusine pula para baixo sem pensar muito no assunto. Ele é seguido por Dino.

Eusine: Ei, o que é aquilo?

Mais adiante, uma sessão grande e aproximadamente retangular de grama havia sido cortada. Nela, estão cerca de duas dúzias de pedras organizadas em três fileiras de oito pedras cada. Na frente delas, dá para notar que a terra foi revirada de dentro para fora.

Blue: Não é óbvio?

Eusine: Hum...

Feitinilda: São os túmulos dos soldados que morreram.

Eusine: Ah...

Blue: Nós fomos verificar cada soldado caído para ver quem ainda estava vivo.

Feitinilda: O Machen atacou os soldados de forma bem descontrolada, boa parte não estava morto, apenas feridos mesmo.

Blue: Sem falar que tinha um bocado só se fingindo de morto. Como a gente os ajudou, eles também nos ajudaram a ajudar o resto.

Dino: Foi bastante ajuda numa frase só.

Feitinilda: Alguns estavam quase morrendo e não pudemos fazer nada.

Blue: Essa parte não foi muito divertida.

Dino: Mas pelo menos a maioria sobreviveu e ninguém quis lutar com a gente de novo. Acho que o Exército do Novo Ódio já era.

Eusine: Isso é muita informação, quanto tempo eu dormi?

Feitinilda: Por umas doze horas, mais ou menos.

Eusine: Eita.

Blue: Mas chega de conversar com a gente, você ainda nem viu o que o Woody esteve fazendo esse tempo todo.

Eusine: É mesmo, cadê ele?

Blue aponta e Eusine se vira de costas para olhar. Embaixo do piso do Café, está uma árvore grossa, repleta de galhos firmes o bastante para sustentar a construção de alvenaria de dois andares. É o sustento necessário para que Woody instale a parte inferior de um tanque de guerra embaixo do Café. No momento o cachorro está em cima de uma escada de madeira, usando um maçarico de solda e uma máscara de metal, ambos saídos de sua coleira.

Woody: Pronto, não devemos ter problemas para partir agora.

Eusine: Caraca! O que é tudo isso?

Woody: Oh, Eusine!

Ele recolhe o maçarico e a máscara para dentro da coleira, então desce da escada.

Woody: Depois que você falou para eu acreditar em mim mesmo, eu percebi (traz essa escada pra mim, por favor?) que posso usar parte do mecanismo de locomoção dos tanques de guerra em nosso favor. À princípio eu pensei em repará-los e usar os próprios tanques, mas aí perderíamos toda a estrutura do Café, com cozinha, quartos, tudo mais. Então, por que não unir as duas coisas?

Eusine: Que maneiro! Foi como usar aquela esfera vermelha do mal! Fundiu Café e tanque!

Woody: Tirando toda a parte mágica, é mais ou menos isso. Enfim, está na hora de ir. Feitinilda?

Feitinilda: Espero que dê certo!

Brandindo sua varinha, que brilha com energia, a feiticeira faz com que os galhos retrocedam para dentro do tronco da árvore e o tronco da árvore volte para dentro do solo, como se aquilo fosse uma gravação de uma árvore crescendo, sendo transmitida ao contrário e acelerado.

Eusine: Uia! Você sempre pôde fazer isso?

Feitinilda: Na verdade não.

Uma luz alaranjada brilha no pescoço de Feitinilda quando o Amuleto de Tangelo reaparece.

Feitinilda: Usar o Amuleto de Tangelo foi ideia do Dino para melhorar meus feitiços e realmente deu muito certo!

Retirando o amuleto do pescoço, ela o entrega nas mãos de Eusine.

Eusine: Ah, pode usar o tempo que quiser. Não precisa devolver agora.

Feitinilda: É melhor que fique com você pro caso de sermos atacados de novo. Sem falar que colocar ele me dá vontade de fazer tudo com magia, não quero virar preguiçosa.

Eusine: Tá bom então. Vou torcer que a Lyfia não me mate no próximo sonho de novo.

Feitinilda: O quê?

Eusine: Nada demais, apenas a revolta de uma Transcendental na minha cabeça.

Feitinilda: ...

Ele pendura o amuleto no pescoço, fazendo-o se chocar com a metade do de Emerald com um som metálico. Eusine coloca a escadinha de madeira na frente da porta da frente, afinal o térreo do Café permanece acima do nível do chão graças às suas esteiras de tanque. Um a um, Eusine, Feitinilda, Dino, Woody e Blue retornam para dentro. Sendo guiados por Woody, todos vão até a parte de trás do balcão do Café, onde agora existe um discreto botão verde instalado na lateral.

Ao apertar o botão, um bloco de madeira da parte superior do balcão gira para dentro, trocando de lugar com um painel metálico contendo um volante no centro, uma alavanca no lado direito, um botão vermelho no lado esquerdo, um hodômetro e um velocímetro na parte superior e, no canto inferior direito, uma fechadura.

Woody: Alguém sabe dirigir?

Apenas Dino sacode a cabeça para cima e para baixo.

Woody: Entendo. Feitinilda, já que o Café é seu, pensei que você pode ser a “motorista”.

Feitinilda: Tem certeza?

Woody: Tenho, você é cautelosa e paciente. Creio que depois que passar todas as instruções você vai ser uma ótima motorista.

Feitinilda gira a chave na fechadura, ligando o motor abaixo deles e fazendo o chão começar a tremer levemente.

Woody: E-ei!

Sem esperar para saber o que as instruções que cachorro iria falar, ela direciona a alavanca para frente, fazendo o Café começar a avançar em velocidade constante.

Feitinilda: Fiz certo?

Woody: Er, fez. Estou orgulhoso, eu acho.

Eusine: Yeah! Funcionou!

Blue: Uhuu!!!

Dino: Vamos para longe desses malucos de armadura antes que alguém venha pedir as peças do tanque de volta!

Com toda a empolgação para ir embora, Eusine, Blue e Dino correm até a janela em frente ao balcão e contemplam a paisagem que passa por eles sem muita pressa.

Woody: Fico feliz que meu sistema simplificado é tão intuitivo que qualquer um pode aprender sem instruções. Eu nem queria ensinar nada e me gabar dos meus conhecimentos de mecânica, mesmo.

Feitinilda: Fica assim não, ainda tem mais coisas para me ensinar! De onde veio essa chave e fechadura, elas parecem com as daqui do Café.

Woody: Eu precisava de uma, então tirei da porta do banheiro.

Feitinilda: Ah.

Eusine: Ei, onde está o Bardak e o Kiki?

Blue: A gente não faz ideia, depois da luta eles desapareceram.

Eusine: É mesmo? Que pena, seria legal se eles viessem com a gente. Será que vamos ver eles de novo?

Dino: Espero que não, aquela música te deixou muito empolgadinho pro meu gosto.

À distância e em um local mais elevado, Bardak e Kiki observaram até o Café ir embora até sumir no horizonte. O bardo gostou deles como plateia, mas decidiu que prefere tocar seu violão em um local menos perigoso.

----------------------------------------

Algumas horas depois, após o pôr do sol e a chuva de memórias diária, o grupo se aproxima de uma enorme cratera. Durante a trajetória de algumas horas, a planície coberta pela grama levemente arroxeada aos poucos foi dando lugar a um terreno rochoso e irregular. Não houve imprevistos pelo caminho, garantindo uma jornada segura e sem surpresas para o grupo, que agradeceu a calmaria e aproveitou para enfim descansar. Menos Eusine, que já tinha descansado e ficou com tédio.

Próximo à borda da cratera havia uma placa de metal aparentemente abandonada, tão enferrujada que se tornou quase impossível de ler o que um dia foi escrito na mesma.

Blue: “MAGENTA”. Realmente estamos chegando na cidade?

Woody: É o que parece.

Dino: Ela deve ficar lá embaixo.

Feitinilda coloca a alavanca na posição neutra, fazendo o Café diminuir de velocidade até parar na borda da cratera. O que eles viram quebrou completamente todas as expectativas que tinham sobre a cidade da cor roxa.

Woody: Eu... eu não consigo acreditar...

Blue: Não! Não, não, não!

Feitinilda: Deve ser obra dos Generais da Matéria Negra.

Dino: Maldição! Eusine, e agora?

Eusine: Será que a cidade tem rodas, que nem o nosso Café?

Feitinilda: Pera aí, nosso café coisa alguma.

O motivo da indagação de Eusine está no fato de uma cidade não poder ser visível após a placa. A cidade não está localizada dentro da cratera, conforme sugeriu Dino, pois não há nada lá embaixo além de uma descida íngreme e uma área de centenas de quilômetros de terra batida.

Woody: Se havia uma cidade aqui, ela foi retirada do mapa.

Lyfia: Seu amigo não está completamente errado.

Eusine: A-ah! Lyfia! C-como vai?

Woody: Hum? Com quem está falando?

Dino: Deve ser a voz maluca na cabeça dele. Ignora.

Feitinilda: Por que ele parece estar com medo?

Lyfia: Decidi perdoar a sua afronta quando percebi que a Anna não está descansando no Amuleto de Tangelo. Ela deve continuar com sua forma física, diferente de mim.

Eusine: O que isso quer dizer?

Feitinilda: Ele tá perguntando para a gente ou para a voz?

Blue: Não faço ideia.

Lyfia: Quer dizer que você é muito inocente e eu não devia ter duvidado de você. Desculpe. E você pode falar comigo apenas pensando, sabia? Não precisa falar em voz alta.

Eusine: E como faz isso?

Lyfia: Esquece. Só queria dizer que vocês estão no caminho certo para Magenta. A entrada fica na cratera.

Eusine: Legal, valeu Lyfia! Pessoal, vamos em frente!

Woody: Eusine, eu seriamente vou pedir que analisem sua cabeça quando encontrarmos um médico.

Eusine: É sério, ela disse que a entrada para Magenta fica na cratera! Vamos, vamos!

Todos se esticam o máximo que podem na janela e olham diretamente para baixo. Eles não haviam notado antes, mas lá no fundo está um estacionamento para carros, com alguns veículos estacionados. Próximo a isso, há uma pequena guarita que mal deve caber uma pessoa e um grande círculo branco no chão ao lado.

Blue: ... er...

Dino: Eu já falei, ignorem o que a voz da cabeça diz.

Woody: Bom... quem sabe tenha alguma coisa lá, não é mesmo? Já encontramos muitas coisas imprevisíveis nessa realidade.

Feitinilda: É, não custa nada tentar.

A feiticeira volta para o seu lugar atrás do balcão.

Feitinilda: Estão prontos?

Eusine: Sim!

Dino: Anda logo com isso.

Blue: Temos cinto de segurança?

Woody: No máximo a gente pode se amarrar em algum móvel.

Blue: Serve.

Feitinilda: Então vamos!

Com empolgação, ela empurra a alavanca para frente, fazendo o Café avançar e começar a descer a íngreme rampa até o fundo da cratera. Eles começam a aumentar perigosamente de velocidade, fazendo com que a garota puxe completamente a alavanca, o que teoricamente faria o Café ir ao contrário, mas em uma ladeira mal diminui a velocidade atual.

Blue: Aaaaaaah nãããão!!!

Eusine: Yeeeeeah, emoçãããão!!!

O Café eventualmente chega ao fundo da cratera, quica algumas vezes no chão pedregoso e derrapa no estacionamento, até por fim parar precisamente dentro do círculo branco ao lado da guarita.

Feitinilda: Ufa! Essa foi por pouco!

Dino: Ui... minha cabeça...

Woody: Estão todos bem?

Eusine: Rodolfo e Gofro estão bem! Acho até que gostaram.

???: Ei, são quantas pessoas aí dentro?

Com todos preocupados com as respectivas integridades físicas, mal haviam se dado conta de que um homem moreno, com uma expressão de cansaço no rosto e vestindo um uniforme azul de segurança se aproximou do Café. Esticando o braço direito o máximo que consegue para cima, ele bate na janela para chamar a atenção.

Woody: Oh, uma pessoa vive aqui! Desculpe lhe incomodar, mas você sabe informar o que aconteceu com Magenta?

Segurança: Não aconteceu nada, está a mesma coisa de sempre.

Woody: Perdão?

Segurança: Não aconteceu nada, está a mesma coisa de sempre. Agora, quantas-

Woody: Eu não entendo.

Segurança: Que pena. Quantas pessoas estão aí com você?

Woody: Cinco pessoas, sendo que duas delas estão gravemente feridas. E tem um dinossauro também.

O segurança tira uma prancheta de dentro de um dos bolsos do casaco e começa a anotar.

Segurança: Cinco pessoas, um cachorro e um dinossauro...

Woody: Desculpa, mas você mora aqui nesse estacionamento?

Segurança: Lógico que não, que pergunta é essa? Eu moro em Magenta.

Atrás de Woody, os outros se entreolham, confusos.

Woody: Certo... e onde fica Magenta?

O segurança lentamente aponta para cima, enquanto aparenta estar extremamente entediado.

Woody: ... no céu?

Woody segue a direção apontada por aquele homem, vendo nada mais do que o céu estrelado e a brilhante lua cheia acima deles. O homem suspira.

Segurança: Preciso que você assine esse documento, afirmando que está ciente de que não pode sair da cidade sem autorização do presidente para uso dos poderes do Amuleto de Magenta.

Woody: Oh. É claro.

Receoso, Woody aceita a prancheta do homem e assina com a caneta que lhe foi entregue.

Segurança: Muito bem. Agora, preciso que estacionem o veículo no estacionamento.

Woody: Por que motivo?

Segurança: Não são permitidos na cidade. Já temos veículos demais.

Woody: Claro que não são permitidos, mas isso não é um veículo e sim um Café. Não precisamos sair daqui de dentro, não é mesmo?

O segurança coça seu queixo, pensativo.

Segurança: Faz sentido. Então bem-vindos à Magenta.

Woody: ... obrigado?

Sem pressa, o segurança volta para dentro da sua guarita, se senta e aperta um botão.

O círculo branco começa a tremer. Após alguns segundos, ele se ergue do chão carregando o Café aparentemente sem esforço algum e sem fazer nenhum barulho.

Woody: M-mas o quê?

Blue: Estamos subindo!

Feitinilda: Que magia de levitação poderosa!

Dino: Aonde fica essa Magenta, afinal? No céu?!

Eusine: Não, Dino! Acho que fica na lua!

----------------------------------------

Tiger-Z: Ei, acorda.

Sofia acorda com cotoveladas de Tiger-Z em seu rosto. Deitada no banco de trás, após devorar seu lanche a líder da guilda dormiu profundamente por cima de Tiger-Z e Denas, que não ficaram nada satisfeitos com isso.

Sofia: Uaaaah!! Que soneca boa!

Ela se senta e se espreguiça com vontade, sem perceber que todos estão saindo do jipe. Enquanto arruma o seu cabelo desgrenhado, pergunta:

Sofia: Chegamos? O que eu perdi?

Jhonny: Nada demais.

Elric: Nós vamos para a lua!

Sofia: Que história é essa?

Enquanto Jhonny e Elric ficam para trás para atualizar sua chefe, Tiger-Z e Denas seguem na frente com Eusine. O jipe foi deixado em um estacionamento e o grupo tem de ir andando até uma guarita no meio do nada, por algum motivo.

Tiger-Z: Ei, pai! Você ainda não falou qual seu trabalho.

Denas: Ele já disse que trabalha para o governo, mas que é “confidencial”. Lembra?

No tom de voz de Denas é bem evidente que ele não acredita na informação.

Tiger-Z: Mas o que um governo faz na lua?

Denas: Essa... essa é uma pergunta realmente boa. Na verdade, eu ainda não acredito que vamos mesmo para a lua.

Eusine: Oh, acredite, Denas. Nós vamos para a lua dentro de alguns instantes.

Denas: Bem, eu não vejo algo que lembre uma nave espacial por aqui. Nem trajes para vestirmos.

Eusine: Eu não falei para você parar de tentar entender essa realidade?

Um segurança de aspecto cansado se aproxima deles com ombros baixos, mas ao avistar Eusine ele congela em sua posição e faz uma saudação exagerada, ficando com as costas rígidas e retas, depois abaixando a metade superior do corpo até próximo do chão.

Segurança: Senhor Eusine! Logo a plataforma irá retornar, ela acaba de levar um Café para Magenta.

Denas: ... Um café?

Eusine: Sem problemas. Nós aguardaremos.

O segurança volta para dentro de sua guarita. A Guilda da Sofia se aproxima deles.

Eusine: Eu estive pensando no assunto e não faz mal vocês saberem meu cargo. Na verdade, é até bom.

Eusine sorri enquanto ajeita sua gravata.

Eusine: Eu sou um general.
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MensagemAssunto: Filler 3   Dimentional Adventures - Página 6 EmptySáb 8 Abr 2023 - 23:04

E aqui estou eu de novo! O quê, acharam que a minha parte no Capítulo 5 tinha acabado? Ela não acaba enquanto a entrevista com os personagens não acontecer!

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, hoje chamamos as três principais mulheres dessa parte do Crossover. Sejam bem-vindas!

Llyfia: Hoje é o Dia da Mulher? Onde está nossos presentes?

Sofia: Eu nem sabia que isso existia.

Feitinilda: Hoje não é Dia da Mulher coisa alguma, o narrador deve estar tramando alguma coisa.

Ei, pode não ser o dia certo, mas o que vale é a intenção, não é mesmo?

Lyfia: Quero uma grande homenagem, um gesto de amor que nunca vou esquecer na vida!

Sofia: Do que isso vai servir? Apenas me dê uma sede para a Guilda da Sofia.

Feitinilda: Quero que o Café das Memórias Esquecidas tenha muitos clientes!

Espera, eu não concordei com os presentes! Não posso pagar vocês com pizza?

Lyfia: Que absurdo!

Sofia: Desperdício do tempo. Vamos embora, moçada.

Feitinilda: Vamos.

P-por favor, não! E-eu vou providenciar presentes para vocês no Capítulo 6, pode ser?

Lyfia: Se esforce, viu?

Sofia: Heh, eu já sabia que você era um frouxo. Agora passa a pizza pra cá.

Mulheres são tão mais difíceis de lidar... Melhor irmos para as perguntas, logo!

1 – O que acharam das suas caracterizações no Capítulo 5?

Feitinilda: Você está fazendo essa pergunta por causa do comentário do Mr. Galleom, não é?

Só respondam a pergunta, por favor...

Lyfia: Eu sinto falta de ter um corpo. Fora isso estou como deveria ser, otimista, amando a vida e amando o amor!

Sofia: Você é chata demais.

Lyfia: Como é?

E lá vamos nós.

Sofia: Você só sabe dizer as mesmas coisas, sua vida se resume a falar de amar isso e amar aquilo. Bleh.

Lyfia: Eu sou literalmente a Deusa da Vida! Tenho amor por tudo que é vivo e bom!

Sofia: Chaaaaato.

Lyfia: Ora, sua... mal-amada!

Sofia: Ugh...

Feitinilda: Essa doeu.

Sofia: Posso não saber o que é o amor, mas pelo menos sou a personagem feminina com mais destaque e caracterização dentre a gente.

Feitinilda: Essa doeu mais ainda...

Lyfia: Garota, você não quer ver meu lado ruim. Acredite.

Sofia: Ei, eu falei numa boa.

... Feitinilda?

Feitinilda: Eu estou meio genérica demais.

Ah... Desculpa, a verdade é que você ia ser só uma personagem secundária por aqui... mas gostei tanto de ter você na equipe e você tem habilidades tão úteis que decidi manter por mais tempo. Vou te dar mais caracterização e destaque nos Capítulos 6 e 7, eu prometo.

Feitinilda: Obrigada.

Lyfia: Viu, é assim que se tem uma conversa civilizada entre duas pessoas.

Sofia: Ao invés de dar desculpas, ele devia ter se planejado melhor antes de sair escrevendo o capítulo.

Acho que é um bom momento para seguir para a próxima pergunta...

2 – Qual foi a parte favorita de vocês neste capítulo?

Sofia: Essa eu vou responder primeiro. A melhor parte foi termos conseguido uma missão em Azulmarina. Lutamos bastante para poder sair de lá com vida, foi bem maneiro.

Lyfia: É disso que você gosta? Correr risco de vida?

Sofia: Nada melhor do que adrenalina e dinheiro.

Feitinilda: Sei que eu gostei de reencontrar Rodolfo. Achei que nunca ia encontrar alguém conhecido por essa dimensão estranha, ainda mais o Rodolfo, de todas as pessoas. Apesar de que eu sinto algo diferente quando olho para ele agora...

Sofia: Provavelmente armação do narrador.

Lyfia: Certeza.

Foco, meninas, foco.

Lyfia: Não tive momento favorito, as coisas estão bem frustrantes para mim, para falar a verdade.

Sofia: Quem diria que a senhorita otimismo em pessoa não teria nada de positivo para falar agora.

Lyfia: Posso ser uma deusa, mas não sou inquebrável.

Desculpa por deixar o clima pesado, mas...

3 – Qual foi a pior parte de vocês neste capítulo?

Sofia: Você me fez ficar passando mal naquele jipe por vários episódios, sem poder fazer nada, além de vomitar. Jamais poderei te perdoar por isso.

Feitinilda: Ter que ver o Rodolfo levar um ataque mortal bem na minha frente e ainda receber ameaça de virar estátua foi bem cruel também.

Lyfia: A pior parte foi ter meu Amuleto sendo utilizado por um dinossauro. Urgh, que piada de mal gosto!

Sofia: Por que aguentamos esse narrador fazendo o que quer? A partir de agora, eu me recuso a seguir essas histórias absurdas!

Ei, ei, eu apenas conto a história! Não podem me culpar por tudo que acontece!

Lyfia: Acho que ele tem razão nessa.

Sofia: Hump!

Como vocês devem estar cansadas de responder perguntas, aqui vai a última!

4 – Quais as suas expectativas para o Capítulo 6?

Feitinilda: Nossos amigos vão ser tratados e vão treinar para ficar ainda mais fortes! Não tem como a gente continuar apanhando para a Matéria Negra, não é...? Por favor diz que não.

Sofia: Não há dúvidas de que a Guilda da Sofia vai almejar o topo da hierarquia das guildas de Magenta! Aposto que vai ser fácil.

Lyfia: Eu queria recuperar meu corpo, mas acho difícil. Só espero que o Eusine trate melhor o meu amuleto dessa vez.

Obrigado, meninas! Agora nós vamos encerrando e-

Sofia: Ei!

O que foi agora, Sofia?

Sofia: Hoje não devia ser uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher? Porque não me sinto muito homenageada.

Eu disse que vou trazer presentes para vocês no Capítulo 6, não disse?

Sofia: Sim, mas esse dia tem um significado, não tem? É sobre... tem a ver com... A Feitinilda vai explicar!

Feitinilda: É a celebração das conquistas femininas e um alerta sobre as desigualdades de gênero que ainda perpetuam a sociedade.

Sofia: É isso mesmo, obrigada!

Er, e o que eu poderia fazer sobre isso?

Lyfia: Faça mais personagens femininas que tenham papel importante na história.

Feitinilda: Que tenham personalidade e complexidade.

Sofia: Que sejam fortes e não precisem sempre da proteção dos homens!

Certo, vocês têm toda razão para pedir essas coisas. É algo que eu venho tentando melhorar nas minhas histórias, aqui no Crossover é especialmente difícil considerando que a maioria dos personagens são velhos... mas eu sempre posso fazer novos, né?

Lyfia: Esse é o espírito! Mal posso esperar para o Capítulo 6!

Eu também, Lyfia! Mas agora precisamos esperar FireAlex e Mr.Galleom terminarem de postar as partes deles. Sem falar que eu tenho outras histórias para escrever.

Feitinilda: Só nos resta esperar, então.

Sofia: Ou podemos chutar as bundas desses caras aí. Feitinilda, você chuta a bunda do FireAlex e eu chuto a bunda do Mr.Galleom!

Feitinilda: Não, obrigada... O FireAlex fez eu me fundir com um dos Galleoms quando eu estava na parte dele e foi uma das piores experiências de todas...

Sofia: Então eu chuto a bunda dos dois. Tchau!

Lyfia: Boa sorte!

Você não pode chutar a bunda dos outros escritores- Ah, ela já foi. Difícil de segurar, essa aí. Espero que tenham gostado de ler e protejam suas retaguardas!
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