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 Eusine Chronicles - Dimentios

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Firealex
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Firealex


. : A Emblema do Alex!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyQua 23 Out 2019 - 20:36

Achei este capitulo bem tranquilo, se não meio chatinho. Talvez você não quer que tudo fosse cheio de ações e
aventuras? Uma balança de ação e lazer é bom para a saúde, as vezes.

Eu esperava que vocês comerem as castanhas queimadas, por que o repouso criava bastante deles, mas acho que não queriam arriscar?

Eddy ganhar uma espada já tá me lembrando de algumas coisas da Lenda de Eddy tudo de novo...

Legal! Eu (Ou o meu avatar, pelo menos), apareci! Oh não! Minha torta de morango! Ah, oi Eusine! Desculpe por ter te confundido! Você não é um macaco amarelo! Você é legal!

Não, Dani. Você já teve uma aventura! Sente aí! Não queremos atrair um outro demônio atrás da gente!
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Eusine48
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Eusine48


. : Sou imune ao feijão
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MensagemAssunto: Capítulo 20 – A Cidade dos Grãos (Parte 2)   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySáb 2 Nov 2019 - 14:30

Contagem Regressiva para Mechanical Gah-Topia: 1

Capítulo 20 – A Cidade dos Grãos (Parte 2)

Alex terminava de arrumar a mesa da cozinha quando sua campainha começava a ser tocada inúmeras vezes consecutivas. Havia sido uma grande surpresa encontrar Eusine no dia anterior e mais ainda que o próprio se convidou para jantar e passar uma noite no quarto de hóspedes. Apesar da estranheza, Alex também achava agradável receber visitas de vez em quando.

A campainha não parava de tocar.

- Daniii! – gritou Alex, da cozinha – Abra a porta, por favor!

Saltitando pelos degraus da casa de madeira, Daniel Kirbo descia do segundo andar no ritmo da música que escutava em seu novo headphone. Balançando a cabeça e estalando os dedos, abriu a porta da frente. A campainha continuava sendo tocada por um dinossauro laranja no colo de um garoto loiro.

- Oi, Daniel! – disse o tal garoto, com um grande sorriso – Como estão as coisas? Trouxe castanhas queimadas da Taverna da Castanha Queimada!

- Eusine! – Daniel tira o headphone de seus ouvidos – Ainda bem que você veio, achei que nunca fosse acontecer algo de diferente nessa cidade. Vamos jantar! Minha barriga está roncando feito doida.

Ele não pareceu se importar com as outras pessoas à porta ou com o dinossauro.

- Olá! – falou Alex, que se aproximou das visitas vestindo um avental florido e luvas combinando – Vocês chegaram bem na hora do jantar! Eu me chamo Alex Kirbo e este é meu irmão, Daniel.

Denas se adiantou com um passo à frente e estendeu a mão.

- Muito prazer, me chamo Denas Forever. – apertou a mão enluvada de Alex - Agradecemos profundamente pela hospedagem, é ótimo podermos jantar com moradores desse adorável vilarejo.

- Er, não é nada demais. E não somos moradores a tanto tempo.

- Valeu mesmo pelo rango. – Eddy foi o próximo a apertar a mão do anfitrião – Se você é um amigo do Eusine, deve ser um cara legal.

- Eu digo o mesmo!

- Grau! – Dino rosnou, aparentemente tentando dizer algo. Alex também apertou sua mão.

- Er, quem diria que você teria mesmo um dinossauro laranja.

- Você não acreditou quando eu disse?

- Eu apenas achei estranho... mas acho que para você tudo é possível.

Todos se sentaram à mesa. Pelo pedido de Eusine, Dino tinha um prato especial feito apenas de carnes, que ele logo tratou de devorar. Denas foi o primeiro a falar:

- Então, você disse que não mora aqui a muito tempo. Onde moravam antes?

- Na vila Starter, perto da capital. Depois de nos encontrarmos com Eusine, nós dois voltamos para casa e... não tinha mais ninguém na vila inteira. – havia certa preocupação e pesar em sua voz – Nossos pais são mercadores, e eles tinham vindo para Feirod. Mas, chegando aqui, não tinha ninguém. Pelo menos eles compraram essa casa...

- Por que você anda por ai carregando tortas? – perguntou Eusine, o que considerava ser a pergunta mais importante a fazer naquele momento.

- Ah, eu sempre gostei de cozinhar e de pintar! – sorriu Alex – As pessoas daqui gostam do que eu faço e eu consigo até ganhar dinheiro por essas coisas.

- Legal! – disse Eusine, com a boca cheia de feijão.

- Então – continuou Denas como se a conversa não tivesse sido interrompida – você vive apenas com seu irmão? Não continuou indo atrás dos pais?

-Ah, eu até queria fazer isso. As pessoas da vila disseram que eles foram para outro país, tenho medo de procurar por eles e acabar me perdendo ou indo por um caminho diferente e desencontrando.

- Entendo...

Enquanto o resto da mesa conversava, Eddy e Daniel comiam de maneira voraz os seus respectivos jantares. Até que, em determinado instante, ambos estenderam a mão e agarraram, com seus garfos, grandes pedaços de lombo de porco. O olhar deles se encontrou e a chama da competição entre eles entrou em ignição para nunca mais se apagar. O jantar foi devorado com ainda mais intensidade e velocidade após isso.

- A vida aqui é pacata e até que gosto das pessoas, então não é tão ruim...

- Não sente falta de aventuras que nem aquela com os golens? – perguntou Eusine.

- Ir para um lugar estranho onde posso morrer por causa dos monstros? Não, obrigado.

- Mudando um pouco de assunto. – começou Denas, indo para o ponto onde queria chegar – Você sabe algo sobre a fábrica no topo da montanha?

-Ah... parece que está abandonada a muito tempo. Desculpa, não sei nada além disso. E eu tive que proibir o Daniel de entrar lá.

- Tudo bem, eu já esperava por essa resposta.

Daniel disse algo incompreensível com a boca cheia de comida.

- Ele adora explorar lugares abandonados. – traduziu Alex.

- Ele pode explorar com a gente! – disse Eusine – Vamos entrar lá amanhã de manhã, bem cedo.

Se sobressaltando, Denas dá um tapa na mesa de madeira.

- E-ei, seu...!

- Calma aí, eles são confiáveis! Seu amigo queria ajuda em um projeto, não?

- Sim, a minha ajuda!

- E também acha que tem algo estranho e que ele pode estar passando por problemas.

- Problemas que eu pretendo resolver!

- Não briguem, não briguem! – se manifestou Alex – Eu agradeço, eu acho, mas se for perigoso não temos motivos para ir também.

Daniel arregalou os olhos e engoliu forçadamente a comida em sua boca. Agarrou o braço esquerdo de Alex e começou a chacoalhá-lo.

- Ah irmão, vamos por favor! Não é todo dia que a gente tem essa chance, a gente vai pode conhecer um lugar novo e explorar e encontrar tesouros e encontrar monstros e salvar a princesa e ganhar experiência para passar de nível e...

- Olha aí, eles já concordaram de ir conosco! – sorriu Eusine.

- Mas eu... – Alex tentou falar.

- Por favor! – disseram Eusine e Daniel ao mesmo tempo.

- Argh, tá bom! Eu vou!

Denas se levantou, sem terminar a refeição.

- Ótimo, venham todos. Só não atrapalhem a minha investigação e eu não garanto que serão bem recebidos em momento algum. – ele se vira de costas, colocando o capuz do seu robe. Antes de se retirar, virou o rosto para trás e disse: Alex, obrigado pela hospedagem e pela refeição, estava ótima.

E com isso, Denas sai do aposento.

- Nossa. – falou Alex, por fim – Ele é sempre tão educado, sério e dramático?

- Sempre. Exceto com o Eddy. E ele tem a mania de querer fazer tudo sozinho e depois se arrepende.

- Acabei!! – gritou Eddy, fazendo Daniel olhar estupefato para ele. Como se distraiu puxando o braço do
irmão, acabou esquecendo que estava numa competição de comida.

- Não! Não é possível!

- Preste mais atenção na próxima. – respondeu Eddy, rindo com satisfação enquanto afagava sua barriga cheia.

- Ah, você vai ver...

----------------------------------------

Na madrugada, Eddy abriu os olhos, completamente desperto. Sentia uma voz o chamando, no fundo de sua cabeça. O sentimento era exatamente como na noite anterior, porém intenso demais para ser ignorado, então desta vez Eduard se levantou imediatamente, determinado a descobrir a fonte daquilo. Estava sem a sua nova espada e preferiu não correr o risco de acordar Denas e ser impedido de ir por causa dos seus machucados. Resolveu que, independente do que fosse, iria lidar com a situação com os punhos.

Ao descer as escadas, Eddy deu de cara com Daniel dormindo no sofá da sala, ainda com seu headphone reproduzindo música em um volume capaz de ensurdecer um bairro inteiro. Eddy tirou o headphone e jogou para o lado, acordando Daniel.

- Ei, eu tava escutando isso!

- Você tava era dormindo! E esse negócio vai te deixar surdo!

- O quê?

- Viu?

- Você veio apenas para me acordar?

- Não, na verdade estou seguindo essa voz na minha cabeça que me diz para ir em para algum lugar das montanhas.

- Que voz? – Daniel para e se concentra – Ah, essa voz!

- Tem alguma coisa muito estranha e eu quero descobrir o que é. Você vem ou não?

- Claro! Assim eu posso descobrir antes de você e assim estaremos quites.

- Até parece que você seria capaz de me vencer em alguma coisa!

Ambos se encaminharam para a porta da frente, mas Daniel disse que precisava pegar uma coisa antes. Ele retorna em seguida, com um enorme martelo preto com detalhes vermelhos na cabeça.

- Isso é uma arma bem grande pra uma criança pequena como você. – disse Eddy, sem conseguir esconder na sua voz que estava surpreso – Sabe usar isso?

- Nós dois temos a mesma altura! E seu usar melhor do que você imagina.

- Quero só ver isso.

Com isso, a dupla passa a caminhar para os limites da cidade, com a “voz” ficando cada vez mais forte. Foram surpreendidos com as crianças da vila, que se aproximavam de todos os lados, sozinhas ou em grupo. Eddy e Daniel tentaram falar com algumas, porém sem nenhuma resposta. Todas tinham olhar vidrado e focado no horizonte.

Até que finalmente todos param ao se afastarem o bastante da cidade, subindo a montanha próxima. Ao que tudo indicava, as crianças mais velhas tinham a mesma idade que Eddy e Daniel, fazendo com que os dois estivessem entre os mais altos. Ficando no fundo da pequena multidão silenciosa, eles testemunharam uma pessoa subir em um banco de madeira e se dirigir para o seu público. Usava um manto lilás e chapéu de palha pontudo que lhe dava um aspecto de bruxo de contos de fadas. Estranhamente, ele também usava uma máscara de...

- Feijão? – indagou Eddy em voz alta. Ninguém pareceu se importar – Por que alguém usaria uma máscara de broto de feijão?

- Talvez a cabeça dele seja mesmo um feijão.

O homem da cabeça de feijão olhava para os lados do topo da cadeira. Vendo que todos já haviam chegado, começou a falar:

- Ótimo, vejo que dessa vez todos vieram. Agradeço por terem trazido seus amigos que não escutaram o chamado antes. Façam uma fila e depositem o que trouxeram nessa caixa a minha esquerda, depois voltem para suas camas e esqueçam o que aconteceu nesta noite.

As crianças começam a puxar objetos de seus bolsos. Joias, aparelhos eletrônicos, louças, óculos, dinheiro... várias coisas brilhantes apareceram e começaram a ser depositados, um a um, na caixa ao lado do bruxo. Até Daniel puxou de dentro da camisa o seu headphone e entrou na fila.

- O que pensa que está fazendo?

- Ué, ele está pedindo para entregar na caixa ali do lado.

- Você está caindo no controle mental dele!

- Falou o cara que foi controlado para me trazer aqui e nem se tocou!

- O que há de errado ai atrás? – disse o bruxo, apontando para Eddy e Daniel. Acompanhando o movimento, as crianças controladas se viraram para encará-los.

- Ele não me deixou entregar o headphone! – gritou Daniel – Espera, por que eu quero entregar o headphone?

- A única coisa errada aqui é um cara com máscara de feijão usando crianças para roubar a cidade! – gritou Eddy.

- A cabeça dele que é um feijão, to te falando.

- Fora que esse é um plano bem patético.

- Como vocês foram fugiram do meu controle? – disse a pessoa, com as mãos para cima de forma desnecessariamente teatral – Meus servos, segurem esses dois traidores!

Eddy pulou para trás quando duas crianças tentavam agarrá-lo, fazendo com que elas colidissem uma com a outra. Daniel brandiu seu martelo e duas esferas de fogo voaram da ponta, incendiando o chão a frente do garoto. Com medo, as crianças em frente começaram a cair umas sobre as outras.

- Você tem poderes mágicos, Daniel?

- Na verdade é coisa do martelo, eu só faço mexer ele.

- Então por isso você não tem controle e quase queimou os moleques!

- Claro que não, eu sei o que estou fazendo!

Mesmo com a discussão, eles continuavam a reagir. Eddy se abaixou e uma garotinha voou por cima dele, atingindo o estômago de um garoto gordo parado atrás de Eddy. Já Daniel precisava apenas balançar o martelo e assustar todos ali perto. Para surpresa dos dois, as crianças que eram derrotadas começavam a piscar com força e sair do encanto.

Mas, no fim, eles foram vencidos pela quantidade. Não importa quantas eram derrotadas, muitas outras surgiam no lugar e continuavam a atacar. Eventualmente, Eddy e Daniel foram agarrados e levados para frente, para o julgamento do bruxo com cara de feijão.

- Ora, ora, então vocês são os arruaceiros. – disse ele, descendo do banco de madeira. Na verdade, era bem baixo, apenas o banco o fazia parecer mais alto. – Como conseguiram resistir aos meus poderes?

- Há! Até parece que é possível me controlar com mágica! – disse Eddy, ainda tentando se soltar.

- Até parece que eu iria obedecer um feijão! – retrucou Daniel.

- Haha, são bem corajosos. Qual seria a punição adequada para vocês? Foi a primeira vez que fui desobedecido assim.

- Que tal nos soltar e deixar chutar sua bunda? – disse Eddy, o que fez Daniel soltar uma gargalhada.

- Essa foi boa!

- Mesmo derrotados, vocês subestimam meus poderes! Será que poderiam dizer o mesmo se me enfrentasse usando todas as forças?

- Tenta a sorte, maluco! – sorriu Eddy.

- Já enfrentei feijões mais feios que você no café da manhã! – afirmou Daniel.

- Quem seria capaz de comer feijão como café da manhã?

- O Alex! – Daniel tem um calafrio ao lembrar.

- Como quiserem. – disse o bruxo – Larguem eles, garotos. E se afastem...

O bruxo abriu seus braços e abaixou a cabeça. O chão começou a tremer levemente enquanto ele se concentrava, até que todos os objetos trazidos pelas crianças começaram a levitar e voar em direção a Eddy e Daniel. Primeiro devagar, mas aumentando cada vez mais a velocidade até formar um verdadeiro tornado de objetos. As crianças começaram a ser atingidas, e conforme despertavam começavam a correr de volta para a vila e a ajudar os amigos.

Eddy se escondia atrás de Daniel, que defendia ambos balançando seu martelo e golpeando tudo que vinha na direção deles. Não era possível prever todos, e começou a ser atingidos diversas vezes.

- Urgh, não vou conseguir ficar aqui para sempre! – grunhiu Daniel.

- Pare um pouco a defesa, eu já sei o que fazer! E se prepare para um ataque combinado!

Daniel fez como Eddy pediu, e abaixou o martelo. O scandiano, por sua vez, avançou, desviou de um suporte para velas aromáticas e agarrou um prato com desenhos de flores, girou e arremessou o prato como um fresbie.

- Agora!

Daniel balançou seu martelo e uma esfera flamejante atingiu o prato, transformando-o em um disco de fogo! Ele incendiou um diploma de medicina no caminho e atingiu o bruxo no estômago, jogando-o no chão e parando sua magia de levitação. A máscara de feijão caiu de seu rosto com o impacto, mostrando um garoto com cabelos prateados bagunçados e sarnas no rosto.

- Seus... malditos... – disse enquanto segurava a barriga.

- A sua cabeça não é um feijão? – disse Daniel, chocado – Isso sim que é reviravolta...

- Para mim é mais estranho ver que ele é só uma criança como nós.

- Cuidado... com essa boca! Não me comparece com crianças de 9 anos, eu já tenho 10!

- Isso não é impressionante, já bati em gente mais velha. – retrucou Eddy.

- Mas é claro que faz a diferença. Graças aos meus poderes, eu tenho total controle sob todos que tem 9 anos ou menos! Vocês deveriam me obedecer!

- Ei, eu faço aniversário mês que vem! – disse Daniel.

- E o meu é por ai também! Eu meio que me esqueci quando.

- Então foi só por isso que o feitiço falhou? Que porcaria de azar... – o bruxo se levantou, ainda com uma mão na barriga – Mas vocês ainda vão sofrer! Lacaios, ataquem com força total dessa vez!

Ninguém veio. Todos já estavam chegando de volta em Feirod.

- Mas...

- Há! Todos fugiram por causa do seu ataque, idiota! – riu Eddy. O garoto bruxo estava imóvel, sem saber o que fazer. Eddy continuou: - Eu sugiro que você vá embora. Agora!

O bruxo deu dois passos para trás, se abaixou para pegar a máscara e então saiu correndo para nunca mais voltar.

- Heh, problema resolvido. – Eddy estava orgulhoso de si mesmo.

- Fizemos um bom trabalho! Sem falar que foi divertido.

- É, foi sim.

Eddy e Daniel voltaram para a vila, deixando os objetos atirados ao chão. Na vila, havia uma grande comoção sobre itens perdidos e sobre crianças que fugiam de madrugada e retornavam com machucados e ligeiramente chamuscadas. Os dois novos amigos não ligaram muito para isso, e foram direto para suas camas.
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Firealex
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySeg 4 Nov 2019 - 23:37

Daniel: Ha, ha! Eu disse, Alex! Eu consigo me virar sozinho na aventura! Eu sou demais, Yeah!

Eddy: Mas se não fosse por mim te acordar, você não salvaria o dia, não é, Dani?

Daniel: É... Mas nós somos fortes! Então que traga o desafio! Ninjas malvados, robôs destruidores, e tudo mais, venham aqui que nós estamos prontos!

Isso vai doer bastante... f4
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyTer 5 Nov 2019 - 21:33

Yay, quem diria que chegariamos tão perto do Galleom aparecer?

Este foi um capítulo divertido. Gostei bastante das interações entre os personagens. A rivalidade entre Dan e Ed foi especialmente divertida, até porque foi o foco do capítulo, mas minha parte favorita foi Eusine e Daniel falando "por favor" ao mesmo tempo.

Ah, mas o Dino não fala ainda. É um pouco estranho comparado ao Dino que está na minha parte da história.

Hm, esse é um poder bem específico. Não imaginava que esse tipo de luta viria, mas foi até que divertida. Gostei de como o vilão foi derrotado por ser burro, combinado aos poderes do Dan e Ed. Foi um ataque combinado divertido. Mas, er. Era pra mim conhecer esse bruxo?
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MensagemAssunto: Capítulo 21 – Mechanical Gah-Topia I: O Gênio e os Monstros   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySex 27 Mar 2020 - 16:30

De volta! Eu realmente não consegui escrever isso e o Dimentional Adventure, a dedicação estava absurda só com uma história principal... Bom, os resultados valeram a pena e aqui estamos de volta para o arco final! Mas antes alguns comentários sendo respondidos!

FireAlex” escreveu:
Daniel: É... Mas nós somos fortes! Então que traga o desafio! Ninjas malvados, robôs destruidores, e tudo mais, venham aqui que nós estamos prontos!

Esse é o tipo de determinação que precisamos nas batalhas! Yeah!

Mr.Galleom escreveu:
Ah, mas o Dino não fala ainda. É um pouco estranho comparado ao Dino que está na minha parte da história.

Bom, o seu Dino é como eu imagino ele adolescente... então ainda vai demorar um pouco para isso acontecer. Pelo menos ainda vai ter mais uma saga antes de todos chegarem no ponto que conhecemos.

Mr.Galleom escreveu:
Hm, esse é um poder bem específico. Não imaginava que esse tipo de luta viria, mas foi até que divertida. Gostei de como o vilão foi derrotado por ser burro, combinado aos poderes do Dan e Ed. Foi um ataque combinado divertido. Mas, er. Era pra mim conhecer esse bruxo?

O Alex tinha razão em falar que os capítulos estavam indo calmos demais. Como tenho várias ideias de histórias curtas, acabei incluindo aqui para tornar o capítulo mais interessante. Quanto ao bruxo, não, não era para conhece-lo ainda... mas ele definitivamente vai aparecer mais vezes no futuro!

Contagem Regressiva para Mechanical Gah-Topia: 0!

Capítulo 21 – Mechanical Gah-Topia I: O Gênio e os Monstros

Acordando cedo pela manhã, os amigos não demoraram para se dirigir para a fábrica no topo da montanha. Os dois dias de descanso deixaram Eusine completamente renovado e pronto para outra aventura e ele andava com passos largos e decididos. Dino estava sentado no ombro dele, apreciando que estava passeando por um local novo, vez ou outra abrindo a boca e tentando imitar as palavras que as pessoas ao redor diziam. Não conseguia dizer nenhuma palavra completa, mas estava melhorando rápido.

Alex vinha caminhando ao lado de Eusine, carregando meio sem jeito o seu pincel mágico, levemente envergonhado por não ter treinando durante os últimos meses, preferindo a calmaria da cidade pequena. Denas havia achando aquele pincel gigante realmente ridículo e quase mandara o jovem mago iniciante de volta para casa. Não que precisasse disso para deixar Alex com vontade de voltar.

Na verdade, Denas estava com um mau humor excessivo até mesmo para ele. Ele percorria em frente aos outros e não interagia com o grupo, apenas se virando para trás vez ou outra conferir se ainda estavam lá. Ele recusou o café da manhã mais cedo, apenas reclamando de um mau pressentimento e de como tudo ocorreria melhor se estivesse sozinho. Ele nunca revelaria, mas se sentia responsável por estar levando aqueles outros garotos para algo suspeito e que ele não tinha certeza do que aconteceria.

Já Eddy e Daniel não pareciam se importar com o lugar onde estavam indo ou quem eles iriam encontrar adiante. A relação deles estava se tornando complexa rapidamente, as vezes conversavam como amigos que se conheciam a vida inteira e compartilhavam histórias de batalhas e aventuras (a maioria parecia falsa de tão exagerada) e momentos depois estavam se socando por divergência de opinião em algum tópico qualquer.

Mais ou menos após dois terços do caminho, um grupo veio descendo pela pequena estrada de terra sinuosa da montanha. Não parecia nada anormal no início, porém, conforme foram se aproximando, perceberam que algo estava diferente no jeito de caminhar. Eram três – uma mulher e dois homens – vestindo armaduras de couro e carregando armas, o bastante para Denas parar e fazer sinal para que o grupo ficasse alerta, silenciando a briga que Daniel e Eddy estavam tendo no momento.

A preocupação dele não durou muito, no entanto, pois logo percebeu que eles não estavam em condição de oferecer perigo. Um dos homens parecia quase desmaiando, carregando uma espada quebrada e andando apoiado na mulher, enquanto o outro homem mancava e tinha uma aljava de flechas na costa, ainda que estivesse sem arco à vista. A mulher estava ferida, mas em melhor estado que eles. Tinha duas ombreiras cheias de espinhos e um semblante de vergonha estampado no rosto. Eles não interromperam a caminhada ao passar pelo grupo de garotos, mas Eusine resolveu falar com eles assim mesmo.

- Ei, o que aconteceu com vocês? Algum vilão ou monstro forte no topo da montanha?

Eles imediatamente pararam de andar.

- Eusine! Não incomode os viajantes assim! – se incomodou Denas.

- Por quê não? Você também quer saber, que eu sei.

- Que medroso... – Daniel sussurrara para Eddy, reclamando de Denas.

- Pois é, ele se preocupa com tudo. – respondeu Eddy, nem um pouco interessado em se manter quieto.

- Heh... hehe... – a mulher ria baixinho, até decidir se virar para eles. Tinha um corte na bochecha que escorria sangue até o pescoço – Vilão eu não sei dizer. Mas lá em cima tem um tipo de gênio que só se preocupa com as coisas que inventa... e essas coisas, oh, essas sim eu chamaria de “monstros fortes”. Podem subir, garotos, mas é melhor que não entrem na casa.

Em resposta, Eddy deu um passo à frente apontando para si mesmo com o polegar.

- Pois saiba que eu sou um especialista em lidar com vilões e monstros!

- Que exibido! – disse Daniel, expressando em voz alta o que seu irmão também estava pensando.

O homem que estava sendo apoiado pela líder deu uma risada seguida de uma tosse abafada. A mulher, então, voltou a falar:

- Certo, não temos nenhuma condição ou vontade de impedir vocês a fazerem o que querem. Mas quando estiverem chorando por ajuda, lembrem-se de que foram avisados.

Eles trataram de se virar e voltar a seguir caminho para a base da montanha.

- Esperem! – se manifestou Denas – Ao menos nos digam o perigo que iremos enfrentar!

- Heh, Vocês não são bons demais para isso?

Não voltaram a falar mais nada com os garotos. Após eles terem se afastado consideravelmente, Denas se virou para Eddy e deu um cascudo na cabeça dele. Dino reagiu com uma risada alegre.

- Ai! Ei!

- Você nos fez perder uma informação importante!

- Ta louco, você nem sequer queria falar com eles! Só pararam por causa do Eusine!

- Não quer dizer que eu não quisesse informação!

- Er, vamos voltar então? – perguntava Alex humildemente.

- Não, Alex! – gritava Daniel, pulando na frente dele – Estamos quase lá! Vamos conseguir!

- Ai Dani... que medo...

- Vai dar tudo certo! – Eusine continuava otimista – Só precisamos nos unir e ajudar uns aos outros!

----------------------------------------

Denas não falou nada no resto do caminho, mas manteve a expressão ainda mais fechada do que nunca. Após mais uma hora de caminhada, finalmente chegaram na fábrica do topo da montanha.

A tal fábrica, afinal, mais parecia uma grande casa de três andares do que qualquer outra coisa. Feita de tijolos e pintada inteiramente de preto, era uma visão imponente na beira do penhasco no topo da montanha, se mantendo fixa sem medo de cair no vilarejo quilômetros abaixo. Acima da porta de vidro do térreo haviam quatro janelas, duas em cada andar e fechadas com grades de ferro, dando a impressão que a parede da frente olhava para o grupo com vários olhos compostos.

Uma câmera pendia próximo da porta, em seu lado direito, e dava impressão aos garotos de que ela seguia todos os movimentos deles. Se isso era apenas impressão ou não, não tinham como saber, mas o fato é de que as portas se abriram para os lados quando os garotos ainda estavam a cerca de cinco metros de distância. Lá de dentro, dando passos curtos, veio Galleom.

O garoto era um pouco maior do que Denas, o que não era muito. Seu cabelo caia sobre o rosto e era de um tom forte de azul escuro, sendo a característica que mais chamava a atenção de quem o olhava pela primeira vez, ainda mais pelo fato do cabelo se destacar no tom de pele quase pálido dele. Seus óculos de grau escondiam olhos igualmente azuis, brilhantes e penetrantes. Usava um casaco amarelo e calças compridas, de moletom cinza escuro, e botas de borracha.

- Oh, Denas. O pombo-bot voltou para o ninho sem você, então supus que estavivesse morto.

- Não foi nada perto disso, ele apenas me perdeu de vista no meio do caminho.

Isso definitivamente não parecia como dois amigos de infância se reencontrando.

- Entendo. Bom, entre. – O garoto de cabelo azul se vira de costas para todos e começa a andar de volta para a fábrica.

Daniel agarrou a camisa de Alex e deu dois puxões.

- Ficamos invisíveis?

- Acho que não, Dani. Ele só está sendo mal educado.

- Hum? – Galleom parou e novamente se virou para os recém-chegados – Quem são vocês?

- Iiirgh! – Alex deu um passo para trás, assustado, e começou a olhar para o próprio corpo, tentando comprovar se tinha ou não se tornado invisível.

- Eu sou o Eusine! – disse Eusine. – Dino, se apresente também!

- D i, dididi, di!

- E eu Eduard Arroutson, o Destruidor! – disse Eddy, exagerando no título.

- Você não pode se chamar de Destruidor do nada! EU que sou o Destruidor!

- Você é o Daniel Kirbo, o Invejoso! Isso sim!

- Er, e eu sou Alex Kirbo. Apenas isso.

- Di!

Galleom olhou nos olhos de cada um conforme as apresentações foram sendo feitas. Quando elas acabaram e Daniel e Eddy foram brigar ali perto, Galleom enfim respondeu:

- Denas, por que trouxe eles com você?

- Ele é mesmo mal-educado... – disse Alex, em voz baixa. Mesmo falando o mais baixo que podia, recebeu um olhar gelado de Galleom, que o fez tremer.

- Você pediu espadas, eu trouxe. – respondeu Denas, friamente, sem citar que não queria que ninguém tivesse vindo pra início de conversa.

- Hum, certo. Pelo menos o lagarto que imita a fala humana parece interessante. Venham, então.

- L-lagarto? – Eusine nem sabia como responder. Dino estava satisfeito de ter conseguido dizer uma sílaba do seu nome.

E eles foram para dentro. Seguiram Galleom para dentro do prédio e para o saguão de entrada, com as portas se fechando automaticamente atrás deles.

O saguão estava repleto de máquinas, a maioria quebrada ou desligada, tendo parafusos, molas, latas e fios decorando quase todo o chão de azulejos. Apesar da carnificina robótica, notavelmente alguns aparelhos continuavam funcionais, de maneira quase aleatória. Um ferro de passar automático ia de um lado para outro na bancada da entrada, uma cafeteira soltava fumaça do topo e rodava sem parar, um rato de corda andava pelo teto roendo um queijo mecânico, etc. Isso sem falar na parede do outro lado da entrada, acima de uma porta de madeira que havia sofrido diversos danos, tinha um cartaz escrito “MECHANICAL GAH-TOPIA – GRANDE INAUGURAÇÃO DIA” com a data queimada. Um pisca-pisca com lâmpadas em formato de fogo iluminavam o cartaz de uma forma que inesperadamente combinava com a situação do local.

Ao chegar no meio da sala, Galleom novamente para a caminhada e se vira para todos. Tinha um sorriso fraco e os olhos eram de quem não havia dormido bem nos últimos dias.

- Seja bem-vindos – ele impotentemente estendeu o braço esquerdo, apontando para o cartaz – ao Mechanical Gah-Topia.

- Uaaaau! – Eusine olhava para tudo com os olhos brilhando de curiosidade, principalmente procurando animais robóticos como o pombo-bot e o rato no teto. Eddy e Daniel iam para todos os lados procurando as máquinas de comportamento mais estranho.

- Por que esse nome? – perguntou Alex.

- Era para essa ser a minha utopia de robôs, por isso Gah-Topia. Infelizmente, como podem ver, foi tudo um desastre, perdi o controle de tudo que fiz!

- Galleom... – Denas se aproximou ao ouvir a tristeza na voz do amigo – Você esteve trabalhando nessa fábrica desde os últimos anos?

- Trabalhando? Eu fiz tudo isso! Sou o dono! A ideia era entrar no mercado com máquinas para ajudar o dia a dia das pessoas, mas no fim tudo que elas fizeram foram funcionar errado e se quebrar, além de brigar entre si... o que também fez elas se quebrarem.

- ... brigar? – perguntou Denas.

- O maior problema de todos são os comportamentos imprevisíveis que acabam sendo agressivos. Por isso mandei o pedido de ajuda para você.

- E por isso os mercenários feridos descendo a montanha...

- É, isso também.

- Mas por quê não pedir ajuda de pessoas mais bem capacitadas?

- Ah, não quero que isso dê uma publicidade negativa antes mesmo de abrir oficialmente. Ia acabar totalmente com a imagem que quero construir.

-Entendo.

Denas achava a situação suspeita, mas não via motivos para não ajudar. Eusine estava curioso com o que mais Galleom havia construído ali e feliz por poder ajudar de alguma forma. Alex estava com medo do jeito do garoto e com nenhuma vontade de lutar contra robôs. Eddy e Daniel estavam ansiosos para conhecer robôs imprevisíveis.

Com a conversa finalizada, Galleom novamente deu de costas para o grupo, dessa vez andando cautelosamente em direção à porta de madeira. Ele parou antes de abrir a maçaneta, virando-se com olhos cerrados para Eddy e Daniel.

- Talvez seja melhor deixar os mais novos longe dessa sala.

- O quê? Isso é um absurdo! – gritou Daniel, incrédulo.

- É mesmo! Os mais novos tinham é que ir na frente! – Eddy gritava junto.

- Boa ideia! Vamos lá!

Correndo de pura empolgação, os dois correm para abrir a porta de madeira. Daniel escorregou por baixo de Alex, que tentava agarrar o irmão e o fazer ficar longe do perigo desnecessário, enquanto Eddy passou por Galleom, que nem se preocupou em tentar impedi-lo.

A sala seguinte estava em um estado parecido com o salão de entrada, com destroços por todos os lados. Dessa vez, porém, só um robô estava de pé: um forno metálico, pintado de vermelho, que andava para frente e para trás por meio de pequenas rodas que tinha embaixo de si. A porta do forno tremia como se fosse abrir a qualquer momento e duas lâmpadas amarelas estavam acesas acima da porta, dando a impressão de que o forno estava bastante estressado. De longe já era possível perceber que estava aquecido, pelo calor que emanava e pela fumaça escura que saia do topo de um cano de metal.

(Obs.: Esse robô é totalmente inspirado em um vírus do jogo Mega Man Battle Network 6, o Old Stove)

Com a aproximação de Eddy e Daniel correndo, o forno pareceu ficar ainda mais estressado. A porta do forno se abriu, mostrando lenha queimando intensamente lá dentro, e uma bola de fogo foi expelida para fora e lançada em direção aos dois garotos. Eddy parou derrapando e se abaixou, fazendo com que o fogo passasse por cima dele e em direção a Daniel.

- Dani! – Alex gritou e puxou seu pincel mágico, mas não teve tempo de desenhar algo que salvasse seu irmão.

- Olha, Alex! Vou virar um jogador de basefireball!

E então, com um simples movimento do martelo, Daniel rebate a bola de fogo para dentro do forno. Com o impacto, o robô gira várias vezes no mesmo lugar até que as lâmpadas se apagam e ele cai para trás, desativado, deixando todos na sala surpresos.

- Desde quando você consegue fazer isso? – disse Alex, que tinha desenhado metade de uma nuvem de chuva no ar. Ela se dissipa em gotas coloridas de tinta mágica.

- É coisa do martelo, que nem as bolas de fogo que ele faz! Legal, né?

- ... talvez vocês sejam melhores que os mercenários, afinal. – disse Galleom.

- Espero que você não queime alguém, na próxima. – falou Denas, desconfiado.

- Hum, eu também podia ter feito isso. – Eddy estava ressentido.

- Hehehe, não podia não!

- Grrrr, ora seu...!

A rivalidade entre Eddy e Daniel aumentava a cada instante.

- Pois então. – Galleom deu uma tossida e começou a falar – Enquanto o salão de entrada deveria surpreender as pessoas com diversas coisas pequenas e interessantes, aqui é que começariam as coisas realmente úteis. Como esses fornos que avisariam o ponto exato em que a comida estivesse assada ou os robôs de segurança para proteger as casas das pessoas.

- Robôs de segurança? – indagou Denas.

- Ah, os mercenários pelo menos cuidaram dos que estavam nessa sala. Mas ficaram tão machucados que preferiram ir embora do que ficar desviando de bolas de fogo. Péssimos profissionais...

- Certo, mais alguma máquina específica com a qual precisamos ter mais cuidado?

- Acho que não. Os robôs de segurança devem dar mais trabalho em combate, já que eles foram feitos para isso.

- Então sugiro que foquemos nesses robôs. Você pode desligar as torradeiras e liquidificadores depois.

- Certo. Então, venham por aqui.

Sem esperar por ninguém, Denas e Galleom seguem adiante. Eddy e Daniel seguem logo atrás, na expectativa de novas lutas.

- Eusine... – disse Alex – Seus amigos não são um pouco sinistros?

- Um pouco.

- Di!

----------------------------------------

O grupo então passou por longos corredores dentro da fábrica, cada um com diversas portas que levavam a departamentos diferentes. As salas tinham enormes janelas que permitia que todos vissem o que tinha dentro delas. Galleom estava automatizando o processo de montar suas máquinas, o que era um problema no momento, já que as máquinas que montavam máquinas estavam tão descontroladas quanto as máquinas descontroladas que foram montadas descontroladamente.

O setor de aparelhos inteligentes estava em um caos ainda maior do que a entrada da fábrica, pois a todo momento novos aparelhos eram montados e automaticamente destruídos em um ciclo vicioso de mal funcionamento. Depois, havia uma sala escura e silenciosa com alguns animais de metal, completamente desativados e em destroços. Em outra, via-se alguns protótipos de veículos elétricos, ainda inacabados. A situação em uma sala com membros humanos feitos de metal era a única que parecia pouco inalterada, apenas com as atividades interrompidas.

Eles eventualmente chegaram em uma sala quadrada, com corredores à esquerda, direita e frente de onde eles vieram. No centro, dois robôs humanoides se mantinham parados segurando lanças de metal e mantendo um olhar fixo adiante. Se não fosse dito antes que eles eram máquinas, poderiam ser facilmente confundidos com manequins de shopping, pois era justamente o que lembravam. Seus corpos artificiais eram a exata representação do estereótipo de um corpo masculino sem roupas, sem pelos, sem genitália e absolutamente sem vida. Seus rostos eram (literalmente) máscaras com feições humanas, sem expressão ou sentimento.

- Isso fica ainda mais sinistro... – disse Alex. Com esse comentário, Galleom se vira para ele e ajeita os óculos lentamente de forma dramática.

- Vão ficar ainda mais sinistro quando tornar eles mais realistas.

- Iiirgh!! – Alex tremia de medo.

- Di-id!

Enquanto todos observavam os tais robôs de segurança, Dino descia do ombro de Eusine, escalando as roupas dele até chegar ao chão. Querendo brincar, ele deu alguns passos em direção a um dos robôs. Como resposta, o robô bateu a lança com força no chão, causando um pequeno tremor e fazendo o miniaturossauro se assustar, pular para trás e voltar chorando para junto de Eusine.

- Eu planejava usar esses robôs para exibição. – falou Galleom, impassível – O problema é que eles não saem do modo “Defesa Total”, onde tudo que chega perto deles é atacado. Tive sorte deles não ficarem preso nos modos de “Ataque” ou “Ataque Total”, seria o fim para mim.

Denas concordava com a cabeça com cada informação que era dita, ainda que não se abrisse a boca em instante algum.

- Já podemos quebrar eles? – Eddy dava um passo à frente e sacava a espada.

- Ainda não. Preciso fazer uma coisa antes.

Com isso, ele bota a mão direita dentro do bolso do colete e retira algumas esferas metálicas de dentro. Cada uma delas possuía uma etiqueta colorida diferente. Após ponderar por um momento, Galleom escolhe uma com etiqueta verde.

- O que são essas bolas? – Eusine perguntava enquanto acalmava Dino e o colocava no topo de sua cabeça, para brincar com seus cabelos loiros.

- Durante a semana, com minhas criações indo à loucura, achei que seria prudente criar uma forma de me defender enquanto nenhuma ajuda definitiva chegava. Ainda estão em fase de teste, então é melhor que todos se afastem... por via das dúvidas.

Ele delicadamente faz a esfera rolar para o robô mais à direita do grupo. A esfera vai girando delicadamente, até chegar perto demais e ser pisoteada impiedosamente. Imediatamente após o esmagamento, um pequeno fiapo de fumaça verde sobe do membro robótico e em seguida raízes cresceram, prenderam o pé no chão e continuaram a subir pela perna e a puxar veementemente para baixo, só parando de crescer ao chegar perto do joelho. As raízes também se espalharam para a lateral e logo prenderam a outra perna com a mesma eficiência. Como toque final, uma flor branca brotou próxima ao calcanhar esquerdo.

- Uooooooooou! – Todos estavam surpresos, com destaque Eddy e Daniel e seus olhos brilhantes de excitação.

- Que bombinha legal! Me empresta uma para colocar na ponta de uma flecha? – a mente de Eusine começava a ter várias ideias.

- M-magia da natureza? – Alex estava chocado com a possível origem daquelas raízes.

- Até parece que esse tipo de coisa sequer é possível. – respondeu Galleom, guardando todas as esferas no bolso novamente – Apenas uma granada cheia de sementes de uma planta tropical que cresce em velocidade absurda, somado a fertilizante, água e um agente químico para acelerar ainda mais os processos naturais.

- Ah. – Alex ficou surpreso, mas ainda mais decepcionado por não ter encontrado alguém com quem conversar sobre magia. Se bem que ele não queria mesmo falar com Galleom.

- Me empresta uma para- - Eusine ainda não tinha sido respondido até o momento.

- Não.

Enquanto isso, o robô começava a se livrar das raízes utilizando a ponta de sua lança. Como resposta, Denas rapidamente avança com a espada em mãos, porém, no meio do caminho, foi empurrado para longe por um ansioso Eddy, também com a espada na mão direita.

- Toma essa, seu manequim de metal!

O garoto desfere dois golpes consecutivos com a espada nova e ambos são defendidos com agilidade. O robô retribui com um giro da lança, fazendo-a bater no peito de Eddy e o forçando a recuar dois passos enquanto recuperava a respiração.

- Se vamos atacar o mesmo oponente, que pelo menos façamos isso em conjunto. – Denas havia alcançado o robô e o golpeava pela esquerda.

- Eu não preciso, faço isso eu mesmo!

Eddy se aproxima pela direita e com um golpe certeiro corta fora o antebraço mecânico do adversário. Confuso, ele passa a tentar atingir Eddy com a lança.

- Viu? Eu acertei em cheio!

- Claro, porque eu o distraí. Veja só.

Dessa vez é Denas quem acerta um golpe, cortando a parte traseira da coxa esquerda e fazendo o robô arquear. Ele se torna o novo alvo dos ataques, que estão cada vez mais lentos.

- Então ele só sabe lutar contra um de cada vez? – Eddy girava a espada em sua mão direita – Talvez eu devesse ensinar umas coisas para essas máquinas.

Aproveitando que o robô de segurança estava distraído com Denas, Eddy pula e atinge uma estocada no núcleo de energia coincidentemente localizado no lugar de um coração humano. Ele é imediatamente desativado e cai de costas no chão, com cabos expostos emitindo eletricidade por conta dos cortes.

- Há, essa foi fácil! Viram como a minha nova espada é incrível? Nem parece que eu tô cortando algo!

- Galleom, sua máquina possui reflexos incríveis para se defender e contra-atacar, porém não sabe reagir a dois oponentes simultâneos. Não teremos muito trabalho para desativá-los.

Galleom ajeita seus óculos no lugar.

- Você percebeu isso quase que instantaneamente, justo como eu esperava. Suas habilidades analíticas são as melhores que conheço.

Com essa fala se sucedeu um breve momento de silêncio, interrompido somente por Daniel.

- Minha vez!

O garoto corria com o martelo apoiado em um dos ombros e pronto para atacar o robô de segurança restante. Alex nem tinha mais energia para tentar impedir aquilo.

- Espere um instante, vou utilizar uma bomba de raízes para auxiliar na luta.

- Não precisa disso não, olha só!

Com isso, Daniel coloca o martelo ao lado do corpo e começa a girar o mais rápido que consegue, confundindo os sensores óticos do robô e impedindo que ele tomasse alguma ação de defesa. Assim, Daniel termina atingindo as duas pernas mecânicas e as atirando para longe sem que houvesse qualquer reação. Para finalizar ele pula, desfere um giro final e bate o martelo com todas as forças na cabeça do robô, afundando-o no chão da fábrica em uma fração de segundo.

O problema é que Daniel utiliza força demais. Além do robô ser atirado para dentro do chão, um grande tremor ocorre e uma cratera surge no local do impacto, fazendo o garoto e seu martelo escorregarem para dentro.

Com a velocidade de um lince, Eusine é o primeiro a reagir. Ele corre com Dino em sua cabeça, salta e agarra a perna de Daniel em pleno ar. O único contratempo é que ele não consegue se agarrar em mais nada e acaba caindo junto do amigo de cabelo vermelho.

- Não! Dani! Eusine! – em desespero, Alex corre até a cratera, tarde demais.

O chapéu de Eusine pousa calmamente no centro da sala.

- Hum, isso realmente foi inesperado. – era tudo que Galleom dizia.

----------------------------------------
Então, comentários finais. EVILtheREVENGE

A ideia inicial do Eusine Chronicles era a de explicar coisas no passado, principalmente como eles se conheceram, já que a gente sempre escrevia com os personagens mais velhos e sendo amigos. O Galleom em si, só era utilizado com o antagonista do Alex na época, então eu quis botar ele por último e não necessariamente um antagonista, mas definitivamente alguém que o Alex não se dá bem. Fora que eu quis variar, então fiz ele um inventor que ainda nem aprendeu nada de combate. Enfim, não vou falar mais nada para não estragar os próximos episódios.

Em breve atualizo aqui as imagens dos personagens, acabou meu tempo aqui. Bocejo~
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyDom 29 Mar 2020 - 20:21

Alex: Dani! Você está encrencado! Vamos conversar bastante depois de voltar para a casa!

Galleom: Deixe esse imbecil aprender a lição e ouça o Eusine, Garoto verde!

*Alex treme de medo!* Fantasma f4

Galleom está... Surpreendentemente normal nesta fic! Mas tem uma coisa que concordo com o Alex, este Galleom é bem sinistro nesta fic, mesmo que ele ainda não saiba lutar!

A parte da granada da natureza até que foi impressionante, ele consegue criar uma bomba de natureza mesmo em um local menos provável para a fertilização! Tenho certeza que Galleom tem alguns planos sinistros...!

Enfim, foi uma boa história e espero que todos saiam bem na segunda metade desta fic!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyDom 29 Mar 2020 - 20:23

Yay, finalmente Galleom!

Citação :
Contagem Regressiva para Mechanical Gah-Topia: 0!

Isso me faz lembrar é que o fatorial de zero (0!) é igual a 1. Não que seja importante, mas...

Hm, enfim, sobre o Galleom! Ele é bem diferente do Galleom do caminho de maple, o que é interessante. Mas gostei da ideia dele como cientista de robôs. Faz lembrar um pouco da classe cientista do Miitopia (apesar de que ele é mais Químico e Programador naquele jogo)

A relação dele com Denas é... interessante? Não sei direito o que há com os dois. Mas é interessante ver no que isso vai dar.

Galleom parece no momento um pouco fraco quanto aos poderes, mas acho que faz sentido considerando que ele precisou pedir ajuda pra destruir os robôs.

Achei a cena de apresentação da Mechanical Gah-topia engraçada, assim como o nome.

Uma coisa que gostei do capítulo é o uso dos aventureiros fracotes para foreshadowzar as lutas futuras e comparar os poderes os personagens com aleatórios. Também mostra que o mundo tem aventureiros aleatórios, o que é interessante.

Ver a rivalidade entre ed e dani é interessante, vou ter de imaginar isso mas de forma diferente, hmm...

Nota estranha, mas linces existem na fic, hm.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyDom 29 Mar 2020 - 22:28

Obrigado por todos os comentários! Vocês são rápidos! Quem sabe em abril eu posto o próximo episódio? maple awesome face~

Firealex escreveu:
Galleom está... Surpreendentemente normal nesta fic! Mas tem uma coisa que concordo com o Alex, este Galleom é bem sinistro nesta fic, mesmo que ele ainda não saiba lutar!

Ohohoho, esse é o objetivo! Mais ou menos como seu Galleom, mas acho que o seu era mais agressivo.

Firealex escreveu:
A parte da granada da natureza até que foi impressionante, ele consegue criar uma bomba de natureza mesmo em um local menos provável para a fertilização! Tenho certeza que Galleom tem alguns planos sinistros...!

E essa foi apenas uma das granadas! Inclusive estou aceitando sugestões...

Mr.Galleom escreveu:
Galleom parece no momento um pouco fraco quanto aos poderes, mas acho que faz sentido considerando que ele precisou pedir ajuda pra destruir os robôs.

É difícil de quantificar, mas acho que o Galleom é o mais fraco dentre todos, sim. Principalmente por nunca ter precisado lugar pra começo de conversa.

Mr.Galleom escreveu:
Uma coisa que gostei do capítulo é o uso dos aventureiros fracotes para foreshadowzar as lutas futuras e comparar os poderes os personagens com aleatórios. Também mostra que o mundo tem aventureiros aleatórios, o que é interessante.

Que bom que ficou legal! Pensei em mostrar um flashback dos aleatórios lutando, mas achei que seria meio que um desperdício de espaço.

Ah, e por quê linces não existiriam nesse universo?

Firealex escreveu:
Enfim, foi uma boa história e espero que todos saiam bem na segunda metade desta fic!

Boa sorte para eles! Vão precisar...

Ah, estou mandando as imagens dos personagens para vocês terem em mente. Ignorem a falta de expressão facial, na próxima saga talvez eu mude isso junto com algumas roupas. Veremos.

Eusine Letur Quadragésimo Oitavo "Eusine 48": Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Eusine10

Alex Kirbo: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Alex10

Daniel Kirbo: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Daniel10

Eduard "Eddy" Arroutson: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Eddyb10

Denas Forever: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Denas10

Galleom ???: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Galleo10
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MensagemAssunto: Capítulo 22 – Mechanical Gah-Topia II: A Habilidade de Fazer Golens com Sucata   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySex 1 maio 2020 - 17:25

Capítulo 22 – Mechanical Gah-Topia II: A Habilidade de Fazer Golens com Sucata

- Aaai... aaaiii... minhas costas! – Eusine levantava, ferido e com as costas doloridas – Vocês estão bem? Daniel? Dino?

Onde quer que eles agora estivessem, estava bem escuro. A única iluminação vinha do buraco no teto, o que não clareava mais do que um círculo ao redor de Eusine. Ainda assim, o arqueiro ouviu uma movimentação à direita, se virou e viu Daniel se erguendo do meio de escombros robóticos. Logo depois, Dino aparece com a boca cheia de parafusos, cuspindo todos para longe.

- Ai, meu cérebro... – Daniel estava meio atordoado, mas fora isso parecia bem.

Estranhamente, Dino estava feliz e pulando no colo de Eusine.

- Pessoal! – A voz de Alex pôde ser ouvida de cima. A sombra dele tampou boa parte da pouca luz que descia, o que fez com que ficasse ainda mais difícil de enxergar. – Vocês estão bem?

- Acho que sim! – gritou Eusine.

- Que bom! Vamos tirar vocês daí!

- Daniel, idiota! – Eddy apareceu no topo do buraco, fazendo mais sombra. – Quem mandou querer ser melhor do que eu? Agora tá no fundo do poço!

- Eu fui melhor! – ele rebateu – O seu robô não explodiu!

- Mas eu não caí num buraco!

- Isso não conta pontos!

- Bem, isso tira pontos!

- Calem-se! – Denas se aproximava, estressado. Sua cabeça meio-elfica cobria boa parte da luz restante – Galleom, veja quantos metros eles caíram. Vamos precisar de uma boa escada ou uma corda.

- Hum, eu posso providenciar ambas as coisas. – Quase nenhuma luz descia agora – Porém, eles não devem correr riscos, só caíram no meu porão. É mais fácil apenas procurarem o caminho para subir.

- Ouviu isso, Dani? – novamente Alex falava – Tem um caminho para cima!

- Vamos continuar em frente. – disse Galleom – Encontramos eles na entrada do porão.

Lá em cima, todos concordaram. Alex acelerou a todos, pois estava ansioso por conferir se seu irmão mais novo estava realmente bem. Antes de irem, porém, Eusine gritou lá do porão:

- Ei, espera! Está escuro! Vocês não têm nenhuma lanterna não?

- Lanterna não, mas isso aqui pode ajudar. Essa é outra que está em estágio de testes, então espero o feedback de vocês depois.

Dizendo isso, Galleom deixa uma pequena granada com uma faixa branca cair no buraco, sendo pega por Eusine no porão.

- Mas o que é que ela-

De repente, a granada brilha intensamente como se fosse uma pequena estrela portátil, deixando os três cegos por alguns instantes.

- Meus oooolhos! – Alan Food Daniel Kirbo gritava ao ser cegado pela banana mágica granada de luz.

Quando a luz diminuiu bruscamente de intensidade, mostrando que algo estava errado, Eusine abriu os olhos devagar, com o braço na frente do rosto. Sem acreditar, ele arregalou os olhos ao vislumbrar Dino, que brilhava após engolir a granada de luz com uma bocada.

- Woow... – Daniel estava maravilhado com o dinossauro de luz.

- Di-dino? Como... – Eusine estava sem palavras - Como você sabia que ia ficar tão maneiro?!

Dino não sabia totalmente o que estavam dizendo, mas ficou feliz com as falas dos humanos e deu dois pulos no mesmo lugar. Ele então escalou o corpo de Eusine até chegar à cabeça, onde se aconchegou em meio aos cabelos loiros. Agora Eusine se sentia um farol ambulante que emitia luzes que faziam formatos de dinossauros nas paredes.

- Muito bem, Dino! Agora, deixa que eu te levo.

Eusine (com Dino da cabeça) e Daniel puderam finalmente ver o local onde estavam. Se tratava de uma grande pilha de robôs e aparelhos quebrados, peças defeituosas e componentes eletrônicos, todos amontoados e abandonados naquele porão escuro. Haviam dezenas de modelos de robôs humanoides, muito mais do que nas salas de testes do andar superior, e ver tantos deles despedaçados e deixados de lado tornava o lugar ainda mais mórbido, praticamente um cemitério de robôs.

- Esse lugar tá me dando arrepios. – admitiu Daniel, se aproximando de Eusine.

- A mim também... – os dois começam a descer o monte, tomando cuidado com onde pisam – Será que eles são
gente que nem a gente?

- Não sei, eles parecem mais com bonecos grandes.

- Mas bonecos não andam sozinho... ou andam?

- Acho que alguns sim, mas meus pais nunca comprariam. São muito caros. Nem o Alex compraria, ele é mão de vaca e quase não gasta o dinheiro que consegue com as tortas e os desenhos.

- Eu também nunca tive um boneco caro e acho que não ia gostar mesmo.

- Eles podem ser legais! Olha!

Daniel para de andar e pega uma cabeça do chão. A cor da cabeça havia sido bege um dia, mas agora era acinzentada por causa da poeira. A única coisa que tinha era um grande olho no meio, parecido com um farol, o que fazia parecer com a cabeça decepada de um ciclope.

- Olha só! – Daniel levantava a cabeça no alto – Me diz se isso não é maneiro!

E então, o farol acendeu.

Como se estivessem obedecendo um chamado, por todos os lados os robôs começaram a se mexer. Nenhum deles estava em estado perfeito, mas seguiam mancando ou até se arrastando no chão na falta das duas pernas funcionais. Lentos, com fios soltos, enferrujados e com as luzes piscando, o número ia crescendo a cada instante, a única coisa em comum é que todos seguiam em direção aos dois humanos e dinossauro.

----------------------------------------

- Hyaah!

Com um ataque combinado, Denas e Eddy derrotam outro robô de segurança no caminho. Galleom economizava suas granadas e Alex ainda não havia conjurado nenhuma magia completa. O chapéu de Eusine, de couro preto e com uma pena de falcão, agora estava na cabeça de Eddy.

Em intervalos regulares, Galleom mexia em seu relógio de pulso.

- Hum, parece que foi o último desse andar.

- Falta muito para chegar no porão? – perguntava Alex, pela quinta vez.

- Não, é logo ali na frente. – respondia Galleom, pela quinta vez – E por falar em porão... – a sua voz treme um pouco, ele cerra os olhos e aproxima o relógio do rosto – estou recebendo umas leituras estranhas vindas de lá.

- Oh não! E o que isso significa?

- Pode ser qualquer coisa. Todas as leituras estão imprevisíveis faz um tempo.

- O que exatamente você faz nesse relógio? – perguntava Denas, após um breve momento de silêncio.

- Primeiramente, não é um simples relógio, mas sim um smart watch que eu mesmo fiz. – Galleom ajeita seus óculos e volta a andar, conduzindo o grupo para as escadarias – Em teoria eu iria poder controlar todas as máquinas por meio dele, mas essa função não está funcionando corretamente. O que estou verificando ultimamente é o número de robôs ativos em cada andar. Fora isso, aqui mostrou que várias baterias antigas no andar de baixo foram recentemente ligadas simultaneamente, o que não deveria estar acontecendo. Definitivamente estranho.

Os quatro chegam nas escadarias. De um lado, o caminho para o porão, do outro, as escadas levavam para o andar superior.

- Acho que nem todos precisam descer. Eles estão provavelmente bem, considerando que lá embaixo só tem só sucata e baterias ligando.

- Se não tem nada demais, então vamos todos descer. – retrucou Denas, cruzando os braços.

- Olha, eu estou com pressa para chegar ao terceiro andar. É onde fica minha sala e o controle central das máquinas, então se chegarmos em segurança vamos poder desativar sem precisar quebrar tudo.

- Está certo, então vou descer. – Denas descruzou os braços e declarou em um tom de voz determinado.

- ... você vai?

- Eu também vou, quero logo ver o Dani! – disse Alex, dando um passo a frente.

- Eu vou subir, serei o herói de todos! – Eddy estava animado para lutar mais, como sempre.

- Então está decidido. – terminou Denas.

- ... – Galleom estava sem palavras.

Assim, os quatro de separam momentaneamente. Após alguns passos descendo os degraus, Denas começa a falar em voz baixa, sem se virar para o garoto de cabelo verde:

- Alex, eu na verdade gostaria que você subisse.

- Er, você está preocupado com a segurança deles agora?

- Preocupado com a nossa segurança. Não gosto de como o Galleom está agindo, ele definitivamente esconde alguma coisa.

- Então... Por que você não sobe?

- Porque desde o começo ele quer a minha presença por perto. Como eu não quero que o plano dele dê certo, eu vou me afastar.

- Mas eu...

- Ah, não se preocupe, o Eduard é meio exagerado, mas luta bem.

- Olha, eu até entendo isso, mas...

- E você confia no Ensine, não é?

- Claro, eu só...

- Você vai fazer um bom trabalho. Só lembre que não podemos deixar que as pessoas façam planos contra a gente e saiam impunes disso.

- Ah, okay! Eu subo, então vai logo!

- Ótima escolha. Por favor preste atenção em tudo e tome cuidado, vamos voltar logo.

Alex, frustrado com a forma com a qual Denas queria frustrar os supostos planos de Galleom, se vira de costas e volta para cima. Lá, Galleom estava parado olhando para a descida do porão, a fúria em seu olhar, o corpo rígido e os punhos cerrados. Parece que Denas tinha um ponto: Fazer aquilo realmente ia contra o que Galleom queria.

Enquanto isso, Eddy bradava em plenos pulmões apontando a espada para cima, exigindo subir logo e sendo ignorado por isso.

- Bem, decidimos que eu deveria ir junto de vocês.

- Percebi. – disse Galleom, friamente. Finalmente, ele se virou e saiu da posição que estava, se encaminhando para o andar de cima. – Venham, pelo menos são melhores que nada.

Com isso, Alex teve outro calafrio que fez tremer o corpo inteiro. Estava gostando cada vez menos do desenrolar da situação.

----------------------------------------

Eusine e Daniel corriam, atirando flechas e golpeando com o martelo em tudo que se movia para eles. Conforme seguiam pelo porão, mais e mais robôs se erguiam aos pedaços e se moviam para eles, tentando agarrar suas roupas e os derrubar no chão, como se quisessem sobrepujar e consumir suas vidas e compensar o coração que faltava para aqueles corpos de lata. Os garotos corriam, pulavam e desviavam como podiam, mas sempre pisando em intermináveis pilhas de restos de máquinas. A saída não ainda estava à vista.

Uma mão mecânica que se arrastava pelo chão agarra o tornozelo de Daniel e o faz cair no chão. Com o susto, o garoto larga a cabeça-de-robô-holofote, que sai rolando em meio aos destroços e trava alguns metros à frente. Eusine logo para derrapando, com Dino atordoado agarrado os seus cabelos, e começa a atirar suas flechas em todas as direções enquanto Daniel se levantava apoiado no martelo.

- Você está bem?

- Sim, isso não foi nada. – Alguns instantes depois, Daniel já estava de pé, atacando robôs a torto e a direita. Graças a parada forçada, os garotos estavam ficando encurralados pela quantidade crescente de robôs se aproximando e não conseguiam seguir em frente. – Argh, por que vocês não param?! Seus zumbis malucos de metal!

Com todas as forças, Daniel continuava batendo nos robôs e derrubando o máximo que podia por todos os lados. Era bem mais eficiente que Eusine, que precisava mirar cautelosamente as flechas nos núcleos de energia no peito dos robôs, se quisesse derrubar com um único ataque.

Em determinado momento, Daniel cansou de atacar e passou a girar seu martelo, lançando bolas de fogo para todos os lados. Infelizmente, o calor não parecia ser tão eficaz em derrotar os robôs zumbificados e eles continuavam a avançar, agora com os corpos extremamente quentes.
- Parem! – com um ataque certeiro, ele atingia mais um robô – Eu vou esmagar todos vocês! – ele golpeava outro, mas vários chegavam para substituir – PAREM!! – por mais que os garotos lutassem, a multidão de robôs que os cercava se fechava cada vez mais – PAREEEEM!!!

Desesperado, Daniel bate o martelo no chão, causando um tremor e destruindo vários robôs que os cercavam. Mesmo alguns segundos após o impacto, o chão continuou a vibrar, quase fazendo Daniel cair novamente, mas dessa vez sendo segurado por Eusine, que tinha um equilíbrio melhor. De repente, o “chão” começa a se mover ao redor dos garotos conforme partes de robôs eram atraídas das pilhas de destroços para um ponto ali próximo.

Quando finalmente o tremor foi interrompido, uma figura enorme se ergueu, atirando para longe diversas máquinas como se não tivessem peso algum. Era uma criatura corcunda, feita com peças de robôs diferentes, de tamanhos diferentes, que não se conectavam corretamente e que não funcionavam sozinhas, mas que estavam se retorcendo e se ligando umas com as outras por meio de alguma força misteriosa em atuação. No topo, estava a cabeça-de-robô-holofote que Daniel havia carregado, com a lâmpada ainda acesa. Com cerca de três metros de altura e dois de largura, a cabeça agora cumpria seu papel de realmente pertencer a um ciclope.

Com passos largos, porém lentos, ele veio caminhando por meio dos robôs, chutando, pisando e empurrando para longe com o corpo massivo. Eusine levantou seu arco e flecha para atacar o que parecia ser um inimigo novo e muito mais poderoso, mas Daniel segurou suas mãos e o fez abaixar a arma.

- Não ataca ele não, ele veio ajudar! – Daniel estava feliz e esperançoso - Eu fiz com o martelo!

- Desde quando você consegue fazer isso? – Eusine indagou da mesma forma que Alex havia perguntado ao ver o martelo atirando bolas de fogo mais cedo. Parece que ninguém sabia de tudo o que Daniel era capaz.

- Eu sei lá! – para ser justo, nem ele mesmo sabia -  Só sei que agora eu sei que sei!

- Vocês aprendem cada coisa... – ele olhava para o arco e flecha sentindo falta de ter algum ataque especial.

Os garotos se deixaram ser pegos pelos braços de metal daquele ser, que os ergueu e colocou cada um sentando em um ombro. Dino desceu da cabeça de Eusine e foi para a cabeça-de-robô-ciclope, onde agora podia zombar os robôs por estar em uma altura mais privilegiada. A granada de luz estava sendo digerida no estômago do miniaturossauro, então ele já começava a brilhar menos.

- Avante, meu... – Daniel apontava o martelo para o caminho que os garotos estiveram seguindo – meu... que nome eu dou para ele?

Sem esperar para ter um nome, a criatura foi andando, derrubando tudo por onde passava de maneira implacável. Os que chegavam pertos demais para agarrar os humanos eram recebidos com poderosos socos e destroçados imediatamente.

- Um nome... um nome... – Eusine pensava com afinco.

- O que você é, amigão? – Daniel pergunta, mas não obtém resposta.

- Ora, mas é claro que ele... – coçando a cabeça, Eusine finalmente percebe a resposta. Ele estala os dedos, animado – ele é um golem!

- Ah, que nem aqueles onde achamos o martelo?

- Esses ai mesmo! Eu lembro que o martelo era importante para eles.

- Oooooh! – Daniel girava o martelo e olhava para ele como se fosse feito de ouro – Porque foi o martelo que fez eles! Avante, Golem de Sucata!

- Suca! – imitava Dino.

Sem conseguir aumentar a velocidade, o Golem de Sucata vira uma esquina dentro do porão e finalmente possibilita que os garotos vejam a saída. Lâmpadas acesas indicavam as escadas para o andar superior como se fosse o caminho para o paraíso e, logo ali, estava um garoto, meio elfo e meio humano, fatiando aqueles robôs decadentes com sua espada de aço.

A princípio, Denas deu um passo para trás, assustado com o Golem de Sucata, mas logo relaxou um pouco a postura ao avistar seus companheiros.

- E-eusine? Daniel?

- Yeah! Achamos a saída!

- De uma maneira super legal!

- Suca!

- Mas de onde veio essa- ah, me ajudem aqui primeiro!

Os garotos pularam do Golem atacando com suas armas e em poucos segundos a saída do porão estava segura novamente. Antes que os garotos começassem a explicar o que havia acontecido, Denas já voltava a fazer perguntas.

- Antes de mais nada, gostaria de saber se esse robô monstruoso é seguro e como conseguiram ele.

- Você acha que eu deixaria o Dino brilhando em cima dele se não fosse seguro?

- Hum...

- É sim, fui eu que fiz com o martelo! Ele me obedece!

- Oh, isso é interessante, mas depois falamos sobre isso. Mostre que ele te obedece e faça com que ele fique segurando essa posição. Todos esses robôs não podem ir para os andares acima!

- Você ouviu ele! Não deixa nenhum robô zumbi passar!

Daniel gira o martelo e o Golem imediatamente se move até ocupar a entrada do corredor, onde passa a socar todos os robôs que se aproximavam das escadas.

- Agora me digam... O que diabos vocês fizeram aqui embaixo?!

- Ei, calma ai! – Eusine começou a responder, na defensiva, com as mãos na frente do corpo – Não estávamos fazendo nada demais além de andar para a saída quando os robôs começaram a se mexer e a se levantar sozinhos para nos atacar!

- Como zumbis! – completou Daniel.

- Hum... – Denas ponderava - O Galleom disse que aqueles robôs humanoides lá em cima eram os primeiros protótipos, mas isso claramente foi uma mentira. Vi modelos diferentes por aqui.

- E você viu pouco, eram centenas desses robôs diferentes vindos de todos os lados! – Eusine continuava - Ainda bem que a gente sempre dá um jeito de escapar.

- Tudo isso?! Se os modelos nos andares superiores são versões melhoradas desses aqui, então podem ter versões ainda mais fortes e em maior quantidade pelo que a gente saiba.

- Esse seu amigo mente bastante. – Daniel coloca a mão no queixo.

- Sim, mente. E isso parece mais perigoso do que eu imaginava inicialmente.

- Oh oh, Alex está em perigo! Dino, vamos! – com esse chamado, Dino escala para baixo das costas do Golem de Sucata e corre desajeitado até Eusine, que o agarra e coloca na cabeça. Ele já estava quase parando de brilhar por completo.

- Vamos lá salvar eles! – Daniel se vira e acena - Tchau Golem, depois a gente se encontra de novo!

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- No segundo andar é onde todas as peças que utilizo nas máquinas são manufaturadas. Então aqui felizmente as coisas não estão se autodestruindo. A segurança, porém, é mais forte.

Ao subir as escadas e dobrar à direita em um corredor, o trio avista três robôs de segurança, cada um guardando uma porta diferente. Eles estavam imóveis com as lanças em mãos, sem nem olhar para as pessoas que se aproximavam.

- Quando atacar um, os outros vão se aproximar. – continuou Galleom – Vou preparar algumas granadas.

- Er, vou ajudar também, dessa vez! – disse Alex, puxando o seu pincel.

- Não precisa, eu me garanto! – Eddy já começava a avançar com confiança.

- Considerando as batalhas previas, eu duvido. – falou Galleom, terminando de escolher algumas granadas.

- Eu já disse que me garanto!

Eddy avança e se coloca na frente de Galleom, impedindo que ele atirasse a granada de maneira segura. Com a ação interrompida, Galleom rangeu os dentes de raiva, mas não disse uma palavra.

O robô se moveu e se colocou em posição de defesa conforme Eddy se aproximava correndo. Com um movimento rápido, o robô de segurança defende o golpe lateral da espada de Eddy e imediatamente gira sua lança e contra-ataca. Surpreendendo a todos, o scandiano começa a se mover para o lado antes mesmo de terminar seu ataque, desviando tranquilamente da estocada com a lança. Ele não demorou para desferir um novo golpe e atingir o robô onde estaria o estômago de uma pessoa de carne e osso.

- Heh, eu já aprendi o padrão deles. Eles não se adaptam tão bem assim, porque não conseguem mudar no meio do movimento!

- Oh. – agora Galleom estava surpreso, vendo seu robô sendo atingido por um garoto de nove anos. A situação piorava para Eddy, no entanto, agora que os outros dois robôs avançavam para ele também.

O jovem guerreiro preferiu ignorar os outros que se aproximavam, se focando no oponente atual. De maneira rápida e precisa, ele corta fora a mão direita do robô enquanto este girava para atacar novamente, desestabilizando completamente a postura da máquina. Por fim, Eddy gira, salta e decapita o robô com uma espadada direta no pescoço.

Os outros dois robôs já estavam praticamente encima do garoto.

- Desenho Mágico: Chão de Gelo!

Alex brande seu enorme pincel e da ponta dele sai um jato azul, que passa direto por Eddy e atinge o chão, criando uma poça de gelo em pleno corredor e fazendo os robôs de segurança escorregarem e caírem no chão. Galleom ficou novamente surpreso com o que via, mas, após chacoalhar a cabeça lembrando que também tinha que fazer algo, atirou sua granada.

A granada caiu no meio da poça de gelo, se ativando instantaneamente. Os dois robôs que estavam no chão foram atraídos para ela e ficaram grudados lateralmente um com o outro, com a granada sendo esmagada entre eles.

- Wow, vocês têm habilidades estranhas! – disse Eddy, ligeiramente sobressaltado.

- Er, é tudo culpa do pincel, sério. Nem sei usar ele direito ainda.

- Hum... estranho mesmo... – Galleom fitava o pincel mágico de Alex – Eduard, melhor atingir o núcleo dos robôs de segurança logo. O super-ímã não vai impedir eles para sempre.

Com isso, Eddy se adianta e dá uma estocada em ambos os robôs no chão, finalizando-os com facilidade.

- Hyahahahha! Eu sou superior a todos, o verdadeiro mestre da espada! – Eddy havia colocado o pé direito sob a carcaça de um dos robôs e agora levantava sua espada em direção ao teto, se exibindo como se tivesse feito tudo sozinho. Desatento, não reparou quando o primeiro robô voltou a se mover de maneira súbita, agarrando o garoto por trás e prendendo seus braços nas costas. – Urgh, desgraçado sorrateiro e sem cabeça!

- Na maioria das vezes cortar a cabeça não vai fazer nada além de travar eles por um tempo, depois eles voltam a lembrar de funções básicas... ou a agir aleatoriamente. – Galleom andava para Eddy e o robô - Por isso disse para atingir o núcleo, é muito mais efetivo.

Chegando lá, Galleom tira uma chave de fenda de um dos bolsos da jaqueta e começa a desparafusar uma parte das costas do robô. Em pouco tempo ele tira um pedaço da carcaça metálica, coloca a mão dentro e começa a desconectar cabos. O robô treme um pouco e por um momento aperta Eddy ainda mais, até finalmente parar e se desligar em seguida, ainda em pé.

- Uff, obrigado por isso, Gah.

- ... Gah?

Com a cabeça erguida, Eddy logo continuou a seguir em frente em busca de outros robôs para enfrentar. Alex silenciosamente seguiu o garoto, deixando Galleom por último. Antes de começar a andar, ele se ajoelhou e passou um dedo onde antes tivera uma poça de gelo no chão. A poça estava se desfazendo em algo que parecia ser tinta azul, e a tinta azul por sua vez evaporava a cada segundo em uma velocidade fora do comum. Logo não havia mais rastros dela no chão.

Galleom se levanta e dá passos acelerados até alcançar Alex. Seus olhos estavam fixos com certa compulsão no pincel que o garoto carregava. Ele normalmente evitaria falar qualquer coisa com aqueles dois, porém, sua curiosidade falava mais alto.

- Hum, posso perguntar qual o mecanismo por trás dessa sua arma?

- Er, pode sim. Mas não chamaria de arma, é apenas um pincel.

- Hum... certo.

- ...

- ...

- ...

- ... então?

- Ah! Eu não sei, não entendo muito de magia. Sei que ele faz as coisas que eu penso e que falo para ele fazer, mas nada muito complexo. Não duram muito e também não consigo misturar mais de uma cor nas pinturas.

- Entendo, magia. – Galleom ajeita seus óculos, obviamente não acreditando no garoto de cabelo verde e pensando até quando ele insistiria naquilo de magia – Posso ver?

- Pode! – Alex ainda tinha medo do rapaz de cabelo azul, mas preferia ele tentando ser amigo do que continuar com aquela frieza sinistra de antes, então passou o pincel sem relutar – Mas ele geralmente só funciona comigo.

- Ah, é mesmo...?

Galleom balança o pincel mágico, olha de perto as certas e bate na madeira. Apesar de gigante, parecia realmente ser um pincel normal. Ele ainda tentou cutucar com sua chave de fenda, sem descobrir nada de novo.

- Desenho Mágico: Chão de Gelo! – ele até foi longe o bastante para balançar o pincel e gritar o nome da “magia” em voz alta. Agora, além de se sentir enganado, se sentia estúpido. Galleom realmente não gostava de sentir daquela forma. Com mais atenção, começou a tatear a madeira em busca de algum sensor de digitais que explicasse como o pincel só funcionaria com Alex.

- Galleom! Ei, ei, Galleom!

- Hum?

De forma veemente, Alex sacudia as duas mãos na frente de Galleom. O inventor estivera tão entretido em seu exame cauteloso que nem havia escutado os chamados anteriores do garoto de cabelo verde, que pela sua expressão facial parecia nervoso.

- Vamos logo, o Eddy está lutando sozinho e pode estar precisando de ajuda!

- Ah.. claro, vamos. – Galleom não tinha ideia de quantos minutos havia passado desde que começara a examinar o pincel. Quando se focava em alguma coisa específica, toda a atenção para outros assuntos imediatamente sumia de sua cabeça.

- Preciso que me devolva o pincel.

- Certo, pode pegar.

Relutante, Galleom estendeu o pincel para o jovem “mago”. Por um momento, quando o pincel passou para as mãos de Alex, um choque de energia foi transferido de um garoto para o outro, subindo pelos dedos de Galleom e causando um leve tremor. Alex pareceu não sentir nada, apenas agarrou o pincel com força, virou-se e começou a correr. No final do corredor ele se vira e acena com o pincel, dizendo:

- Vamos, precisamos ajudar ele! Você não estava com pressa também?

Após alguns instantes sentindo-se chocado (literalmente), Galleom começa a correr atrás de Alex. Eles passam por alguns corredores com robôs de segurança derrotados no chão, seguindo sons de uma batalha que acontecia. Quando finalmente viraram uma esquina e encontraram Eddy, este estava sendo atirado contra o chão.

- Urgh!

- COMEÇANDO A CONTAGEM – uma voz robótica ecoou pelas paredes daquele corredor – DEZ, NOVE, OITO...

Eddy se levanta com um salto.

- Nem a pau que você vai terminar essa contagem! Vou vencer, não importa em qual round seja!

O oponente dele era um robô de cerca de 1,60 m, com corpo maciço e redondo como uma botija de gás, exceto que (provavelmente) não era tão explosivo quanto uma botija de gás, era pintado de verde e com uma pequena cabeça encima, com grandes olhos brancos com uma pupila quadrada ocupando quase todo o espaço da cabeça e uma boca retangular igualmente branca de onde em determinados momentos saia uma gravação da voz de Galleom alterada eletronicamente. O que mais impressionava no robô, no entanto, não era a aparência rechonchuda, mas a ausência de braços e a presença de duas luvas de boxe vermelhas presas às laterais da máquina.

No instante que Eddy havia se levantado e começado a avançar, uma das luvas foi atirada em alta velocidade, presa a uma mola gigante, deixando pouco tempo de reação ao garoto, que apenas colocou a espada em posição defensiva em frente ao peito e foi atingido em cheio em um intervalo de poucos instantes. A mola se retesou para dentro do corpo redondo do robô e a luva ficou presa do lado de fora, aguardando para ser utilizada novamente em outro ataque.

Eddy deslizou mais de dois metros para trás e caiu no chão, sentado.

- COMEÇANDO A CONTAGEM – a voz robotizada de Galleom voltou a soar – DEZ, NOVE ...

- Grrr... PARA DE ME PROVO- EI!

Antes que ele pudesse continuar o ciclo vicioso de correr, ser atingido, cair e levantar, Eddy teve suas pernas presas ao chão por uma planta que crescia saindo de uma granada tecnológica.

- Que tipo de mira ruim é essa?

- Não é mira ruim, é para você parar de agir dessa maneira descontrolada. – Galleom ajeita seus óculos. Falava calmamente, porém aquele tipo de atitude muito o estressava internamente – Se perder o controle, só vai apanhar mais.

- Vamos cuidar dele, Galleom? – disse Alex, dando um passo à frente. Não estava gostando de ver o garoto levar aqueles golpes.

- Podemos tentar. – Ele dá uma tosse seca e coloca a mão direita no bolso da jaqueta onde estavam as granadas. – Eu realmente não esperava que ele estivesse aqui. Esse robô nunca foi ligado ou testado, não sei como foi ativado mas deve ter saído da sala na marra, socando e destruindo os robôs de segurança... hum...

-Então... como faremos?

- Se aproximar vai ser bem difícil, já que o objetivo dele é treinar os reflexos de lutadores profissionais, com muito mais agilidade do que nós... e eu admito que exagerei colocando 10 metros de mola para os braços. Vamos tentar com projéteis, então.

Alex e Galleom avançam e passam por Eddy (que cortava as plantas aos seus pés) e se preparam.

- Acho que você pode começar. – disse Galleom, discretamente querendo saber o que mais sairia daquele pincel.

- Ah, tudo bem! Acho que vou de... Desenho Mágico: Pedregulho!

Alex balança seu pincel e da ponta dele é arremessado uma pedra de formato irregular, do tamanho aproximado de uma bola de futebol e coloração marrom-avermelhada. O pedregulho nem chega na metade do caminho, sendo repelido por uma luva de boxe em alta velocidade, que devolveu a pedra como um míssil, muito mais rápido do que havia sido lançada.

De olhos arregalados com o susto, Alex empurrou Galleom para um lado e se jogou para o outro lado. Apesar de ainda estar preso pelas pernas, Eddy conseguiu evitar o ataque se agachando. O pedregulho mágico atingiu a parede atrás deles, deixando uma cratera repleta de tinta.

- O-o que foi isso? – Galleom estava chocado, imaginando-o esmagado na parede – Está louco?

- Ei, foi você que falou para tentar com projéteis!

- Bom, tente “pintar” algo mais leve na próxima! – Galleom ficou de pé, tirou a poeira da roupa, tossiu de leve com a mão fechada em frente à boca, ajeitou o cabelo e os óculos. Estava novamente recuperada sua compostura. –
Vou tentar de outra forma.

Ele então balançou o braço e jogou a granada para cima, com o objetivo de atingir a cabeça do robô. Isso não enganou o robô, que atirou a sua luva-mola diagonalmente e atingiu ela em pleno ar, lançando-a para o teto. Uma pequena explosão se sucedeu, destruindo um pedaço do teto e derrubando um bloco de concreto.

Galleom e Alex desviaram, cada um se movendo para um lado diferente. Porém, o bloco caiu no meio deles, na cabeça de Eddy.

- Aaaaai! Ai ai ai! – gritava o guerreiro, com dor e raiva ao mesmo tempo.

- Acho que não foi uma boa ideia usar algo explosivo, não! – falou Alex. Agora ele é que estava assustado com tudo.

- Bom, acho que agora estamos quites.

- Quites o caramba! – Furioso, Eddy se solta definitivamente das plantas e olha para ambos os garotos mais velhos como se dissesse que eles precisavam de uma surra – Façam logo um ataque combinado é que é!

Alex e Galleom se entreolharam, percebendo ao mesmo tempo que aquilo poderia dar certo afinal de contas.

- Eu vou distrair ele para você atacar. – disse Galleom, escolhendo uma nova granada – Dessa vez vou usar algo inofensivo, como uma granada de luz.

- Melhor duas, por causa dos dois braços.

- Ah, é verdade. Bom, vamos lá!

Os dois colocam o plano em prática, com Galleom arremessando duas granadas de luz para cima. Assim que elas foram interceptadas pelas duas luvas-mola do robô, Alex balançou seu pincel, bradando:

- Desenho Mágico: Socos Fantasmas!

Três punhos pintados de branco voam do pincel e rapidamente atingem o robô antes que as luvas tivessem retornado para ele. Cada soco fantasma que atingia causava um amassado em forma de punho na carcaça verde de robô. Após ter recebido os três, os olhos do robô piscaram e se apagaram.

- Oh! Conseguimos! – Alex estava feliz por ter derrotado um inimigo que parecia imbatível e sorria ao olhar para o pincel mágico.

- Bom, vamos continuar. – Escondendo seus sentimentos, Galleom também estava empolgado pela vitória – As escadas estão atrás dele.

- ... – Eddy apenas olhava para frente enquanto alongava suas pernas.

Após alguns passos serem dados, os olhos do robô piscaram novamente, suas luvas-mola foram ativadas e tanto Alex e Galleom foram socados no rosto, arremessados por vários metros e caindo atrás de Eddy.

- Hehe, esse robô aí é traiçoeiro mesmo. – disse o garoto com um sorriso no canto do rosto. – Ele só tava fingindo.

- Vo... você sabia...? – Galleom estava atordoado, tentando se levantar.

- Vocês mereciam depois da pedrada que me fizeram levar na cabeça! Agora, é minha vez, preciso acertar pelo menos um ataque!

- Ui... Eddy, você vai só se machucar se for de qualquer jeito... – Alex se apoiava no pincel para se levantar – Pensa um pouco e... espera a gente...

- Por que sempre querem que eu pense e espere? – Eddy disse, irritado, mas logo depois lembrou de Eusine e sua dica para quando foi lutar contra os três scandianos. Ele colocou a mão no chapéu de Eusine, que estava em sua cabeça – Naquela vez você me disse que prestar atenção e desviar também é importante numa luta e realmente deu certo. Talvez se eu tentar...

Eddy fecha os olhos e respira fundo, lentamente, ao mesmo tempo em que aperta o punho da espada sob a mão direita. Antes de soltar a respiração, ele retesa os músculos dos braços e pernas e estala o pescoço, mexendo-o para os dois lados. Ao abrir os olhos, viu o robô se aproximando lentamente, deslizando com as esteiras que tinha debaixo do corpo. Nem parecia mais uma ameaça.

- Parar e pensar, feito. Estou pronto!

E com isso ele corre, ativando automaticamente a luva-mola da esquerda. Ao ver ela se aproximando, o guerreiro, sem parar de correr, golpeia de baixo para cima com o lado plano da espada, arremessando a luva-mola para cima, em direção ao teto. Com isso, a outra luva foi ligada após Eddy passar mais da metade do caminho que deveria percorrer.

- Prestar atenção... – nos milésimos de segundo seguintes, Eddy se joga para frente, permitindo que a luva passasse por cima dele - ... e desviar! – ele rola alguns metros pelo chão e para bem aos pés do robô. Com um movimento forte e preciso, ele se levanta e corta a máquina de baixo para cima, aproveitando os pontos onde os socos fantasmas haviam atingido e causando uma grande abertura na carcaça.

- Eu consegui! Isso ai! Hahaha!

Mas o robô não estava acabado ainda.

Enquanto o garoto pulava no mesmo lugar, orgulhoso de finalmente ter acertado um golpe certeiro, fumaça saia de dentro do robô boxeador. Enquanto as luvas-mola ainda estavam retornando para o robô, ele de repente começa a girar no mesmo local. Eddy fica preso nas molas conforme o robô gira, com as luvas batendo nas paredes, a fumaça saindo cada vez com mais intensidade e os dois cambaleando para um lado e para o outro conforme a esteira saia do local embaixo do corpo roliço do robô.

Por fim, tão repentinamente quanto havia começado a girar, ele para os movimentos e arremessa Eddy por onde ele veio.

- Oh-oh. – Alex havia acabado de levantar e ainda estava atordoado demais para desviar de qualquer coisa. Ele e Galleom foram atingidos em cheio pelo scandiano que vinha voando.

- Urgh!

Os três rolam pelo chão até se chocarem na parede atrás deles, ainda mais atordoados do que antes. Eddy, novamente, foi o primeiro a começar a se levantar.

- D-droga! Cheguei perto! Eu vou voltar e... – ele arregala os olhos – O que é aquilo?!

Após ter sido aberto pelo corte da espada e girado loucamente, agora o robô boxeador não parava de seguir lentamente para frente e a atirar suas luvas-molas ininterruptamente com uma velocidade absurda, muito mais elevada do que antes.

- ROUND 99, COMEÇAR. – disse ele, o que fez Eddy tremer de raiva.

- Grrr, eu vou dar um jeito de te derrotar!

Antes que pudesse novamente surtar e correr de maneira desgovernada, Galleom (que ainda estava no chão) agarra uma das pernas do garoto.

- Olha aqui, seu pirralho maldito! – os óculos dele estavam tortos e um corte havia se aberto na testa, causando um sangramento – Você não vai conseguir derrotar ele desse jeito!

- Eu já acertei ele, não acertei?

- Você acha mesmo que nessa velocidade de agora vai ser a mesma coisa? Vamos assumir a derrota, voltar e esperar os outros para derrotarem o robô!

- Esperar pelo Daniel? Nem pensar!

- Admita, ele é mais forte que você! Você é apenas um garoto irritado, nervoso e briguento que quer se aparecer e tem prazer em quebrar tud-

Alex bate o pincel no chão e se levanta apoiado nele. Também estava ferido e visivelmente cansado, porém seu rosto sujo e suado mostrava uma expressão determinada. O estrondo que ele causou interrompeu o acesso de raiva de Galleom.

- Eu... também não quero esperar pelo Daniel! Sou o irmão mais velho dele, eu é quem deveria proteger e derrotar os caras maus. Pode ser que ele esteja passando por problemas lá embaixo, não quero fugir na minha primeira batalha séria de verdade aqui encima. O que ele pensaria de mim? Eu quero poder vencer!

- É isso ai!

- Malditos masoquistas... – Galleom ainda estava irritado, mas resolve largar a perna de Eduard e começar a se levantar. – E como faremos isso?

- Er, não sei. – admitiu Alex – Precisamos de um plano.

- Você não é um tipo de gênio? – falou Eddy.

- Não desse tipo! – respondeu o garoto de cabelo azul, tirando novamente a poeira das roupas – Sou bom em construir coisas, se não percebeu.

- Que inútil. Devia ser gênio em impedir os ataques dele.

- Hum... – isso havia deixado Galleom pensativo.

- Algo em mente, Eddy? – perguntou Alex.

- Sim! Quero chegar perto dele o mais rápido possível e terminar de destruir ele! Com a minha espada nova, sei que consigo!

- Chegar rápido? – Uma possibilidade surgia na mente de Alex, ainda que a ideia do guerreiro fosse algo mais bruto e impensado impossível.

Os garotos de cabelo verde e azul ficaram em silêncio por um tempo, o que logo deixou Eddy angustiado.

- E ai?! Estamos no meio de uma luta! Decidam!

- Já sei como fazer você chegar rápido no robô! – falou Alex, com um sorriso no rosto.

- E eu já sei como impedir os ataques. – Galleom disse em seguida, estalando os dedos. – Vou agir primeiro.

- E eu vou depois. Eddy, se prepara para o final!

- Aaaagora sim estou gostando de ver!

Sem mais tempo a perder com o robô boxeador se aproximando com seus taques furiosamente velozes, Galleom avança e arremessa duas granadas para lados diferentes. Elas atingem paredes distintas e se abrem simultaneamente, ativando o super ímã que continha dentro delas e atraindo as duas luvas-molas para as paredes. Agora, havia um caminho aberto em linha reta dos garotos até o robô.

- Rápido! Não vai prender ele por muito tempo!

- Então é minha vez! Desenho Mágico: Chão de Gelo! – em instantes, o chão do corredor em frente a eles se torna puro gelo colorido de azul – Vai lá, Eddy!

O garoto corre e, ao chegar no gelo, começa a deslizar como se estivesse patinando, aumentando cada vez mais sua velocidade. Ele segura a espada com as duas mãos e a coloca em frente, apontada para o centro do robô.

- Hyyyyaaaah!

O golpe é certeiro, bem no centro do corpo do robô e onde estava a abertura causada pelo corte anterior. A espada atravessa a máquina e ambos garoto e robô deslizam vários metros, até acabar o gelo. No fim, Eddy para em pé e o robô, completamente derrotado, é jogado ao chão, inutilizado. Com o punho esquerdo levantado, Eddy anuncia a vitória silenciosamente e aguarda que os dois companheiros se aproximem.

- Conseguimos! – Alex caminhava feliz, ao lado de Galleom.

- Vocês pensam fora da caixa, gosto disso. Parece que não foi tão inútil terem sido trazidos pelo Denas, afinal de contas. – ele arruma seu cabelo e óculos, voltando à mesma compostura fria de antes. Isso era o melhor que iria chegar de fazer algum elogio.

Conforme caminhavam, Galleom voltava a mexer em seu smart watch.

- Parece que o resto do caminho é protegido. No terceiro andar estão meus aposentos pessoais e só tem um único robô de segurança, que atende por meus comandos de voz.

Antes de subir as escadas, ele para para olhar por uma grande janela. Era possível ver a pequena vila abaixo deles e a paisagem se erguendo por centenas de quilômetros, com florestas, fazendas, outras vilas, lagos e pastos até enfim chegar o Grande Deserto de Scandia.

- Eu adoro essa paisagem. – disse ele – Olhar para a vastidão lá embaixo me acalma e ajuda a trabalhar com mais afinco.

- Galleom!

O trio se vira e avista Denas, Daniel e Eusine vindo pelo corredor. Finalmente, o grupo estava reunido novamente. Não era possível ver as expressões deles de longe, por isso Galleom não notou a raiva na face de Denas.

- Oh, Denas! Chegou bem na hora! – Galleom sorriu e logo em seguida tossiu secamente em sua mão, tentando disfarçar o entusiasmo – Vamos subir para o terceiro andar e acabar com tudo isso.

E então, a janela explodiu.

Movido por jatos que saiam das suas costas, um robô com mais de três metros de altura surge, destruindo completamente a parede e janela e derrubando Alex, Galleom e Eddy, que estavam perto. Ele parou no chão e foi recebido com uma flechada na cabeça, que não causou nenhum tipo de dano.

Este robô era todo pintado de preto, porém, revestido com uma armadura pesada cinza em todos os membros. Tinha um ar implacável, de que havia sido feito para a guerra e que não fazia desperdício de movimentos. Não se assemelhava aos robôs lentos e travados que operavam como segurança do prédio.

Com o olhar fixo em Galleom, ele se abaixa e agarra o jovem gênio com sua enorme mão esquerda, apertando com força o torso dele.

- Argh! – ele gritou de dor ao ser esmagado – V-você não deveria estar aqui!

Com muito esforço, Galleom pega uma granada e bate com ela no braço do robô, fazendo com que ela se abrisse e liberasse raios azuis para todos os lados. Eles percorreram o corpo de ambos e, quando terminaram, Galleom estava queimado e inconsciente. O robô não parecia ter sido danificado.

- Galleom!

- Solta ele!

Ignorando os protestos e tentativas de ataques, o robô acionou novamente seus jatos nas costas e voou para fora, desaparecendo.


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Eu queria ter postado até ontem, mas acabei escrevendo mais do que eu esperava aqui. Ficou uns 75% maior, então acho que a demora de 1 dia é desculpável? Bom, de qualquer forma, vou tentar postar o último capítulo e o prólogo juntos até o final de maio! Ai ai, isso vai dar trabalho. Preparem-se para uma luta longa!

Não sou bom desenhista, então o máximo que consegui para esse robô que apareceu no final foi achar uma imagem na internet que é relativamente parecida com o que imagino. Aqui vai: Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Battle10

Imaginem ele SEM a arma e sem esse símbolo no braço.

Vejo vocês no explosivo final!


Última edição por Eusine48 em Seg 4 maio 2020 - 18:06, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySex 1 maio 2020 - 23:20

Capítulo 22 – Mechanical Gah-Topia II: A Habilidade de Fazer Golens com Sucata -

Eusine, outro capitulo bem feito! Esses robôs não são nenhuma brincadeira! Talvez uma bomba elétrica serve para desativar robôs defeituosos com mais eficiência serve?

Tô bem feliz que Daniel pelo menos sabe se virar sozinho, demonstrando que é o mais forte e responsável, se não o mais cabeça quente que o Alex, mas ele não tem limite de paciência, então é bom saber quando ele consegue ir até precisar de ajuda com os outros!

Pobre Eddy, Daniel demonstrou ser algo mais impressionante aqui, controlando robô de sucata e destruindo sem problemas aqui, enquanto ele só tem a raiva e a coragem de guerreiro aqui! Mas acho que Galleom também discutiria com o Daniel se ele estivesse no lugar do Eddy, então sem problemas.

Pobre Denas também, ele perceber que o seu amigo possivelmente está tramando algo muito sinistro, e que ele deve parar, mesmo que isso custe a amizade! Mas sim, este Galleom parece que tem planos bem sinistros!

Já posso sentir uma enorme frustração e tristeza de uns certos ninjas do mundo Maple e do Hey, Alex, posso até imaginar como este Galleom iria discutir com os certos ninjas que criamos! Eles iriam discutir algo como:

- Pela deusa Maple, você não tem uma vida saudável aqui! Por quê você não brinca lá fora com os seus amigos, Galleom de Eusine Chronicles? Quero conhecer como a Idas e Jeff parecem no seu mundo, também!

- Era para você destruir o Alex e todo mundo com o seu cérebro supostamente genial, não construir robôs defeituosos para os vermes preguiçosos e morrer! Você é uma vergonha para o meu nome!

- Vocês também são uma decepção, Clones com o meu nome! Maple Galleom, você devia pensar mais antes de agir, por isso que você nunca derrota o seu rival! Galleom de Hey, Alex? Galleodio? Bah, você é a pessoa mais horrível que encontrei na minha vista! Desapareça e não volte aqui, ou eu mando os meus robôs destruir você.

Mais Galleoms e robôs destruidores!? AAAAAH!!! Eu vou embora daqui! ui
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySeg 4 maio 2020 - 20:35

Uau, esse robô teve uma luta longa e difícil. E agora tem MAIS UM ROBÔ? Hm.

O robô luvas de boxe só me lembra um pouco de de um personagem de ARMS, Byte and Barq, menos o cachorro mecânico, é claro. Mas enquanto a luta, ela até que desenvolveu bem, apesar de que a duração e o poder me fez pensar que seria o último desse arco.

Enfim, estou até que gostando dessa versão do Galleom, ele equilibra bem o resto da equipe. Tanto em personalidade quanto em poderes. Ele parece bem caracterizado também. Gostei em particular ele observando o pincel mágico. Apesar das diferenças de caracterização com o do CdMaple, eles são parecidos no sentido que se focam bastante nas coisas.

O desenvolvimento do relacionamento dele com o Alex foi interessante também. O ataque combinado não foi muito impressionante, mas acho que combina como um começo. Ver ele explodindo também foi interessante. Essa situação toda tem bom potencial de evolução de caracterização.

Só imagino qual é a dessa dos modelos e dessa situação inteira. Ele realmente perdeu controle da situação, lol.

O Dino de luz achei incrivelmente fofinho. E ele está aprendendo a falar, isso está até que sendo rápido! E a primeira palavra dele é... Suca! Lol, podia ser pior, mas pelo menos agora ele pode chingar as pessoas?
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MensagemAssunto: Capítulo 23 – Mechanical Gah-Topia III: A Força Esmagadora   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyQua 20 maio 2020 - 15:26

Oi pessoal! O final acabou ficando maior do que eu esperava, então acho que a leitura fica bem melhor se dividida em duas partes. A meta de terminar a história esse mês ainda é válida, então aguardem updates em apenas poucos dias!

Antes do capítulo, vamos responder os comentários!

Firealex escreveu:
Eusine, outro capitulo bem feito! Esses robôs não são nenhuma brincadeira! Talvez uma bomba elétrica serve para desativar robôs defeituosos com mais eficiência serve?

Obrigado, Alex! Acho que ganhar com essas bombas seria fácil demais, e já vimos muito isso na sua parte 4 do crossover também. Mas depois de toda essa bagunça, bem que alguém deveria aparecer com uma granada dessas... Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 3087727310

Firealex escreveu:
Já posso sentir uma enorme frustração e tristeza de uns certos ninjas do mundo Maple e do Hey, Alex, posso até imaginar como este Galleom iria discutir com os certos ninjas que criamos!

Um crossover entre todos os Galleoms seria incrível, seria um bom especial! Aproveite e escreva isso. EVILtheREVENGE

Mr.Galleom escreveu:
Uau, esse robô teve uma luta longa e difícil. E agora tem MAIS UM ROBÔ? Hm.

O robô luvas de boxe só me lembra um pouco de de um personagem de ARMS, Byte and Barq, menos o cachorro mecânico, é claro.

Realmente achou grande a luta? Eu estava pensando aqui em como ela estava curta f6 (Você vai achar a luta final infinita, então). E o robô com luvas de boxe foi realmente inspirado nos combates de ARMS, mas em nenhum personagem específico.

Mr.Galleom escreveu:
Enfim, estou até que gostando dessa versão do Galleom, ele equilibra bem o resto da equipe. Tanto em personalidade quanto em poderes. Ele parece bem caracterizado também. Gostei em particular ele observando o pincel mágico. Apesar das diferenças de caracterização com o do CdMaple, eles são parecidos no sentido que se focam bastante nas coisas.

Acho que a personalidade dele foi a mais difícil, no sentido que eu queria que ela fosse diferente e ao mesmo tempo reconhecível como Galleom. Por outro lado, acho que dentre os seis principais, ele é o que tem mais potencial para evoluir em questão de personalidade.

Fico feliz que os dois tenham gostado de como os personagens estão mudando e de como interagem, é a minha parte favorita de escrever sobre eles. Ainda vão mudar muito nos próximos anos, nem eu sei exatamente como vão ficar no final.

Bem, aqui vamos nós.

Capítulo 23 – Mechanical Gah-Topia III: A Força Esmagadora

O vento forte no segundo andar da fábrica no topo da montanha sopra os longos cabelos loiros de Eusine para trás, enquanto o garoto se estica para fora pelo enorme buraco na parede. Naquele momento, Eusine não estava interessado na paisagem, mas sim em descobrir o paradeiro de um robô de três metros segurando um garoto de treze anos com cabelos azuis.

Nos instantes que se sucederam ao sequestro de Galleom, logo Eusine, Denas e Daniel trataram de verificar se Alex e Eduard estavam feridos. Felizmente, tirando machucados leves, a maioria causados pelo robô boxeador, todos estavam bem e em condições de continuar. Assim, Daniel começou a descarregar em Alex tudo o que havia acontecido no porão, começando pelo ataque dos robôs fantasmas e terminando no Golem de Sucata salvando a todos. De forma inversa, Eddy contava a Denas sobre as lutas que haviam sido travadas no segundo andar da fábrica, com um leve exagero característico das histórias do scandiano. Eusine escutava tudo enquanto olhava para fora.

- Entendo. Então vocês também não sabiam da existência daquele robô que levou o Galleom. – conclui Denas seriamente, após o termino do relato.

- Ai ai ai, essa história está ficando maluca demais! – Alex coloca os braços sobre a cabeça, querendo evitar toda e qualquer informação de entrar em seu cérebro – Robôs zumbis? Golens feitos de máquinas destruídas? E agora um robô que parece super forte? Como pude aceitar me meter nisso?

Denas suspira e fala com certa tristeza.

- Eu sou culpado por ter envolvido vocês nessa bagunça sem saber exatamente o que estava por vir. Não achava que as coisas iriam chegar nessa magnitude de perigo.

- E como ia saber? – Eddy resolveu intervir – O maluco do Galleom só fez te mandar uma carta e nem falou direito.

- Ele podia pelo menos não ter mentido pra gente... – Eusine se aproxima pelo lado de Eddy, tirando o chapéu da cabeça dele e pondo de volta na sua – Pra quê manter tanto mistério?

- É verdade... – Alex volta a falar – Ele era mesmo seu amigo?

- Sim, pode-se dizer que éramos os únicos amigos um do outro. – Denas dramaticamente se vira para o buraco na parede, como se esperasse que Galleom aparecesse por ali da mesma forma como havia ido embora. Mesmo sem que ninguém pedisse por isso, ele começa a compartilhar suas lembranças – Nossos pais eram parceiros de negócios e acabamos crescendo em ambientes parecidos e na mesma vizinhança. Nem sequer lembro mais quando nos conhecemos, mas éramos ambos bem jovens. Nos dávamos bem até que eu me afastei cerca de quatro anos atrás após a morte do meu avô... quando procurei por Galleom novamente, algo havia mudado nele. Bom, em nós dois, eu suponho. Pouco tempo depois, ele se mudou... acho que esteve aqui nessa fábrica o tempo todo...

Daniel balançou o braço em frente ao rosto de Denas, mas sem que ele reagisse. Estava completamente imerso em memórias e pensamentos.

- Di, di! – Dino havia acabado de escalar até o topo do chapéu de Eusine e estava se sentindo muito confortável.

- E então? Vamos destruir o robôzão ou não? – Eddy batia as duas mãos juntas e ansiava por lutar mais.

- Isso, vamos! – Daniel se empolga junto, facilmente - Né, Alex?

- O quê? Não! Ele parece ser muito forte, ainda mais do que os outros!

- Mas agora todos estão juntos, então a gente consegue!

- Daniel Kirbo, você já se arriscou demais hoje! Vamos terminar o caminho, subir e desligar tudo que nem a gente falou que ia ajudar a fazer, isso é que é.

- Aaaah, pooooxa...

- Mas e o Galleom? – Eusine pergunta – Ele é amigo do Denas e é bem legal, a gente precisa ajudar ele!

- Bem legal? Ele só criou robôs que nos atacaram! – Alex respondeu de imediato - ... mas isso não é motivo pra deixar ele pra lá... também acho que deveríamos ajudar ele, mas como? Não quero enfrentar aquele grandão, não!

- Todos eles têm um ponto fraco, não tem? – o arqueiro retruca – A gente só precisa descobrir qual é, mirar bem e

Subitamente, o robô de que tanto estavam falando passa em alta velocidade em frente ao buraco causado na parede, voando de baixo para cima e causando uma onda de vento que empurrou todos para trás. Alguns segundos depois, ouviu-se um estrondo vindo de cima com um leve tremor no prédio inteiro.

- Ele está aqui! – Denas imediatamente sai de seu transe.

- Isso! Agora podemos acabar com a raça dele! – Eddy grita e saca sua espada.

- E salvar o Galleom! – Eusine se animava por não deixar ninguém para trás e aponta para o andar de cima.

- Ga! – Dino aponta na mesma direção que Eusine.

- Ai... – Alex tremia de medo ao se imaginar cara a cara com aquele robô, mas não deixaria Galleom morrer, não importando o quão desagradável ele fosse. – Ainda acho que a gente podia só subir e desligar tudo... depois pensar na luta...

- Desligar tudo? Mas é claro! – Denas volta a ter um pouco de ânimo – Galleom pode ter mentido sobre muitas coisas, mas se isso for verdade pode ter uma forma de desligar esse robô também, por mais forte que ele possa ser! É a forma mais segura de acabar com tudo e resgatar Galleom! Bem lembrado, Alex!

- Ah, de nada!

- Então vamos! – Eusine correu para o andar de cima, dessa vez com mais energia ainda do que Eddy e Daniel, que vieram correndo logo atrás.

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O último lance de escadas parecia transportar a todos da fábrica para a casa pessoal de Galleom. Com um tapete vermelho no chão, quadros de paisagens diversas nas paredes, vasos de flores exóticas ao lado de algumas portas de madeira ornamentada com formas geométricas e até mesmo com um par de vassouras ao lado das escadas, encostadas abaixo de uma tela de televisão implantada na parede, tudo tinha um toque pessoa que fazia com que os garotos se sentissem invadindo uma residência sem serem avisados de que fariam isso pra começo de conversa.

- Wooow... essa casa é bem chique. – Daniel olha para tudo quase com vontade de morar ali.

- E ele gosta de paisagens... – a primeira coisa que Eusine faz é fitar uma pintura de montanhas cobertas de neve, imaginando o que encontraria se viajasse por lá. Os animais provavelmente não seriam os mesmos, disso ele sabia. Como seriam as pessoas?

Enquanto isso, Eddy cutucava a tela da televisão duas vezes, ao mesmo tempo em que Alex e Denas chegavam. Pegando eles de surpresa, a tela se ligou e lá estava Galleom, intacto e tentando sorrir para uma câmera, mesmo estando visivelmente desconfortável com a situação.

-  Se você está vendo essa gravação, significa que não estou presente para fazer as devidas instruções. Penso em duas possibilidades: A primeira é que você faz parte de algum grupo de excursão e visita à minha fábrica, se for o caso espero que esteja aproveitando ao máximo até o presente momento. – ele presenteia os garotos com mais doses daquele sorriso forçado que não convenceria ninguém – A outra opção é que você seja um invasor que conseguiu chegar até aqui de alguma forma miraculosa, se esse for o caso sugiro que dê meia volta antes que o robô-chefe lhe mostre a saída. Não programei ele para ser muito gentil.

Antes da gravação se desligar sozinha, viu-se de relance Galleom desfazer o sorriso e ajeitar os óculos com uma expressão de desgosto.

- Parece que ele dá um jeito de seguir a gente... – disse Alex, baixinho, com medo de ser ouvido e obter uma resposta da gravação.

- Robô-chefe, hum? – Denas olha para todos os lados com os olhos semi-serrados, sem encontrar nada fora do normal no momento – Será que ele está falando daquele robô enorme?

- Er, talvez? Ele já tinha nos contado sobre o robô que guardava esse andar, não parecia estar falando daquele que voa. Acho que esse ai surpreendeu até o Galleom.

Enquanto Alex e Denas iam caminhando cautelosamente e olhando tudo, Eusine, Eddy e Daniel abriam todas as portas daquele hall. Não parecia ter muita coisa para se descobrir, no entanto, além de uma cozinha (onde fizeram um lanche rápido com sanduíches), banheiros, armário com produto de limpeza e alguns cômodos vazios. Por fim, restara apenas duas portas distantes para serem abertas: uma à esquerda e outra à frente, ambas no final daquele hall. Daniel tenta abrir a porta da esquerda, sem sucesso. Quando ele tenta pela segunda vez, com mais força, uma nova gravação de Galleom se ativa na tela ao lado desta porta, assustando o garoto de cabeço vermelho.

- Seja qual dos dois motivos for o motivo de você estar aqui, meu quarto se encontra inacessível para sempre. Sugiro que você se afaste de imediato.

Após essa declaração seca, a gravação não desligou sozinha como antes. Ao invés disso, Galleom continuou encarando a câmera com o olhar de indagação e frieza. Por alguns segundos, Galleom e Daniel ficaram se encarando através da tela de televisão, até que Daniel fica tão desconfortável que dá dois passos para trás. Finalmente, Galleom levanta o queixo com superioridade.

- Isso. Assim é bem melhor. – e então finalmente terminou a gravação.

- Sinistro. – disse Daniel e o seu irmão mais velho teve um calafrio de medo atrás dele.

- Há! Só um idiota para obedecer a uma gravação! – Eddy passa por Daniel, rindo, e se dirige para a porta final. Ao tocar na maçaneta, porém, o garoto salta para trás com susto e sacudindo a mão. – Iau! Esse negócio dá choque!

- Hahaha, se ferrou! – agora era a vez de Daniel rir com vontade, mas o momento não durou muito, sendo interrompido por uma nova gravação que era transmitida na tela ao lado.

- Apenas eu posso abrir a porta para o meu escritório. – disse Galleom, com um olhar de desconfiança – Se eu estiver por perto, me chame. E não tente fazer isso novamente.

A gravação novamente se apaga sem mais cerimônias. Daniel se aproxima de Eddy com o dedo indicador apontado para ele e um fazendo sorriso travesso.

- E ai, vai obedecer uma gravação?

- O-o quê? – Eddy sentia como se tivesse recebido uma afronta máxima à sua honra – O caramba!

O scandiano avança, ergue a perna direita e chuta a porta com todas as forças, fazendo uma enorme rachadura surgir no meio dela, de cima a baixo. Antes que ele pudesse dar o segundo chute e terminar de destruir a porta, a parede à esquerda dele se abre no meio e, de dentro dela, um robô salta e começa a golpear o garoto sem fazer cerimônia.

Era um robô humanoide, similar aos robôs de segurança que todos já haviam visto nos andares inferiores, com a diferença de estar utilizando roupas e de atacar muito mais rápido. Vestia calças pretas, um colete a prova de balas com um crachá escrito “SEGURANÇA” e um boné preto no topo da cabeça. Para completar o visual de segurança de shopping, ele atacava Eduard utilizando um cacetete.

- Isso não foi nada legal. – Galleom voltava a aparecer em forma de gravação no televisor ao lado da porta – Espero que na próxima vez pense bem antes de invadir um local como esse. Tenha um bom dia.

- Seu maldito, eu vou te socar depois que te salvar! – apesar deste robô ser bem mais rápido e golpear de forma ininterrupta, Eddy ainda assim conseguia desviar de todos os ataques, o que de maneira alguma deixava o rapaz menos furioso por ter sido eletrocutado e agora atacado por tentar abrir uma porta. A gravação de Galleom, por sua vez, apenas escuta a ameaça em silêncio e então é desligada.

- Você tinha mesmo que atacar a porta dessa forma? – Denas reclama, batendo com a palma da mão no próprio rosto.

- E como eu abriria de outra forma?

Antes que qualquer um pudesse responder, Eusine atira uma flecha, mirando o núcleo do robô. Ele, no entanto, para de atacar Eddy e coloca o braço em frente ao corpo, em posição defensiva, permitindo que a flecha atravesse o braço ao invés de atingir o núcleo. Com isso, o foco dele muda completamente para Eusine e ele corre para o arqueiro loiro com seu cacetete a postos.

No meio do caminho, ele derrapa em uma poça de gelo recentemente pintada e bate o rosto, que ficou amassado. No momento em que o robô começa a se levantar para agora atacar Alex, ele é atirado para longe por uma martelada no torso, que arrancou um pedaço de sua barriga metálica. Ele colide com a parede e cai pesadamente no chão, mas logo se levanta e corre agressivamente para os garotos, mesmo com uma flecha no braço, rosto amassado e faltando uma parte da barriga.

- Vocês precisam atingir ele em um ponto vital logo! – Denas saca a espada e, aproveitando que o robô só tinha olhos para Daniel agora, dá uma estocada no meio da cabeça dele. O robô imediatamente interrompe seus movimentos... por alguns segundos. Logo depois ele ergue o braço com o cacetete como se nada tivesse acontecido.

Antes que Denas fosse atingido, a espada de Eddy atravessa o núcleo no peito, por trás, acabando definitivamente com os movimentos do robô chefe da segurança. Ambos os espadachins retiram as espadas de dentro da máquina e jogam os restos metálicos dela para o lado.

- Eu agradeço. – disse Denas, embainhando a espada.

- Sempre mire no núcleo. – respondeu o guerreiro, com simplicidade. Ele se virou e foi caminhando até a porta, para terminar de dar o chute que a destruiria. Assim, sem mais robôs para impedir o caminho e sem portas para os segurar, os garotos entram no escritório de Galleom.

Eles estavam agora em uma sala grande, quadrada, com teto alto que deveria ter pelo menos cinco metros de altura. Na parede oposta havia duas janelas enormes, que iam do chão ao teto e juntas davam uma vista majestosa da paisagem abaixo. A esquerda deles havia estantes com livros e entre eles diversas miniaturas de pontos turísticos e históricos ao redor do mundo, incluindo pirâmides, castelos, parques temáticos, estátuas e muito mais. A parede à direita era decorada com quadros similares aos do corredor, com paisagens diversas. Poltronas decoravam essa parte da sala e todas elas estavam direcionadas para uma das grandes janelas.

- Parece que Galleom realmente gosta de paisagens... – repara Alex. Notava que tudo que Galleom gostava era de alguma forma um exagero em grande quantidade.

- Será que ele já visitou todos esses lugares? – pergunta Eusine, imaginando se ele próprio iria conhecer todos eles em sua vida.

- Não acho. – Denas respondeu rapidamente – Me surpreenderia em saber que Galleom sequer sai dessa fábrica para começo de conversa.

Os cinco continuaram andando pelo escritório, silenciosos e cautelosamente olhando para os arredores. Eles foram se aproximando de uma mesa retangular, feita de mármore, apoiada na parede oposta à entrada. Nela, uma cadeira com rodas estava encostada de frente para um notebook que estava com a tela acesa e ligado à tomada por um cabo que ia para trás da mesa. A mesa em si era uma bagunça de papeis, lápis, ferramentas, parafusos, medidores e pequenas peças de robôs. Denas conseguia imaginar Galleom sentado à cadeira, focado em seus pensamentos por horas, vez ou outra indo para a esquerda ou direita com a cadeira, para poder olhar melhor a vista através das janelas.

- E ai? – Eddy pergunta, ansioso. – Cadê o tal sistema que é para desligar?

- Boa pergunta... – Denas pondera, olhando para os lados e, então, seu olhar retorna para a mesa – Eu diria que tudo pode estar no notebook dele.

O avanço deles é interrompido sem aviso quando o enorme robô que sequestrou Galleom aparece, voando em alta velocidade e atravessando a janela da esquerda, jogando estilhaços de vidro pelo escritório inteiro. Ele pousa no chão com um estrondo que faz livros caírem das estantes e todas as crianças darem passos para trás, com medo daquela máquina imponente, veloz e perigosa. Daniel se esconde atrás de seu irmão mais velho, que por sua vez abraça o pincel mágico em busca de refúgio. Dino chora e agarra os cabelos de Eusine enquanto o garoto loiro puxa uma flecha, prepara o arco e se posiciona na retaguarda do grupo. Denas imediatamente fica pálido e suando frio, suas mãos não conseguindo alcançar a espada. Até mesmo Eddy teve sua vontade de lutar abalada, com suas pernas tremendo sem parar.

Implacável, o robô caminha a passos largos até o meio da sala, ficando entre os garotos e a mesa de mármore. Ele se vira para eles e abre os braços, mostrando que possuía um visor no peito com número 14 piscando estaticamente. Após alguns instantes de pura tensão em que nada se movia, o número muda de 14 para 15 e então o robô fecha os braços, batendo uma palma com tanta força que causa um tremor no prédio inteiro.

Com isso, ele começa a agir.

Por estar mais perto, Eddy é o primeiro a ser atingido. Um chute direto no peito mandou o guerreiro para cima, passando por todos os outros garotos e caindo de costas de no chão, atrás deles.

- Robô maluco, morra! – apesar da rivalidade, Daniel não gosta de ver seu amigo ser machucado daquela forma.

Daniel corre em frente, gira o martelo em sua mão e atinge a perna direita do robô lateralmente. Uma rachadura surge em sua armadura cinza, mas não parece afetar a movimentação dele em nada. Com uma mão ele ergue Daniel, gira (como o garoto havia girado o martelo) e o arremessa em direção a Alex.

- Desenho Mágico: Colchão de Penas! – Com um movimento rápido do pincel, um colchão é pintado em pé no ar, conseguindo interceptar Daniel em seu voo forçado. O único problema foi que Alex esqueceu de sair do caminho, sendo atingido por Daniel e pelo colchão.

- Urgh... pelo menos até que foi macio... – fala Alex, embaixo do colchão.

Agora era a vez de Eusine agir. Ele corre pela direita do robô, atirando três flechas consecutivas. Enquanto as duas primeiras são repelidas pela armadura e nem chamam a atenção do oponente, a terceira atinge uma parte desprotegida no pescoço e fica lá presa. O robô vira para Eusine e começa a atacar com seu braço direito, socando para os lados e para baixo, tentando esmagar o arqueiro. O garoto desvia saltando para trás até retornar para perto dos seus amigos.

Aproveitando a pequena deixa, Denas avança e ataca com a espada, causando uma pequena abertura na parte de trás da panturrilha esquerda do robô. Em resposta, ele recebe um coice traseiro e é mandado alguns metros para trás, mas Denas consegue parar sem cair no chão. Ele corre de volta para os companheiros, que já estavam todos de pé e reunidos na entrada da sala novamente.

- Vocês estão bem? – pergunta Denas, sendo respondido com falas curtas e acenos de cabeça. Ainda que estivessem abalados, não apresentavam ferimentos sérios. O robô se centraliza na sala e começa a andar com passos lentos e pesados para o grupo. O número em seu peito agora estava em 17. – Esse número... Tem algo de assustador nele...

Alex dá um passo a frente, com as pernas tremendo, porém, decidido a fazer sua parte na luta. Ele respira fundo e fala, coma voz um pouco fraca no começo.

- Eu não gostei de você machucar o meu irmão e meu amigo! Eu... eu vou deter você!

O robô continua a andar, aparentemente ignorando o que foi dito.

- Toma essa! Desenho Mágico: Chão de Gelo!

Ele pisa na poça de gelo, sem se importar com a existência dela.

- Ai, que droga! Você é muito pesado! Então vou ter que apelar pro... Desenho Mágico: Raio!

Um raio verde sai da ponta do pincel mágico e atinge o robô bem no peito. O corpo de metal é percorrido por raios verdes nos instantes seguintes, mas a movimentação dele não se altera em nada.

- Ai, essa foi minha magia mais forte...  – Alex engoliu em seco, preocupado com sua ineficiência - Que tal a magia mais pesada? Desenho Mágico: Bola de Boliche!

Uma bola de boliche preta aparece no teto e cai diretamente na cabeça do robô. Com um baque seco ele é atingido e tem sua cabeça metálica esmagada até quase metade. Isso fez ele parar e (provavelmente) pensar no que iria fazer. Até que o número em seu peito muda para 18 e ele começa a correr, ao invés de andar.

- Iiiirgh! Agora deu certo, mas ele ficou com muita raiva!

- Cada um pra um lado diferente! – grita Eusine, começando a correr. Seguindo o conselho dele, os amigos se dividem e vão para lados diferentes. Logo fica claro, no entanto, que o objetivo do robô agora era Alex e ele trata de ir atrás do jovem mago sem se preocupar com os outros e sem se incomodar com a sala, destruindo sofás e quadros conforme avança.

- Por quê eu? Desculpa pela bola de boliche, na próxima eu só desenho uma bola de isopor! Buáááá!

Vendo isso, Daniel para de correr.

- O Alex corre perigo! Ei, Eddy! Me ajuda aqui!

- Com prazer!

Ambos se juntam e passam a correr em sentido oposto, cruzando por Alex e saltando simultaneamente, pegando o robô de surpresa. Em surpreendente sincronia, os dois atacam ao mesmo tempo, com espada e martelo, cada um atingindo uma parte sem armadura ao lado do pescoço.

- Há! – Eddy sorri com o sucesso do ataque, mas sua felicidade não dura muito.

Com uma agilidade assustadora, o robô ergue os braços e agarra Eddy e Daniel, um com cada mão, e bate os dois um no outro, para depois jogá-los para longe, numa parede. O impacto dos garotos na parede causa rachaduras no concreto e derruba quadros. Daniel se contorce no chão e passa a se levantar com dificuldade, o sangue escorrendo da sua boca para o peito. Quando ele finalmente consegue ficar de pé, vai ajudar Eddy, que se encontra mais ferido.

Por conta do ataque duplo, o robô havia parado de correr atrás de Alex. Não que houvesse necessidade disso agora, pois o garoto se encontrava parado no centro da sala, furioso, com raios saindo de seu corpo para as paredes e para o chão. Folhas de papel que estavam por ali são lançadas para longe por uma força invisível.

- Eu te disse... que não gostei de ver você machucando meu irmão e meu amigo! – o cabelo verde dele estava em pé com os raios e o pincel mágico vibrava em suas mãos – Desenho Mágico... Raio Intenso!

O raio verde sai da ponta do pincel, diretamente para o centro do robô.  A diferença de poder para o raio anterior era perceptível para todos, começando pelo trovão que ecoou pela sala e provocou um zumbido nos ouvidos dos garotos e terminando no impacto estrondoso, que causou uma explosão e fez com que os presentes sentissem uma lufada de ar jogá-los para trás. Alex manteve o ataque por alguns segundos, até sentir uma fraqueza em seu corpo e sucumbir, caindo de joelhos no chão, esgotado.

Com o término do ataque, todos os olhares estavam esperançosos e indo de Alex para o robô. O garoto suava e ofegava, enquanto que fumaça preta subia do local em que o raio atingira o robô. Conforme a fumaça se dissipa, vai se tornando possível ver um grande buraco queimado no centro da armadura... e o número 20 no visor.

Das costas do robô, sons de motor passam a ser ouvidos.

- Alex, sai daí!

Com esse grito, Eusine corre e pula sobre Alex, fazendo com que ele saia da frente do robô. Se Eusine tivesse demorado mais algum segundo para agir, Alex teria sido atropelado pelo robô, que com os jatos em suas costas avança vários metros em apenas uma fração de segundo. Ele não aparenta ter total controle sobre seus motores, no entanto, e colide diretamente com a parede, afundando em meio às estantes que haviam daquele lado.

- Ai... obrigado, Eusine! – agradeceu Alex, se levantando devagar. Ele ainda não havia percebido, mas Dino havia caído da cabeça de Eusine agora estava em seu colo.

- De nada! Dino, fica aqui com o tio Alex um pouco!

- Lex? – perguntou o miniaturossauro. Ele olha para o rosto de Alex e começa a chorar.

- Er, pera ai! O que eu deveria fazer com ele?

- Nada, só protege!

Eusine, então, sai correndo até o meio da sala, onde encontra Denas.

- Ei, como você disse que se desliga esse robô mesmo? – pergunta ele.

- O notebook deve ter a resposta para isso. – o meio-elfo aponta para a mesa de mármore com o notebook – Acho que consigo atrasar o movimento dele.

- Então eu vou no notebook!

Eusine dá dois saltos, pousa na cadeira em frente ao notebook e logo começa a mexer nele. Enquanto isso, Denas avança para o robô, que ainda estava preso nas estantes, e concentra suas energias.

- Algemas!
Com um flash de luz, algemas de alma surgem nas mãos de Denas. Ele prende as pernas do robô uma na outra e então se vira para ir embora, mas é agarrado por uma das enormes mãos do robô e atirado para longe como se não tivesse peso, dolorosamente quicando duas vezes no chão antes de parar perto de Alex.

- Urgh!

- Ei, Denas! – grita Eusine – Temos um problema aqui!

Com dificuldade, Denas ergue a cabeça e olha diretamente para Eusine. Sangue escorre pela sua boca e nariz.

- Eu não sei mexer com computador!

Denas para com seu esforço e permite que o rosto bata no chão novamente.

Enquanto isso o robô consegue sair de dentro da parede, mas ao dar um passo para frente acaba caindo por conta das algemas de alma colocadas por Denas. O chão estremece e racha com o peso dele, que logo começa a se levantar.

Desistindo quase que imediatamente após começar, Eusine se afasta da mesa, reclina a cadeira, bota os pés na mesa de mármore, retira uma flecha da aljava, coloca no arco, retesa a corda, mira e atira no notebook. A tela é perfurada com facilidade, pisca por alguns instantes com imagens que eram aleatórias para Eusine, até se apagar com algumas faíscas sendo lançadas para os lados. Fumaça preta começa a se elevar do buraco que ainda estava com a flecha.

- Resolvido? – Eusine gira a cadeira e olha para Denas, com um sorriso no rosto. Por outro lado, o meio-elfo, que agora estava apoiado em Alex, faz uma careta enquanto limpa o sangue do nariz e apenas sacode a cabeça negativamente.

Após finalmente conseguir se levantar, o robô olha para Eusine e para o notebook destruído. Por um momento ele não faz nada, como se estivesse incredulamente analisando a situação, mas isso não dura muito. Ele se agacha, estica os braços para trás e pula o mais alto que pode, quase tocando no teto. Eusine pula da cadeira e corre em direção dos seus amigos pouco antes do robô cair no meio da mesa de mármore, destruindo a algema de alma em suas pernas e ao mesmo tempo lançando pedaços da mesa e dos objetos de Galleom para todas as direções como se fossem mísseis.

Um dos pedaços da mesa é lançado na direção de Eusine e o garoto é atingido em cheio, nas costas, sendo jogado ao chão com o impacto. Eddy e Daniel correm para erguê-lo, enquanto Alex luta para não deixar que Dino pule do seu colo para ajudar também.

O robô se vira em meio aos destroços e fita o grupo de crianças. Ele agora tinha diversos danos provocados pelos ataques, porém nada parecia ter tido efeito em reduzir a movimentação dele até o momento. Ele abre os braços e o número no visor dele muda, de 22 para 23.

- Eusine... você está bem? – Denas pergunta, no momento em que a arqueiro é trazido de volta para perto da entrada da sala, andando com as costas arqueadas.

- To bem, mas não sinto minhas costas... – Dino consegue se soltar dos abraços de Alex e salta para as costas de Eusine, onde fica agarrado na camisa, chorando. – ai! Eu senti isso!

- Mama! Ma!

- M-mamãe? Ele tá tentando dizer mamãe? – diz Eusine, subitamente emocionado e esquecendo a dor nas costas.

- Vou interromper esse momento íntimo para fazer uma suposição. – fala Denas – Vocês veem o número no peito do robô? – Denas aponta. O visor mostrava 25 – Percebo que os movimentos dele estão ficando cada vez mais rápidos e poderosos aos poucos. Acredito que o número represente o nível de força do nosso oponente, que ele esteja aumentando lentamente e que isso aconteça principalmente quando ele está parado com os braços abertos nessa posição. Vejam, agora está em 26.

- E-então agora mesmo ele está ficando mais forte ainda? – Alex torna-se (ainda mais) pálido de medo.

- Temo que sim. – Denas retruca.

- Não deveríamos fugir? Estamos até perto da porta aqui e ele continua parado...

- Alex! – Daniel pula no mesmo lugar – Combinamos que não íamos fugir! Não podemos perder aqui!

- Oh Dani, mas não conseguimos nem atingir ele direito enquanto ele estava mais fraco! Veja só como ele destrói tudo, veja os seus machucados! Não quero que nenhum de nós morra não!

- Eu também não quero, mas... – Eusine arqueia as costas, que estalam múltiplas vezes – Ufa! Me sinto bem melhor! Eu também não quero morrer não, mas nós temos que salvar o Galleom!

- Eusine... – Alex se vira para o amigo – Nós nem sabemos se o Galleom ainda está vivo ou não... Mesmo que esteja, se a gente não tem como vencer, também não vamos ajudar nada perdendo...

Eusine e Daniel se silenciam, olhando para o inimigo do outro lado da sala, sem ter mais argumentos para falar. Nem mesmo Eddy consegue dizer que prefere lutar do que fugir. Denas, porém, suspira e fala em tom depressivo.

- Vocês esquecem que com aquele jato das costas ele consegue ser muito mais rápido do que nós. Se tentarmos fugir, seremos pegos.

O grupo fica em silêncio.

O visor agora mostra 28.
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyQua 20 maio 2020 - 21:16

Só tenho duas palavra para resumir este capítulo inteiro: Oh, Droga.

Depois do que aconteceu neste episódio, eu ainda estou surpreso que eles ainda importam com o Galleom, considerando quanto o Galleom tratou todo mundo desse jeito. Aqueles mercenários que estavam descendo da montanha não estavam brincando que iria ser uma aventura bem difícil.

- Argh...! Eu odeio aquele Galleom! Olha só quanta encrenca nos metemos durante a "excursão" daquele vilão! Vamos achar aquela alavanca, voltar para a casa e nunca mais mencionar aquele maquinista malvado de novo!

- Mas você prometeu, Alex! Você prometeu que vamos resolver a situação dos robôs do Galleom...! Este é a situação perfeita para a gente brilhar, especialmente na fic do Eusine! Mas sim, este Galleom é um desagradável mesmo...

- Hey, Hey irmãos Kirbo! Sem discutir! Este é a minha fic! Vamos nos dar jeito de sair daqui juntos! Espera o próprio autor decidir quando postar de novo, é claro!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySáb 23 maio 2020 - 17:06

Uau, luta bem intensa. Meio que me faz lembrar de umas lutas contra chefões endgame de um jogo que estive jogando ultimamente (Jimmy and the Pulsating Mass), onde o chefão ficava aumentando números e ficando mais forte... Enfim.

Gostei particularmente da entrada do robô e da descrição de como todos pareceram ameaçados pelo troço. Faz ele parecer ameaçador mesmo antes da luta começar.

Considerando a reação do Firealex, eu diria que sua representação do Alex está perfeita, é até ele quem sugere abandonar Galleom e fugir, lol. Apesar de que ver a determinação dele e os ataques foi até que divertido.

Achei engraçado como Denas fica distraído contando histórias, e é interessante ver a backstory dele e do Galleom, só que achei ainda mais engraçado as gravações do Galleom, tão bizarro, mas hilário exatamente por causa disso. Imagino se esse negócio dele gostar de paisagens vai levar a alguma coisa.

Eusine chamar Alex de tio do Dino é até fofinho.

Também imagino como vão derrotar o robô-chefe, eles parecem estar jogando tudo na cara mas o robô só fica mais forte.
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MensagemAssunto: Capítulo 24 – Mechanical Gah-Topia IV: A Estrela do Trabalho em Equipe   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyQua 27 maio 2020 - 12:28

Bem vindos ao final de Eusine Chronicles Parte 1: Dimentios. Obrigado por acompanhar até aqui e sempre criticar de maneira produtiva. A história teve hiatos enormes que duraram muitos anos, é difícil ter um público tão fiel quanto vocês. /eusinef2

Fire Alex escreveu:
Depois do que aconteceu neste episódio, eu ainda estou surpreso que eles ainda importam com o Galleom, considerando quanto o Galleom tratou todo mundo desse jeito. Aqueles mercenários que estavam descendo da montanha não estavam brincando que iria ser uma aventura bem difícil.

Sua reação é simplesmente perfeita, agora eu tenho ainda mais certeza de que o Alex está sendo interpretado certo! Mas ainda bem que você se lembra da promessa de resolver tudo e de resgatar Galleom.

Mr.Galleom escreveu:
Uau, luta bem intensa. Meio que me faz lembrar de umas lutas contra chefões endgame de um jogo que estive jogando ultimamente (Jimmy and the Pulsating Mass), onde o chefão ficava aumentando números e ficando mais forte... Enfim.

Você está totalmente viciado nesse jogo. Para sempre. Mas ainda assim é legal ver que existem semelhanças entre ambos, isso é bem legal para falar a verdade!

Mr.Galleom escreveu:
Gostei particularmente da entrada do robô e da descrição de como todos pareceram ameaçados pelo troço. Faz ele parecer ameaçador mesmo antes da luta começar.

Também imagino como vão derrotar o robô-chefe, eles parecem estar jogando tudo na cara mas o robô só fica mais forte.

Feliz de ter passado esse sentimento no começo da luta, é algo que eu sempre tento constantemente estar melhorando. Quanto a batalha... vocês vão ver agora, mas devo dizer que também demorei para pensar em como se daria o desfecho! Estou realmente curioso para ver o que vão achar, então aqui vai!

Edit: Resolvi mudar uma fala de Eddy no capítulo anterior. De “- Seu maldito, eu vou te socar depois que te salvar!” para “- Seu maldito, eu vou chutar a sua cara!”. Acho que combina mais.

Capítulo 24 – Mechanical Gah-Topia IV: A Estrela do Trabalho em Equipe

Furioso, Eddy pisa no chão com força, causando uma rachadura.

- QUE « chocolate »!! – ele grita, apertando a espada com força – Eu não vou morrer aqui! Vou voltar para a capital de Scandia, terminar meu treinamento e me tornar o mais forte!

Os garotos trocam olhares inseguros entre si.
- Eu ainda tenho tantas coisas para fazer... – Eusine dá um passo a frente – Muitos lugares para ir e explorar, pessoas pra conhecer e ajudar! Sem falar que preciso cuidar de Dino até ele crescer!

Denas olha para Eusine e senti um pouco de esperança em seu peito. Um pequeno sorriso de canto do rosto escapa na sua boca.

- Se não podemos fugir, então que lutemos o máximo. – Denas ergue a cabeça e também dá um passo.

- E-eu não sei... – Alex treme, agarrando a mão de Daniel com uma mão e o pincel com outra.

- Alex, não podemos desistir não! – Daniel fala, puxando a mão do irmão.

- Eu entendo como se sente, eu também não quero morrer. – Denas fala – Também tenho objetivos... – uma pequena pausa - ... eu quero terminar de destravar os mistérios do livro do meu avô e encontrar o tesouro perdido dele. Ele era a pessoa mais importante para mim.

O corpo inteiro de Alex treme e ele precisa se forçar para não deixar que lágrimas escorram em frente aos amigos. Ainda assim, algumas começam a descer pelo rosto dele.

- Vocês... são tão corajosos! Eu quero ter mais coragem, quero ajudar os outros sem ter medo, quero proteger Daniel, quero aprender mais magias e quero reencontrar meus pais!

- É difícil ser forte as vezes, mas a gente só consegue tentando! – declara Eddy.

- Você consegue, Alex! – diz Eusine – Você teve coragem para vir até aqui, a coragem está ai dentro!

- Eu também quero te proteger, Alex! E reencontrar pai e mãe logo! – Daniel completa.

- Eusine... Dani... todos vocês... – Alex limpa as lágrimas com a camisa verde e quando termina, sua expressão está completamente mudada e determinada - Vamos lá. – ambos os irmãos dão um passo em frente, ainda de mãos dadas, e ficam lado a lado dos companheiros.

A energia de todos estava renovada. Feridos, porém de pé e confiantes. Abalados, porém com as cabeças erguidas. Garotos que tiveram que aprender sozinhos como sobreviver e como lutar, determinados a seguir em frente e não desistir de seus sonhos. Mesmo que o inimigo adiante fosse muito mais poderoso, os cinco naquele momento não pensavam mais em desistir. O sonho deles não poderia ser interrompido por nada.

O visor agora mostrava o número 31.

- Precisamos pensar bem antes de agir! – atenta Alex, já imaginando qual seria o seu próximo desenho.

- Temos que usar os ataques mais fortes, sem economizar! – Eddy comenta, batendo uma mão na outra, novamente ansioso para lutar.

- Mirar bem e acertar nos pontos certos! – fala Eusine, com um olho fechado e medindo a distância deles para o robô com os dedos.

- Com trabalho em equipe! – grita Daniel, girando seu martelo.

- Vocês todos estão certos. – Denas concorda e depois continua – Precisamos fazer tudo isso, ao mesmo tempo, especialmente a parte do trabalho em equipe. Não apenas golpes combinados com duas pessoas ou três, mas nós cinco juntos. Temos que pegar ele desprevenido utilizando táticas não convencionais para que ele tenha dificuldade de assimilar o que está acontecendo e não podemos demorar para agir.

- Er, então temos que ser pensar rápido, atacar com força, mirar nos lugares certos e trabalhando em equipe de maneira aleatória para confundir ele?! – Alex coloca as mãos na cabeça, pensando como tudo aquilo seria possível.

-... resumindo, sim.

Nesse momento, todos olham para Eusine.

- O que tem eu?

-Se tem alguém que consegue pensar em um plano maluco o bastante uma hora dessas, é você! – diz Eddy, entusiasmado.

- Ah, mas eu to sem ideia... – ele inclina a cabeça e começa a coça o couro cabeludo. Enquanto isso, o visor do robô alcançava 33. – Espera, já sei! Venham pra cá, pessoal!

Animado, Eusine puxa seus amigos para perto, fechando um círculo com eles, e começa a falar suas ideias. Não durou mais do que um minuto e no final todos já estavam completamente prontos para agir, sem parar para pensar na maluquice que estavam para fazer. O visor mostrava 34.

- Prontos? – pergunta Eusine e todos concordam com a cabeça – Então vamos iniciar O Ataque Combinado 1: Amigos Para o Ar e Golpes Pesados Para o Robô ir ao Chão!

Com isso, Eddy guarda sua espada e ergue Eusine com as duas mãos, como se fosse um grande boneco, e começa a correr desajeitadamente em direção ao robô! Daniel e Denas vem seguindo atrás, em fila, enquanto Alex permanece no mesmo lugar.

O número no peito do robô muda para 35 e ele bate as duas mãos no centro, mostrando que estava pronto para voltar a lutar. Ele, no entanto, espera curioso para ver o que seus pequenos oponentes estavam planejando.

Com a aproximação de um garoto carregando outro, o robô desfere um soco de cima a baixo, com o intuito de esmagar ambos. Eddy, no entanto, salta para trás e arremessa Eusine diagonalmente. O arqueiro loiro voa por cima do robô, gira no ar e enquanto está de cabeça para baixo atira três flechas consecutivas nas costas do robô, atingindo pontos fracos na armadura. Ele termina de dar um giro completo e pousa de pé no chão.

- Ma, to! – Dino, que estava nas costas de Eusine, reclama que está tonto.

- Opa, esqueci que você estava ai! Aguenta firme ai atrás, tá bom?

- Diiii!

O robô começa a se virar para focar em Eusine, esquecendo completamente o que os outros garotos estavam fazendo. Assim que Eddy dera um salto para trás e arremessara Eusine, ele havia se ajoelhado no chão. Daniel, que corria atrás, pula nas costas de Eddy e o utiliza como plataforma para pular mais alto. Ele gira o martelo no ar e atinge duas vezes o braço do robô enquanto ele estava se virando, destruindo a armadura daquela parte.

Ele não deixa o golpe passar impune, no entanto, e arremessa Daniel para longe utilizando o mesmo braço sem armadura.

- Desenho Mágico: Colchão de Penas!

Alex já estava preparado para aquilo e dessa vez, além de criar um colchão para amortecer a queda de Daniel, ainda se lembra de sair da frente.

- E agora... Desenho Mágico: Espadas de Pedra!

Rochas marrons e verdes aparecem cobrindo as lâminas de Denas e Eddy.

- Vamos! – grita o meio-elfo.

- Ataque duplo!

Os ataques aéreos de Eusine e Daniel haviam deixado o robô despreparado para ataques baixos e feito ele esquecer dos dois garotos que estavam por perto. Eddy e Denas avançaram e golpearam simultaneamente a perna esquerda do robô, que já havia sido danificada anteriormente. A armadura é destruída em uma explosão de faíscas e tinta mágica, deixando uma grande marca na perna mecânica.

Em desespero o robô começa a desferir socos e chutes, sem sucesso, pois os dois já estavam precavidos e desviando com facilidade.

- Vamos voltar! – grita Eusine, que estava correndo em círculos ao redor do robô. Os três retornam para Alex e Daniel. – Yeah! Meu plano deu certo!

O robô tenta segui-los, mas por um momento se confunde, tropeça e quase cai, tendo que se apoiar na parede ao lado. Parecia estar sofrendo falta de equilíbrio por estar mais pesado do lado direito do que o esquerdo.

- Muito bom, Eusine! – elogia Denas, terminando de correr – Mas precisamos logo de outro plano!

- Eu já tenho um perfeito! Venham cá!

Os garotos se aproximam do ponto de encontro e Eusine começa a falar seu novo plano. Logo nesse momento, porém, um som familiar sai das costas do robô.

- Er, pessoal? – Alex se preocupa.

- Vamos dividir! – fala Eusine, pulando para um lado. Todos se dividem e o robô passa no meio deles em alta velocidade, graças ao poder do jato em suas costas. Ele entra com o corpo inteiro na parede ao lado da entrada, mas não fica preso por muito tempo, logo se soltando e voltando ao combate. Os seus cinco adversários agora estavam bem espalhados pela sala.

- O Ataque Combinado 2: Chuva Pesada e Impacto Triplo! Alex, é contigo!

- Eu não ouvi direito a minha parte!

- Mas a sua foi a única que deu tempo de dizer!

- V-vou tentar, mas não vou garantir... Desenho Mágico: Chuva de Boliche!

Alex começa a desenhar uma bola de boliche atrás da outra, fazendo-as aparecer acima do robô. Sabendo do impacto destrutivo das bolas de boliche, o robô ergue seu braço direito para se proteger e tem sua armadura esmagada aos poucos por cada bola.

- Agora venham vocês aqui! – Eusine puxa Eddy, Daniel e Denas para perto de si e continua a contar seu novo plano.

- Urgh... não vou aguentar muito tempo! – Alex estava se esgotando rapidamente com tantos desenhos.

- Só mais um pouco, precisamos da distração!

Mas Alex não consegue e interrompe os seus desenhos, caindo de joelhos no chão, quase sem forças. A última bola de boliche explode em tinta no braço direito do robô e ele volta a olhar em direção aos garotos.

- Não tem problema, damos um jeito! – Eusine fala e começa a correr em direção do robô. Ele se vira para trás e faz sinal para que os outros três o sigam.

- Tem certeza? – pergunta Denas, indo atrás.

- Sim! Vou acrescentar a parte da Distração Aleatória no nome do plano!

- Vamos, vamos! – Eddy estava animado com o fluxo da luta.

- Daniel! – Eusine grita, puxando uma flecha da sua aljava – Joga uma bola de fogo por cima da minha cabeça!

- Ah, okay!

Daniel gira o seu martelo e uma bola de fogo sobrevoa a Eusine e atinge o peito do robô, não causando nenhum dano aparente. O que Eusine queria, no entanto, era erguer uma flecha pra deixar a bola de fogo queimar a sua ponta.

- Eu duvido você apagar o fogo da minha flecha! – Eusine chega em frente ao robô, que imediatamente ataca com um chute direto.  O garoto desvia com um giro lateral. – La la la la la!

Com várias cambalhotas, o garoto continua desviando dos socos e chutes enquanto mantém a chama na flecha, com Dino ainda mais tonto pendurado no rabo de cavalo e se balançando para todos os lados. Até que finalmente o arqueiro é varrido para o lado com um movimento horizontal do braço do robô.

- Ai! Agora é com vocês!

Os três chegam perto o bastante para desferir ataques físicos contra o robô, que até então estivera distraído com Eusine. Antes que os três pudessem atacar, no entanto, os olhos do robô brilharam em meio a sua cabeça amassada por bolas de boliche.

- Barreira de Alma!

Pensando rápido, Denas sofridamente canaliza sua energia espiritual nas mãos e as coloca à frente do corpo, gerando uma proteção de luz dourada na frente dele e dos dois garotos de nove anos. Foi uma reação feita no momento certo, pois logo em seguida raios lasers saem dos olhos do robô e explodem a barreira, lançando todos para longe.

- Dani!

Se forçando a levantar, Alex anda com dificuldade para seu irmão. Ele e Eusine ajudam os outros a se erguer e lentamente os levam para um canto distante da sala, onde puderam se reunir relativamente com mais segurança. O robô também foi jogado para trás com o impacto da explosão, mas com menos prejuízo do que para Daniel, Denas e Eddy. Eles estavam tontos e com algumas queimaduras, porém ainda dispostos a lutar.

- Desculpem pelo meu plano não ter dado certo... – disse Eusine, meio envergonhado. Com os olhos girando, Dino escala as costas de Eusine e deita no ombro esquerdo dele.

- A tentativa foi boa... não tinha como saber daquele ataque explosivo, afinal. – comentou Denas. Ele respira fundo, lentamente, com dificuldade e tossindo – O próximo ataque... não pode falhar. Não sei quantos impactos desse... – ele tosse, sentindo dor ao respirar -  ... poderemos aguentar.

- Tudo bem, eu já tenho o plano perfeito! – ele já estava novamente animado.

- Ai Eusine, não me faz desenhar muita magia não! Demora pra eu recuperar as forças!

- Eu sei, só quero uma dessa vez. Me inspirei na luta que vocês me contaram!

Todos são puxados para perto em um círculo, novamente, enquanto Eusine conta o que estava pensando, o mais rápido que podia. Quando termina de falar, o robô também acaba de se recompor após a explosão e já se prepara para atacar. O visor mostra 37.

- É tudo ou nada! O Ataque Combinado 3: Os Patinadores da Esperança!

- Desenho Mágico: Chão de Gelo!

Alex cria gelo mágico para cobrir todo o chão da sala, exceto um pequeno círculo ao redor dele próprio. Imediatamente esgotado, ele senta no chão.

- Ufa! Agora é com vocês!

- Eu... nem sei por onde começar. – diz Denas, que mal conseguia se equilibrar parado.

- Eu ajudo! – Eusine agarra o braço de Denas e rodopia num só lugar, fazendo meio elfo girar com ele e depois largando-o. Isso fez com que ele deslizasse para longe com um misto de raiva e susto. O garoto fica em pé por pouco tempo e logo cai de costas, mas mesmo continua deslizando pela sala. Enquanto isso Eusine, por sua vez, quase perde o equilíbrio indo para o lado oposto ao qual arremessara Denas, conseguindo se sustentar apenas com um dos pés no chão.

- Hahaha isso é muito fácil! – Daniel patina perfeitamente pela sala, desviando dos destroços sem nenhum problema e saltando como um profissional.

- Eu também consigo! Já fiz isso hoje cedo! – diz Eddy, que ao dar o primeiro passo cai sentado no chão – Aaaaaaaaaaah!!

E assim o grupo segue deslizando aleatoriamente pelo gelo, quicando em paredes e uns nos outros, sendo lançados para direções ainda mais aleatórias no processo. Em algum momento Dino cai do ombro de Eusine e fica deslizando de barriga para baixo pela sala, rindo de boca aberta e abrindo bem os braços, mudando o lado para o qual deslizava. Esse era o momento mais divertido da sua pequena vida.

- Você tem certeza de que esse plano vai dar certo? – Denas reclama, pois ainda não conseguia levantar e nem ao menos ver para onde estava indo direito.

- Eu tenho! – responde Eusine.

O robô começa a lançar laser dos seus olhos, causando a destruição de vários círculos de gelo na tentativa de atingir os garotos derrapantes.

- Você TEM CERTEZA MESMO disso, Eusine?!

- Eu tenho! Você disse que aleatório é bom, por isso agora ninguém nem sabe para onde está indo!

- Era para parecer aleatório para ele, não para nosso grupo!

- Agora já era, tá na hora da gente começar a atacar!

- Falou e disse! – Eddy se manifesta – Já estou a frente de vocês!

Mesmo sem querer, o garoto derrapava sentado rumo ao robô. Ele aproveita e segura a espada com as duas mãos em frente ao corpo, mirando furar a perna esquerda do adversário. O robô ergue o braço para atacar e...

- Toma essa!

Daniel aparece do outro lado e atinge a armadura na perna direita, causando uma grande rachadura na armadura desse lado. O impacto desestabiliza o robô, que não consegue atacar Eddy no momento certo e acaba sendo alvejado na perna esquerda, que não tem mais armadura e onde surge uma grande abertura por conta disso.

Com isso o robô vasculha a sala com o olhar, até achar Daniel Kirbo, patinando com maestria e fazendo várias curvas complexas do outro lado da sala. Ele passa a atirar raios dos olhos com foco no garoto de cabelo vermelho, mas todos os disparos, consecutivamente, erram o alvo. Daniel simplesmente se mantém pulando, agachando e acelerando para evitar ser ferido.

Com a distração, uma flecha certeira voa e se crava precisamente na abertura provocada pela espada de Eddy, no joelho esquerdo do robô, sem que ele tivesse visto a aproximação dela. O baque o faz tombar com esse joelho no chão, rachando a flecha.

Ele muda sua atenção para o arqueiro e dispara energia contra ele. Porém, Eusine se abaixa e o laser atinge a parede atrás dele, com um estrondo. Depois disso, ele muda rapidamente a atenção para Denas, que inadvertidamente desliza em rota de colisão com o robô.

- Ei, Denas! – grita Eusine – Presta atenção! Está indo na direção dele!

O garoto se vira com dificuldade, ainda deitado de costas no chão, e contesta o robô erguendo o punho direito para esmaga-lo assim que ele chegue mais perto.

- Eusine, eu nunca mais acredito em você! – grita Denas. O meio elfo então saca sua espada e finca no chão ao seu lado. Ele se agarra a ela, para não ser deslizado ainda mais para perto do robô, que soca o chão de gelo sem atingi-lo, ainda assim provocando uma destruição do piso ao redor dele. Enquanto isso Dino (que ninguém havia reparado que estava por ali perto) é lançado para trás, rolando de costas.

- Vou logo acabar com isso! - Daniel anuncia, vindo derrapando em linha reta em direção do robô. Os olhos da máquina começam a brilhar imediatamente, conforme ele carrega mais um disparo.

As últimas duas flechas de Eusine são atiradas e se cravam nos olhos do robô. O disparo não acontece, sendo substituído por uma explosão na cabeça dele, que deixa apenas uma cratera faiscante e fumegante. Daniel, mesmo assim, não para de patinar e girar o martelo em momento algum. Ao chegar perto o bastante ele abaixa o martelo para depois o erguer usando toda a força concentrada do seu corpo de nove anos de idade em um golpe ascendente. O martelo bate na parte de baixo do peitoral, lançando-o para longe ao mesmo tempo que um som estrondoso de metal batendo em metal ecoa pela sala. Sem a armadura da parte central o robô estava consideravelmente mais vulnerável, pois onde antes havia proteção, agora havia...

- GALLEOM?! – Daniel grita e se afasta lentamente.

Dentro do torso do robô estava o cientista de cabelo azul, sentado em uma cadeira preta, cercado de controles, medidores e telas. Suas mãos seguravam espécies de joysticks ligados a cada braço do robô enquanto que os pés estavam presos em pedais circulares que poderiam virar para todas as direções. Um visor branco cobria o rosto de Galleom e esteve conectado a cabeça mecânica, que agora não existia mais. Alguns cabos ligavam partes internas do robô ao smartwatch no pulso esquerdo de Galleom.

- Ta certo, ISSO é o que eu chamo de aleatório! – diz Eusine, parando de deslizar em uma poça de tinta azul, que brevemente mancha seus sapatos antes de desaparecer. Ele ergue Dino (que havia acabado de escorregar para o seu lado) do chão e o mantém abraçado forte em frente ao corpo.

Galleom começa a fazer o robô andar devagar, mexendo as pernas como se estivesse pedalando uma bicicleta, ainda que uma bicicleta ligeiramente desequilibrada, de três metros, com membros de metal e sem rodas à vista. Ele foi passando pelos garotos sem olhar para eles, quebrando o resto de gelo mágico que ainda cobria o chão. Os garotos, por sua vez, apenas se afastavam para longe.

- Seu... miserável! – Eddy já estava superando o espanto – O que diabos acha que está fazendo?

Sem resposta, ele continua a dirigir sua invenção para o centro da sala. Eddy eventualmente também sai do caminho, indo se reunir com os companheiros próximo à entrada da sala. Galleom para no centro da sala e olha com melancolia para os restos da sua mesa de mármore por quase um minuto até se virar para as cinco crianças com quem estivera lutando. Ele tira o visor do rosto, mostrando o nariz machucado e os óculos tortos dos últimos combates. Galleom suspira demoradamente.

- As coisas não estão indo conforme gostaria que estivessem. – ele declara, mais como se estivesse falando sozinho do que qualquer outra coisa.

- Ei, nós estávamos preocupados com você! – fala Eusine.

- Oh, mas que coisa meiga... – Galleom retruca, inclinando ligeiramente a cabeça para um lado e sem expressar emoção alguma.

- Espera, eu realmente não to entendendo... você foi sequestrado lá atrás, mas agora que a gente tenta te ajudar você faz tudo isso só com a intenção de nos machucar? Pra tentar nos matar? É isso? – pergunta Alex, apavorado ao pensar quais seriam as intenções do rapaz.

- Eu não chamaria de uma “intenção”, apenas de efeito colateral.

- Mas qual o sentido de fazer isso?

- Esquece, Alex. – Eddy se intromete, olhando feio para Galleom – Esse aí é só um doido varrido mesmo.

Antes de responder rispidamente, o rosto de Galleom se distorce em uma careta de nojo enquanto ele encara o jovem Scandiano durante longos segundos.

- Um pensamento desses vindo de alguém tão pequeno e desprezível que nem você não me surpreende. Vamos ver por quanto tempo você consegue manter essa atitude.

Ele dá um sorriso com apenas um lado da boca, o que torna seu rosto ainda mais estranho e deformado do que já estava.

Denas dá alguns passos para frente, encarando Galleom. Perante a tudo, seu rosto está inexpressivo.

- É melhor que você comece a contar a verdade. Logo.

- Ah, mas que verdade? – ele ri brevemente - Aposto que você já desvendou tudo.

O meio-elfo fica em silêncio por um tempo.

- ... muito bem. Falarei minhas suposições e espero que você pelo menos confirme ou negue as informações. – ele impõe e então inicia - Você mentiu desde o começo, os robôs não estão fora de controle, mas sim agindo da forma como você quer.

Galleom volta a sua feição de sempre e até consegue dar um sorriso natural. Denas assume isso como uma afirmação e continua:

- Os eletrodomésticos foram apenas distração. Eles nunca foram sua prioridade, estavam lá apenas para tornar sua história mais acreditável. – Galleom concorda com a cabeça – Obviamente os robôs de segurança não foram os primeiros modelos (como você disse que eram), já que vimos diversas outras versões lá no porão. – Denas para e pondera um pouco, antes de decidir fazer uma pergunta - Por que não nos contou sobre elas?

- Ah sim... todas versões falhas e ultrapassadas. Algumas nem passaram dos primeiros testes e já foram descartadas.

Ele ignora a pergunta, apenas se atendo a comentar aquilo como se não fosse nada especial.

- ... e as outras?

- Destruídas por mercenários. A cada upgrade nos robôs de segurança eu chamei grupos para testar a eficiência em batalhas reais e assim fui coletando informações, aprimorando eles até se tornarem o que vocês viram hoje. Mercenários e lutadores comuns são capazes de derrota-los desde que eu não faça meus robôs ficarem mais agressivos e nem trabalhar em grupo. Depois de um tempo eu não conseguia mais pegar dados relevantes, por isso os robôs ainda não são as máquinas que eu gostaria que fossem.

- Por isso resolveu me chamar.

- Exato. Mercenários comuns sempre tem as mesmas estratégias, mesmas armas de baixa qualidade e simplicidade nas ações... Lhe chamei não apenas por ter tido aulas de esgrima, mas principalmente pela sua capacidade analítica. Precisava disso para tentar encontrar falhas nos meus robôs. – ele ajeita os óculos em seu rosto - Sem falar que tinha de ser alguém fácil de silenciar com dinheiro ou confiável, como é o seu caso.

Denas leva um tempo para absorver a informação antes de responder.

- ... entendo. Isso me traz de volta a uma pergunta que você não respondeu: Por que não nos contou sobre as versões antigas?

- Ora, eu queria que tudo fosse o mais autêntico possível, se eu contasse qualquer detalhe desnecessário iria estragar isso. Eu precisava genuinamente que as pessoas agissem como se estivessem em uma situação crítica e também queria saber como os robôs agiriam nos combates mais árduos possíveis. Tudo teria de ser o mais intenso possível. Além do mais, você não me ajudaria se soubesse a verdade.

Lá atrás, Daniel girava um dedo ao redor da cabeça, indicando que chamava Galleom de doido. Alex e Eddy silenciosamente concordaram com um aceno.

Denas balança a cabeça negativamente, sem nem saber o que acontecia atrás dele.

- Você está errado ao pensar dessa forma. Eu te ajudaria de um jeito ou de outro, era só pedir, sem mentir.

- ... que seja. Você não estaria correndo perigo real, pois eu pararia qualquer combate que colocasse você em risco. Na verdade, eu poderia parar qualquer robô a qualquer instante utilizando meu smartwatch... exceto aquele com as luvas de boxe. Realmente me pegou de surpresa.

- Tsc, fale o que quiser, mas o perigo maior são as centenas de robôs destroçados que estão no porão apenas aguardando que alguém apareça para poder atacar. Era um verdadeiro exército, tantos que quase mataram Eusine e Daniel!

- Di!

- ... e o Dino. Ele também correu perigo de vida.

Galleom franze a testa e ajeita os óculos.

- Do que está falando? Não existe nenhum robô ativo lá embaixo.

- Você não sabe o que cria abaixo da sua própria fábrica? Vá e veja com os próprios olhos.

- Há! Que piada!

Os dois ficam se encarando inabalavelmente durante segundos que passam como se fossem eternidades.

- E isso? – Denas aponta com a cabeça para o robô que Galleom “vestia”. – Eu realmente não entendo o motivo para vestir esse robô e nem para nos atacar.

- Pensei que nunca ia perguntar! – ele sorri, como uma criança animada para mostrar um brinquedo novo que acabou de ganhar no natal - Essa é minha maior (literalmente) invenção até o momento. Uma Battle Suit onde uma pessoa qualquer se torna mais forte que cinquenta! Fortemente resistente a dano, podendo voar ou nadar em alta velocidade e levantar tanques de guerra, sem ter consumo de combustíveis, apenas baterias elétricas com duração prolongada. Independente das capacidades físicas, qualquer indivíduo se torna invencível!

Galleom ergue as mãos mecânicas em direção ao teto, como se para mostrar toda a extensão da criação. Ele logo as baixa, ao mesmo tempo que o sorriso vacila um pouco.

- Claro que a Battle Suit ainda está incompleta no momento. Não consigo controlar o jato perfeitamente e ele sempre é ativado na velocidade máxima. A energia é o ponto principal a ser corrigido, pois eu não consigo liga-la em 100% da potência máxima desde o começo e a energia não se mantém por muito tempo quando chega em seu máximo... mas a versão final vai aprimorar tudo que fiz e ter ainda mais!

Ainda entusiasmado, Galleom espera para ouvir comentários.

- Então você gostaria que eu enfrentasse essa tal de Battle Suit.

O inventor olha desconcentrado para Denas. O olho direito do garoto de cabelo azul treme um pouco. Galleom estava esperando algum elogio sobre a invenção. Mesmo assim, ele recupera a compostura e continua a falar.

- Sim, essa era a ideia. – a decepção em sua voz é palpável – Mas ia ser algo breve. O que eu queria era saber se você encontraria os pontos fracos na armadura, se conseguiria causar algum dano ou perceber que tinha alguma pessoa dentro. Mas então...

Ele faz a Battle Suit pisar com força no chão, o que provoca um abalo no prédio inteiro. Galleom continua a pisar inúmeras vezes, cada uma delas fazendo novos tremores, ocasionando a queda de pedaços do teto, derrubando os poucos móveis que ainda estavam de pé, rachando janelas, causando uma cratera no chão ao redor dele e desequilibrando os garotos.

- Você tinha que trazer essas crianças malditas! – ele grita e para de pisar no chão. Seu rosto agora está vermelho, com gotas de suor escorrendo pelas bochechas e uma veia pulsando na testa, a respiração ofegante. O prédio ainda treme por alguns instantes, mesmo após o término dos golpes. Ele aponta com o dedo mecânico da Battle Suit para o grupo que estava atrás de Denas e olha furioso para eles – Estragaram tudo!

Daniel e Eddy dão um passo para trás, temendo algum ataque, enquanto Alex se encolhe no meio deles. Eusine apenas sorri e coça a cabeça, um pouco constrangido, como se dissesse “Ora, não foi nada! Eu que agradeço!”.

- A princípio achei que vocês iam ser apenas inconvenientes, que até tiveram a ousadia de fazer com que Denas se separasse!

- Na verdade foi ele quem – Alex começa., mas não termina.

- CALE-SE! Depois de um tempo eu até comecei a apreciar a presença de vocês, por conta de todas as técnicas diferentes e coisas que eu não esperava que existissem... Mas conseguir danificar tanto a minha Battle Suit? Isso deveria ser impossível! Agora eu deveria estar com a força de cinquenta homens e não faz sentido ter dificuldade em lutar contra cinco crianças!

Ele dá um soco direto no chão, que faz tudo trepidar com ainda mais intensidade do que antes. Após isso, porém, ele se ergue e volta a olhar para os cinco, recuperando a respiração aos poucos.

- Bom... agora não importa mais.

- Galleom... – Denas volta a falar – O que está tentando ganhar com isso? Você é realmente um prodígio por fazer todos esses robôs que lutam sozinhos e por fazer essa Battle Suit gigante sem ajuda de ninguém...

- Obrigado. Um reconhecimento, finalmente.

- ... mas onde isso vai te levar? Você quer ser mais forte que o quê? Para quê?

De cima, Galleom apenas sorri e olha para Denas com um ar de superioridade.

Denas suspira.

- Eu pergunto isso como amigo.

Surpreendido, Galleom ri.

- Ah, claro! Como amigo... – ele ainda ri mais um pouco, até que faz uma pequena pausa antes de continuar - Muito bem então. Meu objetivo é continuar inventando as máquinas que eu quiser, com os objetivos que me vierem a cabeça. A Battle Suit, por outro lado, atende ao objetivo de outra pessoa.

- Outra pessoa?

- Sim, a pessoa que financia isso tudo. É uma história um pouco longa, pois eu teria que voltar alguns anos no passado para que entendam o contexto.

- Temos tempo para isso.

Galleom olha para o seu smartwatch.

- Bem, eu também tenho tempo... suponho que vou ter que contar a história inteira, então. Está diretamente relacionada com tudo o que fiz aqui, espero poder sanar várias dúvidas de uma única vez e acabar logo com as perguntas. Aqui vai.

“Eu sempre fui muito curioso desde criança. Gostava de descobrir como as coisas funcionavam e de tentar montar aparatos novos por conta própria... Desde que aprendi a girar uma chave de fenda eu comecei a desmontar aparelhos de som, liquidificadores, cortadores de grama... o que aparecesse em minha frente. No começo eu não conseguia remontar adequadamente e isso levou a alguns sérios problemas. Não para mim, obviamente, mas para os serventes de casa. Meu pai não me dava muitos brinquedos, já que ele preferia que eu focasse nos estudos sempre que tinha tempo livre, então eu mesmo tinha que fabricar alguns utilizando coisas de casa.”

- Hum... Agora que você falou, lembro que quando éramos pequenos você sempre aparecia com algum brinquedo novo... – Denas pensa em voz alta.

- Bonecos improvisados que andavam sozinhos, giravam, piscavam em tons coloridos... – Galleom completa - Tudo invenção minha.

“Falando em meu pai, ele nunca passou muito tempo em casa, a maior parte dos anos ele estava viajando a trabalho. Você também deve se lembrar de que eu não ia à escola, tinha um tutor particular em casa. Antes que eu fizesse 10 anos, meu pai se reuniu com o tutor para ter um relatório detalhado sobre o andamento dos meus estudos, coisa que ele fazia uma vez ao ano. Ele sempre dizia que eu era a criança mais inteligente que ele já havia encontrado e sempre contava o quanto minhas invenções estavam ficando cada vez melhores. Nessa idade eu já não estragava mais os eletrodomésticos, eu melhorava a eficiência deles em diversas vezes!”

“Não que isso tenha importado muito para ele. Disse que eu herdaria a empresa um dia, então precisava me focar em coisas que nos dessem futuro. Apesar da minha idade, ele decidiu me colocar em uma das melhores escolas de ensino médio do país. Com seus contatos, não teve nenhuma dificuldade para fazer isso. Então, aos meus 10 anos tive de sair da minha casa, onde apesar de todas as limitações eu ainda podia construir o que eu quisesse. Fui mandado sozinho para o internato.”

- Deve ter sido difícil, ir para um lugar estranho contra a vontade e ainda por cima ser o mais novo das turmas... – Alex apresenta um pouco de pena para Galleom.

- Difícil? Eu chamaria apenas de terrivelmente deprimente e incômodo.

“Com relação às aulas, não tive problema nenhum para acompanhar o conteúdo. Na verdade, em sua maioria eram fáceis demais. Tinha um quarto só meu, que era bem decente até. Meu problema maior foi com as pessoas que estavam lá e em como elas eram tratadas... ou melhor, a forma como elas se deixavam ser tratadas. Quanto mais o tempo passava, mais aquilo ficava evidente para mim. O mesmo horário para acordar todos os dias, o mesmo tempo determinado para cara aula, o mesmo intervalo para fazer esporte e ficar ao ar livre, depois tinha os horários para estudar, jantar, ir ao banheiro nas pausas, estudar novamente, dormir... O tempo passou e eu continuei sem minhas ferramentas, mas não parei de pensar em ideias para novas invenções. Após um tempo eu fui vendo a escola mais e mais como uma fábrica e os alunos como meros robôs seguindo ordens.”

“Talvez o mais impressionante fosse que a maioria dos que estavam ali não se importavam em ser robôs em uma fábrica. Vários, na verdade, gostavam daquela vida. Mas por que eu deveria gostar, deveria aceitar aquilo? Justo alguém que cria robôs, se deixar tornar um robô? Não... eu não iria receber ordens nem me submeter àquilo enquanto eu tivesse escolha.”

“Assim, eu vi uma oportunidade surgir quando a anual feira de ciências nacional foi anunciada. Me juntei aos demais alunos que iriam participar e só assim consegui ter permissão para possuir as ferramentas e tudo mais que eu necessitava para pôr minhas ideias em prática e voltar a me sentir vivo. Deixei de lado todo o trabalho em grupo genérico que eles estavam fazendo e desenvolvi sozinho um robô que andava, acenava para o público e recitava um discurso famoso do presidente da república enquanto fazia todos os gestos que foi programado para imitar. Preciso dizer que ganhei a feira de ciências em primeiro lugar? Mais tarde o robô explodiu reclamando de uma ameaça comunista, mas ninguém precisou ficar sabendo disso.”

“Quando estava para ir embora, um homem se aproximou, dizendo estar muito impressionado com o que eu tinha feito. Muitos já tinham dito isso naquele dia, mas esse foi além. Ficamos conversando por horas, ele se mostrou interessado em todas as minhas ideias, então contei sobre meus projetos, sobre tudo o que eu queria construir e ele reagiu com entusiasmo e muitas perguntas. Ele disse no fim que estava tão surpreso comigo que iria me patrocinar. Pagaria por tudo o que eu precisasse para construir o que eu quisesse, desde que focasse em fazer máquinas úteis. Disse que o futuro estava na robótica e que eu iria poder lucrar muito com isso. Não pensei duas vezes antes de aceitar. No dia seguinte fiz as minhas malas, ao todo não fiquei na escola por mais de seis meses.”

“E aqui estive nos últimos três anos. Quando preciso de algo, envio o Pombo-Bot com uma lista de compras. O homem aparece duas vezes no ano para ver como estou e o que estou fazendo, então nesse sentido até lembra o meu pai. No começo ele apenas dava sugestões de melhorias e alguns direcionamentos gerais, mas em uma dessas visitas ele pediu especificamente por robôs que pudessem lutar e funcionar como segurança pessoal, já que cada vez menos ele confiava em pessoas de carne e osso. Eu disse que isso fazia sentido e foi aí que comecei a manufaturar a primeira versão dos meus robôs de segurança. Ele está bem feliz com o meu progresso e devo dizer que também estou.”

Denas havia escutado a história inteira prestando o máximo possível de atenção enquanto olhava Galleom nos olhos. Ele lentamente absorvia as informações.

- Respondi sua pergunta? – Galleom se manifesta.

- Não diretamente. Quem é esse homem que financia as suas invenções?

- Não sei, nunca perguntei seu nome. Não ia fazer diferença para mim, sinceramente.

Denas estala a língua e olha descontente para Galleom.

- E você também não mencionou, mas nesse caso foi essa pessoa misteriosa que pediu pela Battle Suit?

- Bom, ele também comentou que um dia a tecnologia iria superar a humanidade e que em cinco anos iria pedir para pilotar um robô que fosse mais forte que qualquer coisa na Terra. Um pouco excêntrico, ele. Como podem ver, estou fazendo o dever de casa adiantado.

- Você não se importa com o que ele irá fazer com essa Battle Suit? Não passou pela sua cabeça que ele pode usar para fins bélicos?

- Pouco me importa o objetivo. – Galleom sorri – Soldados são iguais aos meus antigos colegas de classe: apenas robôs. Serão robôs lutando contra robôs, pois inventores não vão à guerra.

- Mas do que você está falando?! – Eddy grita, lá de trás – Por que os soldados seriam apenas robôs? São tão vivos quanto você!

- Grupos iguais de pessoas se vestindo da mesma forma, com os mesmos comportamentos, feitos apenas para seguir ordens sem contestar os líderes? São robôs para mim.

- Ei, isso não tem nada de engraçado! – diz Eusine, ainda abraçando Dino – As pessoas tem amizades, tem sentimentos, se importam umas com as outras e os robôs não!

- É mesmo? Nenhuma pessoa se importou comigo, então não vejo o porquê de me importar com elas.

- Nós nos importamos! – Daniel fala. – Diz pra ele, Alex!

- E-eu...? Ah bem, nós podíamos ter ido embora, mas preferimos vir aqui pra tentar te ajudar. É verdade que nos importamos sim!

- Oh, hahaha... é mesmo? Pois teria atacado vocês lá na entrada da fábrica, se tivessem escolhido descer ao invés de subir.

- Iiiirgh!

- O que você ia fazer não vem ao caso. – Denas volta a falar, enquanto Alex novamente se encolhia de medo lá trás.

- Heh... entendi, entendi, vocês se importam.

Denas e Galleom novamente se encaram.

- E o que pretende fazer agora? – Denas pergunta.

- Vocês agora sabem de tudo e ainda por cima destruíram boa parte da minha promissora Battle Suit. A minha vontade é apenas de matar todos.

Um calafrio percorre o corpo de Denas, tamanha era a calma e frieza que Galleom dizia estas palavras. Externamente, o garoto se esforça para manter a calma.

- Seu plano é nos eliminar como as máquinas antigas que estão no porão. – ele afirma.

- Boa analogia. Se serve de alguma coisa, não encaro vocês como robôs, são diferentes demais entre si para isso. Ah, e parabéns, são os primeiros a me fazer dizer isso.

- Ei, Denas! – Eddy grita lá atrás – Você não se irrita do seu amigo te dizer essas coisas não? Eu acho que esse cara tá merecendo uma bela de uma surra!

- Isso, uma surra! – Daniel concorda alegremente.

- Não dá corda pra eles não! – Alex treme enquanto fala.

- Se eu não me irrito? – Denas se vira para os companheiros. Seus punhos estavam serrados e olhos estavam vermelhos – Eu nunca fiquei tão irritado e decepcionado em toda a minha vida!

- Decepcionado, você diz? – Galleom pergunta, surpreso. Não parecia se interessar na irritação que estava provocando.

- Tratando as pessoas como lixo, sem se importar com vidas alheias, querendo nos descartar sem pensar duas vezes... dizer que nunca aprendeu a se importar com as pessoas porque ninguém se importou com você é usar desculpas para ser uma pessoa desprezível. Ver alguém que considero um amigo chegar a esse ponto é simplesmente deplorável!

- U-usando desculpas? Você não teve um pai como o meu!

- Preste atenção no que está falando, seu idiota! Meu pai foi assassinado quando eu era recém-nascido, o avô que me criou morreu à quatro anos e tive que viver com meu primo e tio, onde não tive nenhum tipo de atenção ou cuidado. – Denas brada e então aponta para trás, para seus companheiros – Eusine viveu sem ninguém na floresta por muito tempo, Eduard tem apenas nove anos e já está em pleno treinamento militar e os pais dos irmãos Kirbo simplesmente desapareceram! E mesmo assim, todos estamos aqui arriscando nossas cabeças porque pensávamos que você tinha sido sequestrado, mesmo você sendo esse canalha egoísta, mentiroso e manipulador!

Pela primeira vez, Galleom não sabia o que responder.

- Quando criança você não era frio, sempre brincava com os servos e o tutor era carinhoso como se ele fosse seu pai... mas você não se importa com essas coisas. Se tornou rancoroso, pensando em tudo que lhe faltou e na liberdade que lhe foi tirada. Ficou obcecado em construir seus robôs, tarefa que antes era seu hobbie favorito. Disse que a batalha com a Battle Suit seria breve para ver as falhas dela, mas cada vez que fazíamos algum avanço você foi ficando mais e mais agressivo, insatisfeito de ter seus planos decepcionados e preferindo tentar acabar conosco do que resolver pacificamente, tudo porque não sabe lidar com a derrota e a frustação!

Mesmo estando em sua poderosa Battle Suit, Galleom dá um passo para trás, a expressão transtornada ao ter as informações jogadas em sua cara daquela forma. A sensação de poder gradativamente diminuía, dando lugar ao sentimento de ter sido pateticamente fraco. Com o rosto confuso, ele responde:

- Como eu disse, passamos do ponto de resolver pacificamente.

- Não, não passamos. Até mesmo agora você pode descer dessa Battle Suit e encerramos.

- O-o que está dizendo?

- O que estou dizendo? Que nós viemos aqui para deter os robôs descontrolados e salvar você, que tinha sido supostamente sequestrado. Não tem necessidade de ficarmos nos machucando ainda mais. Encerre essa loucura, lide com seus erros e pare com essa insanidade!

- Denas...

A expressão de Galleom muda por um momento, mostrando remorso pelas mentiras que havia contado e por ter machucado aqueles garotos. De cima, Galleom olha para todos eles, feridos, esgotados e assustados. Ele, que até então não se importara com as consequências das suas ações e com nada além dos seus próprios objetivos, começa a pensar como aqueles cinco estariam se sentindo com tudo aquilo que havia feito a eles. Uma tensão podia ser vista no rosto de cada um, conforme esperavam aflitamente pela resposta.

E então, o smartwatch de Galleom apita.

- Heh.... hehehehhe...

- O que é tão engraçado? – Denas olha torto.

Galleom mostra a tela do smartwatch, que continua ligado à Battle Suit por vários cabos.

- Ela finalmente chegou em 50 %! Toda essa ladainha não foi em vão, serviu para ganhar tempo até que eu pudesse aniquilar vocês com maior facilidade! HÁ HÁ HÁ HÁ, - Galleom bate as mãos da Battle Suit uma na outra - SE PREPAREM!!

Qualquer traço de misericórdia e pensamentos pacíficos que sequer passaram pela cabeça de Galleom desaparecem por completo. Denas volta para trás, correndo, e se junta ao grupo que já estava em posição de ataque.

- Eusine! – ele grita conforme se aproxima.

- Oi!

- Precisamos de um plano! O melhor deles!

- Ah, eu já tenho um completamente preparado na minha cabeça! – ele coloca a mão no queixo – Bom, quase todo. Para dar mais certo, precisamos da maior distração aleatória do mundo aqui nessa sala.

- Não tem como esperar por isso, trabalhe com as coisas que nós

Denas foi interrompido por sons de passos que soavam do corredor, cada vez mais perto e mais pesados, que pegaram até Galleom de surpresa e o impedindo de agir de imediato.

- Se afastem do caminho! Ele chegou! – Daniel grita, puxando Alex para o lado.

- Q-quem, Dani?

A abertura da porta é completamente destruída com a entrada do Golem de Sucata, que em toda a sua lentidão finalmente havia chegado ao terceiro andar. Daniel sorri e aponta com seu martelo para Galleom em sua Battle Suit. Entendendo instantaneamente, o Golem anda em direção ao seu mais novo oponente, com o punho erguido para desferir um soco direto.

- M-mas o que é esse absurdo? – Galleom olha para o Golem com nojo – Essa porcaria é feita com peças de robôs jogados no lixo! Tirem isso da minha frente, agora!

Galleom avança com a Battle Suit e ataca. Ambos os punhos da Battle Suit e do Golem se atingem com um estrondo e nenhum dos dois cede um milímetro sequer.

- M-mas como? Você é apenas lixo!

- Há! Graças aos poderes do meu martelo e suas máquinas zumbis! - Daniel comemora.

- Inaceitável!

O braço esquerdo é acionado, mas tem o golpe interrompido pela mão direita do Golem. Agora os dois estavam medindo forças, com os punhos em contato e tentando empurrar o outro para trás com o máximo de força bruta.

- Você é mais forte que isso! Vai Golem, vai! – Daniel motiva sua criação, que ganha mais força e começa a avançar, arrastando a Battle Suit e Galleom para trás, independente dos protestos do inventor de cabelo azul.

- Eu não vou perder para um monte de restos!

Galleom larga mão dos controles dos braços e se vira para a direita. Suas mãos agilmente giram dois medidores internos até o máximo e fumaça começa a sair de trás da Battle Suit acompanhando de um som que se assemelha a uma locomotiva a todo vapor.

- AGORA ESTOU EM 100%!! SINTA TODA A MINHA FORÇA!!

De uma única vez, a Battle Suit empurra o Golem para trás, avança em alta velocidade e desfere cinco socos consecutivos no peito do colosso de sucata, que no final explode em centenas de pedaços para todos os lados.

- Nãããããããããããão!! – Lágrimas escorrem do rosto de Daniel enquanto ele vê sua criação destruída diante dos seus olhos.

- HÁ HÁ HÁ, ISSO APENAS PROVA O QUANTO A MINHA BATTLE SUIT É... O QUANTO ELA É... – Galleom força os joysticks que controlam os braços para cima, mas eles não obedecem. Ao contrário, eles se abaixam ao lado do corpo e ficam lá imóveis. - ... ela é incapaz de operar direito em potência máxima.

- Agora! – Eusine dá o alerta. Ele tinha aproveitado a deixa provocada pelo ataque inesperado para contar seu mais novo plano aos amigos. – Todo mundo pra um lado, dividir e conquistar! O Ataque Combinado 4: A Estrela do Trabalho em Equipe! Combo dos Cinco Dimentios!

- Os seus nomes estão ficando cada vez mais desnecessários! – Denas reclama enquanto avança.

- Qualé, esse foi o mais legal até agora! – Eddy defende.

- O que é um Dimentio, afinal? – Alex pergunta.

- Somos nós, bobo! – responde Eusine.

- Pelo Golem de Sucataaaaaaa!! – Daniel vai na frente com toda a sua fúria.

- Diiii! – Dino se pendura no rabo de cavalo de Eusine conforme ele corre.

- Parem! Parem! – Galleom grita enquanto mexe nas partes internas da Battle Suit para tentar recuperar o controle perdido. – Tempo!

- Nem pensar! Você é muito malvado!

Daniel gira e golpeia com toda a força a perna direita da Battle Suit, destruindo de vez a armadura daquela parte e fazendo a máquina cair de joelhos.

- Argh, seu...

Aos poucos recuperando o controle, Galleom ergue o braço direito para agarrar Daniel enquanto o garoto ainda está em seu alcance. Antes que tivesse sucesso, o braço é puxado para trás vigorosamente.

- Mas o quê?

- Essa é minha Corda de Alma!

Uma corda de energia dourada se enrolava ao redor do braço direito e o mantinha imóvel. A outra extremidade estava magicamente presa à uma parede atrás de Galleom.

- Como você chegou aí tão rápido?

- Você deveria se preocupar com quem está a sua frente, não comigo. – responde Denas, cansado de usar seus poderes mais uma vez. – Já acabei por aqui.

Galleom se vira, vendo Eddy se aproximar em alta velocidade.

- É com esse insignificante que deveria me preocupara? Faça-me um favor... – a Battle Suit começa a se erguer e a corda de alma treme ao ser forçada pela força do braço – A potência de cada membro já está voltando ao 100 % rapidamente!

- Não é só ele, sabe. – com um sorriso, Denas comenta.

- Esse vai ser mesmo meu último... – Alex havia gasto os últimos segundos acumulando todas suas energias na ponta do pincel mágico – Desenho Mágico: Raio Intenso!

A versão mais poderosa do raio verde de Alex é conjurado e atinge o joelho esquerdo da Battle Suit, que depois de tantos golpes finalmente explode! Alex cai sentando enquanto que Galleom luta para se manter em pé apenas com a perna direita e ao mesmo tempo em que começa a colocar o braço esquerdo robótico em frente ao corpo para se proteger de um ataque iminente de Eddy.

Eusine, vendo aquilo, age mais rápido do que nunca antes em sua vida. Ele estava sem flechas, mas avista uma delas presa na tela do notebook de Galleom, que durante a explosão da mesa de mármore acabou sendo atirado para longe. Ele a tira da tela, coloca no seu arco e atira instintivamente, sem precisar mirar.

A flecha voa e fere a articulação da axila do braço esquerdo, lançando faíscas para todos os lados e temporariamente acabando com a movimentação daquele membro. Agora o caminho estava liberado para o scandiano, que pula e desfere um poderoso chute, uma bicuda direto no queixo de Galleom, que é tão forte que atira o garoto e sua Battle Suit para trás, fazendo-o se chocar com o chão acompanhado de um estrondo e destruindo a corda de alma no processo.

Quando Galleom começa a tentar se mover para levantar, é impedido por cinco garotos que já estavam por cima da Battle Suit.

- Nem pense nisso. Se tentar qualquer coisa, terminamos de destruir sua maior invenção. – Denas declara.

- ... pelo jeito é hora de aceitar a derrota.

- Ufa, finalmente! Pensei que esse cara não ia desistir nunca! – Daniel comenta aliviado.

- Tudo graças ao meu chute, é claro. Ninguém resiste a todo meu poder! – Eddy se gaba.

- Quem diria que o plano daria certo? – Alex limpa o suor da testa.

- Tem razão, esse foi o menos aleatório afinal. – Eusine reflete – Quer dizer que tem menos chance, né?

- Tsc. – Galleom está visivelmente incomodado e se sentindo humilhado.

- Eu realmente queria que as coisas tivessem terminado de outra forma. – ignorando os companheiros, Denas dirige a palavra para Galleom - Agora, pensaremos em qual será sua punição...

- Er, pessoal? O chão não continua tremendo? – Alex percebe.

Logo Alex fala isso, a fábrica se inclina em direção ao penhasco abaixo.

- Okay, todos calmos. -  Denas fala lentamente. – Parece que os impactos foram demais para a estrutura da fábrica. Vamos progressivamente recuar, com calma, e sair do prédio antes que

E então a fábrica despenca.

Gritando, os garotos foram arremessados para trás, em direção às enormes janelas da parede, que agora estavam viradas para baixo e se tornavam buracos para uma queda inevitável. Poltronas, estantes, pedaços de mesa, quadros e esculturas de Galleom foram lançadas diretamente para fora.

Eddy e Denas felizmente pousam na parede entre as janelas, com Eusine e Dino (agarrado na camisa de Eusine) caindo em cima de Denas. Alex passa voando por uma das janelas, mas Eddy consegue agarrá-lo antes que fosse tarde demais. Daniel passa logo depois e segura no pincel mágico do irmão, o que torna ainda mais difícil para Eddy levantar ambos para a relativa segurança da parede virada para baixo. Eusine e Denas, todavia, ajudam a erguer Alex e Daniel. Após o esforço coletivo, os cinco sentam juntos na parede.

- Ei, e o Galleom? – Eusine pergunta e Daniel responde apontando para baixo.

Os garotos olham pela janela e avistam Galleom (ainda em sua Battle Suit), caindo à mesma velocidade que a fábrica, só que alguns metros abaixo e cercado de móveis de seu próprio escritório. A cidade abaixo se aproximava veloz e em poucos instantes Galleom atingiria o chão e depois seria imediatamente esmagado pela fábrica, o que também provocaria uma grande devastação na cidade.

- Aaaaaaaah!!! Vamos todos morreeeeer!! – Alex grita, abraçando Daniel Só agora realmente caia a ficha.

- Eu queria fazer um Golem gigante pra segurar a gente, mas não consigo!

- Maldição! Não queria terminar assim! – Eddy está frustrado, mas sem ter no que bater.

- Eu não tenho plano para isso! – Eusine fica com as mãos na cabeça, segurando seu chapéu para que não voe para longe.

- Isso que dá construir qualquer coisa na beirada de um penhascoooooo!! – Alex encontra outra coisa para gritar.

Dino vomita no robe de Denas.

Mesmo em queda livre, Galleom não para de se mover, mexendo em seus controles, apertando botões e girando medidores. Até que após várias ações que pareciam infrutíferas, ele finalmente consegue ligar a Battle Suit mais uma vez em potência máxima com um sonoro retumbar de motor.

- Nada está acabado ainda! – Galleom ativa os jatos propulsores e se impulsiona para cima. Com os braços em frente ao corpo ele agarra a parede da fábrica, com os dedos da Battle Suit entrando nos tijolos da parede, e torce para que os jatos sejam fortes o suficiente para empurrar a fábrica de volta para o topo da montanha.

- O que ele está fazendo? – Eddy contesta.

- Eu não sei, mas coisa boa não vai ser nunca! – Alex não tem esperança alguma.

Infelizmente o esforço de Galleom mal consegue retardar a queda em direção ao chão. Isso não é o bastante para desanimar o inventor prodígio de 13 anos, que pela última vez ajeita os óculos de grau em seu rosto, se enche da maior determinação que já sentiu em sua vida e gira o medidor de energia enquanto o coração explode com um estranho sentimento de empolgação suicida.

- É TUDO OU NADA! ATIVAR 200% DE ENERGIA!!

Um som de explosão vem dos jatos da Battle Suit quando ela atinge o dobro de energia máxima que estava programada para receber. Os jatos aumentam de intensidade e soltam uma luz vermelha incandescente que ilumina a cidade abaixo como um segundo sol poente. Por terra, móveis começam a chover nas ruas, enquanto que em pleno ar uma fábrica de três andares vai diminuindo sua velocidade antes de se chocar com os telhados. Ela eventualmente para de cair, faltando poucos metros para colisão, e inicia uma veloz subida de volta para o topo.

- O-o que está acontecendo? – Alex não entendia mais nada.

- Woooow, estamos subindo! – Eusine responde, abraçando um Dino enjoado.

- Isso! Vamos, falta pouco! – Galleom olha para o medidor de energia e nota uma diminuição constante. A velocidade ascendente começa a oscilar. – Você consegue! - A fábrica eventualmente ultrapassa o topo da montanha, com os jatos propulsores quase se desligando. – Agora é só ajustar um pouco a trajetória e...

Com todo o resto de energia direcionado para as mãos da Battle Suit, Galleom consegue fazer a fábrica se inclinar e voltar a cair, dessa vez para o topo do penhasco. O térreo da fábrica bate no chão rochoso do topo da montanha e com o atrito começa a se desfazer em pedaços. A fábrica é arrastada por algumas dezenas de metros, se desestruturando ao longo do percurso. Por último sobra apenas o terceiro andar, com a Battle Suit abraçando a parede externa.

Quando tudo para de se mover, Galleom comanda que a Battle Suit solte a fábrica. Ele faz a Battle Suit virar e sentar com as costas apoiadas na parede. Sua maior criação se desativa, para sempre.

- Obrigado. Você foi incrível, agora pode descansar em paz. – o garoto olha os restos da fábrica, espalhados pela montanha. Também olha para além disso, onde restava o porão aberto como um grande quadrado no chão, sem proteção. - E pensar que eu escolhi esse lugar simplesmente pela paisagem bonita. Parabéns, Galleom.

Olhando para este horizonte, Galleom percebe uma figura presumivelmente humana se movendo. Depois, surge outra e mais outra, aparentemente surgindo do nada. Ele tenta ajeitar seus óculos, mas percebe que em algum momento eles dever ter caído do seu rosto e se perdendo. Mesmo sem conseguir ver nitidamente, o desespero toma conta de si quando percebe o que são: os robôs “zumbis” que estavam aprisionados no porão!

Galleom tenta se soltar da Battle Suit, mas tem os ombros e costas presos firmemente na carcaça de metal atrás dele. Mal conseguia se mover de um lado para o outro e mesmo usando toda a sua força não era capaz de se soltar.

- Droga! Os jatos sobreaqueceram e derreteram o material das costas! – ele continua tentando se soltar, vendo os robôs se aproximarem em quantidade crescente. – Argh! Para trás, se afastem!

E então, cinco figuras saltaram das janelas atrás dele. Eusine, Alex, Daniel, Eddy e Denas avançaram para os robôs e começaram a os destruir um a um. Com suas armas ou, no caso de Eusine e Alex, com chutes e batidas do pincel mágico, as ameaças que o Golem de Sucata deixara para trás ao sentir que seu mestre precisava de ajuda lentamente eram obliteradas de vez.

Dino pula no colo de Galleom, que observava a tudo aquilo sem poder fazer nada. Os dois se encaram por alguns instantes, até que Galleom ergue uma mão para acariciar o dinossauro e acaba sendo retribuído com uma mordida.

- Ai!

- Di! – ele claramente estava ali para garantir que o inventor não fizesse alguma ameaça.

- ... acho que mereci isso.

Com o sol já terminando de se pôr, o grupo terminava sua operação e retornava para Galleom. Eddy agarrou o garoto dos dois lados e o puxou para fora dos destroços da Battle Suit, onde ele continuou sentado, mas dessa vez com seu próprio corpo tocando o chão.

- Alguma coisa a dizer em sua defesa? – Denas pergunta, em seguida. Galleom ergue o rosto para ele e suspira.

- Você tinha razão sobre tudo. Eu fui mesmo um canalha, mentiroso e manipulador... eu não fui mesmo capaz de lidar com minhas falhas e com os momentos em que tudo saía do controle... você ainda me deu uma nova chance, que se eu tivesse aceitado não levaria à toda essa destruição. Mesmo jogando os fatos na minha cara, eu apostei tudo... e perdi.

O garoto meio-elfo nada comenta. Todos olham para ele com expectativa. Galleom continua:

- Heh, eu nem mesmo acreditei quando disseram sobre os robôs no porão. Parece até que eu deixei um pouco de mim dentro deles, não acha? Se recusaram a ser desativados e se ligaram sozinhos, se juntaram, mostraram que tinham mais para oferecer ao mundo do que ficar no esquecimento. Talvez eu os devesse ter valorizado mais, feito mais testes, feito updates ao invés de jogar fora. Vivendo e aprendendo.

Ele olha para baixo, pensativo. Dado alguns segundos, ele respira fundo e novamente ergue a cabeça, fitando Denas.

- E a minha punição?

- Eu não acho que seja necessária.

- Ah, fala sério!

Alex fala alto, irritado.

- Depois de tudo que passamos nessa fábrica? A gente lutou muito, se machucou, gastou as energias e quase morreu várias vezes!

Denas se vira e levanta uma das mãos, indicando que ele deveria ter calma.

- Olhe ao redor, Alex. Ele perdeu tudo pelo qual trabalhou nos últimos anos e ainda foi humilhado em batalha, destruímos a Battle Suit que ele tanto se orgulhava. Pelas palavras dele, parece estar legitimamente arrependido. Sem falar que ele nos salvou afinal.

- Nos salvou depois de ter causado a nossa queda! – Alex continua.

- Bom... é verdade...

- E quem garante que fiz isso para salvar vocês? – Galleom parece estar do lado de Alex.

- Ah, eu tenho certeza que o seu cérebro já havia calculado que a fábrica seria destruída de uma forma ou de outra. Você quis sim nos salvar e salvar a cidade abaixo. Sinto que alguma coisa mudou em você.

- ... – Galleom não tem palavras para responder.

- M-mas o que garante que ele não vai fazer essas coisas malvadas de novo? – Alex ainda não está convencido.

- Pergunta dele! – Eusine se intromete – Galleom, você ainda vai fazer robôs para machucar as pessoas? Vai tentar matar a gente com uma Battle Suit? Vai continuar não tendo consideração com as pessoas?

- ... vocês realmente estão considerando me deixar ir sem punição? Bem, eu não posso viver sem construir nada, mas não farei robôs com o intuito de machucar ninguém. Com relação à Battle Suit, definitivamente não farei outra. Risco demais. E sobre as pessoas... tentarei parar de ver as insignificantes como robôs.

- É o bastante para mim! – Eusine sorri. – Vamos?

- Ei, mas assim? – Alex não está nada satisfeito.

Eddy e Daniel concordam. Denas apenas pisca para Galleom e vai embora, passando por ele e indo em direção à descida.

- Espero que nos vejamos de novo. – são suas últimas palavras ao amigo.

- O-olha bem aqui! Se você fizer coisas malvadas de novo, vamos te colocar de castigo! – o jovem mago de cabelo verde declara.

Alex e Daniel passam correndo pelo inventor.

- Uau Alex! Muito corajoso! – Daniel sussurra.

- Vamos logo Dani, antes que ele nos ataque pelas costas! Bora, bora!

Galleom recua quando Eddy passa perto dele.

- Hehe, se acalme. Já chutei a sua cara, estou satisfeito.

Ele também desce a montanha atrás dos companheiros. Eusine é o último, pois para para pegar Dino no colo.

- Sabe, uma vez conheci um vilão que tinha um machado no lugar de um dos braços. Ele vivia mal-humorado e com raiva, mas acho que era porque se sentia bem desconfortável com aquele troço. Se ele tivesse um braço de robô eu duvido que seria tão irritado!

Com essas palavras, Eusine segue atrás dos amigos.

- ... essa até que não é uma má ideia.

Galleom continua sentado, refletindo e olhando para o horizonte, mesmo muito depois do sol terminar de se pôr.


----------------------------------------


Denas só foi perceber que vomitaram em seu robe horas depois.

----------------------------------------
Obrigado por tudo, deixem sem comentários a vontade!

O epílogo vai ser postado até o final do mês!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyQui 28 maio 2020 - 10:10

Eu concordo com você, Daniel escreveu:
Lá atrás, Daniel girava um dedo ao redor da cabeça, indicando que chamava Galleom de doido. Alex e Eddy silenciosamente concordaram com um aceno.

Por isso que as granadas elétricas podiam ter feito alguma coisa desse tipo, para poder desativar robôs de uma forma rápida e segura (para a gente), mas depois de tudo isso, é uma boa explicação porque ninguém trouxe as granadas, Galleom não queria uma forma fácil de todo mundo sair daqui vivo.

Pensando bem depois deste capítulo inteiro, eu concordo que Alex pareceu bem correto aqui, é uma das pessoas quem (de um motivo bem entendível) não perdoaria Galleom tão fácil, talvez sentindo um pouco de pena quando ele teve um passado trágico, mas some IMEDIATAMENTE quando ele manda o robô gigante na cara dele, é isso mesmo, são essas situações que eu faria.

Mas pela cara dos outros, não parecia que EDDY e DANIEL iriam perdoar Galleom tão fácil, eles iriam esmagar o Galleom depois desse problema todo.

Lembrando que Eddy foi insultado pelo Galleom VÁRIAS vezes, (via criticismos de performance diretamente e recebendo choques), e Galleom destruiu o Golem de sucata do Daniel, então os dois saindo depois disso, não seria tão fácil. Ainda bem que Denas não precisou segurar esses dois, pois eles são MUITO mais agressivos que Alex.

As combinações de nomes são até engraçados e cara do Eusine, até que é bem legal! Uma das partes favoritas minhas é Alex desenhando várias bolas de boliches e o chão de gelo ser surpreendentemente útil para o grupo!

Mas hey, todo mundo saindo satisfeitos e felizes e uma aventura bem tensa e épica, eu até que gostei, Eusine. Tenha um bom descanso e tome cuidado.

Pós-capitulo meu? Provavelmente aconteceria depois do Alex e Daniel? Oh bem, divirta-se!:
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySáb 30 maio 2020 - 14:33

Uau, esse foi um capítulo bem impressionante! Provavelmente um dos meus favoritos, se não o meu favorito em geral desta fic. Foi um capítulo cheio de reviravoltas e bem intenso, tanto em batalha quanto emocionalmente. Gostei bastante a caracterização do Galleom e dos vários ataques combinatórios!

O chão de gelo foi particularmente bom, pois ele foi hilário(até o dino se divertiu!), mas útil. Particularmente engraçado foram as brigas do Eusine com Denas nessa parte. Mas ver o nascimento dos Dimentios no último ataque também foi legal.

Você não estava brincando quando disse que o Galleom é o que mais poderia evoluir no final. Sei que gostei dele como foi caracterizado, pois a caracterização se manteve a mesma ainda que estivesse vilanizando. A motivação e backstory dele funciona também exatamente por causa da personalidade dele, ele é super focado, ao ponto de esquecer das coisas, não pensar em quais os planos do financiador dele e pensar só em como usar o financeamento faz perfeito sentido para o personagem.

Falando nele, que estranho esse cara. Será que vai ser um vilão tentando dominar o mundo? Talvez a gente descubra daqui a mais dez anos.

Fiquei feliz que Galleom acabou fazendo uma re-reviravolta, e combina que mesmo assim ele sentia falta de uma punição a mais e que até meio que concordava com Alex um pouco.

Outro destaque do capítulo foi o Denas.  Se mantendo calmo e tentando entender o amigo mesmo estando internamente furioso. Ele tentou ao máximo convencer o amigo a parar as coisas, mesmo quando os outros queriam só bater no Galleom. Ele usar a lógica para mostrar que Galleom se importa no final das contas foi bom também.

Uma coisa um pouquinho estranha foi o Golem de Sucata. Ele foi um pouquinho que aleatório e conveniente, em particular eu mal lembrava que ele existia, lol. Na verdade, mesmo relendo as coisas ainda acho a criação dele um pouco esquisita. Pelo menos ele serviu de um incentivo para Daniel estar no conflito pelo final. Comparativamente, Alex e Eddy só estão aí por estar acompanhando, apesar de que ver Alex ganhar convicção pra proteger Daniel foi bom.

Eusine também ficou um pouco narrativamente secundário neste capítulo, mas ele foi bem divertido por poder ver os planos dele em ação, assim como as reações dele as ações e palavras do Galleom. Ele sugerir o braço de robô foi interessante também.

O final também foi um pouco estranho, pois apesar de ser um ótimo final para o arco do Galleom (e de ter uma cena engraçada com denas), não parece um bom final pra Parte 1, mas ainda tem o epílogo, então vamos ver no que isso vai dar...
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MensagemAssunto: Epílogo   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptyTer 2 Jun 2020 - 15:39

Heyoo! No fim acabei não postando dia 31 por culpa da pizza do mal, mas aqui está. Não sei se responde todas as dúvidas, mas um pouco de mistério é bom também. EVILtheREVENGE


Firealex escreveu:
Pensando bem depois deste capítulo inteiro, eu concordo que Alex pareceu bem correto aqui, é uma das pessoas quem (de um motivo bem entendível) não perdoaria Galleom tão fácil, talvez sentindo um pouco de pena quando ele teve um passado trágico, mas some IMEDIATAMENTE quando ele manda o robô gigante na cara dele, é isso mesmo, são essas situações que eu faria.

Mas pela cara dos outros, não parecia que EDDY e DANIEL iriam perdoar Galleom tão fácil, eles iriam esmagar o Galleom depois desse problema todo.

Lembrando que Eddy foi insultado pelo Galleom VÁRIAS vezes, (via criticismos de performance diretamente e recebendo choques), e Galleom destruiu o Golem de sucata do Daniel, então os dois saindo depois disso, não seria tão fácil. Ainda bem que Denas não precisou segurar esses dois, pois eles são MUITO mais agressivos que Alex.

Bem, eu tentei ao máximo imaginar como cada personagem reagiria nas situações tensas contra o Galleom. Eu baseei o Galleom no seu Galleom, então a ideia além de tudo era deixar o Alex mais traumatizado mesmo. Eusine não se importa desde que o vilão se mostre arrependido e o Denas enxerga mais bem em Galleom do que ele próprio.

Eddy não se importa com ser xingado não, pode ver nos capítulos anteriores. O importante dele é vencer a batalha e mostrar que foi mais forte por meio da própria força. O Daniel? Aprendeu com Alex a aceitar a desculpa dos outros... mas você tem razão sobre o Golem de Sucata destruído! Eu deveria ter lembrado disso na conversa final.

Ah, e pra deixar claro com relação as idades (eu vi seu post antes de editar, sim!): Galleom e Denas tem 13 anos, Eusine e Alex tem 12 anos e Eddy e Daniel tem 9 anos. Então estamos meio que em 2008/2009.

Gostei do pós-capítulo feliz, tirando a parte da curandeira que não deveria ser tão comum assim. Não sou muito fã de curas mágicas e instantâneas.

Firealex escreveu:
As combinações de nomes são até engraçados e cara do Eusine, até que é bem legal! Uma das partes favoritas minhas é Alex desenhando várias bolas de boliches e o chão de gelo ser surpreendentemente útil para o grupo!

Mr.Galleom escreveu:
O chão de gelo foi particularmente bom, pois ele foi hilário(até o dino se divertiu!), mas útil. Particularmente engraçado foram as brigas do Eusine com Denas nessa parte. Mas ver o nascimento dos Dimentios no último ataque também foi legal.

Obrigado! Foi difícil pensar em nomes e nas combinações. Vou ter que pensar em mais no futuro, o que me doi a cabeça um pouco...

Mr.Galleom escreveu:
Falando nele, que estranho esse cara. Será que vai ser um vilão tentando dominar o mundo? Talvez a gente descubra daqui a mais dez anos.

Quem sabe? Esse provavelmente é um mistério para o futuro... Zzz

Mr.Galleom escreveu:
Uma coisa um pouquinho estranha foi o Golem de Sucata. Ele foi um pouquinho que aleatório e conveniente, em particular eu mal lembrava que ele existia, lol. Na verdade, mesmo relendo as coisas ainda acho a criação dele um pouco esquisita. Pelo menos ele serviu de um incentivo para Daniel estar no conflito pelo final. Comparativamente, Alex e Eddy só estão aí por estar acompanhando, apesar de que ver Alex ganhar convicção pra proteger Daniel foi bom.

Bom, o Golem de Sucata foi bem conveniente sim! Como o Eusine disse, ele ia precisar da maior distração de todas pra algum plano dar certo... E eu precisava colocar o Golem surgindo e atacando em alguma hora, então pareceu o momento ideal!

Basicamente o Daniel criou o Golem de Sucata usando os poderes do martelo enquanto estava em situação de risco. Ele também não sabe mais fazer isso e nem como que aconteceu. (Basicamente outro mistério para o futuro...)

Mr.Galleom escreveu:
Eusine também ficou um pouco narrativamente secundário neste capítulo, mas ele foi bem divertido por poder ver os planos dele em ação, assim como as reações dele as ações e palavras do Galleom. Ele sugerir o braço de robô foi interessante também.

Pra mim todos são protagonistas, então tinham que ter os próprios momentos de destaque. Ainda que o Eusine meio que faça as coisas “acontecerem” a longo prazo. A história podia muito bem se chamar algo como “Como Eusine reuniu todo mundo”. Ainda pretendo continuar fazendo algo assim no futuro, ainda mais com capítulos para cada personagem.

Mr.Galleom escreveu:
O final também foi um pouco estranho, pois apesar de ser um ótimo final para o arco do Galleom (e de ter uma cena engraçada com denas), não parece um bom final pra Parte 1, mas ainda tem o epílogo, então vamos ver no que isso vai dar...

Nesse sentido não sei o que vai achar do epílogo. Bom, aqui vai assim mesmo:

Epílogo

Após a batalha no topo da montanha, Eusine, Alex, Daniel, Eduard e Denas retornaram para a cidade de Feirod, onde encontraram vários aldeões furiosos com tudo que havia caído sobre suas casas naquela tarde. Felizmente nenhuma pessoa havia se ferido, mas haviam relatos de telhados quebrados, cachorros assustados e um espantalho em estado crítico.

O maior problema, é claro, era que uma fábrica de robôs havia caído dos céus em direção das cabeças de todo mundo, o que motivou diversos aldeões irritados a subir a montanha e exigir respostas do que diabos tinha sido tudo aquilo. Eles voltaram sem respostas, mas com os bolsos cheios de dinheiro, suvenires e cupons para eletrodomésticos com preços promocionais. Coisas que aparentemente haviam de sobra no quarto trancado de um garoto inventor de cabelo azul.

Um grupo barulhento de mercenários tentou dizer para todos que os culpados foram as cinco crianças que subiram a montanha depois que eles desceram. Não lhes deram ouvidos e o assunto foi aos poucos sendo esquecido.

----------------------------------------

Um mês se passa após o acidente e a casa de Alex ainda permanece cheia. Feridos e esgotados, os garotos precisaram de algum lugar para ficar e recuperar suas forças, ainda que falar para Eusine, Eddy e Daniel ficarem o dia todo repousando fosse uma tarefa que não desse resultado algum.

Em contradição, Denas era um hóspede tão silencioso que as vezes era fácil esquecer que ele estava ali. A princípio recusara ficar na casa da família Kirbo, mas a Taverna da Castanha Queimada era barulhenta demais para que ele aguentasse mais do que uma noite no estabelecimento. Assim, ele retornou e insistiu em pagar Alex pelo tempo que ele fosse ficar lá. Sua rotina consistia em passar boa parte do dia lendo, bebia muita água, mas não comia muito. Era uma pessoa bem econômica e seu dinheiro foi bem vindo.

Eusine não conseguiu ficar parado um dia sequer, precisando se levantar para caminhar um pouco pela cidade. Não demorou muito para conhecer todas as partes do lugar e começar a fazer amizade com os moradores. Após resgatar um gato preso em uma árvore (foi fácil, apenas chegar perto com Dino no ombro foi o bastante pro gato querer sair de lá) acabou se tornando querido pelos mais velhos. Sempre disposto a ajudar, acabou se tornando uma espécie de entregador, indo para todos os lados levando cartas, comidas e objetos. Ele se confundia na maioria das vezes, mas surpreendentemente tudo sempre dava certo no fim do dia.

Daniel e Eddy logo decidiram que precisavam treinar, mas juntos a competição era grande demais para qualquer coisa dar certo. Cada um diariamente ia para um lado diferente, sendo que o treino de Daniel consistia em ficar no quintal de casa enquanto que o de Eddy levava ele para a estrada da montanha. Privilégios de quem tem onde morar, pensava Daniel.

O garoto guerreiro, porém, tinha certeza de que o seu treinamento estava sendo mais eficaz. Após a batalha, Eddy retornou para o velho ferreiro scandiano para falar o quanto a sua nova espada havia sido útil. Ele foi recebido com um tapa atrás da orelha, pois o ferreiro estava do lado de fora de casa quando a fábrica estava caindo na cidade e, segundo ele, foi tão perto da ferraria que ele pôde ver o bando de crianças se segurando para não cair lá de dentro. O ferreiro admitiu também que o garoto era realmente diferente da maioria e passou a treinar ele desde então.

Hoje, os dois estavam tendo um spar ao final do dia.

- Mais alto! Não avance tão rápido! Abriu demais a guarda! Preste mais atenção no adversário! Agora foi alto demais! – ele grita a cada erro de Eddy, ao mesmo tempo que continua lutando.

A batalha termina quando o ferreiro avança e atinge Eddy com o ombro, jogando o garoto ao chão. Mesmo dando o seu melhor, nunca conseguiu acertar um golpe certeiro em seu mestre e de quebra perdia todos os spars.

- Argh! Perdi de novo!

- Há! Esses ossos velhos ainda servem para alguma coisa!

- Não melhorei em nada esse tempo todo, continuo perdendo fácil!

- Que nada! – o ferreiro corpulento ergue Eddy com um puxão firme – Você melhorou mais do que pensa, é que ainda não chegou no meu nível. Uma pena que seu treinamento não pode continuar.

- Han? Mas a gente começou um dia desses!

- Você é um cabeça-oca miserável mesmo... Já passou mais de 11 meses longe de casa, se demorar demais vai perder a cerimônia que finaliza o treinamento.

- O-o quê?! – ele genuinamente se choca com a passagem do tempo.

- Por mais que eu discorde de tudo naquele país decadente, você precisa voltar e ver com seus próprios olhos tudo que lhe falei.

- Heh, e se você tiver razão eu vou atrás do imperador e soco ele na cara!

- Você não consegue nem me acertar, imagina alguém como o imperador.

- Veremos.

Os dois se encaram, com faíscas voando no ar.

- Há! – o velho ri. Esse mês que passara treinando Eddy havia feito ele rir mais do que a última década de sua vida – Boa sorte, tente não se machucar muito. – ele coloca a mão no ombro do pupilo – Após passar pela fronteira de Scandia, procure por Braus na cidade de Myranos. Ele poderá ajudar.

Sem dar uma despedida propriamente dita, o velho ferreiro se vira e volta para sua ferraria. Eddy encara as costas largas do homem que havia chamado de mestre durante um tempo, sem saber também se deveria ou não se despedir. No fim, o homem entrou em casa e Eddy perdeu o momento apropriado. Voltou pensativo para casa, ainda surpreso de como o tempo havia passado rápido.

Quase chegando na casa dos irmãos Kirbos, Eddy encontra Eusine carregando uma sacola larga. Dino acena de cima da cabeça dele e Eddy retribui.

- Como foi o treinamento? – Eusine pergunta.

- Treinamento! – agora Dino já conseguia falar palavras grandes e completas, mas apenas se fosse repetindo o que Eusine dizia.

- Estranho, parece que ele acabou e eu já tenho que voltar para Scandia.

- Parece uma desculpa para se aventurar! Estou dentro! – ele decide que vai junto, por si mesmo.

- Aventurar! – Dino comemora, provavelmente sem saber o que a palavra significa.

- É, mas não me sinto bem. Queria continuar treinando e ficando mais forte aqui...

- Ah, não fica assim. Aventuras também são desafios que te deixam mais forte.

- Forte!

- Sem falar que a janta vai te deixar mais feliz. – ele continua.

- Janta!

- Você já vem? – Eddy estranha - Não está no meio de uma entrega?

- Ah não, essa sacola é para mim. Parece que é mais um pagamento pelas minhas entregas, o que é legal!

- Pagamento!

O trio logo chega na casa dos irmãos Kirbos, onde Daniel cochilava no quintal. Ao ouvir pessoas se aproximando, o garoto acorda e começa a fingir que está treinando, mas acaba sendo completamente ignorado pelos garotos que estavam imersos em conversa. Daniel corre para chegar até eles e todos entram juntos em casa, onde puderam se assustar ao mesmo tempo.

Sentado na sala, com as pernas cruzadas e tomando chá, estava Galleom.

- ... oh, vocês chegaram. Isso é bom, não precisarei repetir tudo.

- GA... GAGA... – Daniel não consegue nem falar o nome do visitante.

- Você! – Eddy aponta.

- Onde estão os robôs? – Eusine olha para todos os lados.

- Onde? – Dino sorri para Galleom.

- Vocês estão alarmados demais. Não vim causar problema.

- Er, calma ai vocês dois! – Alex se aproxima da entrada, pedindo que Daniel e Eddy se controlem antes que tudo (potencialmente) saia do controle novamente. Ele aponta para as cadeiras que havia trazido da cozinha para a sala e todos rapidamente sentam em um círculo, focados em Galleom.

- Como estava dizendo, vim aqui para lhes dar um update.

- Update? – pergunta Eusine.

- Update? – repete Dino.

- Hum, vim lhes atualizar sobre o que tenho feito. – ele explica, arrumando os óculos no rosto – Vocês disseram que se importam comigo, então achei que iam querer ouvir.

Ninguém respondeu. Definitivamente ninguém esperava uma visita.

Galleom continua:

- Uma das primeiras coisas que eu fiz foi entrar em contato com o meu financiador. Disse para ele que meus robôs começaram a brigar entre si e que no processo destruíram a fábrica. Também disse que estava assustado demais para continuar a trabalhar nos robôs. Ele disse que voltaria a mandar dinheiro e recursos caso eu mudasse de ideia, mas afirmei que jamais voltaria.

Silêncio.

- O quê? Pensei que gostariam de saber que cumpri a minha promessa.

- Na verdade achei muito bom... – falou Alex – Parabéns por estar abandonando essa vida! Acho que foi meio inesperado.

- Hum, obrigado. Ele ainda tem as versões mais velhas dos robôs de segurança, mas não são tão perigosos.

- Perguntou o nome desse tal financiador? – Denas pergunta diretamente.

- Eu deveria perguntar?

Todos (incluindo Dino, mas não Eusine) bateram com a palma da mão no rosto.

- Enfim, ele não ligou para os restos das máquinas no topo da montanha, então estou reciclando os “zumbis” – como vocês mesmos chamaram – para virarem robôs de construção. E acho que realmente vou vender eletrodomésticos inteligentes para arrecadar minha própria verba. Depois vou trabalhar nas próteses mecânicas, parece o melhor rumo a se tomar para as invenções.

Ele bebe um pouco do chá.

- Ah, e trouxe algumas coisas para vocês.

Os amigos se entreolham, apreensivos, quando Galleom coloca a mão atrás da poltrona onde estava sentado e puxa uma mochila. Ele abre e começa a vasculhar o seu interior. O gênio era praticamente um Papai Noel com passado sinistro e intenções misteriosas.

- Primeiro de todos... Eusine. – ele escolhe aparentemente conforme encontra algo específico na mochila – Notei que ficou sem flechas, então fiz uma aljava de metal e novas flechas com ponta de metal. Devem ser mais perfurantes do que as anteriores.

Ele entrega para o garoto uma aljava azul claro com 30 flechas. A ponta delas era de cor diferentes, se aproveitando de pedaços de robôs.

- Note que ela é bem larga e possui divisória dentro. Pode usar isso para dividir diferentes tipos de flechas caso venha a ter.

- Obrigado! Quando as flechas acabarem, posso pedir para você fazer mais?

- Mais!

- Hum? – Galleom tira o cabelo da frente do rosto – Pode, eu suponho...

- Você está tendo sorte! – Eddy se manifesta – Segundo presente que ganha hoje!

- Presente? – Galleom parece pego de surpresa – Só resolvi fazer essas coisas porque notei falhas nos seus jeitos estranhos de lutar.

Isso era mais a cara de Galleom.

- Então não temos que pagar por isso, né? – Alex mentalmente faz os cálculos do orçamento mensal da casa.

- Ah é! – Eusine se toca – Também ganhei essa sacola aqui, vamos ver o que é!

- Sacola!

Ele desfaz o nó da sacola e descobre...

- Aaaah, roupas novas? Que sem graça...

- Roupas!

- Ei, você estava precisando! E trate de vestir logo elas, essas suas estão todas rasgadas! – Alex repreende.

- Ai ai, gostei mais das flechas...

- Gostei!

- Qualé, você está contra mim? – Eusine pergunta, fitando Dino.

- Contra! – ele responde sorrindo.

- Continuando. – Galleom fala com um tom impaciente de quem não gosta de ser interrompido – Os mais novos gostam de avançar sem pensar e acabam se machucando feio. Principalmente você. – ele aponta para Eddy.

- Faz parte do meu jeito de lutar!

- Obvio que é apenas um descuidado. Peguem, um para cada.

Ele entrega aos dois um disco de metal com um círculo vermelho e laranja no meio.

- E o que isso faz? – Daniel olha para o seu, vermelho, por todos os ângulos possíveis.

- Tentem colocar no peito.

Sem pensar duas vezes, eles colocam os discos em seu peito. Quase que imediatamente, o corpo deles começa a ser coberto de metal a partir do peito, terminando com cada um ganhando uma máscara de metal que lembra os traços dos seus rostos gritando de raiva. O metal tem um tom cinza escuro, porém os detalhes nas juntas são vermelhos para Daniel e laranjas para Eddy.

- Uoooooou, somos Homens de Metal! – os dois gritam ao mesmo tempo e avançam um para o outro, lentamente. Eles se acertam com socos e chutes – E somos resistentes!

- Fiz do mesmo material da armadura da Battle Suit, bem resistente e capaz de absorver bem o impacto da maioria dos ataques. Só terão que se acostumar com o peso. Para desativar é só pressionar o círculo no peito, gentilmente, por dois segundos.

Eles não se importam com a explicação e continuam se batendo e se surpreendendo com a resistência que agora tinham.

- ... vão ficar bem. Agora, Alex. – ele diz após mexer em sua mochila.

- E-eu também?

- Sim, você também. Você não é particularmente forte, resistente e nem ao menos rápido...

- Eeeeeeer... – ele não esperava ser criticado.

- ... mas faz coisas impressionantes com esse pincel, seja lá o que for de verdade. Enfim, resolvi te dar um saco cheio das minhas granadas especiais. – ele entrega um saco transparente, cheio de granadas de cores diferentes. Era possível de se notar um papel no meio delas - Ultimamente tive muitas ideias para elas e as suas são mais voltadas para inutilizar adversários. Tem um manual de instruções no meio.

- Nossa, parece bem útil! – o garoto de cabelo verde admite – Mas não são perigosas de usar? E se eu me explodir ou errar o alvo? Nem sou bom de mira...

- Ai já é com você. – Galleom conclui friamente - Denas, deixei você por último de propósito.

- É mesmo? E qual o motivo?

- O motivo é que... – termina de tomar o chá - ... não pensei em nada para você.

- Ah.

- Ficarei devendo, algum dia lhe entregarei.

- Não é necessário.

- Eu insisto. Bom, agora estou indo. – ele se levanta imediatamente ao terminar de falar o que queria – Obrigado pelo chá.

- Ei, você tem que ficar pro jantar! – Eusine convida como se fosse dono da casa.

- Jantar! – Dino lambe os beiços, pois essa é uma das palavras que ele aprendera a gostar.

- Er, não sei se tem comida para todos... – Alex treme com a possibilidade de dividir a mesa com o inventor.

- É mesmo, fica! – Daniel fala, apertando o botão no peito da armadura e desfazendo ela.

- ... já que insistem.

----------------------------------------

Os jantares naquela casa costumavam ser bem animados, o que para Galleom, que estava acostumado com jantares solitários, era algo bem estranho. Alex passava a maior parte do tempo em pé, trazendo comida para a mesa, tirando os pratos e brigando com Daniel por comer rápido demais enquanto competia com Eddy. Eusine dividia o prato com um dinossauro e Denas comia contidamente em um canto. Galleom não queria demorar mais do que o necessário naquele jantar, então colocou pouca comida no prato. No entanto, gostou de tudo que comeu.

- GANHEI! – grita Eddy, vitorioso, terminando de beber seu refrigerante e arrotando – E tenho uma declaração a fazer! – pausa para arrotar – Amanhã estarei partindo para Scandia assim que o sol raiar!

Exceto por Eusine e Dino, todos são pegos de surpresa.

- Mas e nossa competição? – Daniel se sente abandonado - Você não pode ficar mais?

- Ela continua quando eu voltar, ué. – conclui com simplicidade e um arroto – Para eu concluir meu treinamento e possivelmente socar o imperador eu preciso ir para a capital de Scandia. Todos estão convidados para vir comigo!

- Eu e o Dino vamos! – Eusine se manifesta.

- Dino!

Silêncio.

- Ninguém? – o scandiano fica surpreso – Nem você, Dani?

- O Alex não ia deixar mesmo...

- Você está aprendendo alguma coisa! – Alex se emociona – Ah, e eu não vou não ein...

- Denas? – Eddy tenta.

- Não. Pretendo ficar mais um tempo nessa cidade antes de decidir meu próximo destino.

Alex acha que sem Eusine e Eddy vai ser mais estranho ter Denas em casa.

- Galleom...? – Eddy persiste.

- O que isso me traria de bom? Não vou me afastar da fábrica.

- Ah, que seja! Eu, Eusine e Dino partiremos amanhã!

- Yeah! – Eusine comemora.

- Yeah!

O clima fica menos animado no resto da noite para os irmãos Kirbo. Eles sabiam que eventualmente Eusine e Eddy sairiam, mas ainda assim sentiriam falta deles. Eusine e Eddy conversavam animados sobre os lugares onde passariam, com Eddy falando sobre todas as cidades no caminho. Galleom não ficou por muito tempo e foi logo embora, dizendo que traria um liquidificador mais potente na próxima.

No dia seguinte, nas primeiras horas do dia, Eusine, Eddy e Dino se despediram dos amigos, com os corações preparados para uma nova jornada que os levaria direto para o coração de Scandia.

----------------------------------------

Agora, o costumeiro relatório do final!

Iniciado: 11/05/2014
02 Prólogos
24 Capítulos
00 Especiais
01 Epílogo
198 Páginas
78.728 Palavras
Finalizado: 02/06/2020

Novamente obrigado por acompanhar! Acho que vocês já sabem, né? Próximo é o Capítulo 5 do Dimentional Adventure! Vejo vocês lá!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySex 5 Jun 2020 - 4:03

Agora sim isso foi um final digno de um final! lol

O foco do capítulo pode não ter sido a despedida, mas o capítulo definitivamente tem a sensação de uma despedida para os personagens, ainda que temporariamente, especialmente com os presentes do Galleom. Sei que achei meio que hilário a comparação do Galleom com um papai noel com passado sinistro. Os presentes dele também tem bastante potencial de mudar as coisas, o que é interessante.

Dino aprendendo a falar continua a ser bonitinho, em particular ele falando mal do Eusine sem ele querer! (Ou será que ele já está reclamando?)

Eusine48 escreveu:
Basicamente o Daniel criou o Golem de Sucata usando os poderes do martelo enquanto estava em situação de risco. Ele também não sabe mais fazer isso e nem como que aconteceu. (Basicamente outro mistério para o futuro...)

Sinto que é o tipo de coisa que eu deveria saber pra escrever melhor o Daniel, mas enfim...

Sinto também que na reação do Alex falte algum "Menos mal."... é algo que o real falaria.

Mas realmente sinto como os personagens se sentiram naquele jantar, um pouco triste com a separação dos personagens... Denas é até um que podia ir junto, ele nem faz ideia pra onde ele vai, haha. Dá até um pouco de pena do Eddy... Pelo menos ele vai ter a oportunidade de socar um imperador (provavelmente?).
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 EmptySex 5 Jun 2020 - 19:44

Um epílogo bonito que todo mundo se dá bem e dá um ponto final legal para este capitulo!

Daniel obedecendo mais o Alex, Galleom se arrependeu mesmo e presenteando seus amigos, tudo se consertando de poucos a poucos...! Nada mal mesmo!

Então, sobre os personagens, eu propositalmente não comentei sobre eles, porque eu achei que era bem óbvio.

+ Não comentei sobre o Eusine, porque eu sabia que ele iria perdoar mais fácil o Galleom, sendo o herói super alegre da história. Só espero que um dia não abusem da boa vontade dele...!

+ Denas era óbvio, porque ele teve mais conexões com Galleom que o resto do Grupo. Talvez com raiva dele de vez em quando, mas no fim do dia, são amigos.

+ Alex foi só ver as reações do pobrezinho, e dá para perceber que era impossível que ele e Galleom serem amigos. Talvez falando um com outro de vez em quando, mas não esperaria muito deles.

Eu originalmente perguntei sobre as idades de cada um, mas eu percebi que era uma pergunta estúpida. Galleom era obviamente o mais velho do grupo, porque ele tem inventos poderosos. E ele disse que o resto do grupo eram CRIANÇAS. Então era óbvio que o grupo era composto de 9-12 anos de idade.

Legal a parte que Galleom deu Granadas coloridas para Alex poder usar depois na aventura, meu como que é a última aparição dos Irmãos Kirbo nesta saga, sinto que Alex e Daniel não vão usar tão bem os presentes do Galleom, quanto o Eusine e Eddy...! Vou ver o que posso fazer com essas granadas, depois!

Galleom se arrependendo e virar bonzinho de verdade foi até tocante e bonito, mesmo que a atitude dele não mudou muito. Só acho que vai ser um pouco difícil ele entrar na sociedade, considerando o que aconteceu com ele.

Enfim, foi uma boa partida e boa sorte na próxima saga!
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MensagemAssunto: Re: Eusine Chronicles - Dimentios   Eusine Chronicles - Dimentios - Página 4 Empty

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